Presidente executivo da Walmart surpreende com anúncio da reforma aos 59 anos
Apesar de McMillon anunciar que vai passar um ano a aconselhar o sucessor, a notícia causou surpresa e as ações da Walmart caíram 3% ainda antes da abertura do mercado.
O presidente executivo (CEO) da Walmart, Doug McMillon, de 59 anos, planeia reformar-se no início de 2026, passando o cargo a ser desempenhado por John Furner, atual responsável pelas operações nos Estados Unidos, anunciou a empresa em comunicado.
McMillon transformou o maior retalhista dos EUA num gigante impulsionado pela tecnologia e liderou um período de forte crescimento das vendas desde que assumiu o cargo, em 2014, nada fazendo prever que estaria a planear retirar-se da gestão do grupo.
John Furner, de 51 anos, assumirá o cargo em 01 de fevereiro, um dia após a saída de McMillon.
Apesar de McMillon anunciar que vai passar um ano a aconselhar o sucessor, a notícia causou surpresa e as ações da Walmart caíram 3% ainda antes da abertura do mercado.
Ao contrário de Jeff Bezos, da Amazon, ou Elon Musk, da Tesla, Doug McMillon não é um nome muito conhecido, mas desempenhou um papel fundamental no grupo retalhista e deu um contributo importante para o tecido económico dos EUA.
O desempenho da Walmart serve como barómetro do consumo, dada a sua dimensão e ampla base de clientes. A empresa afirma que 90% dos lares americanos dependem da Walmart para uma variedade de produtos, e mais de 150 milhões de clientes compram no seu site ou nas suas lojas todas as semanas.
A Walmart é também o maior empregador privado do país, com 1,6 milhões de trabalhadores.
McMillon começou na Walmart em 1984 e tornou-se presidente executivo três décadas depois, quando as lojas estavam desorganizadas e o moral dos trabalhadores em baixo.
McMillon apostou nos recursos humanos e investiu 2,7 mil milhões de dólares (2,32 mil milhões de euros) ao longo de três anos para aumentar os salários, alargar a licença parental e lançar programas de educação e formação.

Ao mesmo tempo, adotou novas tecnologias, como a inteligência artificial e a robótica, e investiu fortemente no comércio eletrónico e em entregas mais rápidas. Cerca de um terço das encomendas chegam aos clientes em três horas ou menos, e 20% em meia hora ou menos.
Sob a sua gestão, a receita anual da Walmart cresceu de 485,7 mil milhões de dólares (418 mil milhões de euros) para 681 mil milhões de dólares (586,1 mil milhões de euros) no último ano fiscal. As ações, que estavam cotadas a cerca de 25 dólares quando assumiu o comando, estão agora acima dos 100 dólares (86,1 euros).
“Ao longo de mais de uma década como CEO, Doug liderou uma transformação abrangente, investindo nos nossos colaboradores, melhorando as nossas capacidades digitais e de comércio eletrónico e modernizando a nossa cadeia de abastecimento”, afirmou Greg Penner, presidente do conselho de administração da Walmart e genro do falecido fundador do grupo, Sam Walton.
O sucessor, John Furner, começou na Walmart em 1993, como trabalhador pago à hora numa loja em Bentonville, Arkansas, onde a empresa está sediada. Desempenhou as funções de presidente e CEO da divisão americana do Sam’s Club, uma cadeia de lojas grossistas do grupo, antes de assumir os mesmos cargos na Walmart EUA.
A mudança de CEO ocorre num momento desafiante para as empresas de retalho, que passaram quase 11 meses num ambiente económico incerto enquanto a administração de Donald Trump adotava políticas voláteis sobre as tarifas e iniciava uma repressão sobre a imigração que reduziu a oferta de mão-de-obra.
A empresa afirmou que está a absorver parte dos custos extra decorrentes das tarifas de Trump sobre produtos estrangeiros, mas que os clientes vão suportar alguns aumentos de preços.
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