Exclusivo Mota acelera projeto de mil milhões no Lobito “à boleia” de Trump

Construtora ficará responsável pela reabilitação da linha férrea Dilolo–Sakania, na República Democrática do Congo, para criar corredor regional estratégico, fazendo ligação com o corredor do Lobito.

ECO Fast
  • A Mota-Engil irá assumir a reabilitação da linha férrea Dilolo–Sakania na República Democrática do Congo, num projeto de mil milhões de dólares.
  • Este projeto surge após uma parceria estratégica entre os EUA, a República Democrática do Congo e Ruanda, visando dinamizar investimentos na mineração.
  • No centro está a DFC, instituição do estado norte-americano que assegura até mil milhões em financiamento da obra
Pontos-chave gerados por IA, com edição jornalística.

A Mota-Engil prepara-se para assumir mais um projeto de grande envergadura no continente africano. Com a concessão do corredor do Lobito, o grupo de construção português irá ficar responsável pela reabilitação da linha férrea Dilolo–Sakania, na República Democrática do Congo (RDC), garantindo a ligação à Lobito Atlantic Railway, em Angola, num projeto que pode chegar a mil milhões de dólares. Objetivo é criar “corredor regional estratégico” para dinamizar o comércio, numa região rica em minerais críticos.

O projeto para prosseguir com a ligação entre a República Democrática do Congo e o Porto de Lobito surge na sequência de uma parceria estratégica dos EUA com a República Democrática do Congo e de Ruanda fechada após a assinatura do acordo de paz, mediado por Donald Trump, e assinado em Washington, esta quinta-feira, 4 de dezembro. Uma parceria que o presidente dos EUA que aproveitar para dinamizar investimentos americanos no setor da mineração na região.

Segundo um comunicado da norte-americana International Development Finance Corporation (DFC), que pertence ao estado norte-americano, uma das (duas) cartas de intenções acordadas prevê que a Mota-Engil Engenharia e Construção África, participada do grupo português, fique responsável pelo apoio à reabilitação, operação e transferência da linha férrea Dilolo–Sakania, na República Democrática do Congo (RDC).

“O projeto, que poderá recorrer até mil milhões de dólares em financiamento da DFC após revisão completa, ligaria à Lobito Atlantic Railway, em Angola, formando um corredor regional estratégico que amplia o comércio, atrai investimento do setor privado e fortalece o transporte de mercadorias críticas e passageiros por toda a África Central e Austral”, refere o comunicado.

A DFC é uma organização criada pela administração de Donald Trump aquando do seu primeiro mandato na Casa Branca. “Fazemos parcerias com o setor privado para mobilizar capital para investimentos estratégicos à volta do mundo. Os nossos projetos fomentam o desenvolvimento económico, apoiam os interesses norte-americanos e dão retorno aos contribuintes americanos”, pode ler-se no site da instituição.

A linha férrea que liga Dilolo a Sakania é especialmente importante porque serve principalmente as províncias de mineração do sudeste da RDC, como Katanga, uma das regiões mais ricas em cobre, cobalto e outros minerais estratégicos.

A empresa portuguesa tem estado a trabalhar no desenvolvimento do Corredor do Lobito desde que ganhou o contrato de concessão em novembro de 2022, com a Trafigura e a Vecturis. O corredor do Lobito é considerado uma infraestrutura crucial para melhorar a ligação na região e facilitar a ligação às minas da região, ricas em minerais, pelo que a conclusão deste projeto e a ligação plena na região é chave para a dinamização de negócios.

Este é mais um grande projeto onde a Mota-Engil está envolvida, num momento em que a construtora continua a encher a carteira com encomendas de milhares de milhões, destacando-se projetos no Brasil, onde ganhou o leilão para túnel imerso no país, a África mas também no México.

Em Portugal está presente nos maiores projetos, desde logo a construção do 1.º troço da linha de Alta Velocidade. Um projeto que o CEO, Carlos Mota dos Santos, já disse que gostaria de prosseguir em consórcio com outras empresas portuguesas.

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