Vasco Perestrelo: “Sempre acreditei em tudo na vida. Quando queres uma coisa, consegues mesmo”

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  • 22 Setembro 2025

No podcast E Se Corre Bem?, Vasco Perestrelo, CEO da MOP, fala sobre o seu percurso profissional, a nova geração e as tendências de um mundo acelerado.

O 44.º convidado do podcast E Se Corre Bem? é Vasco Perestrelo, CEO da MOP. A sua história profissional atravessa diferentes indústrias, da música ao cinema, da televisão aos conteúdos, até ao mundo da publicidade, revelando uma curiosidade constante e uma procura por experiências que o desafiassem.

Formado em Gestão de Empresas na Universidade Católica, Vasco Perestrelo começou por se aproximar do universo da música, contrariando a tendência da sua geração. “No meu tempo, queria ir tudo para a banca. Eu sempre adorei música. Quando eu disse aos meus avós que ia trabalhar na indústria da música, ficaram em choque – música é divertimento”. A escolha, que contrariava as expectativas, era para Vasco Perestrelo a forma natural de seguir a sua paixão. “O meu drive sempre foi fazer coisas em que eu tenho um interesse direto e que me dá prazer”, conta.

Ao longo da conversa, o CEO da MOP reflete sobre o presente e o futuro dos jovens, a velocidade das mudanças e o impacto das redes sociais. “Hoje, para um miúdo, tu tens de fazer aquilo que tu gostas”. Reconhece que os mais novos têm hoje oportunidades e referências diferentes, ainda que enfrentem desafios particulares. “A grande questão são sempre as transições, mas tudo se ajusta. O problema é que tudo muda muito rápido e muitas vezes”. Vasco Perestrelo dá o exemplo da Revolução Industrial, referindo que tudo o que aconteceu nos últimos 100 anos foi importante e afirmando que, atualmente, mudanças equivalentes acontecem de dois em dois anos e que tudo muda exponencialmente.

"Quando fazia uma viagem de autocarro para ir visitar a minha namorada levava um jornal para estar entretido. Agora, agarramos o telefone e só vemos o que o nosso algoritmo, via enganado, nos indica. Isso enche-nos de tal maneira, que é muito difícil arranjar espaço para o resto”

Vasco Perestrelo, CEO da MOP

O imediatismo das redes sociais e a ausência de “partes mortas” são pontos que destaca na forma como vivemos hoje. “Numa altura em que se tem tudo disponível, tu és muito menos. Crias mecanismos para estar muito mais fechado a muito menos coisas.” Para o CEO, essa transformação tem efeitos profundos. “Já não há partes mortas. Quando fazia uma viagem de autocarro para ir visitar a minha namorada levava um jornal para estar entretido. Agora, agarramos o telefone e só vemos o que o nosso algoritmo, via enganado, nos indica. Isso enche-nos de tal maneira, que é muito difícil arranjar espaço para o resto”, explica.

Além do percurso profissional, o presidente da MOP revela também uma filosofia de vida marcada pela confiança no poder de querer e perseguir objetivos. “Eu sempre acreditei em tudo na vida. Quando queres uma coisa, consegues mesmo”, partilha.

A sua carreira atravessou a BMG, onde trabalhou na direção de marketing de música e de cinema, e passou pela fundação da Sport TV. “Há duas coisas em termos de conteúdos que ainda hoje têm muita força, embora uma se tenha destacado. O futebol e o futebol em direto ainda é o que vale mais. O cinema perdeu, porque não é em direto. Hoje, as únicas coisas que ainda têm drivers de valor, numa lógica de conteúdos, são as coisas em direto.” Também falou da centralização dos direitos televisivos e da importância da concorrência saudável para o crescimento. “Os monopólios, com algumas honrosas exceções, que não sejam coisas que precisamos, só crescem em mercados concorrenciais.”

Foi administrador da PT Conteúdos, experiência que lhe deu consciência do papel estratégico dos conteúdos. Sobre essa fase admite: “A PT era a maior empresa do país de longe. Mesmo quem dizia mal, queria lá estar”, diz. Mas a política interna acabaria por ditar a sua saída. “Inevitavelmente, existiam umas lutas políticas doidas. A razão pela qual eu saí foi essa. Eu sentia que o meu lado, onde eu trabalhava, tinha desconfiança por eu ser amigo do outro lado.”

Mais tarde, passou para a agência RSCG como vice-presidente, onde aprendeu o valor de estar do outro lado da mesa. “Foi um tratamento de choque, porque é passar de comprador a vendedor. Vender é uma coisa pouco nobre – há um interesse por trás. Por isso, existe vergonha”. Mas reconhece que foi uma etapa fundamental: “Fez-me muito bem à minha autoestima, porque ouvi muitos nãos”. Porém, reforça: “Não conheço nenhum empreendedor que eu admire, que não tenha passado por isso”.

Hoje, à frente da MOP, olha para a evolução da publicidade exterior com otimismo. “Enquanto andarmos na rua, vão existir outdoors”. Quando comprou a empresa, “o outdoor era bom, mas não existia a perceção que o outdoor era um bom negócio.” No entanto, “em dez anos, aconteceram dois movimentos: não só o outdoor se digitalizou, tem uma margem de produção enorme e cresce a olhos vistos em todo o mundo, como os outros meios tradicionais caíram muito.”

Apesar da burocracia, que continua a ver como um entrave ao país, Vasco Perestrelo não deixa de reconhecer o potencial e o entusiasmo que Portugal desperta hoje. “Houve uma onda de entusiasmo com Portugal que podia ter acontecido há 20 anos. Só que não se teria propagado desta forma.”

Este podcast está disponível no Spotify e na Apple Podcasts. Uma iniciativa do ECO, na qual Diogo Agostinho, COO do ECO, procura trazer histórias que inspirem pessoas a arriscar, a terem a coragem de tomar decisões e acreditarem nas suas capacidades. Com o apoio do Doutor Finanças e da Nissan.

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