Bloq.it conta superar 150 trabalhadores ainda este ano. Tem abertas 50 vagas

Tecnológica Bloq.it tem 50 vagas abertas para perfis júnior, intermédios e até sénior. O objetivo? Ultrapassar os 150 trabalhadores até ao fim do ano. Em 2025, a meta será chegar aos 200 empregados.

Desde o início do ano, a tecnológica portuguesa Bloq.it já mais do que duplicou o número de trabalhadores que tem ao seu serviço, contando agora com mais de 100 empregados. E está a planear superar a fasquia dos 150 profissionais até ao final de 2024, avança Solange Alvito, em conversa com o ECO. A head of talent explica que o regime flexível, as oportunidades de progressão, as lideranças experientes e o salário acima do mercado têm facilitado o recrutamento.

Solange Alvito é head of talent da Bloq.it

“No início de 2024, éramos cerca de 50 pessoas. Neste momento, já somos cerca de 120, entre Portugal, França, Itália e nómadas digitais“, avança a responsável de recursos humanos desta empresa portuguesa que desenvolve tecnologia para cacifos inteligentes.

Neste momento, a Bloq.it tem abertas cerca de 50 vagas de emprego, das quais, pelo menos, seis em Lisboa. O objetivo é, portanto, ultrapassar a barreira dos 150 empregados ainda este ano, sendo que Solange Alvito garante que há uma série de fatores que têm facilitado o recrutamento, numa altura em que tantas empresas se têm queixado da escassez de talento e de dificuldades nas contratações.

“Temos conseguido fechar bastantes vagas ao longo deste ano, acima de tudo porque há alguns fatores que nos distinguem. Um deles tem que ver com a própria equipa que faz o recrutamento. A equipa de recrutadores é composta por pessoas que estão habituadas a recrutar há muitos anos. Isso facilita imenso, nomeadamente, a encontrar o perfil certo“, salienta a head of talent.

Por outro lado, os processos de recrutamento desta tecnológica contam, regra geral, com a participação também dos líderes que vão estar próximos dos potenciais trabalhadores, o que é uma mais-valia, defende Solange Alvito. “Grande parte dos nossos líderes são pessoas altamente experientes. Aportamos muito conhecimento técnico e isso faz com que quem está a fazer o processo de entrevista se sinta confiante ao dar este passo“, detalha a responsável.

Há também a destacar, afirma a head of talent, o salário acima da média do mercado, a possibilidade de criar um impacto no negócio — o que é mais raro numa empresa já “altamente estruturada”, em contraste com o momento de expansão da Bloq.it — e o próprio regime de trabalho, que se caracteriza pela sua flexibilidade em termos de horários e de local de trabalho.

“Trabalhamos onde quisemos, mas temos um modelo híbrido, no sentido em que há alguns momentos em que gostamos de ter as pessoas no escritório. Por exemplo, na partilha dos resultados e do que as equipas estão a fazer”, explica a head of talent.

E acrescenta: “Somos uma empresa jovem. Temos muitos pais e mães de primeira viagem. Por isso, temos um horário flexível para ajudar ao equilíbrio entre a vida pessoal e profissional”.

A propósito, Solange Alvito avança que a equipa de liderança é composta por pessoas com 35 anos a 47 anos, com dez ou 15 anos de experiência. Já as demais posições são ocupadas por profissionais, regra geral, mais jovens.

Vagas tanto para funções sénior como júnior

Bloq.it já tem empregados em França e Itália, além de Portugal.

Na meia centena de vagas que estão, neste momento, abertas na Bloq.it, há posições de entrada, mas também cargos intermédios e até funções sénior.

A responsável pelo talento pormenoriza, em conversa com o ECO: “temos funções de alto nível — por exemplo, temos vaga para um VP de engenharia de software e outra para um VP de engenharia de hardware –, mas também funções mais intermédias ou júnior. Aí temos desde funções em front-end, back-end ou cibersegurança”.

Solange Alvito esclarece que é “mais difícil” recrutar para os cargos de liderança, já que tendencialmente não são os profissionais que se candidatam. Ao invés, são os recrutadores que entram em contacto com os profissionais. “Acaba por fazer com que os processos sejam mais demorados e que seja mais difícil encontrar o perfil certo que procuramos”, argumenta a responsável.

Já nos perfis intermédios ou júnior, a quantidade de candidaturas é o principal desafio, aponta a mesma. “Na semana passada, abri uma vaga para a minha equipa na sexta-feira, e na segunda-feira já tinha 100 candidaturas. Era para um perfil intermédio. Isto não acontece nas lideranças”, avança a head of talent.

Portugal tem muitas pessoas talentosas. Tendencialmente, procuramos em Portugal. Mas há certas funções em que é preciso procurar localmente.

Solange Alvito

Head of talent da Bloq.it

Solange Alvito acrescenta que, neste momento, o grande foco é recrutar para a área tecnológica, mas há oportunidades de emprego em todos os departamentos, para acompanhar o crescimento do negócio (em 2023, esta empresa viu as suas receitas crescerem 500% e conseguiu mais de 17 milhões de euros em vendas).

“Portugal tem muitas pessoas talentosas. Temos pessoas com muito boas capacidades técnicas, mas também de soft skills. Tendencialmente, procuramos em Portugal. Mas há certas funções em que é preciso procurar localmente, para satisfazer as necessidades locais dos nossos clientes”, nota ainda a mesma responsável.

