“Russiagate”. Câmara de Lisboa recorre da multa de um milhão de euros

  • Lusa
  • 3 Setembro 2024

Carlos Moedas considera o incidente "inaceitável", mas afirma ser um dever do município "recorrer para proteger os lisboetas e salvaguardar o bom nome da instituição".

A Câmara de Lisboa vai recorrer da decisão judicial de multar o município em cerca de um milhão de euros pela partilha de dados de ativistas russos, no processo conhecido como “Russiagate”, confirmou esta terça-feira a autarquia à agência Lusa.

A Câmara Municipal de Lisboa confirma que irá recorrer da multa aplicada pelo Tribunal Administrativo de Círculo de Lisboa no valor de um milhão de euros relativa ao envio de dados de ativistas russos em 2021, durante a presidência de Fernando Medina”, indicou o Executivo liderado por Carlos Moedas, numa resposta escrita.

Para o social-democrata, citado no texto, o incidente, ocorrido durante a gestão socialista, “é inaceitável”, mas é um dever do município “recorrer para proteger os lisboetas e salvaguardar o bom nome da instituição”.

No início de agosto, quando confirmou ter conhecimento da sentença, “nos termos da qual foi condenada ao pagamento de 1.027.500 euros”, a Câmara indicou que estava a avaliar se recorreria ou não da decisão. Na altura, Carlos Moedas — que preside ao Executivo desde 2021 — lamentou a “pesada herança”, referindo que iria defender os lisboetas.

Em janeiro de 2022, a Comissão Nacional de Proteção de Dados (CNPD) aplicou uma multa de 1,25 milhões de euros à autarquia por violações do Regulamento Geral de Proteção de Dados ao “comunicar os dados pessoais dos promotores de manifestações a entidades terceiras”. A CNPD identificou 225 contraordenações nas comunicações feitas pelo município no âmbito de manifestações, comícios ou desfiles.

A multa resultou de um processo aberto na sequência de uma participação que deu entrada na CNPD em 19 de março de 2021. Em causa estava a comunicação à embaixada da Rússia em Portugal e ao Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, pela autarquia portuguesa, de dados pessoais dos promotores de uma manifestação realizada junto à embaixada.

Os ativistas, dissidentes do regime russo, tinham realizado em janeiro de 2021 um protesto pela libertação do opositor do Governo russo Alexey Navalny, e argumentaram que a Câmara Municipal de Lisboa pôs em causa a sua segurança e a dos seus familiares na Rússia aquando da divulgação dos seus dados.

O valor inicial da multa aplicada ao município foi reduzido em 222.500 euros devido à prescrição de algumas contraordenações.

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Digi arranca pré-lançamento com stand no Alegro Sintra para teste gratuito de fibra

A nova operadora começa a estar presente no mundo físico e quer captar voluntários para testarem a sua rede de fibra. O programa é gratuito e pressupõe a instalação em casa por um técnico.

A nova operadora deverá lançar ofertas comerciais até ao final de novembroHugo Amaral/ECO

A entrada da Digi em Portugal passou esta terça-feira a uma nova fase de pré-lançamento. A operadora de telecomunicações acaba de inaugurar um primeiro stand no centro comercial Alegro Sintra, com o qual pretende atrair consumidores que aceitem testar gratuitamente o seu serviço de fibra ótica, estando mesmo a distribuir panfletos, segundo informações apuradas pelo ECO.

Esta é a primeira presença física oficial da Digi, numa iniciativa que ainda é mais técnica do que propriamente comercial, apesar de os participantes serem potenciais clientes. A operadora tem estado, nos últimos dois anos, a construir redes próprias de fibra ótica e 5G e deverá lançar as primeiras ofertas comerciais ainda este ano, até novembro, estando ainda a realizar testes.

A participação no teste de fibra ótica é voluntária e não pressupõe nenhuma fidelização, mas é requerida confidencialidade. Confirmando-se a elegibilidade da residência do consumidor, é preciso assinar um acordo com um conjunto de termos e agendar a visita de um técnico para instalar o acesso de fibra e um router. A empresa está a selecionar candidatos predominantemente na zona de Lisboa e a facultar acessos com débito até 1 Gbps (gigabit por segundo).

Num panfleto que está a ser distribuído no centro comercial, a que o ECO teve acesso (na imagem), é anunciado que “a Digi está a chegar a Portugal”. “A nossa fase de testes começa agora e é gratuita. Para participar, os candidatos devem concordar com os Termos e Condições para avaliação de Serviços Digi, confirmando a sua intenção de participação”, lê-se nas letras pequenas.

“Os participantes devem escolher quais os serviços que desejam testar, sendo a sua participação sujeita a critérios de seleção e elegibilidade definidos pela Digi, bem como aos serviços em teste em cada momento, segundo o critério da Digi. A participação no período de testes é facultativa e não implica adesão aos futuros serviços comerciais da Digi Portugal”, acrescenta ainda o panfleto. O mote da iniciativa é: “Seja um dos primeiros a testar a fibra da Digi.”

Exemplar do panfleto que a Digi está a distribuir no Alegro SintraHugo Amaral/ECO

Apesar de este programa decorrer por tempo indeterminado, a empresa não está a recomendar aos participantes o cancelamento de contratos com as suas operadoras, visto que a rede ainda não foi lançada oficialmente e funciona melhor numas regiões do que noutras, podendo registar falhas. Quanto à rede móvel, a Digi ainda está a avaliar se a abrirá a testes por consumidores.

