Santana sugere que reforço do investimento em Defesa pode implicar cortes na ferrovia

  • Lusa
  • 12:49

Autarca da Figueira da Foz diz que “ou a economia cresce” ou há um “zunzum” de que os cortes para reforçar o investimento na Defesa podem ser na ferrovia. Tal seria um "erro crasso”, defende.

O antigo primeiro-ministro Pedro Santana Lopes disse esta terça-feira esperar que o reforço anunciado do investimento em Defesa não signifique cortes na ferrovia, dizendo ter ouvido “um zunzum de alta fonte” nesse sentido.

O presidente da Câmara da Figueira da Foz, independente mas recandidato com o apoio do PSD, foi um dos oradores nas jornadas parlamentares do PSD/CDS-PP, que terminam esta terça-feira em Évora, num painel sobre “O Poder Local e a Reforma do Estado”.

“Há um zunzum, um zunzum, mas de alta fonte, de que não se mexe no Estado Social para reforçar o investimento na Defesa. Então mexe-se onde? Ou a economia cresce ou há um zunzum de que o corte pode ser na ferrovia. Nalgum lado tem que haver corte, eu só quero dizer que na ferrovia é um erro crasso“, avisou.

Sobre o tema do painel, Santana Lopes admitiu que “é uma ousadia” o segundo Governo de Luís Montenegro ter criado um ministério próprio para a Reforma do Estado, mas disse ter cada vez mais dúvidas sobre os poderes das estruturas intermédias.

“Eu que, até certa altura, sempre admiti o caminho da regionalização, hoje em dia tenho mais medo das entidades regionais do que da dependência do poder central“, afirmou.

Por isso, defendeu, a guerra não pode ser “só à burocracia, tem de ser aos pequenos poderes, aos ditadorezinhos”, que considera existirem por vezes nas estruturas intermédias.

O outro orador do painel, o candidato do PSD/CDS-PP/IL à Câmara Municipal do Porto, Pedro Duarte, mostrou-se mais entusiasmado com a reforma do Estado, dizendo ter uma confiança “total e absoluta” na visão do primeiro-ministro, que classificou como “uma mudança de chip”.

“Depois de oito anos em que também nesta matéria houve uma absoluta apatia, aqueles onze meses de aprendizagem já permitiram que o próprio primeiro-ministro tenha percebido de forma absolutamente clara e inequívoca que esta é uma matéria fundamental para o futuro do país e está a assumi-la como tal”, defendeu.

Pedro Duarte considerou que a reforma do Estado pode ser “uma grande oportunidade” também para os autarcas, onde espera incluir-se a partir das eleições de 12 de outubro.

“E já agora, se for preciso uns projetos-piloto para experimentar este aprofundamento da descentralização, o Porto estará disponível para darmos o pontapé de saída, como eu estou certo que outros estarão”, disse.

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