Portugal terá crescido ligeiramente acima de 3% no segundo trimestre
A economia portuguesa terá crescido ligeiramente acima de 3% no segundo trimestre do ano, revelou Marques Mendes no seu comentários semanal, um dia antes de o INE divulgar os dados.
A economia portuguesa terá crescido ligeiramente acima de 3% no segundo trimestre do ano, revelou Marques Mendes no seu comentários semanal, um dia antes de o Instituto Nacional de Estatística divulgar os dados. É preciso recuar ao ano 2000 para ter um desempenho idêntico.
Recorde-se que nos três primeiros meses do ano a economia nacional cresceu 2,8% e, no seu comentário semanal na SIC, o comentador garanti que no segundo trimestre o desempenho será superior. “Ao que sei estes resultados são extraordinários”, disse Marques Mendes. “Os resultados apontam para que a economia cresceu mais no segundo trimestre face ao primeiro e terá crescido mesmo ligeiramente acima de 3%. A confirmarem-se estes dados, este será um resultado histórico, porque desde o ano 2000 — há 17 anos — que Portugal não cresce acima de 3%”, sublinha Marques Mendes.
"Os resultados apontam para que a economia cresceu mais no segundo trimestre face ao primeiro e terá crescido mesmo ligeiramente acima de 3%. A confirmarem-se estes dados, este será um resultado histórico, porque desde o ano 2000 — há 17 anos — que Portugal não cresce acima de 3%.”
Este resultado reflete o facto de a “Europa estar a ajudar, as exportações estão muito bem e o investimento também, a taxa de desemprego está a diminuir e que o Governo conseguiu incutir um ambiente de paz social e de confiança e isso está ater resultados”, diz. Mas há um mas… Ou melhor quatro.
O comentador sublinha o facto de haver um excesso de crédito ao consumo e ao imobiliário — “se não for com conta peso e medida estamos a repetir os erros do passado” –, por outro lado, há pouco crédito bancário para as empresas, a poupança está em níveis historicamente baixos e o “investimento públicos está níveis mais baixos do que se imaginava, continua a quebrar”, enumera o comentador.
“Convém não repetir os erros do passado”, alerta Marques Mendes recordando que já passaram dez anos sobre o início da crise financeira. Mas reconhece que a banca está muito melhor do que estava, os bancos estão mais sólidos do que estavam.
No capítulo dos impostos, Marques Mendes deixou uma sugestão: Governo e partidos deveriam avançar com a possibilidade de haver uma prorrogação do prazo, até ao final do ano, para o pagamento do adicional ao IMI, o chamado imposto Mortágua. “Isso não prejudicaria ninguém”, garante e defende que “o Fisco tem de ser menos arrogante e mais respeitador dos contribuintes”.
Ministra da Administração Interna deveria tirar consequências
Marques Mendes questiona, na sua intervenção, por que razão a ministra da Administração Interna não tira consequências se, de acordo com a própria Constância Urbano de Sousa, tudo falhou nos incêndios de Pedrógão Grande, que resultaram na morte de pelo menos 64 mortos.
“Segundo ela falhou a Proteção Civil, o Siresp, a PT, a articulação com as forças de segurança e então, se falhou tudo não há ninguém que seja demitido? Não há ninguém que seja afastado ou penalizado? A culpa morre solteira?”, pergunta o comentador.
Mas a “originalidade mais significativa” é o facto de todos os serviços que falharam dependerem da ministra da Administração Interna, sendo de sua responsabilidade nomear os responsáveis de todos esses serviços e organismos. “Se é ela que é responsável por esses serviços, é ela que os nomeia e dirige politicamente, ela não tira consequências, nem tem responsabilidade? Não assume nenhuma culpa?”, questiona. “Temos responsabilidades, mas não temos responsáveis, temos culpas mas não temos culpados. Só em Portugal”, conclui.
"Se é ela que é responsável por esses serviços, é ela que os nomeia e dirige politicamente, ela não tira consequências, nem tem responsabilidade? Não assume nenhuma culpa.”
O comentador sublinha ainda a existência de investigações “paralelas e duplicadas” tendo em conta que o Governo já divulgou uma série de relatórios esta semana, antes mesmo da comissão de investigação independente se pronunciar. “Não sei se é para comissão de investigação independente, mas no final vai resultar numa enorme confusão“, diz.
Isaltino vai ser sempre uma vítima
Noutro tema, Marques Mendes defende que o juiz de Oeiras, que excluiu a sua candidatura de Isaltino Morais, deveria ter pedido escusa, mas acabou por beneficiá-lo porque acabou por o fazer de vítima.
Seja qual for o resultado do processo Isaltino Morais — que foi excluído das listas do PSD por Marques Mendes quando este líder do partido — o ex-autarca vai ficar sempre aos olhos do público como uma vítima. Marques Mendes sublinha que este é um caso como o da ‘mulher de César’: não basta ser sério também é preciso parecê-lo.
Marques Mendes lembra ainda que o Tribunal Constitucional vai ter se pronunciar sobre o caso, sendo que, no passado já teve de o fazer relativamente a à exclusão de uma candidatura em Gondomar, por isso dificilmente a decisão poderá ser diferente.
Marques Mendes reconheceu ainda que nestas eleições existe uma grande proliferação de candidatos independentes, que classifica de “falsos independentes”. Para o comentador, estas eleições autárquicas estão a demonstrar alguma fragilidade dos partidos, “todos os partidos estão profundamente divididos com candidatos oficiais e oficiosos”, “além do regresso de muitos ex-presidentes de câmara que há quatro anos tiveram de deixar de ser por força da limitação de mandatos“. “Vamos ver na noite eleitoral como é que as pessoas avaliam esse regresso”, remata Marques Mendes.
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