O programa de testes à rede de fibra não é novo e já arrancou há algumas semanas. A empresa já estava a captar voluntários através de um formulário disponibilizado no seu site, que continuará a ser o principal canal de captação de consumidores para este teste, disse ao ECO fonte conhecedora dos planos da marca. Mas, com o verão a terminar e o ano prestes a entrar na reta final, a operadora decidiu agora alargar a iniciativa ao mundo físico, abrindo um primeiro stand inserido num centro comercial.

O ECO sabe que este é só um de vários stands que a Digi tenciona abrir ao longo das próximas semanas, pelo que a notícia representa ainda o início de um período em que mais portugueses terão contacto pela primeira vez com a marca, que no início de agosto emergiu como a compradora da Nowo, em dificuldades financeiras depois de falhar a venda à Vodafone, por 150 milhões de euros.

Para outros consumidores, a Digi já é conhecida e aguardada com grande expectativa, devido à política de preços mais baixos do que os da concorrência, com ofertas mais flexíveis e três meses de fidelização, que é praticada em Espanha pela empresa de origem romena. Além disso, os mais atentos já terão notado, na via pública, a presença de técnicos ou carrinhas de matrícula romena identificados pela marca, que podem ser avistados em algumas zonas do país, incluindo em Lisboa.

Ademais, em muitas regiões já é possível ver os pontos de acesso de fibra ótica da Digi nas fachadas de alguns prédios ou no interior. São caixas pretas, de tamanho semelhante ao de uma caixa de sapatos, com a marca Digi gravada na parte da frente. É nestas caixas que são conectados os cabos de fibra ótica que entram na casa dos consumidores.

O ECO contactou fonte oficial da Digi para saber quando serão lançadas as ofertas comerciais e encontra-se a aguardar resposta. Contactado o centro comercial Alegro Sintra, o operador confirmou a abertura de um stand da Digi esta terça-feira.

Em 2021, a romena Digi investiu mais de 67 milhões de euros na compra de licenças 5G no leilão realizado pela Anacom. No dia 2 de agosto, ao confirmar a compra da Nowo ao acionista espanhol, a Digi anunciou que prevê um investimento superior a 500 milhões de euros em Portugal para oferecer uma “gama completa de serviços”. Isso inclui serviços fixos, móveis e televisão, mas a empresa tem tido dificuldades no licenciamento dos canais mais vistos pelos portugueses.

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TAP pagou 326 mil euros por férias não gozadas ao antigo CEO Fernando Pinto. IGF questiona legalidade

Entre 2007 e 2020, ex-gestor da TAP recebeu 8,5 milhões de euros, além de outros benefícios não quantificados, aponta relatório de auditoria da Inspeção Geral das Finanças às contas da transportadora.

Fernando Pinto, o antigo CEO da TAP entre 2000 e 2017, que entretanto prestou serviços de consultoria durante dois anos à transportadora aérea portuguesa, recebeu 326,7 mil euros por férias não gozadas, revela o relatório de auditoria da Inspeção Geral das Finanças (IGF) às contas da TAP. O relatório conclui ainda que o antigo gestor recebeu 8,5 milhões da TAP entre 2007 e 2020, além de outros benefícios.

A auditoria às contas da TAP relativos aos pagamentos feitos ao antigo CEO revelam que “o valor pago por férias não gozadas (326,7 mil euros) corresponde a 175 dias, a que acrescem mais 70 dias, de acordo com uma regra instituída, da qual não tivemos evidência do respetivo documento que a suporta”.

Numa análise a estes valores, que fazem parte de um pacote de pagamentos no valor 6,9 milhões a título de remuneração realizados entre 2007 e 2018, a IGF questiona a legalidade do pagamento desta quantia, sublinhando que “se coloca desde logo a questão jurídica de saber se este teria direito a uma compensação monetária devida a título de férias não gozadas”.

Não se descortina a base legal ou contratual que sustente o pagamento das férias alegadamente não gozadas por Fernando Pinto ao longo dos anos em que exerceu as funções de gestores na TAP.

Relatório de auditoria da IGF às contas da TAP

Segundo o Código de Trabalho, “não pode haver acumulação de férias por um período superior a um ano, quanto mais de 13 anos, como parece ter sido o caso”, justifica o relatório.

Além disso, refere que “o pagamento de férias não gozadas pelos gestores públicos não está previsto no EGP [Estatuto do Gestor Público] nem se encontra contratualizado nos contratos de gestores, pelo que não se descortina a base legal ou contratual que sustente o pagamento das férias alegadamente não gozadas por Fernando Pinto ao longo dos anos em que exerceu as funções de gestores na TAP, SA, pese embora se possa admitir a existência do direito estabelecido contratualmente quanto ao abono do subsídio de férias, o que parece inferir a existência do direito a férias”.

Além dos 6,9 milhões recebidos a título de remuneração enquanto exerceu as funções de CEO da empresa, Fernando Pinto recebeu ainda 1,6 milhões relacionados com serviços de assessoria prestados à transportadora aérea nos dois anos seguintes a abandonar a liderança da companhia.

