Trabalhadores da Carris apresentaram “queixas sucessivas” quanto à manutenção dos elevadores em Lisboa
O dirigente sindical da Fectrans e do STRUP critica que a manutenção destes elevadores regresse à "responsabilidade dos trabalhadores da Carris e não ser entregue a empresas exteriores".
Os trabalhadores da empresa municipal Carris, em Lisboa, apresentaram “queixas sucessivas” quanto à necessidade de manutenção dos elevadores, inclusive o da Glória que descarrilou esta quarta-feira, afirmou Manuel Leal, dirigente sindical da Fectrans e do STRUP.
“Fundamentalmente, aquilo que nos parece sobre este acidente é que deve haver um inquérito rigoroso às suas causas […], deve haver este inquérito às causas profundas deste acidente, até porque os trabalhadores já vêm reportando de há muito tempo questões da necessidade da manutenção destes elevadores voltar à responsabilidade dos trabalhadores da Carris e não ser entregue a empresas exteriores, como é o caso concreto do elevador da Glória”, afirmou Manuel Leal, em declarações à agência Lusa.
Representante de todos os trabalhadores da Carris, o dirigente sindical da Fectrans – Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores dos Transportes e Comunicações e do Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos de Portugal (STRUP) lamentou profundamente as vítimas do descarrilamento do elevador da Glória, sem dispor de informação sobre a situação em que estará o guarda-freio.
“Os próprios trabalhadores iam reportando, de facto, estas diferenças em termos daquilo que a manutenção que há uns anos era feita pelos trabalhadores da Carris e as diferenças para a manutenção que é feita hoje, nomeadamente com queixas sucessivas dos trabalhadores que lá laboram quanto ao nível de tensão dos cabos de sustentação destes elevadores”, adiantou.
Na perspetiva de Manuel Leal, o descarrilamento do elevador da Glória, “lamentavelmente, […] veio dar razão a estas queixas dos próprios trabalhadores e deve levar o Conselho de Administração, perante um inquérito rigoroso a estas causas, a reequacionar a entrega a privados desta manutenção”, fazendo com que a manutenção volte à responsabilidade da qualidade com que os trabalhadores das oficinas da Carris têm sempre colocado na manutenção do material circulante.
A PSP confirma a existência de vítimas mortais no descarrilamento do elevador da Glória, em Lisboa, hoje ao fim da tarde, mas não específica o número de mortos. Numa nota, o Presidente da República “lamenta profundamente o acidente ocorrido esta tarde com o elevador (funicular) da Glória, em Lisboa, em particular as vítimas mortais e os feridos graves, bem como os vários feridos ligeiros”.
Fonte oficial da PSP confirmou à Lusa a existência de mortos, mas não avança para já com números. O elevador da Glória, em Lisboa, descarrilou esta tarde, pelas 18:04, na Calçada da Glória. Meia hora depois, em declarações à Lusa, a diretora municipal da Proteção Civil, Margarida Castro Martins, indicou que há registo de 20 pessoas envolvidas, dois feridos em estado crítico, cinco ligeiros e vários encarcerados.
De acordo com a página da Autoridade Nacional de Emergência e proteção Civil, pelas 19:30, estavam no local 62 operacionais e 22 viaturas. O elevador da Glória é gerido pela Carris, liga os Restauradores ao Jardim de São Pedro de Alcântara, no Bairro Alto, num percurso de cerca de 265 metros e é muito procurado por turistas.
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