Primeiro soaram os alarmes, agora vêm as contas. Lucros dos CTT caem para quase metade
Francisco Lacerda presta contas esta quarta-feira depois do fecho da bolsa. Analistas não auguram boas notícias: o lucro anual terá afundado 40% em 2017 com queda nas receitas do correio postal.
Foi em outubro que Francisco Lacerda lançou o profit warning aos investidores: os lucros dos CTT CTT 1,13% estão a derrapar face ao previsto devido à deterioração do negócio do tráfego postal. Hoje é dia de prestação de contas anuais e os analistas estão à espera que a empresa “confirme o difícil enquadramento em que opera”. Estimam uma queda de lucro de 40% em 2017.
Os analistas sondados pela Reuters apontam para um lucro de cerca de 38,7 milhões de euros no exercício do ano passado. Isto traduz uma queda de 39,4% face ao resultado obtido um ano antes e ajudam a perceber por que razão a administração lançou um plano de reestruturação nos últimos meses para contornar a crise. Entre as medidas contam-se saídas de trabalhadores, fecho de lojas, cortes nos salários da administração e redução do dividendo.
Do lado do CaixaBI, as perspetivas são até mais pessimistas quando Lacerda anunciar as contas ao mercado após o fecho da bolsa de Lisboa. O lucro anual terá caído para metade: 30,6 milhões de euros. E isto depois de um quarto e último trimestre num ambiente operacional bastante desafiante, explicam os analistas daquele banco de investimento.
“De uma forma geral, e uma vez mais, antecipamos que os resultados do último trimestre do ano não tragam grandes novidades, confirmando o difícil enquadramento em que os CTT operam, nomeadamente no correio — volumes endereçados a caírem 6,2% em 2017 face ao período homólogo”, contextualiza a equipa de research do CaixaBI.
“Foco no Correio”
Os CTT têm sobretudo quatro áreas de negócio: Correio, Expresso & Encomendas, Serviços Financeiros e Banco CTT. Para os analistas do CaixaBI, “o foco está no correio”.
“As receitas de correio no quarto trimestre deverão ser de 130,3 milhões de euros (-3,9% em termos homólogos e +5,4% face ao trimestre anterior), com os volumes de correio endereçados a caírem 6% em termos homólogos em igual período. Para 2017, estimamos que as receitas desta área de negócio sejam de 523,7 milhões (-1,8% em termos homólogos), com os volumes de correio transportados a acumularem uma queda de 6,2% face ao ano passado”, estima o banco de investimento.
Pressionado por um segmento de correio que representa 75% do negócio dos CTT, Lacerda também não deverá contar com bons números na atividade de Serviços Financeiros, que compreende a comercialização dos certificados de poupança do Estado. Aqui as receitas terão recuado 12,7%, segundo as estimativas do CaixaBI.
Por outro lado, reforçando a aposta da administração naqueles que são considerados os dois pilares de crescimento do futuro, os CTT deverão registar subidas nas receitas do Expresso & Encomendas e Banco CTT para 131 milhões e oito milhões, respetivamente.
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