Fernando Pinto, ex-CEO da TAPJosé Sena Goulão / Lusa

O contrato de prestação de serviços incluía ainda outros benefícios, nomeadamente um seguro de vida e de saúde, viatura de serviço e telefone, facilidade nas passagens aéreas, apoio logístico e jurídico para efeitos da prestação de serviços, suporte das despesas da mudança para o Brasil até 15.000 euros e o direito de participar no plano de subscrição de ações da TAP, SGPS, refere o mesmo relatório.

Contas feitas, entre 2007 e 2020 foram realizados pagamentos a Fernando Pinto, na qualidade de membro do conselho de administração e de consultor, que ascendem, pelo menos, ao “montante global de 8.523,9 mil euros, a que acresce o valor não quantificado dos benefícios antes referidos”.

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Cerejeira Namora, Marinho Falcão assessora Grupo MDS na aquisição de duas sociedades no sector dos seguros

A equipa da Cerejeira Namora, Marinho Falcão, que assessorou o Grupo MDS, foi coordenada pelo sócio Pedro da Costa Mendes e contou com o apoio de Gonçalo Cerejeira Namora e João Gutierres.

A Cerejeira Namora, Marinho Falcão assessorou o Grupo MDS, líder nacional no mercado da corretagem de seguros, no processo de aquisição da totalidade das ações da sociedade corretora de seguros Ilídio Maia Casais S.A., e na aquisição da totalidade das participações sociais da sociedade mediadora de seguros Bónus – Mediação de Seguros, Lda, sediadas em Lisboa e Funchal, respetivamente.

A equipa da Cerejeira Namora, Marinho Falcão, que assessorou o Grupo MDS, foi coordenada pelo sócio Pedro da Costa Mendes e contou, entre outros, com o apoio de Gonçalo Cerejeira Namora (Associado Sénior) e João Gutierres (Associado Sénior).

A assessoria compreendeu todo o processo de M&A, desde a fase preliminar de aconselhamento dos investidores nas due diligences legais levadas a cabo, até à preparação, negociação e finalização da documentação da transação.

O Grupo MDS, líder nacional no mercado da corretagem de seguros, detido pelo gigante britânico Ardonagh (também ele próprio um major player no setor da corretagem de seguros), continua a reforçar a sua posição através de crescimento não orgânico. Com a integração da Bónus, que em 2023 gerou um volume de €10,5M em prémios, numa carteira composta por cerca de 18 mil clientes, o Grupo MDS deverá, este ano, ultrapassar os €26M de prémios de seguros e mais de 35 mil clientes.

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Partidos querem afastar Pinto Luz do processo de privatização da TAP

Oposição quer ouvir Pinto Luz no Parlamento, assim como Maria Luís Albuquerque, a ministra das Finanças da altura e agora proposta pelo Governo para comissária europeia.

Os partidos da oposição querem afastar o ministro das Infraestruturas e da Habitação do processo de privatização da TAP. Na sequência da divulgação do relatório da Inspeção-Geral de Finanças (IGF) às contas da TAP, que aponta para indícios de crime na privatização da companhia aérea em 2015, a oposição acusou esta terça-feira Miguel Pinto Luz de falta de idoneidade para gerir o dossiê da venda da transportadora aérea, já que era o secretário de Estado das Infraestruturas na altura da reprivatização ruinosa de há nove anos.

Todos querem ouvir o responsável no Parlamento, assim como Maria Luís Albuquerque, a ministra das Finanças da altura e agora proposta pelo Governo para comissária europeia, e Sérgio Monteiro, que antecedeu Pinto Luz no cargo de secretário de Estado das Infraestruturas. O ministro das Infraestruturas já disse que “vai ao Parlamento as vezes que forem necessárias”. O primeiro-ministro, Luís Montenegro, recusou falar do tema esta manhã durante uma visita ao Botton-Champalimaud Pancreatic Cancer Centre, em Lisboa.

Depois de classificar de “gravíssimo” a relatório da IGF que concluiu que a privatização da TAP ao consórcio Atlantic Gateway, liderado por David Neeleman, a líder da bancada parlamentar do PS, Alexandra Leitão, questionou se “Miguel Pinto Luz tem condições para dirigir uma nova privatização, quando foi o principal ator de uma privatização que tem graves suspeitas de utilização de dinheiro da TAP para comprar a TAP”.

É urgente que o primeiro-ministro venha dizer se mantém a confiança política em Miguel Pinto Luz para dirigir o processo de privatização da TAP.

Alexandra Leitão

Líder parlamentar do PS

“O primeiro-ministro tem de vir dizer se considera que o ministro tem condições para dirigir uma nova privatização. Vamos chamar Miguel Pinto Luz, Maria Luís Albuquerque e Sérgio Monteiro ao Parlamento e o debate da comissão permanente que o PS pedirá é que seja sobre esta matéria – e esperamos que tenha a presença do próprio ministro” Miguel Pinto Luz, afirmou Alexandra Leitão.

“É urgente que o primeiro-ministro venha dizer se mantém a confiança política em Miguel Pinto Luz para dirigir o processo de privatização da TAP”, reiterou a responsável, em declarações aos jornalistas na Assembleia da República.

