Fábrica de hidrogénio da EDP em Cádis em risco. Empresa aponta a incerteza regulatória

  • ECO
  • 5 Dezembro 2025

A incerteza regulatória em torno do hidrogénio em Espanha coloca em risco um investimento europeu de 169 milhões de euros na fábrica da EDP em Cádis.

A EDP Espanha está ponderar desistir de um apoio de 169,3 milhões de euros do Banco Europeu do Hidrogénio para o projeto H2BRISA em Los Barrios, Cádis. Em causa está a incerteza regulatória, avança o El Economista.

A EDP considera que há uma “falta de visibilidade” em relação à procura, especificamente a incerteza quanto a compradores a longo prazo para sustentar o investimento. “Estamos a considerar seriamente em não aceitar o apoio”, disse Ana Quelhas, durante uma cimeira em Bruxelas. A responsável pela área de hidrogénio da empresa frisou que em causa não está a maturidade do projeto.

A “falta de visibilidade” da procura é a chave que falha no projeto, que segundo Quelhas, já tem “ligação à rede, terreno, licenças”. A diretiva RED III estabelece mandatos e metas setoriais para impulsionar o consumo de combustíveis renováveis, incluindo hidrogénio renovável e derivados, mas a sua transposição para a legislação do país ainda não ocorreu, e a decisão sobre esses investimentos deve ser tomada em apenas 15 dias. “Precisamos da transposição final para essa clareza”, disse Ana Quelhas.

A própria Comissão Europeia abriu em julho deste ano processos de infração contra 26 Estados-membros — incluindo Espanha — por não terem comunicado a transposição integral das disposições exigidas até 21 de maio de 2025, observando que, até essa data, apenas a Dinamarca havia notificado a sua transposição integral. Esta situação deixa os potenciais consumidores numa zona cinzenta: sem regras totalmente implementadas.

As demoras na transposição das diretrizes da RED III estão a dificultar as decisões de investimento e enfraquecendo a confiança do mercado. Na segunda ronda do leilão do Banco Europeu do Hidrogénio (IF24) sete dos 15 projetos inicialmente convidados desistiram ou não conseguiram fornecer a “garantia de conclusão”, levando a Comissão a redirecionar o orçamento e convidar outros dez projetos da lista de reserva, incluindo o da EDP, num total de 908,8 milhões de euros.

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