Prémio para quem indicar candidatos

Além dos fatores já referidos que têm sido críticos na atração de talento, há também um programa interno que está a facilitar o recrutamento: o sistema de referenciação.

“É um sistema muito forte. Cada vez que um colaborador referencia e tem sucesso na referenciação fazemos a atribuição de um valor, que é muito atrativo. Tem sido uma forma de fechar muitas vagas, incluindo lideranças”, declara Solange Alvito, que sublinha que, ao abrigo deste programa, o candidato “já chega a saber que empresa é, qual o produto e como funciona“.

Questionada, a head of talent não revela, contudo, o valor do prémio atribuído ao trabalhador que referencia o novo empregado, justificando-o com a revisão em curso do montante. Indica, porém, que se trata de um valor fixo, que é pago em duas tranches: no momento da entrada do novo trabalhar e após seis meses.

Além deste sistema, a Bloq.it tem apostado na ligação à academia para preencher as suas vagas, nomeadamente através de feiras de emprego. “Tudo o que seja uma oportunidade pata dar a conhecer o nosso produto. Temos também algumas pessoas da liderança, para que os jovens possam saber com quem vão trabalhar”, salienta a responsável.

“Já estamos a fazer a nossa listagem dos eventos em que queremos participar. Faz parte das nossas estratégias”, garante a mesma.

Além de atrair, é preciso reter talento

Bloq.it já tem parcerias com empresas de topo da área da logística, como como a DHL eCommerce e a Vinted Go.

Num mercado marcado por uma “guerra pelo talento”, não importa só atrair profissionais. Também há que os reter. E a Bloq.it está a conseguir fazê-lo, garante Solange Alvito.

“Confesso que temos números baixos de rotatividade. É algo que me surpreendeu, quando entrei. Normalmente, nas startups há muita rotatividade, principalmente nos perfis mais jovens. Neste caso, a rotatividade é muito baixa. No trimestre passado, tivemos duas pessoas que saíram“, adianta a head of talent.

E o que explica esse sucesso? Primeiro, as lideranças experientes. Depois, as oportunidades de progressão não só verticais, mas também horizontais, identifica a responsável.

Há também a realçar, diz, o regime flexível de trabalho, o salário, a possibilidade de “deixar uma pegada” e ainda a formação. “Tentamos estabelecer processos de formação que sejam especializados por área, mas também que sejam transversais a qualquer área, como as soft skills e as funções de liderança”, detalha Solange Alvito.

Este crescimento traz algumas dores e é algo em que estamos a trabalhar, para que não se vá perdendo a identidade e a cultura.

Solange Alvito

Head of talent da Bloq.it

Já de olhos em 2025, a head of talent arrisca prever que esta tecnológica portuguesa ultrapassará os 200 trabalhadores.

“O nosso objetivo não é crescer a equipa só por crescer. É ter a equipa a crescer de forma sustentável e preparada para o futuro. Este crescimento traz algumas dores e é algo em que estamos a trabalhar, para que não se vá perdendo a identidade e a cultura. Por isso é que fazemos um encontro todos os meses. Estamos todos no mesmo barco e sabemos para onde vamos, embora as responsabilidades sejam diferentes“, remata a responsável.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

BdP deverá obrigar bancos a devolver cobranças indevidas no cancelamento de créditos da casa

BdP detetou indícios de infração sobre os limites à cobrança de despesas adicionais no cancelamento de hipotecas e aponta como "provável" novas medidas de supervisão para corrigir irregularidades.

O Banco de Portugal (BdP) detetou, durante uma inspeção junto dos bancos, casos com indícios de infração sobre o cumprimento dos limites à cobrança de despesas adicionais associadas ao cancelamento de hipotecas, sendo “provável” que as instituições financeiras tenham de devolver aos clientes os encargos indevidamente recebidos.

A posição da entidade liderada por Mário Centeno consta de um parecer enviado ao parlamento, após a deputada comunista Paula Santos ter questionado o regulador, depois do partido ter recebido relatos de situações em que alegadamente os bancos estavam a cobrar “ilegalmente” valores correspondentes ao cancelamento de hipotecas.

A partir de 1 de janeiro de 2021, as instituições de crédito passaram a estar obrigadas a emitir e disponibilizar aos mutuários, no prazo de 14 dias úteis após o termo do contrato, e de forma gratuita, o documento de cancelamento de hipoteca. Contudo, a lei sofreu alterações a partir de junho de 2023 e as instituições passaram a só poder cobrar as despesas adicionais associadas à emissão do distrate quando “prestem o consentimento para o cancelamento do registo de hipoteca por via eletrónica” ou quando subscrevam o documento de cancelamento de registo de hipoteca na presença de funcionário do serviço de registo quando é feito esse pedido. Tal como já tinha sinalizado, o supervisor bancário entende “que a lei não proíbe que as instituições de crédito imputem aos clientes bancários as despesas em que incorram referentes ao reconhecimento de assinaturas no documento de cancelamento da hipoteca”.