O Chega vai votar a favor de uma audição do ministro das Infraestruturas, Miguel Pinto Luz, na Assembleia da República, argumentando que “os portugueses precisam de saber” em que condições é que a reprivatização da TAP foi feita. “O negócio foi uma trapalhada”, salientou Pedro Pinto. Para o líder da bancada do Chega, o atual governante está numa situação “muito débil” e acusou Luís Montenegro de se ter “posto a jeito” quando decidiu convidar Pinto Luz para integrar o novo Governo.

Para a coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Mariana Mortágua, o ministro das Infraestruturas, Miguel Pinto Luz, “não tem idoneidade para gerir o dossiê da TAP”, tendo em conta que foi “cúmplice do assalto” à companhia aérea na privatização “ruinosa” de 2015, uma vez que na altura era secretário de Estado das Infraestruturas. E pergunta ao primeiro-ministro “o que vai fazer com este ativo tóxico do Governo”.

“A operação de privatização da TAP foi tudo menos transparente e bem-sucedida, e Miguel Pinto Luz sabe disso. é por isso que agora se esconde atrás do primeiro-ministro. Cabe agora ao primeiro-ministro decidir o que fazer com este ativo tóxico do Governo, o que vai Luís Montenegro fazer com Miguel Pinto Luz, que é o maior ativo tóxico que este Governo tem e que foi responsável por uma privatização ruinosa no passado”, atirou Mortágua.

Cabe ao primeiro-ministro decidir o que fazer (…) com Miguel Pinto Luz, que é o maior ativo tóxico que este Governo tem e que foi responsável por uma privatização ruinosa no passado.

Mariana Mortágua

Coordenadora do Bloco de Esquerda

A líder bloquista também não poupou críticas ao Governo socialista que se seguiu. “O PS tem também pouca legitimidade para criticar este negócio. Na altura em que comprou a posição de David Neeleman já sabia que a privatização tinha todos estes problemas, que corria o risco de violar o código das sociedades comerciais e que esse negócio podia ser nulo, já sabia que o dinheiro que Neeleman pôs na TAP era dinheiro da própria TAP”, criticou Mariana Mortágua.

Por isso, acrescentou, “é questionável a decisão de Pedro Nuno Santos, na altura ministro das Infraestruturas, de pagar 55 milhões de euros a David Neeleman para sair da TAP aos quais não tinha direito”.

Para Mortágua “só há uma conclusão final: tirem as mãos da TAP, travem este processo em que Governo após Governo, toda a gente procura fazer negociatas com a venda de uma das melhores empresas públicas, uma empresa que está a dar lucro, que é importante para a soberania do país e que tem de se manter nas mãos públicas”.

O BE vai chamar Miguel Pinto Luz ao Parlamento para prestar esclarecimentos. O partido vai propor um debate sobre a situação na TAP, na comissão permanente do próximo dia 11 de setembro, com a presença do ministro das Infraestruturas e da Habitação.

A líder do grupo parlamentar do PCP, Paula Santos, lembrou que, nesse dia, já estava prevista a audição da antiga ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque a propósito da privatização da ANA. “Vamos propor que a audição seja alargada ao processo de privatização da TAP”, anunciou a deputada.

O Livre vai chamar “os responsáveis políticos” pelo negócio da venda da companhia aérea, em 2015. “Isto parece bastante grave, por isso apresentámos um requerimento para ouvir, com urgência, Maria Luís Albuquerque, Sérgio Monteiro e Miguel Pinto Luz”, indicou a líder da bancada, Isabel Mendes Lopes.

O PAN também apresentou no Parlamento um requerimento para que o antigo secretário de Estado, Sérgio Monteiro, o atual ministro das Finanças, Miranda Sarmento e o antigo presidente da Parpública, José Realinho de Matos sejam ouvidos na Assembleia da República. Para Inês Sousa Real, é “fundamental que todos os esclarecimentos sejam prestados” e recusa que alguém “fique acima da legislação”.

Em declarações aos jornalistas, a porta-voz e deputada única do PAN pediu ainda que o ministro das Infraestruturas Miguel Pinto Luz seja afastado do processo de reprivatização da TAP.

“Alguém que esteve envolvido neste processo, independentemente de poder não haver responsabilidades criminais, não tem idoneidade política”, argumentou a deputada. “Luís Montenegro deve indicar outro governante que fique responsável por este processo”, defendeu.

(Notícia atualizada às 13h43)

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TVI ganha mês de agosto por cinco décimas

A TVI repete a liderança em agosto, com a SIC a recuperar a primeira posição no horário nobre. A CNN Portugal é o canal de informação mais visto e tanto o Now como a V+ não integram o Top20.

A TVI manteve em agosto o estatuto de canal mais visto do país. A estação da Media Capital ganhou o mês por cinco décimas, a mesma distância alcançada em julho, mas agora com um share de 14,8% e uma audiência média de 297,6 mil espectadores.

Em mês de férias, a estação da Impresa obteve um share de 14,3% e foi vista em média por 288,1 mil pessoas e a RTP1 situou-se nos 10,5% de share, com uma audiência média de 211,9 mil pessoas. A RTP2, por seu turno, foi acompanhada em média por 44,4 mil pessoas, tendo registado um share de 2,2%.

O total cabo, com um share de 40,6%, foi no último mês acompanhado em média por 818,8 mil espetadores, revela o relatório preparado pela Denstu/Carat para o +M.

