INE acusa Marques Mendes de “falsa antecipação” do desemprego

INE reage com indignação às declarações de Marques Mendes sobre o desemprego de maio. Garante que é "materialmente impossível" o conhecimento prévio e lembra: o dado provisório foi revelado há um mês.

No seu comentário semanal deste domingo Marques Mendes disse que o Instituto Nacional de Estatística (INE) se preparava para revelar a taxa de desemprego de maio, no valor de 9,4%. A afirmação foi feita em tom de antecipação, e o INE não gostou. Esta segunda-feira, fonte oficial do organismo de estatísticas enviou um esclarecimento aos jornalistas onde acusa o comentador de uma “falsa antecipação” e onde considera esta atitude “grave.”

“Esta falsa antecipação é grave na medida em que se pode gerar na opinião pública a ideia que Luís Marques Mendes tenha qualquer privilégio de acesso antecipado às estatísticas oficiais do INE, o que não sucede,” lê-se numa nota enviada às redações.

O Senhor Conselheiro de Estado e comentador da SIC, Luís Marques Mendes, não antecipou este resultado do INE. O resultado já tinha sido publicado!

Instituto Nacional de Estatística

Fonte oficial

O INE explica que a 30 de junho, “há quase um mês”, frisa, foi publicado o reporte mensal dos dados do desemprego com a estimativa definitiva da taxa de 9,5% para abril, e a estimativa provisória de 9,4% para maio. Ou seja, “o Senhor Conselheiro de Estado e comentador da SIC, Luís Marques Mendes, não antecipou este resultado do INE,” garante o organismo. Desde logo, porque “o resultado já tinha sido publicado,” enfatiza.

Na próxima sexta-feira, o INE vai apresentar os resultados definitivos para maio e a previsão para junho. Mas o trabalho de apuramento destes dados só se inicia esta segunda-feira, garante o INE. Ou seja, é “materialmente impossível qualquer conhecimento prévio dos resultados,” assegura o gabinete de comunicação do INE.

“Estas afirmações podem afetar negativamente a confiança da opinião pública sobre a forma como o INE exerce a sua missão de serviço público,” alerta o organismo de estatísticas. E remata: “A confiança é essencial para que o INE obtenha a colaboração de pessoas e empresas nos inquéritos que conduz, nomeadamente no Inquérito ao Emprego, do qual se obtêm as estimativas para a taxa de desemprego.”

Contactado pelo ECO, Luís Marques Mendes afirmou que só estaria preocupado se o valor não correspondesse ao que vier a ser divulgado esta sexta-feira, mas não quis comentar a nota do INE.

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