No entanto, iniciou em 2023 uma ação de inspeção, ainda em curso, “para avaliar o cumprimento dos limites à cobrança de despesas adicionais associadas à emissão de distrate [documento de cancelamento dos créditos à habitação], resultantes da Lei nº 24/2023”. É nesta ação de inspeção que detetou sinais de que estavam a ser cobrados indevidamente encargos adicionais no cancelamento dos créditos da casa.

“No âmbito da ação inspetiva em curso, o Banco de Portugal identificou também indícios de infração ao quadro legal e regulamentar aplicável”, pode ler-se no parecer de resposta ao PCP. Neste sentido, considera como “provável a adoção, no final deste procedimento, de novas medidas de supervisão tendentes à retificação das situações irregulares detetadas”.

Em 2022, o BdP já tinha realizado uma inspeção para avaliar o cumprimento da proibição de cobrança de comissões associadas à emissão e disponibilização de distrate, tendo sido “detetadas várias situações irregulares relacionadas com a cobrança indevida de comissões”, o que levou “à emissão de determinações específicas dirigidas a 75 instituições de crédito, tendo culminado na devolução de 9.806,00 euros aos clientes”, conforme identificado no relatório de supervisão comportamental de 2023.

O supervisor revela ainda que recebeu, entre janeiro de 2021 e julho de 2024, 220 reclamações contra a banca relacionadas com comissões e encargos associados à emissão do documento de cancelamento de hipoteca. No entanto, “embora alguns reclamantes contestem a imputação de despesas relacionadas com a emissão e disponibilização do distrate, não foram até ao momento, identificados indícios de infração especificamente relacionados com estas práticas”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Banif vendeu banco no Brasil por cêntimos após “sacrifício” de 93 milhões

Ainda assim, a comissão liquidatária considera que valeu a pena o esforço financeiro pois a venda do banco brasileiro livra Portugal de uma “responsabilidade ilimitada” em caso de liquidação forçada.

O Banif Brasil foi finalmente vendido em julho do ano passado por um real (16 cêntimos, ao câmbio atual), mas manter o banco em atividade representou um “sacrifício” de 93 milhões de euros, de acordo com as contas da comissão liquidatária do Banif. Que considera, ainda assim, que o esforço valeu a pena porque a venda ao Banco Master libertou o Estado português de uma “responsabilidade ilimitada” em caso de liquidação forçada da instituição brasileira.

“Considerando todos os custos incorridos ao longo de 2023 relacionados com o Banco Banif Brasil verifica-se que cerca de 1,13 milhões de euros foram injetados naquela instituição, direta ou indiretamente, a juntar ao valor dos anteriores suprimentos e custos de vária índole e aos ativos carrilados para o Banif Brasil com o Plano de Solução, em fevereiro de 2017 (78,48 milhões de euros) e os custos assumidos para a resolução da contingência relativa ao caso Metrus , em abril de 2019 (cerca de 13,5 milhões de euros, acrescido de honorários e fees de sucesso), o que dá uma ideia do sacrifício feito para manter a subsidiária brasileira em atividade até à conclusão da sua venda”, indica o relatório e contas do Banif relativo a 2023 e consultado pelo ECO.

Um dos processos que ficou resolvido em 2023 dizia respeito à Postalis, uma instituição de segurança social dos Correios de São Paulo, “que tinha obtido uma condenação judicial do Banif Brasil, no valor de 40 milhões de reais, por uma fiança em tempos prestada”. Após negociações, as duas partes chegaram a um acordo em julho do ano passado para um pagamento à Postalis de 1,75 milhões de reais (cerca de 246 mil euros).

Apesar da fatura total de 93,11 milhões de euros, a comissão liquidatária liderada por José Bracinha Vieira não tem dúvidas de que as “vantagens da venda superavam largamente as responsabilidades (potenciais e limitadas) com que a liquidação ficou, nomeadamente porque a venda fez cessar a responsabilidade ilimitada do Estado português, enquanto entidade controladora última do Grupo Banif Brasil, por vários tipos de passivos deste, em caso de liquidação forçada por decisão do BACEN”.

A comissão liquidatária não refere os valores das responsabilidades que poderiam pender para os cofres dos contribuintes, usando apenas o termo “volumosas”.

O Banif Brasil, que se encontrava em liquidação ordenada, acabou por ser finalmente vendido no dia 2 de julho do ano passado, a um domingo, no seguimento de uma comunicação do Banco Master ao banco central do Brasil, colocando um ponto final a um processo que se arrastava desde 2017.

Prestes a fechar bancos nas Caimão e Malta

Com a venda do banco no Brasil, o Banif passou a ter apenas três sociedades nas Ilhas Caimão e em Malta, que herdou da resolução de dezembro de 2015. Duas delas estão prestes a fechar.

“Tudo leva a crer que até final do verão de 2024 se concluam os processos de liquidação das sociedades Banif Holding Malta e Banif International Holding, pelo que o ‘grupo’ ficará reduzido à sua participação de controlo no Banif Cayman LTD, o qual, se falharem as diligências em curso com o BNYM, terá de ser encaminhado para um processo de liquidação judicial junto do tribunal de Cayman”, adianta a comissão liquidatária no mesmo relatório.

Da lista inicial de sociedades detidas pelo Banif constavam ainda o Banco Cabo-Verdiano de Negócios (vendido em 2017), a Banif Brasil Ltd (vendida em 2020) e a Banif Securities Holding, Ltd (dissolvida em 2019).