Analisando por faixas horárias, a SIC recupera a liderança, por cinco décimas, entre as 20h e as 24h e mantém a primeira posição entre as 12h e as 14h. A RTP1 volta a ser a estação mais vista entre as 7h30 e as 12h — posição perdida em julho –, e a TVI é a estação líder nos restantes slots horários.

No cabo, a CMTV ganha uma décima em relação a julho, registando no mês de estreia da V+ um share de 5,9%. A CNN Portugal mantém-se como o canal mais visto de informação, crescendo duas décimas em relação ao mês anterior, para os 2,6%, e a SIC Notícias, também com mais duas décimas, regista um share de 1,9%. Ainda nos canais de informação, e na última posição do Top 20, surge a RTP3, com um share de 0,8%.

Hollywood, Star Channel, SIC Mulher, Globo, Star Movies, TVI Reality e e Star Live encerram o top dos 10 canais vistos do cabo.

O Now, canal de informação da Medialivre lançado em junho, e o V+, canal generalista da Media Capital que ocupou a posição do TVI Ficção, não surgem no ranking dos 20 canais mais vistos, analisando o universo de adultos.

O programa mais visto de agosto foi o jogo da Supertaça Cândido De Oliveira Sporting X FC Porto, transmitido pela RTP1, que colocou mais três programas entre os 15 mais vistos do mês. A TVI surge oito vezes nesta tabela, na qual a SIC ocupa as restantes três posições.

No cabo, a CMTV faz quase o pleno, ao ocupar 14 das 15 primeiras posições, surgindo a série Wounded Birds, transmitida pela SIC Mulher, na 15ª posição.

 

 

Nota Técnica para a produção da análise evolutiva e mensal
Dados: Yumi / Caem_TV Fonte: Mediamonitor/ GFK Análise Dentsu/Carat para o +M/ECO
Outros: Vídeo, DVD, VHS, Blu-Ray, satélite, consolas, unmatch (além dos 150 canais medidos e o time-shift com um delay de sete dias), plataforma dos operadores (vídeo clube, jogos)
Aud. Total: Percentagem de indivíduos que contactaram um canal, pelo menos uma vez.
Aud. Média: Audiência provável que contacta com o canal em qualquer momento do período respetivo.
Tempo médio despendido: Média do tempo que cada indivíduo contactado despendeu com um canal num determinado período.
Share Aud.: Percentagem de tempo que é despendido a ver um dado canal relativamente ao tempo total de visão do meio (televisão) num determinado período.

Top produzido para programas “Net” (TeleReport), com duração superior a três minutos. Audiência corresponde à média ponderada das partes do programa. Não são considerados como programas: Sorteios e Tempo de Antena.

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PS insiste que Governo “tem de cumprir Lei” e mostrar tetos de despesa

O Executivo enviou dois quadros ao Parlamento, mas ainda falta o documento com os gastos plurianuais que deviam ter sido entregues antes das férias, o que dificulta as negociações para o OE2025.

O grupo parlamentar do PS acusa o Governo de não estar a cumprir os “deveres de informação legal” para com a Assembleia da República, no âmbito da Lei de Enquadramento Orçamental (LEO), uma vez que ainda falta enviar o quadro plurianual da despesa pública, informação vital para as negociações do Orçamento do Estado para 2025 (OE2025), segundo uma nota enviada esta terça-feira pela bancada socialista.

Permanece por disponibilizar o Quadro Plurianual das Despesas Públicas – obrigatório nos termos do artigo 34.º da Lei de Enquadramento Orçamental – assim como o parecer do Conselho Económico e Social (CES) sobre as Grandes Opções do Plano para 2024-2028“, refere o grupo parlamentar do PS, liderado por Alexandra Leitão.

Para os socialistas, “com o envio do quadro de políticas invariantes no final do prazo legal, que está estabelecido a 31 de agosto de cada ano, o Governo cumpriu apenas parcialmente os deveres de informação para com o Parlamento”.

“Os dois ofícios, com data de 30 de agosto, que o Governo fez chegar à Assembleia da República – contendo o Quadro de Políticas Invariantes para 2025 e o Quadro de Investimentos Plurianuais Estruturantes para 2023-2025 – cumprem apenas algumas das disposições previstas na LEO”, sublinham.

Por isso, o PS dirigiu “um novo pedido” ao presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, no qual reitera a necessidade de cumprimento da lei por parte do Governo.

“Este incumprimento da lei afeta a capacidade dos deputados executarem o seu papel de fiscalização da atividade do Governo e a não disponibilização dos elementos solicitados, no início de agosto, pelo secretário-geral do PS impedem a avaliação do partido relativamente ao processo negocial que o Governo lançou em julho”, no âmbito das negociações para o OE2025, alertam os socialistas.

O grupo parlamentar lembra ainda que, “no âmbito da preparação do processo negocial iniciado pelo Governo tendo em vista a apresentação da proposta de OE2025, o secretário-geral do PS”, Pedro Nuno Santos, “através de uma carta dirigida ao primeiro-ministro, solicitou a informação sobre a previsão da evolução da situação orçamental para 2024, bem como o cenário orçamental para 2025 em políticas invariantes”.

