Xiaomi lança primeiro SUV elétrico e óculos com IA que permitem pagar só com o olhar

  • Joana Abrantes Gomes
  • 15:27

O YU7 será mais barato do que o Model Y da Tesla. Quanto aos Xiaomi AI Glasses, a funcionalidade mais aplaudida durante o evento foi a capacidade de realizar pagamentos ao olhar para um QR Code.

O evento de apresentação de novos produtos da Xiaomi, que decorreu na quinta-feira, em Pequim, trouxe novidades nos ramos da tecnologia e da mobilidade elétrica que prometem competir, respetivamente, com a Meta e a Tesla.

Uma delas é o novo automóvel SUV elétrico YU7, que tem uma autonomia de até 835 quilómetros, o que compara com os 719 quilómetros do mais recente Modelo Y da Tesla, lançado em janeiro.

O YU7 — que é o segundo carro da Xiaomi desde que a empresa chinesa, no ano passado, entrou neste setor com o sedan elétrico desportivo SU7 –, vai ser vendido a partir de 253.500 yuan (30.186 euros), quase 4% abaixo do preço do Modelo Y da Tesla na China.

Os modelos premium, o YU7 Pro e o YU7 Max, terão um custo de 279.900 (33.314 euros) e 329.900 yuan (39.265 euros), respetivamente.

O Xiaomi YU7 é o primeiro SUV da marca chinesa de tecnologiaD.R.

O CEO e fundador da Xiaomi, Lei Jun, disse pretender que o YU7 desafie o Modelo Y e alguns analistas entendem que o carro tem potencial para ser um sucesso. “O YU7 servirá para testar se a Xiaomi consegue alargar o seu apelo para além dos primeiros utilizadores e dos entusiastas da tecnologia, para se tornar um interveniente sério no segmento dos veículos elétricos para o mercado de massas”, afirmou Rosalie Chen, analista sénior da Third Bridge.

Outra das novidades são os óculos inteligentes Xiaomi AI Glasses, um dispositivo que pretende competir diretamente com os óculos da Meta desenvolvidos em colaboração com a Ray-Ban.

A empresa já tinha apresentado o seu primeiro conceito neste mercado em 2021, a que se seguiu um protótipo de realidade aumentada em 2023 e um modelo focado em reprodução de áudio que fez sucesso na China no último ano.

A diferença para o modelo apresentado na quinta-feira é a integração de funcionalidades de inteligência artificial (IA). Equipados com um processador Snapdragon AR1, os óculos têm cinco microfones e colunas que lhes permitem realizar chamadas de voz e ouvir música. A bateria tem 263 mAh e uma autonomia que a Xiaomi diz ser de 8 horas e 36 minutos, podendo ser carregada através de uma porta USB-C.

Além disso, têm a capacidade de gravar vídeos em resolução 1440p (Quad HD) até 30 fps com uma câmara de 12 megapíxeis com HDR, que também permite realizar transmissões em direto nas redes sociais, tirar fotografias e reconhecer objetos, plantas ou animais, como se tivesse um Google Lens integrado. O sistema pode ser controlado por voz ou através de uma pequena área de controlo na haste direita.

Outro aspeto inovador é a tecnologia eletrocrómica das lentes: deslizando o dedo numa das hastes, pode-se alterar a cor ou a opacidade das lentes. A Xiaomi criou dois modelos com esta funcionalidade: um que permite escurecer a lente (monocromático) e outro que alterna entre as cores roxo, azul, rosa e cinza.

Ainda assim, a funcionalidade mais aplaudida durante o evento foi a capacidade de realizar pagamentos apenas com o olhar. Ao focar um código QR, os Xiaomi AI Glasses processam a transação, um método de pagamento extremamente comum na Ásia através de plataformas como o WeChat.

Por enquanto, os óculos estão confirmados para ser vendidos apenas no mercado chinês, mas os preços, convertidos em euros, vão desde os 238 euros na versão padrão aos 357 euros na versão eletrocrómica a cores.

A Xiaomi revelou ainda que vai estabelecer parcerias com a BYD, a GAC Toyota e a Zhengzhou Nissan para construir um ecossistema que ligue humanos, casas e carros.

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