Bracinha Vieira lidera comissão liquidatária do Banif.

2.200 impugnações à lista de credores já têm resposta

Para lá da venda ou encerramento das unidades que o Banif tinha em várias jurisdições, grande parte do trabalho da comissão de liquidação do Banif tem passado pelo processo relacionado com os credores do banco.

No início do ano passado foi apresentada lista de créditos reconhecidos com 3.510 credores a reclamarem de créditos de cerca de 950 milhões, incluindo o Fundo de Resolução, que tenta recuperar o empréstimo de 490 milhões que ajudou a suportar a resolução do final de 2015.

Até abril deste ano, a comissão de liquidação, com o apoio jurídico da sociedade de advogados Sérvulo, esteve a responder às quase 2.200 impugnações judiciais à lista de credores.

O banco em liquidação dispõe de um ativo de apenas 50 milhões de euros (que corresponde ao crédito fiscal que recebeu no ano passado), que será insuficiente para pagar a todos os credores. De acordo com um relatório independente, acionistas e credores com dívida subordinada não terão direito a qualquer compensação do Fundo de Resolução no âmbito do mecanismo “no creditor worse off”, enquanto os credores comuns conseguiriam receber 12,7% das suas aplicações em caso de liquidação imediata.

O processo de liquidação do Banif deverá terminar entre 2027 e 2028, de acordo com as últimas estimativas da comissão liquidatária.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

A melhoria dos ratings e o crescimento económico reforçam a confiança nas empresas espanholas

  • Servimedia
  • 22 Agosto 2024

Almirall, Enagás, IAG e Criteria Caixa destacam-se entre as empresas que viram as suas cotações melhoradas.

A situação financeira das empresas espanholas melhorou significativamente, impulsionada pela crescente confiança na sua solidez. Os balanços das empresas mostraram resiliência no contexto atual, o que reforçou a confiança dos investidores e se reflectiu em múltiplas subidas de rating por parte das agências de notação. Entre os casos mais notáveis contam-se a Almirall, a Enagás, o IAG e a Criteria Caixa.

Em junho, a Moody’s subiu a notação de crédito de longo prazo da Criteria Caixa de Baa2 para Baa1, na sequência da apresentação do seu plano estratégico até 2030. A agência manteve uma perspetiva positiva, destacando a forte governação da Criteria, a sua boa liquidez e a sua flexibilidade para rentabilizar os investimentos. Além disso, a agência considerou positivo o seu compromisso de moderar a alavancagem e o reinvestimento dos rendimentos financeiros residuais após o pagamento de dividendos. No entanto, a Moody’s observou também que as notações da Criteria são “algo limitadas” devido à concentração dos ativos e das atividades em Espanha.

A Moody’s também apoiou a estratégia da Almirall este mês, melhorando a sua notação de Ba3 para Ba2 e elevando a notação das suas obrigações sénior sem garantia. A agência prevê um forte crescimento para a Almirall, impulsionado pela sua carteira de produtos dermatológicos, refletindo o êxito da sua abordagem estratégica. A agência espera que as receitas da Almirall cresçam cerca de 10% ao ano em 2024-25, graças ao crescimento contínuo das vendas dos produtos biológicos Ebglyss – com receitas estimadas em mais de 100 milhões de euros em 2025 – e Ilumetri, que registou um crescimento de 25% no primeiro semestre de 2024 e atingiu vendas de 187 milhões de euros em 12 meses.

No caso da Enagás, a Moody’s elevou a sua perspetiva de estável para positiva na sequência da venda da sua participação na Tallgrass, que irá melhorar o seu perfil financeiro ao reduzir a dívida líquida em cerca de mil milhões de euros. No entanto, a agência advertiu que o aumento das despesas de capital a partir de 2027, principalmente devido ao desenvolvimento da espinha dorsal do hidrogénio, poderá afetar negativamente as suas métricas de crédito. Apesar disso, a liquidez da Enagás manter-se-á sólida nos próximos 24 meses, reforçada pelo produto desta venda.

A agência de notação de crédito Fitch Ratings também melhorou a notação da Enagás.

No setor da aviação, a IAG registou uma subida de 6,1% das suas ações após a subida da sua notação pela Moody’s, que colocou todas as notações do grupo em revisão para subida. A agência considera que o ambiente económico continua favorável, o que poderá permitir à IAG retomar o pagamento de dividendos a partir de 2025, num contexto de reservas e rendimentos mais elevados do que em 2023.

Além disso, a S&P Global melhorou a perspetiva da IAG de estável para positiva, devido à probabilidade de a notação e a dívida da empresa poderem ser melhoradas nos próximos 12 a 24 meses.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Elisabeth Borne candidata-se à liderança do partido de Macron

  • Lusa
  • 21 Agosto 2024

Borne explicou que a atual "instabilidade" política, com uma Assembleia Nacional onde "ninguém" será capaz de aplicar o seu programa, obriga os partidos políticos a desenvolverem um projeto nacional.

A antiga primeira-ministra francesa Elisabeth Borne anunciou esta quarta-feira que se candidata à liderança do partido Renascimento, fundado pelo presidente Emmanuel Macron, com o objetivo de relançar o partido após o recente desastre eleitoral.