“Estes elementos são fundamentais para aferir a previsão de despesa e receita, por forma a avaliar a margem orçamental disponível para eventuais novas medidas. Estes elementos também não foram ainda disponibilizados, apesar da criticidade dos mesmos para o trabalho de preparação de negociações sérias e consistentes, no quadro do compromisso do PS com o equilíbrio das contas públicas”, destaca a bancada socialista.

Na passada sexta-feira, durante Academia Socialista, que decorreu em Tomar, o deputado Pedro Vaz afirmara que a informação disponibilizada pelo Governo ao seu partido “não responde” à carta enviada por Pedro Nuno Santos e avisou que sem esses dados dificilmente será possível negociar o Orçamento do Estado para 2025. “Sem essa informação dificilmente poderemos negociar”, avisou o dirigente do PS.

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Bloco sai da Esquerda Europeia e forma nova família política

A declaração de adesão do Bloco à Aliança Esquerda Europeia para o Povo e o Planeta foi formalizada no passado dia 27 de agosto e Catarina Martins será uma das presidentes.

O Bloco de Esquerda desfiliou-se da família política europeia e formou um novo grupo político: a Aliança de Esquerda Europeia pelo Povo e pelo Planeta (ELA, na sigla em inglês). Este novo grupo surge como uma alternativa ao Partido da Esquerda Europeia (PEE) tendo como ambição reformar a ala mais esquerda do espetro político da UE.

Além de Catarina Martins e dos cinco deputados eleitos a nível nacional pelo Bloco de Esquerda, o ELA conta seis partidos europeus: 11 do Insoumise (França), seis do Podemos (Espanha), dez do Razem (Polónia), oito do Enhedslisten (Dinamarca), cinco do Vänsterpartiet (Suécia) e três do Vasemmistoliitto (Finlândia), de acordo com a documentação publicada pela Autoridade para os Partidos Políticos Europeus e as Fundações Políticas Europeias (APPF), citada pelo Politico, esta terça-feira. A declaração de adesão do Bloco ao ELA foi formalizada no passado dia 27 de agosto e Catarina Martins será uma das presidentes, a par com Malin Bjork da Suécia. Os escritórios da ELA situar-se-ão em Bruxelas, na Avenue Louise. O partido aguarda resposta das autoridades competentes para saber se está em conformidade com as regras legais.

A intenção do Bloco de Esquerda se desvincular do PEE veio formalizada numa resolução da mesa nacional, que decorreu a 22 de junho, e no qual foi feito um balanço das eleições europeias. No documento, é reconhecido o “mau resultado” do partido que tinha Catarina Martins como cabeça de lista às eleições, recordando terem perdido um eurodeputado. Ainda assim, sublinha que o grupo da esquerda saiu reforçado, contando atualmente com 46 deputados, ao contrário dos 37 na legislatura anteriores.

No entanto, o escalar da guerra na Ucrânia “trouxe contradições de monta ao grupo parlamentar”, desde logo porque alguns partidos “não condenaram a agressão” e outros “ainda tiveram posições de ambições e neutralidade, mesmo que disfarçadas sob uma pretensa bandeira da paz”.

“O campo da esquerda verde europeia deve reforçar-se e organizar-se e o Bloco está empenhado nessa tarefa”, lê-se no documento, sublinhando que o PEE “deixou de cumprir essa tarefa” e vê agora a sua “capacidade política enfraquecida”. Assim, “o Bloco, que não pode mais rever-se nas formas de funcionamento do PEE, decide desfiliar-se deste partido e pretende constituir, na oportunidade possível, um novo partido político europeu”.

Essa oportunidade surge no âmbito da plataforma de partidos da esquerda, Agora o Povo. Na resolução, o Bloco de Esquerda explica que o Agora Plataforma engloba partidos nacionais como o “Partido de Esquerda da Suécia, Aliança de Esquerda da Finlândia, Aliança Vermelha Verde da Dinamarca, France Insoumise, Podemos e Bildu (Estado espanhol), Sinistra de Itália, Die Linke (Alemanha) e o contacto próximo dos partidos animalistas da Alemanha e dos Países Baixos, ou do Sinn Féin da Irlanda”.

A ideia será alargar o convite a mais partidos nacionais. Por exemplo, o Die Linke não exclui a possibilidade de aderir ao novo partido. “Todas as questões relacionadas com a fundação de um novo partido de esquerda serão decididas pelo Die Linke no momento oportuno”, cita o Politico as declarações de Martin Schirdewan, o líder do partido do Parlamento Europeu.

A ambição do Bloco é de que o ELA atue em “proximidade ao grupo parlamentar já existente e que atue em coerência com as suas posições”. “Este partido deve identificar com a maior clareza o espaço de esquerda socialista e ecologista e promover a formação e articulação para iniciativas e ações europeias”, lê-se na resolução do Bloco de Esquerda.

Notícia atualizada às 14h21

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Bancos reduzem juros dos depósitos pelo sétimo mês

Taxa de juro dos novos depósitos a prazo está em queda há sete meses com a perspetiva de redução dos juros dos bancos centrais. Ainda assim, famílias fizeram aplicações recorde de 12,6 mil milhões.

Os bancos continuam a reduzir as remunerações que oferecem nos depósitos a prazo. A taxa de juro das novas aplicações desceu em julho pelo sétimo mês consecutivo. Mas nada que tivesse travado o interesse das famílias, que aplicaram um montante recorde de 12,6 mil milhões a render na conta a prazo.

