Pedro Nuno Santos defende um “novo relatório Porter” para a economia

O líder socialista adiantou ainda que vai atualizar o programa de Governo, apresentado há um ano, e que haverá três prioridades: "Economia, saúde e habitação".

O secretário-geral do PS disse, esta segunda-feira, que uma das prioridades dos socialistas é um “novo relatório Porter”, que “identifique os setores e as áreas tecnológicas” onde Portugal já tem “competências instaladas” mas em que se deve apostar para qualificar a economia. Em entrevista à RTP, Pedro Nuno Santos adiantou que vai atualizar o programa de Governo, apresentado há um ano, e que terá três prioridades: “Economia, saúde e habitação”.

Pedro Nuno Santos vai atualizar com novas propostas o programa eleitoral apresentado na campanha eleitoral de 2024 e que conduziu a AD ao Governo. “Não vamos deitar ao lixo um programa com um ano”, frisou. Desta vez, o socialista vai dar as cartas todas para vencer as legislativas de 18 de maio marcadas na quinta-feira pelo Presidente da República, na sequência da crise política que levou à demissão do Governo PSD/CDS.

O chumbo da moção de confiança, com o voto contra do PS, conduziu à demissão do Executivo de Luís Montenegro. “Vamos fazer o melhor possível para termos uma vitória“, assinalou, destacando a economia, saúde e habitação como prioritárias. Perder as legislativas contra Montenegro está fora de questão. “Só trabalho num cenário de vitória. O PS tem fortes possibilidades de ganhar”.

Se governar o país, uma das grandes apostas passa pela economia. “Só vamos conseguir viver melhor no país, ter melhores salários, se formos capazes de transformar a economia portuguesa“, sustentou. “E aquilo que quero, desde logo no início fazer, é que consigamos ter um novo relatório Porter, que identifique os setores e as áreas tecnológicas onde já temos competências instaladas, e onde devemos apostar para transformar a economia, qualificarmos para podermos pagar melhores salários“, afirmou o líder do PS.

Qualquer investimento na área da defesa deve ser visto por Portugal e garantido pelo Governo português como tendo efeitos e consequências na economia portuguesa.

Pedro Nuno Santos

Secretário-geral do PS

Pedro Nuno Santos comprometeu-se ainda a “atingir os 2% do PIB” e a investir mais em defesa. “Para lá [dos 2% do PIB] — que tem de ser bem analisado, porque não podemos pôr em causa o estado social, a educação e a saúde em Portugal –, qualquer investimento na área da defesa deve ser visto por Portugal e garantido pelo Governo português como tendo efeitos e consequências na economia portuguesa”.

Questionado sobre as parcerias público-privadas (PPP), o secretário-geral do PS disse que, apesar de o partido não ter “nenhum dogma” em relação a este modelo, estas não são uma realidade, porque não passaram de um anúncio. “Não considero sequer que tenha sido implementada qualquer PPP; foi um anúncio panfletário de quem não conseguiu resolver problema nenhum”.

A dois meses das eleições o socialista considerou haver problemas maiores na área da saúde: “Há um grande problema que é a incapacidade que hoje o SNS [Serviço Nacional de Saúde] tem em recrutar e reter médicos”.

Pedro Nuno Santos continuou a apontar o dedo ao primeiro-ministro demissionário. “Não podemos ignorar dúvidas sobre a ética do primeiro-ministro. Em quaisquer eleições precisamos de um primeiro-ministro honesto”, assinalou. Aliás, destacou, “não há uma responsabilidade partilhada entre PS e PSD” por o país ir a eleições antecipadas.

Pedro Nuno Santos salientou ainda que se viabilizasse a moção do Governo, “continuariam a pedir esse voto de confiança em outubro”.

Durante a campanha eleitoral, o líder do PS não vai, por isso, ignorar o que trouxe até ela, ou seja, toda a polémica em torno da empresa Spinumviva, consequente chumbo da moção de censura no Parlamento e antecipação das eleições legislativas.

Nuno Pedro Santos considerou prematuro antecipar cenários no caso de vencer sem maioria absoluta. Contudo, notou, “o PSD também governou sem uma maioria de direita”.

Por fim, Pedro Nuno Santos entende que o almirante Gouveia não beneficia da crise política que o país está a viver se se candidatar à Presidência da República. “A partir do momento em que decide ser candidato a Presidente da República está a decidir ser político”, referiu acerca do almirante.

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