Certificados de Aforro batem novo recorde pelo 11.º mês consecutivo
O stock de Certificados de Aforro aumentou 0,85% em agosto e alcançou um novo recorde de 38,6 mil milhões de euros, apesar da taxa de remuneração ter baixado para menos de 2% nesse mês.
Os portugueses voltaram a apostar nos Certificados de Aforro em agosto, fazendo crescer o stock destes títulos de dívida do Estado pelo 11.º mês consecutivo, num movimento que levou a novo recorde de 38,6 mil milhões de euros.
Este montante representa um aumento mensal de 0,85%, correspondente a mais 325 milhões de euros face a julho, segundo dados divulgados esta sexta-feira pelo Banco de Portugal.
A aposta das famílias portuguesas neste instrumento de poupança mantém-se resiliente mesmo perante a deterioração da remuneração. Agosto marcou o primeiro mês em que a taxa de juro base dos Certificados de Aforro da Série F caiu para baixo dos 2% pela primeira vez desde setembro de 2022. As novas subscrições realizadas em agosto apresentaram uma taxa base de 1,987%, quebrando assim uma barreira psicológica importante para os aforradores – que em setembro foi recuperado, com a taxa base das novas subscrições a fixar-se em 2,028%
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O dinamismo da procura pelos Certificados de Aforro torna-se ainda mais evidente quando analisado numa perspetiva de médio prazo. Em agosto, o stock registou um crescimento de 13,63% face ao mesmo mês do ano anterior, sendo este o maior crescimento homólogo desde março de 2024, quando aumentou 18,7%.
Esta aceleração contrasta com o abrandamento que se registava nos primeiros meses do ano e demonstra que, apesar da queda da taxa base, os portugueses continuam a ver nestes títulos uma alternativa atrativa face aos depósitos bancários.
Desde o início do ano até agosto, o stock de Certificados de Aforro já cresceu cerca de 11%, correspondente a mais de 3,8 mil milhões de euros. Este crescimento acumulado evidencia a confiança mantida pelas famílias neste produto, mesmo num contexto de mercado menos favorável em termos de remuneração.
Certificados do Tesouro em queda livre há quase quatro anos
Em contraste com o sucesso dos Certificados de Aforro, os Certificados do Tesouro apresentam uma realidade completamente diferente. Em agosto, estes títulos contabilizaram o 46.º mês consecutivo de queda, com o stock a recuar 1,8% face a julho e 16,4% face a agosto do ano anterior, situando-se em cerca de 8,5 mil milhões de euros, o valor mais baixo desde fevereiro de 2016
A queda sistemática dos Certificados do Tesouro, que se iniciou em outubro de 2021 quando atingiu um máximo de cerca de 17,9 mil milhões de euros, reflete tanto a alteração das condições de mercado como a preferência clara dos aforradores pelos Certificados de Aforro.
A diferença na evolução destes dois produtos de retalho do Estado português ilustra bem as preferências dos investidores particulares: enquanto os Certificados de Aforro oferecem maior flexibilidade e uma estrutura de remuneração mais atrativa no curto prazo, os Certificados do Tesouro, com o seu prazo fixo de sete anos e estrutura de juros crescente, têm perdido interesse num contexto de incerteza sobre a evolução futura das taxas de juro.
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