Em entrevista ao Le Parisien, Borne explicou que a atual “instabilidade” política, com uma Assembleia Nacional onde “ninguém” será capaz de aplicar o seu programa, obriga os partidos políticos a desenvolverem um projeto nacional que “dê esperança aos franceses”.

A agora deputada defendeu que o Renascimento não deve limitar-se apenas a apoiar Macron, que não poderá recandidatar-se em 2027, numa tentativa de dar à instituição uma personalidade própria, independente da figura presidencial. Borne, no entanto, não deve ser a única candidata no próximo congresso e continua provável a hipótese de o primeiro-ministro cessante, Gabriel Attal, vir a entrar na ‘corrida’.

Attal, que substituiu Borne como chefe do executivo no início deste ano, não descartou essa possibilidade após ser eleito líder do grupo parlamentar. Na sexta-feira, Macron vai iniciar uma ronda de contactos com os vários partidos para tentar aproximar posições e nomear brevemente um novo primeiro-ministro.

A Nova Frente Popular, coligação de esquerda que venceu as eleições em julho, propôs a economista Lucie Castets para o cargo.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Rússia anuncia novos voos espaciais partilhados com EUA para 2025

  • Lusa
  • 21 Agosto 2024

A Roscosmos e a NASA, que mantêm a cooperação institucional apesar da guerra na Ucrânia concordaram em prolongar por mais um ano o acordo sobre voos partilhados. Europeia ESA suspendeu colaboração.

A Rússia anunciou esta quarta-feira novos voos espaciais partilhados com os Estados Unidos para 2025, ano em que um astronauta norte-americano seguirá para a Estação Espacial Internacional (EEI) numa nave Soyuz e um cosmonauta russo numa cápsula Crew Dragon. Segundo a agência espacial russa (Roscosmos), o cosmonauta Kirill Peskov voará em fevereiro como membro da missão Crew-10, operada pela empresa aeroespacial norte-americana SpaceX, do magnata Elon Musk.

Farão parte da mesma missão rumo à EEI as astronautas Anne McClain e Nichole Ayers, ambas da agência espacial norte-americana (NASA), e o astronauta japonês Takuya Onishi. Em março do próximo ano, o astronauta da NASA Jonathan Kim viajará para a EEI a bordo de uma nave russa Soyuz MS.

A Roscosmos e a NASA, que mantêm a cooperação institucional apesar da guerra na Ucrânia – que levou a congénere europeia ESA a suspender relações com a agência russa – concordaram em novembro prolongar por mais um ano o acordo sobre voos partilhados. O acordo, assinado em julho de 2022, cinco meses depois da invasão da Ucrânia pela Rússia, previa inicialmente o transporte de três cosmonautas russos em naves Crew Dragon e três astronautas norte-americanos em naves Soyuz MS entre 2022 e 2024.

A Roscosmos adiantou que enviará para o espaço em 2026, a bordo de uma Soyuz MS, três tripulantes, incluindo Anna Kíkina, a única mulher no corpo de cosmonautas da agência espacial russa. Em 2021, a Roscosmos tinha anunciado a intenção de abandonar a EEI, a “casa” e laboratório dos astronautas na órbita terrestre, a partir de 2025 e construir a sua própria estação espacial, uma nova, depois da Mir, que funcionou entre 1986 e 2001.

A Estação Espacial Internacional, que começou a funcionar em 2000, resulta de uma parceria entre as agências espaciais dos Estados Unidos, Rússia, Japão, Canadá e Europa. A sua operacionalidade foi estendida até 2030.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Mediadores adiam negociações de trégua em Gaza “até novo aviso”

  • Lusa
  • 21 Agosto 2024

O adiamento desta nova ronda negocial ocorre num momento de tensão máxima, já que as conversações estão num impasse devido a novas exigências israelitas, que o Hamas rejeita.

Os mediadores do Egito, Qatar e Estados Unidos adiaram, “até novo aviso”, a ronda de negociações para um cessar-fogo em Gaza que começaria na quarta-feira no Cairo com a participação de Israel, segundo fonte próxima do processo. A mesma fonte, citada pela agência de notícias espanhola Efe, indicou que “as negociações foram adiadas para uma data não especificada”, acrescentando que as equipas de negociação dos Estados Unidos, do Qatar e de Israel não se encontram na capital egípcia.

Não foram indicados os motivos desta decisão, que surge depois de o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, ter esta madrugada abandonado Doha, a última paragem do seu nono périplo pelo Médio Oriente que o levou a Israel, Egito e Qatar, para pressionar o grupo islamita palestiniano Hamas a aceitar a proposta dos mediadores, apresentada na semana passada na capital qatari.

Antes de deixar Doha, Blinken afirmou que fará “tudo o que for possível” para que o Hamas aceite o último projeto de cessar-fogo que, segundo o responsável norte-americano, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanhayu, já aceitou. O adiamento desta nova ronda negocial ocorre num momento de tensão máxima, já que as conversações estão num impasse devido a novas exigências israelitas, que o Hamas rejeita, apesar de as partes mediadoras insistirem que estão a avançar no sentido de colmatar as lacunas existentes e alcançar uma trégua no enclave palestiniano.

