CGD não quer divulgar lista dos maiores devedores
A Caixa Geral de Depósitos recusa-se a entregar a lista de créditos maiores por si concedidos. Isto depois de a Relação de Lisboa dizer que o banco público não tem de manter segredo sobre os créditos.
A Caixa Geral de Depósitos não quer entregar a lista dos maiores créditos concedidos pelo banco do Estado. A posição é conhecida através de uma carta enviada à comissão de inquérito à gestão da Caixa, com data de 23 de janeiro. Isto mesmo depois de o Tribunal da Relação de Lisboa ter decidido levantar o sigilo bancário.
A “CGD não pode prestar as informações solicitadas”, lê-se na carta enviada ao deputado José Matos Correia, presidente da mesa na comissão de inquérito da CGD, pelo vice-presidente da CGD, Rui Vilar, e o vogal da administração, João Tudela Martins, a que o ECO teve acesso.
"A documentação pedida, para além de ainda não estar aprovada na sua totalidade, contém informação relativa a clientes e também informação que, embora respeitando à vida interna da CGD, atenta a sua natureza e sensibilidade, se impõe manter em segredo, para preservação os seus legítimos interesses, no quadro plenamente concorrencial em que desenvolve a sua atividade”
“A documentação pedida, para além de ainda não estar aprovada na sua totalidade, contém informação relativa a clientes e também informação que, embora respeitando à vida interna da CGD, atenta a sua natureza e sensibilidade, se impõe manter em segredo, para preservação os seus legítimos interesses, no quadro plenamente concorrencial em que desenvolve a sua atividade”, defendem os dois gestores.
Documentação que inclui uma lista detalhada dos 50 maiores devedores da Caixa, que identifica, entre outros, os montantes em causa, o incumprimento, os créditos reestruturados, as imparidades, datas ou garantias concedidas. E é esta lista de créditos que justifica o reconhecimento de imparidades na ordem dos três mil milhões de euros.
Esta recusa acontece mesmo depois de a Relação de Lisboa ter decidido levantar o dever de sigilo bancário e profissional do banco, autorizando a instituição a revelar esta informação ao Parlamento. Salvaguardada continua, contudo, a correspondência da Caixa.
O deputado José Matos Correia reage de forma assertiva: “Não me passa pela cabeça que uma entidade, seja ela quem for, não cumpra uma decisão do Tribunal da Relação.” A resposta pode revelar um “desconhecimento da decisão” por parte da Caixa, adianta.
(Noticia atualizada às 18h40 com a reação do deputado José Matos Correia.)
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