Nos pode comprar a SIC? “Não vamos especular sobre cenários hipotéticos”

A Nos garante que a possibilidade de avançar para a compra do grupo Impresa, para fazer frente à compra da Media Capital pela Altice, é um "cenário hipotético" ainda "por confirmar".

Miguel Almeida, presidente executivo da Nos.Paula Nunes/ECO

O presidente executivo da Nos NOS 1,07% disse esta segunda-feira que a compra da Media Capital por parte da concorrente Altice “põe em causa a concorrência no setor” das telecomunicações e também “o pluralismo em Portugal”. No entanto, sobre a possibilidade de avançar para uma operação semelhante, como por exemplo a compra do grupo Impresa, o gestor afirmou: “Nesta fase, não vamos especular sobre cenários hipotéticos que estão ainda por confirmar.”

“A nossa posição sobre essa operação é conhecida, está publicada, é bastante clara e não a alteramos de forma nenhuma. Mantemos a mesma opinião, que temos vindo a dar conta aos reguladores. Compete-lhes decidir o destino desta operação”, disse Miguel Almeida. A hipótese da compra da dona da SIC foi um cenário posto em cima da mesa por parte de alguns analistas financeiros, depois de o gestor ter dito que se a compra fosse aprovada, iria haver “guerra”, com uma resposta na mesma medida.

Dividendo acima do lucro? “Estrutura de capitais é sólida”

A Nos apresentou resultados antes da abertura da bolsa de Lisboa que surpreenderam o mercado. A operadora viu o resultado líquido no ano de 2017 subir 37% para mais de 124 milhões de euros e propôs um aumento do dividendo na ordem dos 50%, de 20 para 30 cêntimos por ação. É um payout de 125%.

Para justificar a subida do dividendo e o facto de a Nos dar aos acionistas 25% mais do que o que a empresa lucrou em 2017, Miguel Almeida garantiu que a Nos tem uma estrutura de capitais “sólida”. José Pedro Pereira da Costa, administrador financeiro da operadora, acrescentou ainda: “Pensamos ter as bases para esta remuneração acionista progressiva e sustentada. Temos uma estrutura de capitais sólida e um nível de geração de cash flow muito forte.”

O presidente executivo comentou ainda uma notícia do ECO, indicando que o BPI considera que o dividendo é baixo, referindo: “Nós achamos que é o adequado para permitir uma distribuição do valor aos acionistas. Acreditamos que este nível de dividendos é sustentável, e sustentável no sentido de que acreditamos que poderá aumentar.” Isso, explicou, depende dos resultados deste ano.

“Preferia que se falasse de futebol de forma positiva e não por outros motivos”

A Nos é também uma empresa bastante associada ao futebol, o desporto-rei em Portugal. No entanto, a modalidade tem vindo a estar associada a casos na Justiça, como a operação “e-Toupeira”. Questionado sobre se a Nos pode rever a sua forma de estar no futebol português, como por exemplo o patrocínio da “Liga Nos”, Miguel Almeida deixou aquilo que considerou ser “um desabafo”.

“A parceria com o futebol nasce do pressuposto de que o futebol é uma fonte de emoções positivas para as pessoas e queremos associar-nos a essa festa. É relativamente óbvio perceber que, a partir do momento que se discute menos esse tipo de emoções e outro tipo de problemas, não é motivo de regozijo para nós. [Mas] nós temos um compromisso. Não vamos sair do compromisso a meio. Apenas é um desabafo de que preferia que se falasse do futebol de forma positiva e não por outros motivos”, criticou o presidente executivo da operadora.

(Notícia atualizada às 12h29 com mais informações)

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