Nos termos da mais recente proposta, como revelou uma fonte do Hamas citada pela Efe, Israel manteria uma “presença reduzida” no corredor de Filadélfia – que liga o Egito a Gaza – e não retiraria desse local nem de Netzarim, que divide o território palestiniano em dois. Com as novas exigências, Israel quer impedir que o grupo islamita reponha o seu arsenal de armas através de túneis de contrabando e que os combatentes do Hamas regressem ao norte do enclave, segundo a mesma fonte.

Nessa proposta de acordo, também não se refere claramente um cessar-fogo permanente na Faixa de Gaza, uma reivindicação do movimento palestiniano. Por todas estas razões, o Hamas mantém a sua rejeição da atual proposta em cima da mesa, considerando que altera substancialmente as bases anunciadas em maio pelo Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e que apenas satisfaz as exigências de Israel.

Israel declarou a 7 de outubro do ano passado uma guerra na Faixa de Gaza para “erradicar” o Hamas, horas depois de este ter realizado em território israelita um ataque de proporções sem precedentes, matando 1.194 pessoas, na maioria civis. Desde 2007 no poder em Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel, o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) fez também nesse dia 251 reféns, 111 dos quais permanecem em cativeiro e 41 morreram entretanto, segundo o mais recente balanço do Exército israelita.

A guerra, que hoje entrou no 320.º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza pelo menos 40.223 mortos (quase 2% da população) e 92.981 feridos, além de mais de 10.000 desaparecidos, na maioria civis, presumivelmente soterrados nos escombros após mais de dez meses de guerra, de acordo com números atualizados das autoridades locais.

O conflito causou também cerca de 1,9 milhões de deslocados, mergulhando o enclave palestiniano sobrepovoado e pobre numa grave crise humanitária, com mais de 1,1 milhões de pessoas numa “situação de fome catastrófica” que está a fazer vítimas – “o número mais elevado alguma vez registado” pela ONU em estudos sobre segurança alimentar no mundo.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Governo vai ativar Mecanismo Europeu para envio de dois canadair para a Madeira

  • Lusa
  • 21 Agosto 2024

Na próxima hora vai ser reativado o "Mecanismo Europeu de Proteção Civil de forma a que possam vir dois aviões canadair com tipologia própria para atuar na Madeira".

O Governo vai ativar “na próxima hora” o Mecanismo Europeu de Proteção Civil para que possam ser enviados “dois aviões canadair” para ajudar no combate ao incêndio que lavra há oito dias na Madeira, disse fonte do executivo. “Vai ser ativado na próxima hora o Mecanismo Europeu de Proteção Civil de forma a que possam vir dois aviões canadair com tipologia própria para atuar na Madeira”, indicou à Lusa fonte do Governo da República.

O incêndio rural na ilha da Madeira deflagrou há uma semana, dia 14 de agosto, nas serras do município da Ribeira Brava, propagando-se progressivamente aos concelhos de Câmara de Lobos, Ponta do Sol e, através do Pico Ruivo, Santana. Nestes oito dias, as autoridades deram indicação a perto de 200 pessoas para saírem das suas habitações por precaução e disponibilizaram equipamentos públicos de acolhimento, mas muitos moradores já regressaram, à exceção da Fajã das Galinhas, em Câmara de Lobos.

O combate às chamas tem sido dificultado pelo vento, agora mais reduzido, e pelas temperaturas elevadas, mas não há registo de destruição de casas e infraestruturas essenciais. Alguns bombeiros receberam assistência por exaustão ou ferimentos ligeiros, não havendo mais feridos.

Dados do Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais, indicados pelo presidente do Serviço Regional de Proteção Civil, António Nunes, apontam para perto de 4.393 hectares de área ardida até às 12:00 de terça-feira. A Polícia Judiciária está a investigar as causas do incêndio, mas o presidente do executivo madeirense, Miguel Albuquerque, já disse tratar-se de fogo posto.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

SNS bate recorde de cirurgias no primeiro semestre mas lista de espera aumenta

  • Lusa
  • 21 Agosto 2024

Nunca o SNS realizou tantas cirurgias como no 1.º semestre de 2024, com 466.668 doentes operados. Face a 2023 "são mais 8,5% de cirurgias realizadas, quase mais 40 mil cirurgias", indica a DE-SNS.

O Serviço Nacional de Saúde (SNS) “bateu o recorde de cirurgias” no primeiro semestre deste ano, com mais de 466 mil realizadas, de acordo com a Direção-Executiva (DE-SNS), que revela ainda um “ligeiro aumento” nas listas de espera.

“De acordo com os dados extraídos no dia 19 de agosto sobre o movimento assistencial do SNS, dados esses acumulados de janeiro a julho, de 2010 a 2024, verificou-se que nunca o SNS realizou tantas cirurgias como no primeiro semestre de 2024, com 466.668 doentes operados. Comparativamente com igual período de 2023, são mais 8,5% de cirurgias realizadas, quase mais 40 mil cirurgias”, adiantou a DE-SNS em comunicado divulgado esta quarta-feira.

A DE-SNS considera que estes números revelam que o SNS “está a cumprir a sua missão, garantindo aos cidadãos o acesso aos cuidados de saúde”, associando o maior número de cirurgias realizadas ao maior número de consultas, o que “levou também a mais inscritos para cirurgia”.

