Israel intercepta flotilha onde segue Mariana Mortágua. Marcelo quer “todo o apoio consular aos compatriotas detidos”

  • Lusa e ECO
  • 1 Outubro 2025

Mariana Mortágua foi detida depois da embarcação onde seguia ter sido intercetada por navios israelitas. Marcelo Rebelo de Sousa assegura "todo o apoio consular aos compatriotas detidos".

A embarcação onde segue a coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Mariana Mortágua, integrada na flotilha que pretende levar ajuda humanitária a Gaza, foi intercetada pelas autoridades israelitas, adiantou a deputada portuguesa.

Num direto na rede social Instagram, Mariana Mortágua referiu, pelas 19:45 (hora portuguesa), que a embarcação onde seguia estava a ser intercetada por navios israelitas. Depois, a deputada indicou que os israelitas pediram para falar com o capitão da embarcação, com o direto a terminar pouco depois. A irmã e ex-deputada, Joana Mortágua, adiantou entretanto que a líder bloquista foi detida. Também a atriz Sofia Aparício terá sido detida durante a abordagem de Israel.

Manifestando repúdio pela detenção, Joana Mortágua realçou que é ilegal, acrescentando que ainda não tinha informações sobre o outro português integrado na flotilha, o ativista Miguel Duarte, nem sobre a embarcação onde seguia.

“Pela informação que temos [a interceção das forças israelitas] foi feita em águas internacionais, é ilegal esta ação [de Israel], para impedir a implementação de um corredor humanitário para levar comida a medicamentos à Faixa de Gaza”, vincou.

Marcelo Rebelo de Sousa, em nota de Belém, indica que assegurou, junto ao Governo, “todo o apoio consular aos compatriotas detidos”, através da embaixada portuguesa em Telavive, assim como o apoio no regresso a Portugal. O Presidente da República sublinha, em “particular”, o apoio quando “implica titulares de órgão de soberania”, como é o caso da deputada bloquista.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros afirmou também, em comunicado, que a proteção consular “esteve sempre garantida”, sublinhando que a missão foi acompanhada pela frota italiana a pedido do Governo português. Acrescenta que a embaixada de Portugal em Telavive mantém contacto há vários dias com as autoridades israelitas, às quais pediu que os cidadãos nacionais fossem tratados “com dignidade e sem violência” e em “respeito dos seus Direitos Humanos individuais”.

Os serviços consulares solicitaram ainda informação sobre o estado e o local de detenção dos cidadãos, de forma a garantir “a devida proteção diplomática e consular”. O Governo adiantou que Israel manifestou disponibilidade para autorizar uma visita “na primeira oportunidade” e que já foi possível contactar um dos portugueses em alto mar, reiterando que as autoridades portuguesas estão “alerta e totalmente disponíveis para prestar todo o apoio”.

Em vídeo na rede Instagram, gravado antes da abordagem israelita, Mariana Mortágua pede mobilização cívica “um pouco por todo o mundo para acabar com o genocídio e a impunidade” do país liderado por Benjamim Netanyahu. “Muito provavelmente, se estão a ver este vídeo, é porque fui levada contra a minha vontade para uma detenção pelas forças israelitas, agindo contra a lei internacional. Se for esse o caso, peço que contactem o governo português para que faça todos os esforços para garantir a libertação não só de mim própria, da Sofia Aparício e do Miguel Duarte, delegação portuguesa, mas todos os participantes desta missão”, apelou a deputada única do BE, agora com mandato suspenso.

O governo espanhol, por seu lado, criou uma unidade para seguir, permanentemente, a situação dos ativistas espanhóis intercetados pelos israelitas. O ministério dos Negócios Estrangeiros, liderado por José Manuel Albares, já “contactou” a diplomacia israelita e a delegação da UE em Telavive para “garantir toda a proteção diplomática e consular”. Também a vice-presidente do governo, Yolanda Díaz, também já exigiu a libertação “imediata” de qualquer detido na flotilha.

A Flotilha Global Sumud indicou no Instagram, pelas 19:43, que várias embarcações integradas na flotilha estavam a ser “ilegalmente intercetadas”.

“As câmaras [das embarcações] estão offline e militares israelitas estão a aceder às embarcações. Estamos ativamente a trabalhar para confirmar a segurança e o estado de todos os ativistas a bordo”, relatou a mesma fonte.

Israel emitiu uma ordem de paragem à flotilha de mais de 40 embarcações com ajuda humanitária destinada à Faixa de Gaza, invocando estar em vigor o seu bloqueio naval ao enclave palestiniano. “Às 20:25 (18:25 de Lisboa), Israel emitiu uma ordem de paragem dos barcos da Flotilha”, anunciaram ativistas da delegação italiana.

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