Abrantes apela a “mobilização popular” contra fecho de loja dos CTT
Autarcas do concelho de Abrantes apelam a "mobilização popular" contra decisão do fecho de loja dos CTT em Alferrarede. Consideram que medida é "desprovida de sentido".
O presidente da União de Freguesias de Abrantes e Alferrarede rejeitou esta quinta-feira o fecho de uma das lojas dos CTT na localidade, anunciando na sexta-feira formas de luta a adotar para reverter o processo.
“Depois do diálogo institucional e de reuniões entre o presidente da Junta e da Câmara com a administração dos CTT, estes mostraram-se irredutíveis relativamente ao fecho desta Loja, pelo que vamos apelar à mobilização popular e a todas as entidades possíveis para tentar reverter uma medida desprovida de qualquer sentido e que prejudica claramente estas populações”, disse à Lusa o presidente da União de Freguesias de Abrantes e Alferrarede, Bruno Tomás (PS).
Com cerca de 18.400 habitantes, o presidente desta autarquia do distrito de Santarém disse que “o fecho da loja na Avenida Mário Soares, numa zona muito populosa e de expansão da cidade, afetará gravemente as pessoas e o serviço público de proximidade”, tendo anunciado uma conferência de imprensa para sexta-feira que vai juntar os presidentes das 13 freguesias do concelho de Abrantes, representantes da Câmara Municipal, delegação da ANAFRE do distrito de Santarém, empresários e comissão de utentes, entre outros, e que vai servir para “apresentar formas de luta” para tentar reverter o fecho anunciado daquela estação.
Vamos apelar à mobilização popular e a todas as entidades possíveis para tentar reverter uma medida desprovida de qualquer sentido e que prejudica claramente estas populações.
Em comunicado, a presidente da Câmara Municipal de Abrantes, Maria do Céu Albuquerque (PS), referiu, por sua vez, ter reunido na terça-feira com a administração dos CTT, em Lisboa, tendo a autarca dado conta que a decisão de encerramento do posto de Alferrarede é “irrevogável”, no seguimento do pedido de explicações relativamente aos critérios da administração que estão na base da decisão. A autarca referiu ter manifestado “total discordância” com o encerramento desta loja e lamentou a forma como dela teve conhecimento – através da comunicação social – “desrespeitando institucionalmente o órgão autárquico” que representa a população.
Segundo se pode ler na informação divulgada na noite de quarta-feira, “a administração dos CTT mostrou-se irredutível e deu a decisão como definitiva”. “Argumentou o facto de num raio muito curto existirem outros pontos de atendimento, um no Centro Histórico e outro numa grande superfície comercial, e da necessidade de contenção de despesas”, explicou.
Contactada pela Lusa, Maria do Céu Albuquerque disse que, “em cima da mesa, estiveram, nomeadamente, a possibilidade de cedência de edifício municipal e/ou privado para esse efeito, nas imediações da atual, em Alferrarede, proposta que foi rejeitada”, tendo referido que se está a “trabalhar na apresentação de uma proposta tendo por base um protocolo estabelecido entre a administração dos CTT e a ANAFRE para a criação de um posto de atendimento em instalação da junta de freguesia, com o apoio de privados, para garantir que a população não fica desprovida deste serviço essencial”.
Os CTT confirmaram em 2 de janeiro o fecho de 22 lojas no âmbito do plano de reestruturação, que, segundo a Comissão de Trabalhadores dos Correios de Portugal, vai afetar 53 postos de trabalho. A empresa referiu que o encerramento de 22 lojas situadas de norte a sul do país e nas ilhas “não coloca em causa o serviço de proximidade às populações e aos clientes, uma vez que existem outros pontos de acesso nas zonas respetivas que dão total garantia na resposta às necessidades face à procura existente”.
A decisão de encerramento tem motivado críticas de partidos, autarquias e utentes, tendo os deputados do PSD eleitos pelo distrito de Santarém, Nuno Serra e Duarte Marques, reunido na quarta-feira com a administração dos CTT para esclarecer a situação da prestação de serviços de correios no distrito, em particular no concelho de Abrantes e Alpiarça. Em nota de imprensa, os deputados referem que a “administração dos CTT demonstrou total abertura para manter o mesmo nível de serviços existentes em Alpiarça, visto ser a única estação dos CTT no concelho, decorrendo negociações com as autoridades locais para encontrar uma solução alternativa à localização atual”.
Relativamente à situação de Alferrarede, no concelho de Abrantes, os deputados do PSD referem, na mesma nota, que “o presidente dos CTT, Francisco Lacerda, revelou que decorrem conversações com as autoridades locais para garantir soluções que garantam a qualidade e proximidade do serviço postal no concelho de Abrantes e, em particular, em Alferrarede”.
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