Investigadores portugueses usam IA para prever risco de morte após AVC
Modelo de IA não só permite aos profissionais de saúde fazer uma melhor triagem, como pode ser adaptado a outro tipo de situações clínicas graves, dizem os investigadores da NOVA IMS e UAlg.
Investigadores da NOVA Information Management School (NOVA IMS) e da Universidade do Algarve (UAlg) criaram um modelo de Inteligência Artificial (IA) capaz de prever o risco de morte após um Acidente Vascular Cerebral (AVC), com um grau de probabilidade de 98,5%. O modelo não só permite aos profissionais de saúde fazer uma melhor triagem, como pode ser adaptado a outro tipo de situações clínicas graves.
“Este tipo de sistema permite aos profissionais de saúde agir mais cedo nos casos mais graves e adaptar os cuidados às necessidades reais de cada doente”, explicam os autores do estudo, citados em comunicado. “Este modelo pode ser adaptado a outras condições críticas, como infeções hospitalares ou risco de readmissão, contribuindo para uma gestão mais eficiente e uma medicina mais humana”, sublinha a equipa de investigação composta pelos investigadores David Castro (NOVA IMS), Nuno António (NOVA IMS), Ana Marreiros (UAlg) e Hipólito Nzwalo (UAlg).
Dados clínicos reais de mais de 330 doentes internados Centro Hospitalar Universitário do Algarve entre 2016 e 2018, recolhidos nas primeiras horas após o internamento, estão na base deste modelo, que analisou 24 fatores de risco, desde indicadores clínicos objetivos, até variáveis relacionadas com o historial de saúde dos pacientes, pode ler-se no comunicado.
Grau de gravidade do AVC à entrada (escala NIHSS); a frequência respiratória; a glicemia; os níveis de hemoglobina; a idade; e o estado de consciência do paciente estão entre os fatores com maior peso na previsão.
“O modelo utilizado recorre a uma técnica avançada de Inteligência Artificial que combina múltiplas árvores de decisão para identificar padrões difíceis de detetar apenas com análise humana. Além da elevada precisão, a ferramenta permite aos médicos perceber exatamente quais os fatores que estão a influenciar cada previsão, o que torna a decisão clínica mais rápida, fundamentada e transparente”, destaca comunicado.
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