A taxa média dos novos depósitos a prazo de particulares recuou para 2,63% em julho, em relação aos 2,66% do mês anterior, mantendo a tendência de queda que observa desde que atingiu o pico acima dos 3% em dezembro, mostram os dados divulgados esta terça-feira pelo Banco de Portugal.

Esta redução surge num contexto de queda das Euribor por força das expectativas do mercado em relação às taxas diretoras do Banco Central Europeu (BCE). Desde o final do ano passado que se perspetivava uma descida dos juros do BCE, algo que veio a acontecer em junho. Setembro trará um novo corte.

Em comparação com a Zona Euro, onde a média foi de 3%, Portugal regista a quinta taxa mais baixa, superando apenas Eslovénia, Grécia, Chipre e Croácia.

Portugal tem a quinta taxa mais baixa

Apesar de tudo, o montante de novas operações aumentou 2,5 mil milhões em julho, totalizando os 12,6 mil milhões, “o valor mais elevado da série histórica”, nota o supervisor bancário.

“À semelhança dos meses anteriores, o montante de novas operações está associado, em grande medida, à reaplicação em novos depósitos a prazo de montantes anteriormente aplicados em depósitos deste tipo, e que atingiram a maturidade em julho sem renovação automática”, explica o Banco de Portugal.

Os dados mostram que nos novos depósitos com prazo até 1 ano, a taxa de juro média diminuiu 0,03 pontos percentuais para 2,65%. Representou 97% do montante das aplicações efetuadas em julho. A remuneração média dos novos depósitos de 1 a 2 anos também diminuiu, de 2,22% para 1,99%. Pelo contrário, nos novos depósitos a mais de 2 anos, a taxa de juro média aumentou 0,38 pontos percentuais, de 1,59% para 1,97%.

(Notícia atualizada às 12h15)

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Euribor voltam a bater mínimos a três meses mas sobem a seis e a 12 meses

  • Lusa
  • 3 Setembro 2024

Esta terça-feira, a Euribor a três meses recuou para 3,458%, enquanto as taxas nos prazos de seis e 12 meses avançaram para, respetivamente, 3,381% e 3,113%.

A Euribor a três meses voltou a atingir mínimos esta terça-feira, com os restantes prazos a avançarem em relação ao registado na segunda-feira.

  • A Euribor a três meses fixou-se assim em 3,458%, atingindo mínimos desde 25 de maio de 2023.
  • Já a Euribor a seis meses avançou para 3,381%, quando na segunda-feira estava a 3,351%, um mínimo também.
  • A 12 meses, a Euribor subiu para 3,113%, face aos 3,072% em que se fixou no início da semana.

A Euribor a seis meses, que passou em janeiro a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, esteve acima de 4% entre setembro e dezembro do ano passado. Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a junho apontam a Euribor a seis meses como a mais utilizada, representando 37,5% do stock de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que a Euribor a 12 e a três meses representava 33,7% e 25,7%, respetivamente.

Em 18 de julho, o Banco Central Europeu (BCE) manteve as taxas de juro diretoras e a presidente, Christine Lagarde, não esclareceu o que vai acontecer na próxima reunião em 12 de setembro, ao afirmar que tudo depende dos dados que, entretanto, forem sendo conhecidos.

Na reunião anterior, em junho, o BCE tinha descido as taxas de juro diretoras em 25 pontos base, depois de as ter mantido no nível mais alto desde 2001 em cinco reuniões e de ter efetuado 10 aumentos desde 21 de julho de 2022. Os analistas antecipam que as taxas Euribor cheguem ao final do ano em torno de 3%.

A média da Euribor em agosto voltou a descer em todos os prazos, tendo baixado a três meses para 3,548% (3,685% em julho), para 3,425% a seis meses (3,644% em julho) e para 3,166% a 12 meses (3,526% em julho).

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da Zona Euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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Espanha aposta nos hotéis de luxo face a restrições impostas ao alojamento local

  • Joana Abrantes Gomes
  • 3 Setembro 2024

Em julho, os turistas gastaram, em média, 317 euros por dia em Madrid, um valor acima da média nacional fixada em 195 euros e superior à média de 220 euros gastos na Catalunha.

O setor hoteleiro em Espanha, o segundo país que recebe mais turistas em todo o mundo, está a enfrentar regras mais rigorosas no que toca ao alojamento local em cidades como Barcelona e Tenerife, onde a população se tem manifestado contra os impactos negativos do turismo excessivo. No entanto, as restrições estão a ser vistas pelas autoridades espanholas como uma possibilidade para expandir os hotéis de luxo do país, avança a Reuters.

Recentemente, um estudo da consultora imobiliária CBRE citado pela agência noticiosa revelou que a Espanha ultrapassou o Reino Unido como o principal mercado europeu para o investimento hoteleiro. Entre as dez principais cidades europeias, Madrid surge em segundo lugar e Barcelona em sexto.

Além disso, os investidores estão a comprar hotéis antigos em Espanha para os converter em hotéis de luxo, com um aumento dos estabelecimentos avaliados com quatro e cinco estrelas de 4,5% e 2,5%, respetivamente, em termos homólogos até julho.

