Virgílio Lima espera que Montepio pague mais dividendos nos próximos anos
O presidente da Associação Mutualista Montepio Geral e novamente candidato ao cargo, Virgílio Lima, afirma que a situação financeira do grupo melhorou nos últimos anos.
- O presidente da Associação Mutualista Montepio Geral, Virgílio Lima, anunciou que a situação financeira do grupo melhorou e espera um aumento nos dividendos pagos pelo Banco Montepio nos próximos anos, destacando a recuperação do desempenho financeiro.
- Desde 2012, o Banco Montepio não pagava dividendos, mas nos últimos dois anos começou a distribuir, com lucros de 109,9 milhões de euros em 2024, refletindo uma transformação e reestruturação tardia em comparação com outros bancos do setor.
- A mutualista, que obteve lucros de 210 milhões de euros em 2024, considera a possibilidade de reverter para o regime de isenção de IRC, enquanto discute a revisão do código mutualista e a adaptação do modelo de solvência com a supervisão da ASF.

O presidente da Associação Mutualista Montepio Geral e novamente candidato ao cargo, Virgílio Lima, afirma que a situação financeira do grupo melhorou nos últimos anos e espera que o Banco Montepio pague mais dividendos à mutualista nos próximos anos.
Virgílio Lima deu uma entrevista à Lusa a propósito das eleições para os órgãos associativos da Associação Mutualista Montepio Geral, em dezembro, nas quais concorre novamente a presidente (pela lista A).
Questionado sobre a situação financeira do grupo Montepio – o principal tema das eleições há quatro anos, que venceu – Virgílio Lima assinala que desde então todas as empresas do grupo passaram a dar lucros e a pagar dividendos à mutualista, que melhorou os capitais próprios e conseguiu uma “simplificação e robustecimento do grupo”.
“Depois de termos feito a simplificação do grupo – com vendas de empresas não essenciais, fusão de empresas, liquidação de algumas empresas não necessárias – e com os resultados que fomos obtendo nas várias entidades do grupo e na casa-mãe, fortalecemos e capitalizámos o grupo. Temos todas as empresas a dar resultados e bem capitalizadas“, afirmou o gestor, acrescentando que nos próximos anos é esperado que continue a melhoria dos resultados.
[O banco] Tem ainda um potencial de remuneração maior. Desde 2012 que não havia dividendos. Há dois anos tivemos os primeiros dividendos, o ano passado também. Na medida em que o banco também tem um melhor desempenho, é natural que os dividendos vão subindo. Face ao capital investido, temos expectativas de um maior volume de dividendos no futuro próximo e de forma crescente.
Sobre o Banco Montepio, questionado se este está a remunerar adequadamente a mutualista (sua proprietária), Virgílio Lima considerou que “o banco tem potencial de remuneração maior” e que há a expectativa de que os dividendos subam nos próximos anos. “Tem ainda um potencial de remuneração maior. Desde 2012 que não havia dividendos. Há dois anos tivemos os primeiros dividendos, o ano passado também. Na medida em que o banco também tem um melhor desempenho, é natural que os dividendos vão subindo. Face ao capital investido, temos expectativas de um maior volume de dividendos no futuro próximo e de forma crescente“, afirmou.
Em 2024, recorde-se, o Banco Montepio pagou seis milhões de euros de dividendos.
Sobre os lucros do Montepio (109, 9 milhões de euros em 2024), o gestou considerou que o banco começou mais tarde do que outros a sua transformação e reestruturação pelo que a rentabilidade deverá ainda melhorar: “O banco está a fazer essa convergência para o nível de rendibilidade médio do setor“, disse.
A Associação Mutualista Montepio Geral – com mais de 600 mil associados – é o topo do grupo Montepio e tem várias empresas, incluindo seguradoras e o Banco Montepio.
A mutualista teve lucros de 210 milhões de euros em 2024, mais 87,5% face a 2023.
No final de 2024, a mutualista tinha registado ativos por impostos diferidos de 944 milhões de euros (mais 3,7% face a 2023)
Estes créditos fiscais passaram a estar registados nas contas desde 2017, após uma pedido de clarificação feito ao fisco em que a mutualista deixou de beneficiar de isenção de IRC (imposto sobre lucros) mas, por outro lado, passou a beneficiar do impacto de ativos por impostos diferidos, o que melhorou as contas (lucros e capital próprio). Os créditos fiscais do Montepio provocaram então polémica política.
Segundo explicou à Lusa Virgílio Lima, os ativos por impostos diferidos aumentaram de 2023 para 2024 porque são criados pela não dedução fiscal das provisões técnicas para encargos com as modalidades associativas. Esses encargos só podem ser deduzidos quando são efetivamente usados, pelo que a diferença temporal resulta em créditos fiscais.
Questionado sobre se a mutualista preferiria no futuro voltar ao regime fiscal de isenção de IRC, Virgílio Lima admitiu que poderá ser ponderado: “Dado que há um conjunto de entidades que têm isenção fiscal nesta área social em que nos inserimos, é algo que podemos, no futuro, ponderar”, disse.
Ainda na entrevista, sobre a revisão do código mutualista, Virgílio Lima disse que a mutualista já enviou o seu parecer.
O gestor explicou que a mutualista está confortável com a supervisão da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) mas que deve ser adaptado o modelo de solvência, devido às especificidades do equilíbrio técnico das associações mutualistas de grande dimensão.
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