Braço de ferro EUA-China. Trump impõe tarifas de 100% à China a partir de 1 de novembro

O presidente norte-americano, horas depois da ameaça, anunciou tarifas de 100% à China e controlo à exportação de software crítico.

O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou esta sexta-feira que a partir de 1 de novembro serão impostas tarifas de 100%, sobre as existentes, às importações de produtos chineses, assim como controlo às exportações de software crítico. A decisão da Casa Branca, que eleva para 130% as tarifas à China, ameaça uma nova rutura nas relações entre as duas maiores economias do mundo no espaço de quatro meses, quando houve outra escalada comercial que abanou a economia global.

“A partir de 1 de novembro de 2025 (ou antes, dependendo de quaisquer ações ou alterações futuras tomadas pela China), os Estados Unidos da América vão impor uma tarifa de 100% à China, para além de qualquer tarifa que estejam a pagar atualmente“, anunciou Donald Trump através de uma publicação na Truth Social.

A decisão de Donald Trump surge poucas horas depois de ter ameaçado impor um “aumento maciço” das tarifas sobre produtos chineses, em resposta à restrição da China de exportações de minerais raros, necessárias para a indústria norte-americana. Cerca de 70% destes minerais, essenciais para automóveis, defesa e semicondutores, tem origem no mercado chinês. A partir de 1 de dezembro, a China vai obrigar as empresas a ter uma licença para exportar produtos que contenham mais que 0,1% dos minerais raros.

 

Trump, que iria reunir-se com o presidente Xi Jinping na Coreia do Sul, dentro de três semanas, afirmou “não haver razão” para se reunir com o líder chinês, como resposta a medidas comerciais “extremamente hostis” de Pequim.

As autoridades chinesas anunciaram, nos últimos dias, taxas portuárias a navios norte-americanos, suspenderam a compra de soja dos EUA e reforçaram o controlo à exportação de minerais. Ao mesmo tempo, iniciaram uma investigação anti-trust contra a Qualcomm – que na sessão em Wall Street desta sexta perdeu 7,33%.

O prazo, até ao fim deste mês, dá margem para os EUA e China – o maior consumidor mundial e a maior fábrica do mundo – voltarem à mesa de negociações e evitar uma nova guerra comercial que já teve a primeira vítima: Wall Street. Só com a ameaça de Trump nas redes sociais, horas antes do anúncio oficial, as principais bolsas nova-iorquinas pintaram-se de vermelho. O Índice de referência S&P 500 terminou a cair 2,71% e o tecnológico Nasdaq foi o mais penalizado, ao perder 3,56%, no pior dia desde 10 de abril. Já o industrial Dow Jones perdeu 1,9%.

Em abril, EUA e China rumaram à Suíça e Reino Unido para negociar o quadro comercial entre ambos os países, quando as tarifas aos produtos chineses atingiram os 145% e Beijing retaliou com 125% sobre os produtos americanos. No acordo final, as taxas aduaneiras fecharam em 30% sobre as importações de produtos chineses e em 10% sobre os bens americanos à entrada do mercado chinês.

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