Akuo disposta a pagar mais caro para ter solar flutuante no leilão de 2021

Para a empresa, o preço não é o único driver nos projetos solares, que devem ser aceites pelas comunidades locais, ser mais pequenos, mais sofisticados e mais adaptados ao território.

Uma das grandes vencedoras do leilão de energia solar em 2019, a Akuo Energy defende que é necessária uma abordagem diferente no leilão de 2021, com inclusão da opção de painéis flutuantes em albufeiras e lotes de menor dimensão a concurso.

“Em 2019 e 2020 tivemos a leilão lotes muito grandes, que implicam centrais solares grandes, que ocupam muito espaço. Agora vamos entrar numa segunda fase, em que os projetos serão mais adaptados ao território. É importante pensar que em zonas do país faz mais sentido o solar. Falou-se na possibilidade do solar flutuante em albufeiras. É uma alternativa vantajosa em certas situações. Faz sentido não ocupar as terras agrícolas e ocupar as barragens”, disse João Macedo, Country Manager da Akuo Portugal, em declarações ao ECO/Capital Verde.

Quantos aos preços, garante, estas alternativas ao solar convencional são mais caras e o preço a pagar vai ser diferente. “Para nós o preço não é o único driver destes projetos solares e é importante haver uma integração no território a longo prazo e a aceitação por parte das comunidades locais. Vamos evoluir neste sentido: projetos mais pequenos, em média, mais sofisticados e mais adaptados ao território”, defende João Macedo, Country Manager da Akuo Portugal.

Em 2019, a empresa ganhou três lotes no primeiro leilão e conseguiu obter o preços mais baixo, batendo um recorde mundial: “O nosso objetivo é começar a construção das centrais agora no verão ou no terceiro trimestre de 2021, e depois o processo demora cerca de um ano. No verão de 2022 esperamos estar a injetar energia na rede”.

Neste momento estão a desenvolver os três projetos no Alentejo, com contratos de construção já assinados e o financiamento em fase de due diligence. “Dadas as tarifas obtidas, tínhamos de assegurar um financiamento muito competitivo e agressivo e confirmou-se o apetite dos investidores e bancos para este tipo de projetos a longo prazo”, disse João Macedo.

A Akuo já obteve a Declaração de Impacto Ambiental em relação a um dos projetos, mas está ainda à espera do licenciamento ambiental para os outros dois. “Estas centrais têm um impacto grande, ocupam muito espaço, carecem de parecer de muitas entidades”, explica o gestor.

Quanto a isso, o secretário de Estado da Energia, João Galamba diz que “o Governo não pode predefinir os terrenos onde os projetos solares são localizados, apenas as subestações onde esses projetos se vão ligar, porque são esses os ativos do sistema público que se não forem utilizados representam um investimento desaproveitado e um ónus para todos os consumidores”.

São os privados que vão à procura dos terrenos e ao Executivo cabe definir a localização dos parques com os instrumentos de gestão territorial que já existem, justificou o secretário de Estado no debate online “Transição Energética em Portugal: como potenciar a inovação tecnológica e social?”.

“Um parque solar com uma determinada dimensão está sujeito a Avaliação de Impacto Ambiental. Há sítios onde não pode haver parques solares, outros onde pode, outros onde talvez possa, mas mediante regras. Caso a caso, fazermos as avaliações dos projetos”, remata.

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