Apesar de um aumento de inscritos, o SNS deu resposta com quase mais 40.000 cirurgias e um ligeiro aumento da lista de espera para cirurgia de 0,3%. Foram realizadas 20.666 cirurgias a doentes com cancro entre o início do OncoStop, entre maio e agosto, entre as quais a quase totalidade das 9.374 cirurgias que estavam na LIC [lista de inscritos em cirurgia] oncológica a 30 de abril, data que marca o ponto de partida do Oncostop [plano que pretende regularizar a lista de espera para operações em oncologia]. As cirurgias que não foram feitas encontram-se agendadas”, refere o comunicado.

A DE-SNS diz estar a monitorizar a situação e que deu indicação às unidades locais de saúde para avaliar a possibilidade de agendar doentes acima do tempo máximo de resposta garantido (TMRG) “até ao final do ano”.

Os dados referem também um maior acesso aos cuidados cirúrgicos, com um número acrescido de utentes a serem inscritos em lista de espera, mais 6,7% do que em igual período de 2023″, acrescenta o comunicado da DE-SNS que considera o acréscimo um reflexo do maior acesso ao SNS, com mais consultas, diagnósticos e cirurgias feitos.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Governo investe um milhão de euros em ações de sensibilização no Algarve

  • Lusa
  • 21 Agosto 2024

A expectativa do Governo é que este investimento de um milhão de euros faça "uma diferença significativa na gestão dos recursos hídricos da região", refere o ministério.

O Governo vai aplicar um milhão de euros, provenientes do Fundo Ambiental, em ações de sensibilização da população do Algarve para fomentar um uso eficiente da água, no âmbito do combate à seca, anunciou esta quarta-feira o Ministério do Ambiente. Em comunicado, o Ministério do Ambiente e da Energia adianta que a implementação das ações ficará a cargo da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e da empresa Águas do Algarve, prolongando-se até 2025.

O Algarve é uma das regiões do país mais afetadas pela seca e a expectativa do Governo é que este investimento de um milhão de euros faça “uma diferença significativa na gestão dos recursos hídricos da região”, refere o ministério. Esta verba proveniente do Fundo Ambiental e destinada a ações de sensibilização da população “é fundamental” para ajudar a “mudar comportamentos e promover um uso eficiente dos recursos hídricos”, que têm vindo a reduzir-se nas reservas da região devido ao cenário de seca que afeta do Algarve, salienta o ministério.

“Com um investimento de um milhão de euros, provenientes do Fundo Ambiental, esta iniciativa visa promover a consciencialização da população e da economia regional sobre a importância da gestão eficiente dos recursos hídricos, particularmente num contexto de crescente escassez”, lê-se no comunicado.

Citada na nota, a ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho, considera que “a seca é uma realidade cada vez mais presente no Algarve e a sensibilização da população é fundamental para mudar comportamentos e assegurar a gestão eficiente dos recursos hídricos” regionais. O plano de ação agora aprovado permite não só dar “um passo importante na direção de um futuro mais sustentável para a região”, mas também promover “a cultura da água e a capacitar as comunidades para enfrentar os desafios da seca”, justifica Maria da Graça Carvalho.

Estão previstas no âmbito do protocolo celebrado com o Fundo Ambiental um conjunto de ações e campanhas de sensibilização nas escolas, a produção de materiais informativos para população e a organização de eventos, indica o ministério. “O objetivo passa por promover a adoção de práticas mais eficientes no uso da água, tanto no setor doméstico como no setor agrícola”, refere.

As ações de âmbito educativo vão decorrer até novembro de 2025, envolver cerca de 1.500 participantes, entre alunos, professores e voluntários de 10 escolas algarvias e contar com a colaboração de 20 entidades públicas e privadas. “Este protocolo não é apenas um acordo administrativo, mas um compromisso com o futuro do ambiente. As ações definidas neste plano têm o potencial de transformar a forma como a comunidade no Algarve percebe e utiliza os seus recursos hídricos”, argumenta a ministra.

O Algarve é uma das regiões de Portugal mais afetadas pela seca e o Governo tem vindo a adotar um conjunto de medidas para aumentar as reservas de água na região e preservar ao máximo as disponíveis, mas também para preservar atividades económicas que dependem deste bem, como o turismo ou a agricultura. A redução acentuada das reservas disponíveis tinha levado o Governo anterior, liderado pelo PS, a impor um conjunto de restrições ao consumo de água na região, que afetavam principalmente a agricultura.

Depois de as chuvas do último inverno e da primavera terem proporcionado um aumento dos níveis de água disponível nas barragens e nos aquíferos do Algarve, o atual Governo aliviou as limitações que tinham sido impostas à agricultura. Apesar o alívio, o Governo alertou que a seca não tinha acabado e iria continuar a adotar medidas para a combater e para fomentar um uso eficiente da água, como a que agora foi anunciada e que disponibiliza um milhão de euros para ações de sensibilização da população.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Câmaras e Turismo do Alentejo querem revisão do plano de ordenamento de Alqueva

  • Lusa
  • 21 Agosto 2024

O Plano de Ordenamento das Albufeiras de Alqueva e Pedrógão tem 22 anos”. Um dos pontos do plano que os autarcas querem ver revisto é a autorização para áreas recreativas e de lazer.

