PT convida trabalhadores sem funções a ficarem em casa
A PT/Meo terá já convidado mais de uma centena de trabalhadores sem funções a ficarem em casa, ao invés de terem de se deslocar para o trabalho. Medida dura até janeiro de 2018.
A PT Portugal está a dispensar trabalhadores sem funções do dever de assiduidade — por outras palavras, a permitir que estes fiquem em casa ao invés de se deslocarem para o trabalho. A hipótese já terá sido comunicada a mais de uma centena de trabalhadores, que são livres de a aceitar ou não, de acordo com a notícia avançada esta quarta-feira pelo Público [acesso condicionado].
Até aqui, os trabalhadores sem funções eram obrigados a cumprir horários. No entanto, com estas autorizações, a empresa permite que, já a partir de dia 16 de outubro e até 15 de janeiro do próximo ano, estes funcionários possam ficar em casa. A empresa tem ainda a liberdade de pôr fim a essa autorização “a qualquer momento”, segundo um despacho assinado pela direção de recursos humanos da PT Portugal, a que jornal teve acesso.
Ao jornal, a companhia explicou que “foram pedidas contribuições aos sindicatos que, até ao momento, ainda não foram recebidas” e que esta decisão surge enquanto a empresa tenta encontrar funções para estes trabalhadores ou propor condições para a saída dos mesmos, permitindo que fiquem em casa enquanto o processo não se desenrola.
Porém, a dispensa de assiduidade dada pela Meo não está a cair bem junto dos trabalhadores, que pedem à PT Portugal que clarifique os objetivos desta medida.
Esta terça-feira, as estruturas sindicais afetas à operadora estiveram reunidas com responsáveis da Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT), que emitiu recentemente um relatório onde aponta 150 infrações na empresa, como avançou o ECO em primeira mão. Para já, as contraordenações impostas à empresa liderada por Cláudia Goya poderão resultar em coimas entre 1,54 milhões e 4,85 milhões de euros.
Ora, à agência Lusa, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da PT (STPT), Jorge Félix, já tinha sinalizado que a empresa estaria a convidar trabalhadores “para irem para casa sem prestar a assiduidade diária, com direito à retribuição e ao subsídio de almoço, portanto com todos os direitos remuneratórios, mas sem sequer estarem no trabalho”. Na visão do sindicato, trata-se de uma tentativa de “ludibriar a ACT”, que se espera que continue “a sua ação inspetiva e de controlo”.
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