Depois de Marcelo, Costa também considera que houve excesso de falhas na queda do helicóptero do INEM
O primeiro-ministro admite que "aparentemente existiram" falhas que "não são aceitáveis no funcionamento do Estado". Costa diz que Marcelo exprimiu bem aquilo que todos os portugueses.
O primeiro-ministro defendeu esta quarta-feira que os erros apontados pelo relatório apresentado pela Proteção Civil ao Ministério da Administração Interna (MAI) não são aceitáveis, secundando a opinião de Marcelo Rebelo de Sousa que há “muitas falhas e isso significa que o Estado falhou”.
“O Presidente da República expressou bem aquilo que todos sentimos”, disse António Costa, à margem da inauguração do centro de refugiados em Loures. “O que podemos desejar é que tudo aquilo que consta do relatório preliminar não venha a ser confirmado no relatório definitivo, porque falhas como as que foram referidas não são aceitáveis no funcionamento do Estado”, sublinhou o chefe de Governo.
O Presidente da República expressou bem aquilo que todos sentimos. O que pudemos desejar é que tudo aquilo que consta do relatório preliminar não venha a ser confirmado no relatório definitivo, porque falhas como as que foram referidas não são aceitáveis no funcionamento do Estado.
Em causa está o relatório apresentado pela Proteção Civil ao Ministério da Administração Interna (MAI) sobre a queda do helicóptero do INEM que vitimou quatro pessoas, foram apontadas várias falhas, nomeadamente a nível dos procedimentos.
António Costa frisou que não pretende “antecipar conclusões”, mas reconheceu que “aparentemente existiram [falhas], porque o tempo que decorreu entre a queda do helicóptero e as primeiras reações parece, à partida, a qualquer cidadão comum, excessivo”, frisou.
O primeiro-ministro explicou ainda aos jornalistas, em declarações transmitidas pela SIC Notícias e RTP3, que para “evitar que cada uma das entidades faça o seu próprio relatório” tomou a “iniciativa de ordenar a realização de um inquérito único”. “Como não disponho de uma inspeção solicitei ao Conselho Superior da Magistratura que designasse um, ou uma, magistrado judicial, que pudesse proceder a um inquérito para que rapidamente se apure se houve falha por parte de alguma das entidades, quais falhas e que consequências devem ser retiradas dessas falhas se elas existiram”, afirmou António Costas.
Estas declarações surgem um dia depois de Marcelo Rebelo de Sousa ter dito que caso as falhas apontadas se confirmem isso “não cria confiança nem segurança nas pessoas”. “Se se confirmar aquilo que resulta deste relatório preliminar, são falhas demais de comunicação e tempo demais que resulta dessas falhas. E isso não é bom para a confiança das pessoas nas instituições, porque no fundo é tudo Estado”, disse o Chefe de Estado, durante um almoço com camionistas.
Para Marcelo há duas maneiras de olhar para este momento: “Uma é banalizar, dizer que isto é um caso que acontece de vez em quando; a outra é levar a sério. E acho que deve ser levado a sério, porque os portugueses vão perdendo confiança nas instituições”. Um recado que relembra declarações anteriores aquando dos incêndios, nas quais o Chefe de Estado pedia que a situação não fosse tratada como uma normalidade.
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