BFA dispara 25% no primeiro dia de negociação na bolsa de Luanda
Forte desempenho das ações do banco angolano detido em 33% pelo BPI no primeiro dia de negociação na Bodiva foi garantido com apenas 6 negócios, num volume de negociação de cerca de 3.600 euros.
O Banco de Fomento de Angola (BFA), detido em 33,35% pelo Banco BPI, registou uma valorização de 25% no seu primeiro dia de negociação na bolsa de Luanda (Bodiva), fechando nos 61.875 kwanzas por ação, acima dos 49.500 kwanzas fixados na oferta pública inicial.
Contudo, este desempenho deveu-se à concretização de apenas seis negócios que movimentaram 63 ações, num volume total de negócios de cerca de 3.600 euros, segundo dados do diário de bolsa da Bodiva.
Esta estreia em bolsa ocorre poucos dias após o BPI ter vendido uma participação de 14,75% no BFA por 103 milhões de euros, reduzindo a sua exposição de 48,1% para 33,35%. A operação, que decorreu no âmbito do maior IPO da história da bolsa angolana, gerou uma procura cinco vezes superior à oferta, com mais de 11 mil ordens de subscrição para 4,46 milhões de ações.
O movimento de venda do BPI surge na sequência da pressão exercida pelo Banco Central Europeu para que os bancos europeus reduzam a exposição ao mercado africano. João Pedro Oliveira e Costa, CEO do BPI, já admitiu que poderá reduzir ainda mais a participação no futuro. A participação no BFA tem sido, contudo, um negócio altamente lucrativo para o banco português.
A Unitel, controlada pelo Estado angolano, também participou na operação, vendendo 15% do capital e arrecadando 103,7 milhões de euros. Com esta transação, o BFA tornou-se na quinta empresa cotada na bolsa angolana e no terceiro banco, juntando-se ao BAI e ao Caixa Angola.
O reduzido volume de negociação no primeiro dia expõe as limitações estruturais do mercado de capitais angolano. Enquanto a procura inicial foi elevada, a atividade de negociação posterior mostra que a liquidez permanece um desafio significativo. A operação do BFA incluiu a entrada de 8.488 novos acionistas, diversificando a base societária do banco que conta com mais de 3 milhões de clientes e 194 balcões em Angola.
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