Caixa lidera no teste de stress do BCE e reforça liderança na banca da Zona Euro

O banco público volta a afirmar-se como uma referência europeia na resiliência bancária, sendo a instituição com a menor perda de capital da área do euro no decorrer do exercício adverso do BCE.

A Caixa Geral de Depósitos é a instituição entre os 64 bancos europeus analisados no teste de stress de 2025 da Autoridade Bancária Europeia (EBA) com a menor destruição de valor num cenário adverso construído pelo Banco Central Europeu (BCE), para testar a resiliência do setor bancário europeu. Mesmo perante um cenário económico adverso que simula uma recessão severa, a Caixa manteria um rácio de capital CET1 de 20,71% no final de 2027.

No contexto adverso definido para o exercício, a Caixa manteve a capacidade de distribuição, no período, de mais de mil milhões de euros de dividendos, para além dos 3.350 milhões de euros pagos desde a recapitalização de 2017″, refere a Caixa em comunicado enviado à CMVM. “O teste da EBA vem sublinhar que a Caixa, fruto dos resultados que tem vindo a apresentar nos últimos anos, está hoje melhor preparada para enfrentar condições adversas e, deste modo, continuar a apoiar a economia portuguesa e os portugueses”, Além disso, o banco pública sublinha que

Entre as instituições analistas, apenas o italiano ICCREA Banca apresenta um rácio CET1 superior ao da Caixa (21,3%) no fim do exercício realizado, mas ao contrário do banco português, a instituição italiana apresentaria uma destruição de 1,9 pontos percentuais do rácio de capital nos três anos do exercício.

Os resultados, divulgados esta quinta-feira, testou a capacidade de resistência do sistema bancário europeu a uma hipotética deterioração económica severa, incluindo um declínio cumulativo do PIB europeu de 6,3% ao longo de três anos. O desempenho do banco liderado por Paulo Macedo confirma a solidez de uma instituição que, há apenas dois anos, já tinha conquistado o terceiro lugar no ranking europeu dos testes de stress de 2023, consolidando agora a sua posição entre as instituições mais resilientes do continente.

Os números apresentados pela Caixa no teste de stress deste ano revelam uma instituição preparada para enfrentar turbulências económicas significativas. No cenário adverso considerado pelo exercício da EBA, o banco público português registaria lucros de 821 milhões de euros em 2027, comparativamente aos 1.289 milhões de euros previstos no cenário base, e nunca apresentaria prejuízos nos três anos do exercício. Esta diferença representa uma redução de cerca de 468 milhões de euros na rentabilidade, mas mantém o banco em território claramente positivo mesmo numa situação de crise severa.

O rácio CET1 da Caixa, que mede a qualidade e quantidade do capital de melhor qualidade de um banco, situar-se-ia em 20,71% no final do período de teste, partindo de uma posição inicial de 20,26% em dezembro de 2024 – ou de 20,71% também em dezembro do ano passado com base na inclusão das regras e exigências legais que vão ser obrigatórias no futuro, segundo a mais recente atualização da regulamentação europeia para os bancos (CRR3). Este desempenho contrasta favoravelmente com a média europeia, onde o rácio CET1 agregado dos bancos testados cairia para 12% no cenário adverso.

O desempenho da Caixa destaca-se não apenas no contexto europeu, mas também na Península Ibérica, onde o banco público português mantém consistentemente os melhores rácios de capital da região.

Os testes de stress deste ano abrangeram 96 bancos sob a supervisão direta do Banco Central Europeu, que representam cerca de 83% dos ativos totais do setor bancário da Zona Euro, e introduziu novidades significativas, nomeadamente a aplicação antecipada do regulamento CRR3, que representa o novo quadro regulatório bancário europeu com implementação prevista para 2033. Esta alteração obrigou os bancos a reajustar os seus rácios de capital, sendo que a Caixa conseguiu manter uma performance sólida mesmo com as novas regras mais exigentes.

Os resultados do exercício da EBA e do BCE não constituem um teste de aprovação ou reprovação, mas servirão como fonte de informação crucial para o Processo de Revisão e Avaliação de Supervisão (SREP) conduzido pelas autoridades competentes, destacam as autoridades europeias em comunicado.

O desempenho da Caixa destaca-se não apenas no contexto europeu, mas também na Península Ibérica, onde o banco público português mantém consistentemente os melhores rácios de capital da região. Esta posição de liderança ibérica tinha já sido conquistada nos testes de stress de 2023 e consolida-se agora com os resultados de 2025.

Os bancos portugueses têm demonstrado uma resistência notável nos sucessivos exercícios da EBA, com o BCP também a acompanhar a Caixa como as duas instituições nacionais incluídas no teste principal. O Novobanco, por sua vez, foi incluído numa amostra paralela de 45 bancos de média dimensão testados diretamente pelo BCE.

(O texto foi revisto às 20h27 com a indicação da liderança da Caixa com base na destruição de valor sob o efeito dos testes de stress e não com base no rácio CET1, como estava inicialmente.)

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