Cortiça e medicamentos genéricos escapam a tarifas de 15% com acordo EUA-UE

Comissão Europeia divulgou esta quarta-feira a declaração conjunta do acordo comercial com os EUA. Documento menciona "isenções significativas", nomeadamente em indústrias relevantes para Portugal.

O acordo entre a União Europeia (UE) e os Estados Unidos que estabelece tarifas a 15% para a maioria das exportações prevê que a cortiça e os medicamentos genéricos como exceções, com as taxas aduaneiras nulas (ou quase nulas), mas deixa os vinhos e bebidas alcoólicas europeias fora das isenções.

“Hoje, tenho o prazer de anunciar que cruzámos a meta“, disse o comissário europeu do Comércio e Segurança Económica, cerca de um mês após o aperto de mão entre o presidente norte-americano, Donald Trump, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

“Garantimos isenções significativas – tarifas a zero ou próximas de zero – em áreas importantes. Isto inclui recursos naturais indisponíveis, como cortiça, aviões e peças de aviões, medicamentos genéricos e os seus ingredientes e precursores [compostos] químicos”, informou o executivo comunitário na sequência da declaração conjunta UE-EUA.

Bruxelas considera que este acordo “não é o fim”, mas um ponto de partida para incluir mais setores de atividade económica “ao longo do tempo”.

“A nossa relação transatlântica é uma das maiores parcerias económicas do mundo. Este acordo tem um objetivo claro e comum: firmá-lo e ajudar a impulsionar a reindustrialização em ambos os lados do Atlântico. Queremos explorar plenamente o potencial do nosso poder económico agregado”, comentou o comissário europeu do Comércio e Segurança Económica, Maroš Šefčovič.

Os Estados Unidos e a UE assinaram a 31 de julho um acordo que prevê um limite tarifário de 15% sobre bens europeus, incluindo automóveis e peças de automóveis, produtos farmacêuticos e semicondutores (chips). Dias mais tarde, Donald Trump decidiu que iria adiar as novas tarifas globais, que estavam previstas para arrancar mais cedo, até 7 de agosto. Bruxelas seguiu a mesma postura e suspendeu, durante seis meses, as tarifas de retaliação.

No entanto, o acordo transatlântico ainda tinha algumas pontas soltas por esclarecer, nomeadamente as taxas sobre as bebidas alcoólicas ou as componentes automóveis, que não eram mencionadas como exceção no decreto executivo do presidente dos Estados Unidos assinado a 31 de julho. Só hoje ficou confirmado que os vinhos foram penalizados, mas há boas notícias para os automóveis.

“As tarifas sobre automóveis e peças automóveis vão descer para 15%, a partir de 1 de agosto, ajudando a nossa indústria automóvel a manter-se competitiva a nível global”, adiantou o comissário europeu a propósito das taxas de 25% que impactavam as fabricantes de veículos e peças.

Notícia atualizada às 13h27

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