Martifer aumenta lucros 17% para 23 milhões em 2024
Empresa controlada pelos irmãos Martins e pela Mota-Engil manteve a evolução positiva registada nos últimos anos, com os proveitos operacionais a crescerem 20%, no último ano.
A Martifer fechou o último ano com um resultado líquido de 23 milhões de euros, um aumento de 16,8% face aos 19,7 milhões de euros reportados em 2023, revelou esta quinta-feira a companhia liderada por Pedro Duarte. Trata-se do melhor resultado desde 2009, quando os lucros superaram os 107 milhões.
Os rendimentos operacionais do grupo de Oliveira de Frades subiram mais de 20% para 264,5 milhões de euros, em 2024, com a construção metálica a representar 46% do total, seguida pela indústria naval, que pesou 40%, sendo a restante faturação assegurada pelo negócio das renováveis. Dois terços do volume de negócios do grupo, ou 66%, é gerado no exterior.
O EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) subiu de 34,1 para 38,2 milhões de euros, no último ano, com uma margem de 15% sobre o volume de negócios, segundo mostra o comunicado enviado pela companhia à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
A carteira de encomendas na construção metálica e indústria naval situou-se nos 695 milhões de euros, um valor que ficou abaixo dos 753 milhões reportados um ano antes.
A dívida líquida do grupo manteve a tendência descendente, registando uma redução de cerca de 30 milhões de euros, face a dezembro de 2023, passando de oito milhões de euros, em 2023, para 22 milhões negativos. Já a dívida bruta baixou de 91 para 86 milhões de euros, com a empresa a prever continuar a diminuir o endividamento nos próximos anos.
De acordo com as projeções da empresa, a dívida bruta deverá recuar até pouco mais de 70 milhões de euros em 2028.
Os últimos anos têm sido de recuperação dos resultados e descida da dívida, após um período mais conturbado na vida da empresa. Uma estratégia de internacionalização demasiado rápida e mal avaliada, impactada pelas várias crises financeiras, aceleraram a dívida da empresa, que chegou aos 600 milhões de euros, e determinaram uma série de sete anos de resultados líquidos negativos, um período no qual acumulou 370 milhões de euros de prejuízos e atingiu capitais próprios negativos.
A recuperação dos resultados demorou vários anos e envolveu um acordo com os bancos para a reestruturação da dívida, focado no desinvestimento de negócios não core e a venda de ativos imobiliários, permitindo à empresa focar-se na sua atividade principal, a construção de estruturas metálicas.
Para o futuro, a empresa diz que continua comprometida com a execução do seu plano estratégico, o Horizonte 2030, um programa que “reflete um compromisso claro com o crescimento sustentável e a adaptação às tendências globais, especialmente em áreas como a transição energética, inovação e práticas responsáveis“.
“Os principais pilares destacados estão orientados para fortalecer a posição competitiva do grupo Martifer nas áreas de construção metálica, indústria naval e energia”, explica. Na área da construção metálica, a empresa quer continuar a reforçar o perfil exportador do Grupo, “procurando oportunidades em mercados e clientes que valorizam qualidade e excelência na organização”.
Já na indústria naval, que inclui os estaleiros da West Sea em Viana do Castelo, a Martifer está a apostar na construção de uma nova doca seca em Viana do Castelo para “expandir a capacidade de reparação e construção naval, ao mesmo tempo em que se reforça a posição do Grupo como um dos maiores estaleiros da Europa”.
Os irmãos Carlos e Jorge Martins, através da I’M, controlam 48,09% do capital e 49,18% dos direitos de voto da Martifer, enquanto a Mota-Engil detém uma participação de 37,5% do capital.
No passado mês de outubro foi divulgado que a Visabeira Indústria e a sociedade I’M celebraram um contrato-promessa compra e venda para o grupo industrial comprar uma participação de 24% do capital da empresa, tendo ainda sido assinado um acordo parassocial entre ambas as partes. A concretização deste acordo deixará a I’M e a Visabeira cada uma com uma posição de 24% no capital da Martifer.
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