Oito câmaras da zona do regolfo de Alqueva e a Entidade Regional de Turismo (ERT) do Alentejo querem comparticipar a revisão do plano de ordenamento da barragem, por considerarem o atual documento “desadequado” e “extremamente restritivo”. Em declarações à agência Lusa, a presidente do município de Reguengos de Monsaraz, no distrito de Évora, Marta Prates (PSD), lembrou esta quarta-feira que o Plano de Ordenamento das Albufeiras de Alqueva e Pedrógão (POAAP) “é um documento de 2002, ou seja, tem 22 anos”.

“É o único instrumento que existe para o ordenamento deste recurso hídrico que é o Alqueva. Só que, 22 anos depois, as coisas mudaram e os municípios perceberam que o Alqueva tem muitas potencialidades que não estão previstas no POAAP”, disse. O atual plano, cuja revisão até foi aprovada através de uma resolução do Conselho de Ministros, em 2006, mas não avançou, é “extremamente restritivo do ponto de vista das regras” e está “desadequado da realidade”, disse a autarca.

“Todos nós [autarcas] temos plena noção de que os recursos hídricos têm que ser protegidos, portanto, não estamos a pôr isso em causa, mas há uma potencialidade económica que não está a ser devidamente explorada , acrescentou. Tal como já defendeu no passado, a par de autarcas de outros concelhos que confinam com o Alqueva, Marta Prates defendeu que é preciso avançar com a revisão do POAAP para responder “às necessidades das autarquias, das regiões de turismo, dos empresários”.

“É preciso que seja revisto e estudado, é preciso que cada um de nós diga, efetivamente, aquilo de que necessita no seu território”, salientou, ressalvando que não podem ser esquecidos “os parâmetros e balizas ambientais de proteção deste recurso hídrico”, que os autarcas “querem protegido”.

Para conseguirem “tirar da gaveta a revisão do plano”, as câmaras de Reguengos de Monsaraz, Alandroal, Mourão e Portel (no distrito de Évora), Elvas (distrito de Portalegre) e Moura, Serpa e Vidigueira (distrito de Beja) uniram-se e, em 2023, reuniram-se com a Agência Portuguesa do Ambiente (APA).

“O que está em causa é fazermos um estudo que demonstre as nossas necessidades, para depois sair então a revisão e ir a Conselho de Ministros”, explicou. Só que este estudo, que “no fundo é a revisão” do POAAP, “custa 250 mil euros e é isto que anda aqui a emperrar o processo”, porque alegadamente não há dinheiro, frisou.

Por isso, as oito câmaras do regolfo e a Turismo do Alentejo querem “comparticipar com 100 mil euros a realização do estudo” e, no dia 06 deste mês, levaram a proposta ao secretário de Estado do Ambiente, Emídio Sousa. “Estamos dispostos a pagar 100 mil dos 250 mil euros do estudo, da revisão do POAAP, no desespero de desbloquear o processo e substituindo-nos à responsabilidade do Estado central”, afirmou.

A presidente da câmara argumentou que “o Governo ficou sensibilizado” para o assunto e ficou acordado que haverá nova conversa “muito em breve” sobre esta temática. “Pareceu-me que pode ser por aqui e que, desta vez, poderemos desbloquear esta questão”, disse Marta Prates.

Um dos pontos do plano que os autarcas querem ver revisto é a autorização para áreas recreativas e de lazer. No caso de Reguengos de Monsaraz, por exemplo, “só em três locais é que se pode ter restaurantes, bares ou animação turística”. Outra das questões é a faixa de proteção de meio quilómetro a partir da margem onde “não se pode fazer rigorosamente nada”, que as câmaras dizem ser exagerada.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Concorrência dá luz verde à aquisição da Autoestradas do Douro Litoral pela Igneo

A Autoridade da Concorrência decidiu não se opor à aquisição da Autoestradas do Douro Litoral pelo fundo britânico Igneo Infrastructure Partners.

A Autoridade da Concorrência deu esta terça-feira luz verde à aquisição da Autoestradas do Douro Litoral (AEDL) pelo fundo britânico Igneo Infrastructure Partners. O conselho de administração deliberou a “não oposição à operação de concentração”, considerando que “a mesma não é suscetível de criar entraves significativos à concorrência efetiva no mercado nacional ou numa parte substancial deste”.

A AEDL, que opera três autoestradas na Área Metropolitana do Porto, foi vendida em meados do mês passado ao fundo britânico Igneo Infrastructure Partners, marca do negócio de infraestruturas do First Sentier Investors. A concessão estava, desde 2021, nas mãos de um conjunto de acionistas liderados pela Strategic Value Partners.

O preço da aquisição da AEDL pela Igneo não foi revelado, mas a imprensa chegou a apontar para valores em redor dos 400 milhões de euros. Foi também noticiado que a espanhola Abertis era um dos interessados no negócio.

A concessão do Douro Litoral inclui as autoestradas A32, A41 e A43, com uma extensão total de 73,3 quilómetros. A Parceria Público-Privada para a construção e operação foi assinada em dezembro de 2007, com um prazo de 27 anos, terminando em dezembro de 2034. A concessão pertencia inicialmente à Brisa, mas acabou por ir parar às mãos dos credores liderados pela Strategic Value Partners, em 2021. Nesse mesmo ano, os novos donos tentaram vender a Douro Litoral, sem sucesso.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.