IGAS descarta nexo de causalidade entre morte em Montemor-o-Velho e atraso do INEM

  • Lusa
  • 7 Agosto 2025

A IGAS indica que o "contacto para a linha 112, só foi feito passado 21 minutos depois da vítima ter sido encontrada inconsciente e sem respirar" em Montemor-o-Velho durante a greve do INEM.

A Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) concluiu não haver uma relação de causalidade entre o atraso no atendimento de uma chamada pelo INEM e a morte de uma mulher de 73 anos em Montemor-o-Velho em novembro de 2024.

A conclusão do inquérito da IGAS a este caso, que ocorreu a 4 de novembro de 2024, quando a greve dos técnicos do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) atrasou a resposta a emergências, afirma que “não é possível o estabelecimento de um nexo de causalidade entre a demora no atendimento da chamada de socorro pelo CODU [Centro de Orientação de Doentes Urgentes] e o desfecho fatal”.

Segundo concluiu a IGAS, o “contacto para a linha 112, só foi feito passado 21 minutos depois da vítima ter sido encontrada inconsciente e sem respirar”.

A peritagem médica referiu que em caso de cardiorrespiratória as manobras de reanimação devem ser iniciadas de imediato e que ao fim de dez minutos sem esta atuação a recuperação é praticamente impossível”, acrescenta-se ainda no comunicado da IGAS divulgado esta quinta-feira.

A IGAS adianta que o relatório com as conclusões relativas a este caso foi remetido ao conselho diretivo do INEM, ao Ministério Público de Coimbra, onde decorre um inquérito sobre o caso, e ao gabinete da ministra da Saúde, para conhecimento.

A 4 de novembro de 2024 coincidiram duas greves que agravaram os atrasos no atendimento por parte do INEM: a greve às horas extraordinárias dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (TEPH) e a paralisação da Função Pública. Um relatório anterior da IGAS revelou que, neste dia, mais de metade das chamadas para o INEM foi abandonada, com apenas 2.510 das 7.326 chamadas atendidas.

Além do relatório relativo aos impactos das greves na capacidade de resposta dos Centros de Orientação de Doentes Urgentes (CODU), a IGAS autonomizou os relatórios relativos a 12 mortes. Este é o nono caso já concluído e em dois deles os óbitos foram associados ao atraso no socorro.

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