Ramalho repete o alerta. Reestruturação do Novo Banco ainda “exige tempo e dinheiro”
O líder do Novo Banco, António Ramalho, repetiu o alerta proferido em junho: a reestruturação da instituição ainda vai exigir "tempo e dinheiro"
O presidente do Novo Banco, António Ramalho, alerta que a reestruturação do Novo Banco ainda não está completa e “vai exigir tempo e dinheiro”. A mensagem consta da apresentação de resultados do banco relativa ao primeiro semestre, no qual a instituição registou um prejuízo de 231,2 milhões de euros, uma melhoria de cerca de 20% face ao período homólogo.
Numa curta declaração direcionada aos mercados, António Ramalho sublinha que “a performance do banco no primeiro semestre está em linha com os planos de negócios já apresentados aos diversos stakeholders“. O alerta surge depois: “A reestruturação do banco ainda vai exigir tempo e dinheiro”. O gestor reconhece, desta forma, que ainda há trabalho pela frente e, sobretudo, que deverá ser necessário mais dinheiro, provavelmente por parte do Fundo de Resolução.
Não é a primeira vez que António Ramalho aponta nesta direção. Em meados de junho, na divulgação das contas do primeiro trimestre, o presidente executivo do Novo Banco já dizia que o plano de reestruturação que está a ser implementado vai “custar tempo e dinheiro”, definindo-o como sendo da “total prioridade” para a empresa.
"A reestruturação do banco ainda vai exigir tempo e dinheiro.”
A criação de uma garantia estatal foi uma das condições impostas pelo Lone Star quando aceitou comprar o Novo Banco. O fundo norte-americano ficou com 75% e injetou mil milhões de euros na instituição, obtendo uma garantia designada de Mecanismo de Capital Contingente.
Este é um mecanismo que pode ser ativado pelo Novo Banco caso se verifiquem duas condições: por um lado, se um conjunto de ativos tóxicos do Novo Banco sofrer uma desvalorização face ao valor de referência definido no momento da compra do Lone Star e, por outro, caso os rácios de capital baixem de um patamar predefinido, fixado em 12,5%. Os prejuízos avultados registados em 2017 levaram a que o Fundo de Resolução se visse obrigado a disponibilizar um montante de 792 milhões de euros, 450 milhões emprestados pelo Tesouro português, para colmatar as necessidades de capital este ano.
Contudo, parece cada vez mais certo que não vai ficar por aqui. As declarações de António Ramalho divulgadas esta quinta-feira, que apontam para mais necessidades de financiamento, surgem na linha das do ministro das Finanças, Mário Centeno, numa entrevista à TSF publicada no final de março. Referindo-se à injeção de dinheiro público a concluir este ano, o ministro disse: “Eu não seria tão corajoso para fazer a previsão de que isso terminasse já em 2018”.
Apesar de ter apurado um resultado negativo na primeira metade de 2018, o Novo Banco indica no documento submetido à CMVM que, “um ano após o fim do período de intervenção, o banco está mais sólido, mais limpo e melhor operacionalmente”.
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