Sindicato dos Trabalhadores da Atividade Financeira adere à greve geral

  • Lusa
  • 17:37

O Sintaf indica que o Governo “fingiu negociar” com os parceiros sociais e cabe agora aos trabalhadores desfazer o atual “impasse”.

O Sindicato dos Trabalhadores da Atividade Financeira (Sintaf) anunciou esta quarta-feira a adesão à greve geral de 11 de dezembro, considerando que o Governo “fingiu negociar” com os parceiros sociais e cabe agora aos trabalhadores desfazer o atual “impasse”.

“Depois de várias reuniões onde o Governo fingiu negociar com os parceiros sociais e foi avisando por a comunicação social que as medidas eram para avançar com ou sem acordo dos parceiros sociais, chegamos a um impasse que tem de ser desfeito por todos os trabalhadores portugueses”, afirma a direção do Sintaf em comunicado.

Para o sindicato, com a reforma da legislação laboral proposta, o Governo do PSD/CDS “vem mais uma vez atacar os que menos têm em favor dos que mais têm, destruindo por completo qualquer balança que existia para equilibrar os pratos dos patrões versus trabalhadores”.

“O conceito de um trabalhador efetivo numa empresa passa a ser semântica, visto que qualquer um pode ser despedido sem motivo e recebe uma miséria de indemnização, podendo o patrão logo no mesmo dia recorrer ao ‘outsourcing’ para repor o trabalhador despedido”, exemplifica.

Ao mesmo tempo, sustenta o Sintaf, pretende-se “manter os baixos salários através de contratos a prazo intermináveis e outsourcing, podendo assim um trabalhador ser precário toda a sua vida ativa”, enquanto se “desregulam os horários de trabalho através dos bancos de horas obrigatórios, quando em 2018 a ministra do Trabalho dizia que os patrões portugueses abusavam deste mecanismo”.

“Querem acabar com os direitos parentais, os filhos dos trabalhadores não são precisos só atrapalham e impedem os pais de trabalhar”, acusa ainda o sindicato, segundo o qual o pacote laboral “acaba com a contratação coletiva (a pouca que existe), fazendo com que qualquer motivo seja válido para a sua caducidade”, e visa “impedir a atuação dos sindicatos nos locais de trabalho e limitar o direito à greve”.

Adicionalmente, o Sintaf considera que a reforma pretendida pelo Governo irá “criar problemas sérios à Segurança Social, uma vez que acabam com coimas ou qualquer sanção a um patrão que não faça os descontos”. Neste contexto, o sindicato apela aos trabalhadores da atividade financeira que se associem de forma “inequívoca” à greve de 11 de dezembro: “Vamos parar o país, mostrar um cartão vermelho ao Governo”, sustenta.

A CGTP e a UGT decidiram convocar uma greve geral para 11 de dezembro, em resposta ao anteprojeto de lei da reforma da legislação laboral apresentado pelo Governo e será a primeira paralisação a juntar as duas centrais sindicais desde junho de 2013, altura em que Portugal estava sob intervenção da ‘troika’.

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