Os segmentos de luxo e lifestyle têm um grande potencial de crescimento em Espanha”, declarou o diretor-geral da Hyatt Hotels para a Europa, África e Médio Oriente, Manuel Melenchon, citado pela Reuters.

Segundo o responsável, a cadeia hoteleira norte-americana pretende ter “muitos mais” do que os atuais 50 hotéis que possui em Espanha, numa altura em que cresce o número de turistas provenientes dos Estados Unidos, sendo que, só este ano, já inaugurou um cinco estrelas em Barcelona e ainda irá abrir mais duas unidades em Maiorca e Tenerife.

Já o diretor executivo do Meliá, Gabriel Escarrer, considera que “o compromisso com a qualidade é um passo positivo e necessário para mudar o modelo do turismo” do país, acrescentando que o maior grupo hoteleiro espanhol vai continuar a apostar no segmento de luxo, que representa 63% do seu portfólio e tem impulsionado as suas receitas.

Madrid, em particular, tem-se posicionado como um destino de luxo nos últimos anos, devido aos novos hotéis de cinco estrelas, e os números justificam a aposta: em julho, os turistas gastaram, em média, 317 euros por dia na capital espanhola, um valor acima da média nacional fixada em 195 euros e superior à média de 220 euros gastos na Catalunha por cada visitante.

Porém, esta aposta pode ser um risco, visto que a maioria dos turistas que visitam Espanha procura fazer férias a preços acessíveis, como revelam dados — a procura de hotéis aumentou 9,5% nos primeiros sete meses do ano, já a procura por apartamentos turísticos subiu 27%.

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DGAJ diz que ‘greve’ dos advogados oficiosos não causou perturbação nos tribunais

Os administradores judiciais informaram que, "apesar do atraso com que a OA fez chegar as escalas (apenas a meio do dia), as necessidades de defensores oficiosos foram cobertas".

No primeiro dia de boicote que resultou do apelo feito pela Ordem dos Advogados (OA) às escalas presenciais dos advogados oficiosos (que só existem em quatro comarcas do país: Lisboa, Lisboa Norte, Lisboa Oeste e Porto), a Direção-Geral de Administração da Justiça (DGAJ) revela que “que nenhuma comarca lhe reportou perturbação da atividade normal”.

Os administradores judiciais informaram que, “apesar do atraso com que a OA fez chegar as escalas (apenas a meio do dia), as necessidades de defensores oficiosos foram cobertas. O Administrador da Comarca do Porto recebeu a lista do mês para o Juízo da Pequena Criminalidade do Porto, para o DIAP e para o Juízo de Instrução Criminal do Porto em que os advogados inscritos cobrem as necessidades indicadas pela DGAJ”, explica comunicado do Ministério da Justiça.

A única situação a reportar foi no núcleo de Cascais onde em três processos sumários (dois de condução com álcool e um de ofensas à integridade física) foi necessário recorrer às escalas de prevenção (chamado de sistema SINOA). Acionado o SINOA, os advogados nomeados não compareceram no prazo legal (1 hora) e o Senhor Magistrado do Ministério Público optou por remeter o processo para inquérito”, acrescentou. “Quanto às escalas de prevenção em geral, referentes a estas comarcas e às demais, o impacto apenas poderá ser avaliado casuisticamente, ao longo do mês, quando, pontualmente, forem necessários os serviços dos defensores e for acionado o SINOA”.

Segundo comunicado enviado na segunda-feira pela OA, apenas 1.487 advogados oficiosos estão inscritos nas escalas de setembro, menos 7.435 face ao ano passado. Os advogados apelam a uma revisão de uma tabela de renumeração que não é revista há mais de 20 anos. Após o primeiro período de inscrição, A Ordem dos Advogados registou uma redução de 83% no número de profissionais inscritos nas escalas para setembro, comparativamente ao ano anterior.

De acordo com a entidade representativa da classe jurídica, neste momento cerca de 68 dos municípios do país não têm advogados disponíveis para fazer escalas durante o mês de setembro e 32 municípios têm apenas um advogado. “Até ao momento, não foi dado nenhum sinal por parte do Governo para a revisão desta tabela, o que levou os advogados a manifestar o seu desagrado através da sua indisponibilidade em preencher as vagas existentes para as escalas previstas para este mês”, segundo comunicado da instituição liderada pela bastonária Fernanda de Almeida Pinheiro.

A Ordem dos Advogados já manifestou, junto do Governo, a necessidade de alteração dos atuais valores desta tabela, obtendo, por parte do Ministério da Justiça, “uma resposta insuficiente, que culminou com a criação de um grupo de trabalho. Apesar de continuar totalmente disponível para iniciar negociações com o Governo, assim que tal seja possível, a Ordem dos Advogados considera que, tendo em conta que esta tabela não é atualizada há mais 20 anos, não é possível pedir aos profissionais da justiça que aguardem mais tempo pela referida atualização”, explicou o mesmo comunicado. A Ordem dos Advogados (OA) lançou diversas ações de protesto ainda no mês de agosto uma vez que as negociações com Governo sobre a alteração das tabelas de honorários do Sistema de Acesso ao Direito e Tribunais (SADT) para o Orçamento de Estado de 2025 “não estão a decorrer com a prioridade”.

 

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