ESG sim, mas com competitividade. Portugal pede afinação das regras na UE para premiar empresas

"A desigualdade mata a competitividade", afirma Jean Barroca. Portugal defende que UE harmonize regras de financiamento aos custos energéticos para dar vantagem a empresas que apostem na transição.

O secretário de Estado da Energia, Jean Barroca, defendeu que a sigla ESG — referente a fatores ambientais, sociais e de governança — tem futuro, desde que aliada à competitividade. Portugal irá defender, no seio da União Europeia, que as regras de financiamento às empresas no contexto de transição energética sejam afinadas, de forma a que “as empresas portuguesas estejam na vantagem que merecem”.

A pergunta não é se teremos ESG no futuro, mas antes “qual é o modelo que garante a confiança e competitividade no sistema?”, afirmou o secretário de Estado da Energia, no ESG Forum, que teve lugar esta terça-feira, no auditório da PLMJ. O governante defendeu um modelo que possa vir a ser adotado a nível global e que não penalize “de forma artificial e desnecessária” a competitividade das empresas europeias.

Na visão de Barroca, o ESG institucionalizou-se “muito depressa, mas de forma desigual e, em alguns casos, superficial”. E isto é importante porque ” a desigualdade mata a competitividade“. Se a Europa avançar sozinha na sustentabilidade, “vai ter problemas depois na competitividade das suas empresas, na capacidade de produção de riqueza e na capacidade de criação de empregos”, vaticina.

No mesmo discurso, observou que o parceiro da Europa com maior poder económico, os Estados Unidos, “não acredita no E, opõe-se ao S e desconfia do G”. “Precisamos de apostar numa visão diferente com menos regulação, mas maior controlo, em que as próprias empresas estabeleçam um padrão ético para o seu comportamento e incorporem a questão ambiental, a questão social, a questão do governo, dentro daquela que é a sua própria atividade”, defendeu.

A Europa, que “se habituou a inovar através da regulação”, “deve procurar encontrar formas de, através desta regulação, conseguir ter vantagens económicas e ou vantagens competitivas”, concluiu.

Portugal pede afinação das regras na UE para premiar empresas

De acordo com o secretário de Estado da Energia, Portugal tem defendido um maior controlo daquelas que são as ajudas de Estado que os países europeus concedem para amenizar os custos de energia. “há uma falta de correlação entre o custo de energia final no mercado e o custo que as empresas pagam por força dos orçamentos de Estado”, apontou, sublinhado os apoios “veementes” e “desregulados” que são concedidos pelos governos francês e alemão às suas empresas.

Neste sentido, o governo português pedirá à Comissão Europeia na próxima semana, no Conselho Europeu de Energia, “que organize as regras e que, mais uma vez, faça o seu papel de árbitro e estabeleça um level playing field onde permita que as empresas portuguesas estejam na vantagem que merecem por causa da transição energética que o país tem“.

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