Portugal na cauda de 35 países em pedidos de patentes. NOS foi a portuguesa que fez mais pedidos
Apesar de os pedidos de patentes em Portugal terem crescido quase 5% em 2024, o país ocupa o 29º lugar entre 35 estados-membros da Organização Europeia de Patentes. NOS lidera em Portugal.
As empresas e inventores portugueses apresentaram 347 pedidos de patentes na Organização Europeia de Patentes (OEP) em 2024, um aumento de 4,8% face às 331 do ano anterior, de acordo com o Patent Index 2024.
O estudo publicado esta terça-feira mostra que de 2020 a 2024 o número de pedidos de patentes em Portugal cresceu 38,2% –– “um recorde histórico que reflete um ambiente crescente de inovação no país”.
Apesar do crescimento no número de pedidos de patentes, Portugal ocupa o 29º lugar entre os 35 estados-membros da Organização Europeia de Patentes. EUA, Alemanha e Japão ocupam o top três dos países com mais pedidos de patentes, enquanto a Arábia Saudita, Eslovénia e Brasil são os países com menos pedidos.
Informática e tecnologia médica são os setores mais inovadores em Portugal
Em Portugal, os setores relacionados com a saúde (tecnologias médicas, produtos farmacêuticos e biotecnologia) registaram o maior número de pedidos de patentes. A tecnologia informática e a tecnologia médica continuam a ser os principais setores no que diz respeito aos pedidos de patentes de Portugal no mercado europeu, representando cerca de um quarto dos pedidos do país, seguido dos produtos farmacêuticos.
O Patent Index 2024 dá conta que os “inventores portugueses registaram mais patentes nos setores da biotecnologia e dos produtos farmacêuticos, contrariando a tendência global da OEP, que registou um decréscimo”. Ainda assim, a tecnologia médica registou um decréscimo de cerca de 19%, em relação ao ano anterior.
A Nos Inovação (22), a Altice Labs (11) e a Universidade do Porto (10) apresentaram o maior número de patentes junto da OEP em 2024. Em comparação com o ano anterior, a NOS Inovação mantém a liderança, a Universidade do Porto desce um lugar na lista dos principais requerentes, enquanto a Altice Labs entra diretamente para o top 3. Metade dos dez primeiros requerentes de patentes portugueses são universidades ou centros de investigação.
O Patent Index analisa também o contributo das mulheres para a inovação. Em 48% dos pedidos de patentes de Portugal no ano passado é mencionada, pelo menos, uma inventora. Este valor é quase o dobro da média dos 39 países membros da OEP (25%) e coloca Portugal em segundo lugar entre todos estes países, sendo apenas ultrapassado pela Macedónia do Norte.
Verificaram-se também assimetrias entre as diferentes áreas tecnológicas: no conjunto dos países europeus, a proporção de pedidos de patentes com pelo menos uma mulher inventora variou, em média, entre 13% para a engenharia mecânica e 43% para a engenharia química.
Norte na vanguarda da inovação em Portugal
O Norte de Portugal continua a liderar o ranking regional com 179 pedidos de patentes junto da OEP, uma quota de cerca de 52% do total de pedidos, verificando-se um aumento de 13,3% em relação ao ano passado.
Seguiram-se as regiões Centro e Lisboa, com 86 e 69 pedidos de patentes, respetivamente, com o centro do país a registar um aumento de quase 18% nos pedidos de patentes europeias em 2024, quando comparado com o ano anterior.
Tendências mundiais e europeias
Os Estados Unidos mantiveram a posição como principal país de origem dos pedidos de patentes europeias, seguidos da Alemanha, do Japão, da China e da República da Coreia. Os estados membros da OEP foram responsáveis por 43% dos pedidos, enquanto 57% vieram de fora da Europa.
Verifica-se que a Coreia do Sul registou o maior crescimento (+4,2%), a China registou um aumento de 0,5%, enquanto as empresas e inventores dos EUA (-0,8%) e do Japão (-2,4%) apresentaram menos pedidos.
Os pedidos de patentes dos 39 Estados-Membros da OEP registaram um aumento de +0,3%, impulsionado pelo crescimento da Suíça (+3,2%) e do Reino Unido (+3,1%), enquanto os pedidos dos Estados-Membros da UE-27 diminuíram -0,4%. A Alemanha (+0,4%) e a França (+1,1%), os dois principais países europeus que apresentaram pedidos, registaram um ligeiro aumento em 2024.
“Apesar das incertezas políticas e económicas, as empresas e os inventores europeus apresentaram mais pedidos de patentes no ano passado, o que evidencia as suas capacidades tecnológicas e o seu investimento contínuo em I&D”, afirma o presidente da OEP, citado em comunicado.
“Para se manter competitiva a nível mundial, a Europa deve reforçar o seu ecossistema de inovação e fazer mais para ajudar os inventores a expandir e comercializar as suas invenções, especialmente em áreas críticas como as tecnologias verdes, a IA e os semicondutores”, assegura afirma António Campinos.
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