Caixa e Novobanco só vão receber 3,8% do que a Inapa lhes deve

Administrador de insolvência da distribuidora de papel, vendida a Carlos Martins por 390 mil euros, vai apresentar uma proposta para distribuir 1,6 milhões de euros pelos credores com 40 milhões.

O Novobanco e a Caixa Geral de Depósitos (CGD) só deverão receber 3,8% dos cerca de nove milhões de euros que emprestaram, cada um, à Inapa Portugal. A distribuidora de papel, que avançou para a insolvência este ano após ter falhado o plano de revitalização e foi comprada pela holding familiar de Carlos Martins por 390 mil euros, tem disponíveis 1,6 milhões de euros para distribuir pelos credores da empresa, a quem ficou a dever mais de 42 milhões de euros.

Num momento em que a Inapa Portugal está a preparar-se para a sua nova vida após a aquisição pela Black and Blue Investimentos, aprovada no início de abril, os credores da distribuidora de papel, que foi arrastada para um processo de insolvência após a falência da holding Inapa IPG, continuam sem reaver os valores financiados à empresa.

Carlos Martins comprou o negócio da Inapa em Portugal. Pela distribuidora de papel pagou 390 mil euros.ARMÉNIO BELO / LUSA 27 maio, 2015

Com 42 milhões de euros reconhecidos de dívidas, o administrador judicial Bruno da Costa Pereira apresentou um mapa de rateio parcial com uma proposta de distribuição de 1,6 milhões de euros gerados pela liquidação de bens móveis (venda por 390 mil euros a Carlos Martins) e libertação de outras verbas. De acordo com a proposta apresentada, foram gerados recursos para pagar 3,82% dos valores em dívida. Ou seja, credores não vão reaver 40,5 milhões.

Da longa lista de credores, sobressaem o Novobanco, a CGD e o fundo imobiliário CA Património Crescente, do Crédito Agrícola, como os maiores lesados. Com 9,6 milhões a receber da Inapa, o Novobanco vai conseguir recuperar cerca de 368 mil euros, ficando por recuperar 9,26 milhões, de acordo com a proposta de rateio parcial apresentada pelo administrador do processo.

O banco público, a quem a distribuidora de papel devia 8,8 milhões de euros, recebe, se os credores aceitarem a distribuição proposta, 336 mil euros. Por pagar ficam 8,4 milhões.

O maior fundo imobiliário português, proprietário de dois armazéns onde a Inapa desenvolvia a sua atividade, surge nesta lista com um valor a receber de 5,7 milhões de euros. Face ao mapa apresentado, cabe-lhe um “reembolso” de apenas 217 mil euros, ficando o fundo lesado em cerca de 5,5 milhões.

O Montepio Geral segue-se na lista dos maiores credores, com um crédito de 3,3 milhões à Inapa, dos quais deverá recuperar perto de 127 mil euros.

Outros bancos, como o Santander ou o Abanca, assim como fornecedores, seguradoras, ou empresas de transportes estão entre os credores da empresa, que foi arrastada pela insolvência do grupo no dia 29 de julho do ano passado, depois de a empresa ter comunicado, no dia 21 de julho, que o colapso na Alemanha era inevitável, uma vez que não conseguiu aprovação da Parpública, o seu maior acionista, para uma injeção de emergência de 12 milhões de euros. Tal teria repercussão na atividade da holding, puxando-a também para a falência.

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