Swiss Life compra retail park de Ermesinde

A Swiss Life Asset Managers, através de uma sociedade de investimento imobiliário francesa, comprou o retail park de Ermesinde aos britânicos da M7 Real Estate por um valor compreendido entre 5,5 milhões e 8,5 milhões de euros, sabe o ECO. A taxa de retorno está estimada nos 7%.

Este investimento estrangeiro no mercado de retalho português marca o início da internacionalização da Mistral Sélection (controlada pela Swiss Life em França), cuja ambição é expandir a operação pela Europa e ter até 60% dos ativos fora da França.

O estabelecimento comercial, próximo da segunda maior metrópole de Portugal, tem uma área de 7.604 metros quadrados (m²) e inquilinos da indústria têxtil, beleza, fitness, decoração, eletrónica de consumo e restauração, como Rádio Popular, Be Fit ou Hôma.

O parque na zona do Porto está nas mãos da M7 desde 2019, nove anos depois de ter sido inaugurado. A ocupação é de 100% e o rendimento anual de arrendamento registou um crescimento de cerca de 67% para 515.096 euros no início de janeiro (dados mais recentes) na sequência de intervenções estratégicas para melhoria do espaço. Inicialmente, o empreendimento era do fundo Banif Imogest, tinha 6.500 m² e a gestão estava a cargo de Jones Lang LaSalle.

O novo dono, o grupo suíço Swiss Life Asset Managers, tem mais de 91 mil milhões de euros em ativos imobiliários e é um dos maiores investidores imobiliários da Europa. Em Portugal, comprou o Hotel Exe Saldanha (Lisboa) em 2021, dois anos após adquirir o Exe Liberdade (Lisboa).

Em 2023, criou esta SCPI que agora detém o retail park (parque de retalho) de Ermesinde, na mesma linha de investimento que teve ao comprar um parque comercial na cidade francesa de Valenciennes em junho com uma dimensão semelhante. A taxa de retorno fixou-se em 8,59% em 2024, o que a coloca entre as sociedades com melhor desempenho, de acordo com publicações francesas especializadas no setor.

O negócio foi assessorado pelas sociedades de advogados PLMJ (vendedor) e Garrigues (comprador), apurou o ECO.

Retalho com 50% do investimento

No ano passado, a segmento de retalho – onde se inserem os centros comerciais, as lojas de rua, os supermercados e os retail parks – captaram metade do capital investido no imobiliário comercial (cerca de 1.200 milhões de euros), segundo um relatório da consultora JLL. A título de exemplo, o Setúbal Retail Park foi inaugurado em 2024 e adquirido já no início deste ano pela francesa Remake Asset Management por 8,2 milhões de euros.

A promotora imobiliária antecipou em fevereiro que mais sociedades de investimento imobiliário francesas (SCPI, na designação gaulesa) entrassem no mercado português, especialmente no segmento de retail parks (centros comerciais de média dimensão localizados junto a grandes parques de estacionamento) e que os diversos REIT (Real Estate Investment Trust) que se encontram em Espanha aumentassem o investimento em centros comerciais portugueses.

O mercado dos parques e centros comerciais tem estado em movimento. Mais recentemente, foi o fundo de capital de risco Shoppings Iberia – da portuguesa Point Capital Partners, donos do Tavira Gran Plaza e do Torreshopping – a notificar a Autoridade da Concorrência da compra do controlo exclusivo dos centros comerciais La Vie Caldas da Rainha e La Vie Guarda.

O que é uma SCPI?

As SCPI – Sociétés Civiles de Placement Immobilier são sociedades privadas de investimento imobiliário, também conhecidas como pierre papier, semelhantes aos fundos REIT, embora se diferenciem pelo facto de não estarem cotadas em bolsa e apenas poderem deter propriedades. Tipicamente, investe em imobiliário comercial, industrial e edifícios de escritórios.