Antigo BES Angola ‘regressa’ a Portugal
O Banco Económico nasceu dos escombros do BES Angola em outubro de 2014. Agora, quer ter uma operação em Portugal e está a estudar os caminhos possíveis.
O Banco Económico, antigo Banco Espírito Santo Angola (BESA), quer ter uma operação no mercado português, sabe o ECO. Controlado pela Sonangol e no qual o Novo Banco tem cerca de 10%, o banco com sede em Luanda estará ainda a estudar o caminho possível, mas terá sempre de passar pelo crivo do Banco de Portugal e pelo mecanismo europeu de supervisão bancária.
A administração do Banco Económico recusou adiantar ao ECO qualquer pormenor sobre os planos da instituição financeira para Portugal, deixando ainda por esclarecer se a entrada no mercado nacional seria realizada por via de apenas representação comercial (sucursal) ou por via da constituição de uma filial. “Sobre este assunto não se considera oportuno efetuar qualquer comentário”, referiu a administração do banco angolano.
Também o Banco de Portugal não quis comentar o interesse do Banco Económico em iniciar atividade no país. Mas terá sempre de ser chamado a intervir, e o processo poderá ser mais moroso porque Angola, como se sabe, não é um país considerado equivalente em termos de supervisão de acordo com as regras europeias.
"A administração do Banco Económico agradece as suas questões, contudo, sobre este assunto não se considera oportuno efectuar qualquer comentário.”
O antigo BESA passou a designar-se Banco Económico em outubro de 2014, na sequência da intervenção do Estado angolano, por intermédio do Banco Nacional de Angola (BNA), que retirou o controlo maioritário da instituição ao então acionista principal BES — era o BES “mau” que detinha então 55,71% no BESA.
Foi no âmbito desta intervenção pública angolana que o banco recebeu uma injeção de capital de 3,4 mil milhões de euros, por determinação do supervisor angolano, para fazer face a provisões para a carteira de crédito malparado e para a desvalorização dos imóveis em carteira. O aumento de capital então realizado implicou a diluição agressiva das participações dos acionistas — no caso do BES, passou de cerca de 56% para 10% — e a entrada de novos acionistas.
Atualmente, o Banco Económico tem a Lektron Capital como maior acionista individual, com 30,98% do capital, seguindo-se a Geni Novas Tecnologias (19,9%). A Sonangol, presidida por Isabel dos Santos, participa através da Sonangol (16%), Sonangol Vida (16%) e Sonangol Holding (7,4%), enquanto o Novo Banco tem 9,72%.
- O Banco Económico foi admitido como membro da Bolsa de Dívida e Valores de Angola (BODIVA) e, a por isso, o antigo BESA está autorizado a realizar operações sobre valores mobiliários, emitidos pelo Estado ou por empresas angolanas junto dos seus clientes e de outras instituições bancárias e financeiras.
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
Antigo BES Angola ‘regressa’ a Portugal
{{ noCommentsLabel }}