Zelensky exige demissão de dois ministros suspeitos de corrupção
"O ministro da Justiça e a ministra da Energia não podem permanecer nos cargos”, declarou Zelensky, após se saber de um caso de corrupção que abala o setor energético da Ucrânia.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, exigiu esta quarta-feira a demissão dos ministros da Justiça e da Energia, no âmbito de um escândalo de corrupção que abala o setor energético da Ucrânia. “O ministro da Justiça e a ministra da Energia não podem permanecer nos cargos”, declarou Zelensky numa mensagem publicada nas redes sociais, citada pela agência de notícias France-Presse (AFP).
Zelensky disse ter pedido à primeira-ministra ucraniana, Yulia Svirydenko, a demissão de Herman Galushchenko e Svitlana Grinchuk. “E, depois, tudo deverá ser decidido na esfera legal”, afirmou, também citado pela agência de notícias local Ukrinform.
Segundo a imprensa ucraniana, Galushchenko é um dos investigados por ter feito parte de um suposto esquema de comissões na empresa pública de energia atómica, a Energoatom, quando era ministro da Energia.
A primeira-ministra suspendeu esta quarta de manhã Galushchenko, que trocou a Energia pela Justiça numa remodelação governamental em julho. O caso foi revelado na segunda-feira pela Agência Anticorrupção da Ucrânia (NABU). Quanto a Svitlana Grinchuk, supervisionava a empresa estatal visada enquanto ministra da Energia.
O Presidente ucraniano também solicitou ao parlamento que apoiasse a demissão de ambos os ministros, assim que a decisão for tomada pelo Governo, segundo a agência de notícias espanhola EFE. Zelensky disse que a situação era “extremamente difícil para todos na Ucrânia neste momento”, referindo-se à guerra iniciada pela Rússia em fevereiro de 2022.
“Enfrentamos cortes de energia, ataques russos, perdas. É absolutamente anormal que ainda existam alguns esquemas no setor energético”, lamentou. Anunciou ainda que irá assinar um decreto que impõe sanções contra duas pessoas que figuram no caso do NABU contra a Energoatom.
Segundo sugere o material publicado pela agência anticorrupção e confirmado por meios de comunicação ucranianos, o chefe do esquema seria o empresário Timur Mindich. Trata-se de um ex-sócio de Zelensky e proprietário de 50% da produtora que ambos fundaram quando o atual Presidente era ator.
Mindich fugiu do país horas antes de começarem as buscas do NABU na segunda-feira. Um representante da Procuradoria Especial Anticorrupção (SAP), que trata do caso juntamente com o NABU, disse na terça-feira em tribunal que Mindich tinha controlo direto sobre Galushchenko quando este era ministro da Energia.
Alegou que Mindich controlava também o então titular da Defesa, Rustem Umerov, que hoje chefia o Conselho para a Segurança Nacional, encarregado de decretar as sanções que Zelensky exige. Umerov, que liderou a delegação ucraniana nas últimas rondas de negociações diretas com a Rússia, negou as acusações e ter estado sujeito a qualquer influência por parte de Mindich.
Em Moscovo, o porta-voz do Kremlin (presidência russa), Dmitri Peskov, apelou aos Estados Unidos e aos países europeus para que prestem atenção à corrupção das autoridades ucranianas. “Supomos que as capitais europeias e também os Estados Unidos tenham prestado atenção a isso. Trata-se de países que são doadores ativos do regime de Kiev”, disse Peskov, ao comentar as notícias sobre a operação anticorrupção na Ucrânia.
Peskov referiu que os países aliados de Kiev “começam a assumir cada vez mais que grande parte do dinheiro que recolhem dos contribuintes é roubado pelo regime de Kiev”.
“Isto é muito evidente e cada vez mais pessoas estão conscientes disso”, insistiu. Há anos que o Kremlin acusa o Governo ucraniano de estar minado por uma corrupção generalizada.
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