Exportações portuguesas disparam 14,3% após fecho do acordo comercial com EUA
Vendas ao exterior foram suportadas pelo crescimento das exportações de fornecimentos industriais, sobretudo químicos, que tiveram como destino a Alemanha.
As exportações portuguesas de bens dispararam 14,3% em setembro, face ao período homólogo, após a entrada em vigor do acordo comercial com os EUA. As vendas ao exterior foram impulsionadas pelo aumento das transações de fornecimentos industriais, maioritariamente produtos químicos, para a Alemanha, adianta em comunicado o Instituto Nacional de Estatística (INE).
Segundo o INE, a subida homóloga das exportações compara com uma quebra homóloga de 1,6% em agosto, uma mudança que ocorre após a entrada em vigor das tarifas de 15% sobre as exportações europeias para os EUA, na sequência do acordo alcançado entre Bruxelas e Washington.

Excluindo as transações TTE (transações com vista a ou na sequência de trabalhos por encomenda, sem transferência de propriedade), as exportações também cresceram, mas muito menos: aumentaram 3,6% (-5,9% em agosto)
Já as importações aumentaram 9,4%, acima dos 3% de crescimento registados no mês anterior. Sem as transações TTE, as importações subiram 10,1%, em comparação com uma quebra de 2% no mês anterior.
Excluindo os Combustíveis e lubrificantes, as exportações registaram um acréscimo homólogo de 15,4% (+0,8%, em agosto de 2025), refletindo uma diminuição nas transações desta categoria de produtos (-3,4%), acrescenta o INE.
Apesar do aumento das vendas de bens ao exterior, os preços das exportações mantêm-se em terreno negativo. O índice de valor unitário das exportações manteve, em setembro, uma variação negativa de -1,2% (-1,7%, em agosto de 2025; -0,5%, em setembro de 2024).
Em cadeia, as exportações aumentaram 42,3% em setembro, um disparo que compara com uma quebra de 27,3% em agosto. No acumulado do 3º trimestre, as exportações diminuíram 0,3% face ao período homólogo. Já em termos acumulados, as exportações aumentaram 1,9% nos nove primeiros meses do ano, em termos homólogos (+1,6% no mesmo período de 2024).
O défice da balança comercial de bens atingiu 2 588 milhões de euros em setembro de 2025, refletindo um desagravamento de 59 milhões de euros face ao mesmo mês do ano anterior, uma evolução que se altera significativamente quando excluídas as TTE.
Em setembro de 2025, os índices de valor unitário (preços) continuaram a registar variações negativas, embora de menor magnitude face ao mês anterior: -1,2% nas exportações e -2,1% nas importações (-1,7% e -2,9%, respetivamente, em agosto de 2025; -0,5% e -4,2% em setembro de 2024, pela mesma ordem).
“Em termos de categorias de produtos, em setembro de 2025, destaca-se o acréscimo das transações de Fornecimentos industriais (+38,8%), maioritariamente produtos Químicos com destino à Alemanha“, explica o mesmo comunicado.

As vendas para a Alemanha quase duplicaram (+97,5%), em setembro, “essencialmente na categoria de Fornecimentos industriais, tratando-se sobretudo de produtos Químicos, mais precisamente Medicamentos, em grande parte, correspondendo a transações com vista a trabalho por encomenda (sem transferência de propriedade)”. Excluído este tipo de transações, o acréscimo das exportações para a Alemanha foi de apenas 14,7%.
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