Deputados e ex-governantes do PS indignados com “demolição de princípios e de barracas”
Mendonça Mendes, João Costa e Isabel Moreira estão entre os signatários da carta aberta a apelar à "coerência" e "à mobilização das estruturas do PS para refletir" sobre casos como o de Loures.
Ex-governantes e deputados do PS, entre os quais João Costa e António Mendonça Mendes, lançaram esta terça-feira uma carta aberta manifestando “profunda indignação e preocupação” com “a demolição do teto de dezenas de famílias”, autorizada por autarcas socialistas.
Com o título “sobre a demolição de princípios e de barracas”, a carta aberta de “militantes e simpatizantes do PS” foi lançada por um conjunto de socialistas e, segundo os promotores, conta já com a assinatura de uma centena de pessoas.
Entre os nomes que estiveram na origem desta carta, está o do ex-ministro da Educação João Costa, os ex-governantes de executivos de António Costa e atualmente deputados António Mendonça Mendes e Frederico Francisco ou a deputada Isabel Moreira, entre outros.
“Assistimos com desagrado à demolição do teto de dezenas de famílias, autorizada por autarcas do PS, sem que tivesse sido previamente acautelada a proteção destas famílias empurradas para a condição de sem-abrigo. Vimos, assim, expressar a nossa profunda indignação e preocupação. Assistimos ao fim da linha – da insalubridade e precariedade de uma barraca, para a rua”, condenam.
Para estes socialistas, demolir barracas “sem garantir soluções habitacionais alternativas, adequadas e imediatas” contraria os “princípios constitucionais e estatutários” e “mancha a credibilidade e o compromisso ético que o PS deve assumir perante os cidadãos”.
“Apelamos à coerência: a política socialista começa pelas pessoas, nunca contra elas. Apelamos à mobilização das estruturas do PS para refletir sobre estas práticas e defender com coerência os valores que nos definem. Queremos um PS que seja, verdadeiramente, um instrumento de transformação social, justiça e solidariedade – não apenas nas palavras, mas sobretudo nos atos”, desafiam.
A autarquia de Loures, presidida pelo socialista Ricardo Leão, iniciou na segunda-feira uma operação de demolição de 64 habitações precárias, onde vivem 161 pessoas, no Talude Militar. O Tribunal Administrativo de Círculo de Lisboa aceitou entretanto, provisoriamente, uma providência cautelar interposta por uma advogada em representação de 14 moradores do bairro.
O tribunal considera “verificada a situação de especial urgência”, decretando a notificação da sua decisão “de imediato e da forma mais expedita”, e recorda ainda que “o processo cautelar é um processo urgente”, dando ao município um prazo de 10 dias para contestar a decisão, “sem prejuízo do despacho”.
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