Governo garante medidas se preços dos combustíveis sofrerem “agravamentos muito significativos”
O Executivo vê novos aumentos dos preços como "largamente potenciais". Ministro Leitão Amaro diz que facto de Portugal comprar crude e gás principalmente do Atlântico ajudará a mitigar impacto.
O Governo considera o impacto da escalada do conflito no Médio Oriente nos preços dos combustíveis em Portugal ainda “largamente potenciais”, afirmou esta segunda-feira António Leitão Amaro, ministro da Presidência de Conselho de Ministros, prometendo, contudo, que se se registarem agravamentos “muito significativos” o Executivo “naturalmente tomará medidas“.
Questionado em conferência de imprensa, após o Conselho de Ministros, Leitão Amaro explicou que “não houve nenhuma deliberação sobre essa matéria [do aumento dos preços do petróleo e dos combustíveis], tanto que o conflito teve um agravamento significativo este fim de semana”.
Os Estados Unidos no sábado à noite entraram na guerra entre Israel e o Irão, bombardeando três centrais nucleares iranianas. O preço do barril de Brent, referência para a Europa, abriu a semana em alta, mas já recua 0,30% para 75,27 dólares, com os investidores e analistas a apostarem num recuo do Irão, com Teerão a optar por não bloquear o Estreito de Ormuz, passagem crucial para o petróleo do Golfo Pérsico.
“Os efeitos na formação dos preços, nos mercados internacionais, irão sentir-se mais à frente“, explicou Leitão Amaro. “A sua repercussão na formação dos preços, já não do crude, mas dos combustíveis aos clientes, ainda mais à frente ocorrerá“.
O ministro adiantou que o Conselho de Ministros discutiu a evolução da situação internacional em vários âmbitos, mas escolheu por recordar dois aspetos.
“Primeiro, Portugal tem o seu fornecimento de petróleo e gás muito assente em origens atlânticas, norte e sul do Atlântico e norte de África, muitos de contratos de longo prazo, portanto de uma certa perspetiva há aí um fator que mitiga uma preocupação que eu creio que não apenas os governantes mas todos os cidadãos do mundo sentem estes dia como um escalar do conflito que nos preocupa muito e que nós gostaríamos que não se agravasse”, salientou.
“Mas não haja dúvidas, a formação de preços nos mercados é influenciada pelo conjunto das evoluções geopolíticas também em todos os países produtores“, lembrou. “Relativamente às medidas, esses impactos ainda são largamente potenciais, e se se registarem alterações – agravamentos muito significativos – duradouras o Governo naturalmente tomará medidas para esse efeito”.
“Nós estamos atentos”, garantiu.
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