Meo une-se a associação contra perigos do excesso de ecrãs nas escolas

A operadora de telecomunicações vai lançar um portal online com informação sobre os riscos associados ao uso excessivo da tecnologia e prevê outras iniciativas em parceria com a Mirabilis.

A Meo fez um acordo com associação Mirabilis, dedicada à consciencialização dos perigos que o excesso de erãs tem nas crianças e adolescentes, para diminuir a dependência digital dos mais novos. A operadora de telecomunicações liderada por Ana Figueiredo, através da fundação, vai lançar um portal online com informação sobre os riscos associados ao uso excessivo da tecnologia e prevê outras iniciativas conjuntas ao longo do tempo.

“Estamos focados em usar a nossa posição de liderança e a confiança dos portugueses para garantir que todos tenham acesso à informação e às ferramentas necessárias para construir um futuro digital mais seguro e humano para os jovens. Com esta parceria, e beneficiando da vasta experiência e credibilidade da Mirabilis, acreditamos que podemos acelerar uma mudança estrutural”, afirma Madalena Albuquerque, administradora executiva da Fundação Meo.

Na semana em que os alunos do 1º ao 6º ano regressam às aulas sem poderem usar smarphones e tablets, a Meo considera que é uma questão de responsabilidade digital divulgar “evidência científica” em parceria com a Mirabilis com o objetivo de: prevenir comportamentos de risco e aditivos; capacitar pais, educadores e jovens para uma utilização consciente da tecnologia e promover mudanças de comportamento que contribuam para uma relação saudável com ecrãs interativos.

Dados da OCDE mostram que um em cada seis adolescentes portugueses sentem ansiedade sem o telemóvel, sendo que as crianças e jovens entre os 10 e os 17 anos de idade passam, em média, mais de quatro horas por dia online – número que sobe para cinco horas diárias ao fim de semana, segundo as conclusões de um inquérito realizado pela Mirabilis.

Da palavra em latim que significa “maravilha”, a Mirabilis nasceu do “desassossego” que um grupo de pais sentiu em relação à problemática dos ecrãs na educação. O objetivo da entidade fundada por Matilde Braamcamp Sobral e Mariana Norton dos Reis – que garante não ser contra a tecnologia – é promover uma parentalidade informada para ajudar crianças e jovens a desenvolverem-se “no mundo real”.

“Queremos os nossos jovens maravilhados com o mundo que os rodeia e não hipnotizados a olhar o mundo de cabeça para baixo. Uma comunidade informada é a base para a mudança de hábitos e reversão de problemas de saúde que estão a afetar uma geração”, alerta a associação Mirabilis.

Mariana Norton dos Reis, fundador da Mirabilis, mostra-se esperançosa de que a parceria com a Meo faça com que “o tema do impacto do uso excessivo de ecrãs na saúde e desenvolvimento das crianças e jovens possa ser amplamente divulgado”.

“É urgente que o conhecimento sobre boas práticas e a prevenção de comportamentos aditivos possa chegar a muitas famílias e incentive a boas reflexões e novos comportamentos”, sublinha.

Telemóveis proibidos até ao 6º ano de escolaridade

O Governo aprovou este verão a proibição da utilização de telemóveis nas escolas até ao 6º ano de escolaridade, no âmbito dos resultados de um estudo do Centro de Planeamento e de Avaliação de Políticas Públicas sobre as recomendações emitidas pelo Ministério da Educação, Ciência e Inovação, em setembro de 2024.

O Conselho de Ministros deu ‘luz verde’, no início de julho, ao decreto-lei que “regula a utilização, no espaço escolar, de equipamentos ou aparelhos eletrónicos com acesso à internet, como smartphones, proibindo o seu uso pelos alunos do 1º e do 2º ciclos do ensino básico, a partir do próximo ano letivo”.

O diploma, mais tarde promulgado pelo Presidente da República, foi aprovado a par com a revisão da disciplina de Cidadania e Desenvolvimento no ano letivo de 2025/2026.

Além da proibição nestes anos de escolaridade, o Governo recomenda “medidas restritivas” no 3º ciclo de forma a desincentivar o uso destes equipamentos eletrónicos durante as aulas e recreios. Entre as ideias deixadas para ocupar o tempo passado nos smartphones e promover a socialização e bem-estar estão a criação de espaços de lazer e a organização de atividades desportivas ou jogos.

Importa explicar que a proibição não abrange alunos que dominem pouco (ou nada) a língua portuguesa e utilizem o telemóvel para traduções, bem como outras exceções (inclusive de saúde) autorizadas pela escola.

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