Crescimento económico deverá abrandar para 2,2% a 2,4% no primeiro trimestre
Comércio a retalho e turismo terão compensado a tendência negativa no setor automóvel e a incerteza na construção e investimento, segundo o barómetro CIP/ISEG para o primeiro trimestre.
O crescimento económico deverá abrandar para 2,2% a 2,4% do PIB, no primeiro trimestre do ano, segundo as projeções do barómetro CIP/ISEG, divulgadas esta terça-feira. O comércio a retalho e os serviços, designadamente os proveitos do turismo, terão compensado a tendência negativa nos indicadores da produção industrial e as incertezas na construção e investimento, de acordo com o mesmo estudo.
Os resultados mostram um arrefecimento da atividade, depois de a economia ter surpreendido “pela positiva” com o PIB a avançar 2,8% em termos homólogos e 1,5% em cadeia, no último trimestre de 2024, sinaliza o barómetro.
“Em termos homólogos, os indicadores de atividade setorial disponíveis são compatíveis com a expectativa de crescimento no presente trimestre, embora a um ritmo mais moderado do que no trimestre anterior“, de acordo com as projeções da CIP – Confederação Empresarial de Portugal e do ISEG – Instituto Superior de Economia e Gestão.
Assim, “para o primeiro trimestre do ano, e em resultado do efeito de arrastamento que transita da reta final de 2024, perspetiva-se uma evolução real positiva da economia em termos homólogos entre 2,2% e 2,4%, o que corresponde a um crescimento em cadeia compreendido entre 0% e 0,2%”, aponta o barómetro. Esta projeção representa “uma ligeira desaceleração do crescimento homólogo e uma desaceleração significativa no crescimento em cadeia”, alerta o mesmo estudo.
Entre os fatores que contribuíram para estancar uma performance mais pessimista da economia, estão: “o crescimento real expressivo no comércio a retalho”, com “destaque para o crescimento do valor de novos créditos, transações em terminais de pagamento ou vendas de gasolina”; e “o crescimento, mais moderado, nos serviços, “com destaque para a evolução dos proveitos no setor do turismo”.
Deste modo, o desempenho do comércio a retalho e dos serviços compensou “a tendência negativa percetível nos indicadores de produção industrial, com destaque para a produção automóvel ou o registo mais incerto nos indicadores de construção e investimento”, conclui.
O barómetro indica que “os dados que ficarão disponíveis durante o próximo mês possibilitarão uma reavaliação destas previsões antes da publicação da estimativa rápida do INE, que deverá ter lugar no final do mês”.
“Ainda assim, em linha com o que já foi visível no quarto trimestre de 2024, perspetiva-se uma recuperação do contributo da procura externa líquida que deverá ser acompanhada por um menor contributo da procura interna, num processo que se prolongará durante 2025″, de acordo com as projeções do barómetro CIP/ISEG.
O Banco de Portugal também já tinha sinalizado para uma diminuição do peso do consumo interno no crescimento da economia. No boletim económico de março, divulgado na semana passada, o regulador prevê um aumento do contributo do investimento, em especial da componente pública, e uma redução do contributo do consumo privado.
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