Mário Soares fez a campanha presidencial mais cara dos últimos 20 anos
A campanha presidencial de Mário Soares em 2006 custou 3,5 milhões de euros, tornando-se a mais dispendiosa das últimas duas décadas, apesar de ter ficado em terceiro lugar nas eleições.
A campanha presidencial de Mário Soares em 2006 continua a ser a mais cara dos últimos 20 anos, com despesas a rondar os 3,5 milhões de euros, apesar de o histórico socialista ter ficado apenas em terceiro lugar nessas eleições com 14,34% dos votos. O valor gasto superou largamente o de outros candidatos na mesma corrida: Cavaco Silva, vencedor dessas eleições (50,59%), registou uma campanha pouco abaixo dos 3,2 milhões de euros, enquanto Manuel Alegre (20,72%) contabilizou cerca de 850 mil euros. Quando voltou a concorrer em 2011 e foi novamente derrotada por Cavaco Silva, Alegre gastou 1,7 milhões de euros, acumulando uma dívida de 422 mil euros, posteriormente saldada com o apoio do PS. Estes números mostram que, mesmo em campanhas presidenciais, o investimento financeiro elevado nem sempre se traduz em vitória.
Segundo avança esta terça-feira o jornal Público, as campanhas presidenciais seguintes mantiveram uma grande variação de custos, refletindo diferentes estratégias e acessos a financiamento. Em 2016, Jorge Sequeira registou a campanha mais barata das últimas duas décadas, com apenas seis mil euros de despesas, enquanto Maria de Belém teve o maior prejuízo da última década, com despesas superiores a 541 mil euros e receitas de apenas 94 mil euros, sem apoio do PS nem acesso à subvenção pública, uma vez que obteve menos de 5% dos votos registando apenas 4,24%. Já António Sampaio da Nóvoa, também candidato nesse ano e que terminou em segundo lugar (22,88%), contou com o apoio de várias figuras socialistas e conseguiu fechar as contas com saldo positivo, apesar de ter a campanha mais cara em 2016, contabilizada em 924 mil euros.
Em 2021, as eleições presidenciais realizadas em contexto de pandemia foram as menos dispendiosas de sempre. Marcelo Rebelo de Sousa, reeleito para o seu segundo e último mandato com 60,70%, teve uma das campanhas mais baratas, com 25 mil euros de despesa, não gastando dinheiro com estruturas, cartazes, telas ou brindes, recebendo também a subvenção mais baixa. Por outro lado, Vitorino Silva, vulgarmente conhecido por “Tino de Rans”, registou a campanha mais barata desse ano, com gastos de cerca de sete mil euros. Marisa Matias, candidata apoiada pelo Bloco de Esquerda e que foi apenas a quinta mais votada (3,95%), gastou 428 mil euros, mas terminou a corrida sem dívidas a pagar. Nas eleições presidenciais marcadas para 18 de janeiro de 2026, o valor total da subvenção a repartir pelas candidaturas é de 4,18 milhões de euros, sendo que 20% do montante será distribuído em partes iguais por todos os candidatos e 80% em proporção dos votos, mas sem ultrapassar o valor total da despesa declarada.
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