“Os tempos do orgulhosamente sós já foram”, diz CEO da TAP. “Daqui a um ano estaremos integrados num grupo gigante de aviação”
Luís Rodrigues, CEO da TAP, afirma que há "imensas oportunidades" para crescer no Brasil e no negócio da manutenção e engenharia.
O CEO da TAP, Luís Rodrigues, afirmou no World Aviation Festival, uma feira de aviação que decorre entre 7 e 9 de outubro na FIL, em Lisboa, que é inevitável que a companhia seja integrada num gigante do setor, processo que deverá estar concluído dentro de um ano.
“Daqui a um ano estaremos integrados num grupo gigante de aviação”, afirmou Luís Rodrigues, referindo-se ao processo de privatização de 49,9% da companhia. Questionado sobre a perda de independência, respondeu que “é um processo natural”. “Os tempos do orgulhosamente sozinho já foram. Havia um tempo em que isso era possível. Agora já não. Se estivermos sozinhos vai ser muito duro”, acrescentou.
O CEO da TAP foi questionado sobre o desafio de gerir os recursos humanos num contexto em que a transportadora está a ser vendida. “O que dizemos aos nossos colaboradores é continuarem a trabalhar até porque não temos a certeza se a privatização vai mesmo acontecer. Eu espero que sim”, respondeu. “O pior que pode acontecer é quem chegar dizer que estas pessoas estão paralisadas. Aí vão dizer: ‘podem sair’. Se virem que estão a fazer um bom trabalho, vão querer que as pessoas fiquem”, acrescentou.
O Brasil tem sido desde sempre um país promissor e ainda é. Há imensas oportunidades.
O CEO da transportadora portuguesa apontou o Brasil, África e o negócio de Manutenção e Engenharia como as principais oportunidades de crescimento para a companhia aérea.
“O Brasil tem sido desde sempre um país promissor e ainda é. Há imensas oportunidades”, afirmou Luís Rodrigues, apontando que o turismo ainda tem um peso de apenas 6% no turismo do país, existindo, por isso, muita margem para crescer.
O gestor disse ainda que o crescimento do mercado brasileiro está a recuperar, por oposição ao norte-americano, onde existe um abrandamento. A TAP voa para 13 cidades no país, sendo a única europeia em nove delas. “A nossa geografia e cultura permite-nos alavancar a América do Sul e África”, salientou.
O presidente executivo da TAP afirmou estar “moderamente otimista” sobre a evolução do negócio nos próximos 12 a 15 meses, prevendo, no entanto, um crescimento baixo.
Luís Rodrigues sublinhou ainda o potencial que existe na manutenção e engenharia. “Temos espaço para crescer. É uma enorme oportunidade”, apontou, referindo que esta área de atividade ajuda a equilibrar o negócio. “Se as coisas correrem mal no setor haverá mais aviões no chão e oportunidades para a manutenção”, referiu.
O secretário de Estado das Infraestruturas, Hugo Espírito Santo, afirmou na abertura da conferência que Portugal “precisa de uma companhia aérea de bandeira” e que a privatização de 49,9% é “fundamental para garantir a resiliência e o futuro do setor em Portugal”.
O Governo aprovou em julho o decreto-lei de privatização de 49,9% da TAP, incluindo 5% para os trabalhadores. O caderno de encargos, aprovado em setembro, determina que os concorrentes têm de ser companhias aéreas com um mínimo de cinco mil milhões de euros num dos últimos três anos. As manifestações de interesse têm de ser enviadas à Parpública até dia 12.
(Notícia atualizada às 10h48)
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