“A Casa Ermelinda Freitas tem apostado imenso em receber bem o turismo”

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  • 11 Fevereiro 2025

A CEO da Casa Ermelinda Freitas, Leonor Freitas, explica como o enoturismo é uma importante ferramenta para promover a marca e impulsionar o negócio.

Leonor Freitas, CEO da Casa Ermelinda Freitas, tem focado o desenvolvimento da empresa no enoturismo, uma vertente que atrai turistas à adega para conhecer a produção e degustar os vinhos da casa. Ao visitar a adega, os turistas não só vivenciam a tradição e a qualidade dos vinhos, mas levam também para casa uma parte essencial da Casa Ermelinda. O enoturismo é, assim, uma importante ferramenta para promover a marca e impulsionar o negócio.

O que é o projeto Eu conto com o Turismo?

Um empresário do têxtil, uma varina da Nazaré, um vendedor de bolas de Berlim, a proprietária de uma loja de produtos dos Açores, um piloto de voos de recreio, uma empresária do setor vinícola… e tantos, tantos outros. Todos nós, na verdade. Todos somos beneficiários do turismo e contamos com o turismo para melhorar as nossas vidas.

O turismo tem vindo a assumir um papel crescente na economia portuguesa e é o principal responsável pela maioria dos indicadores positivos dos últimos anos. Cria emprego, anima o tecido empresarial, revitaliza as cidades.

O projeto Eu conto com o Turismo tem como objetivo dar voz a pessoas, mais e menos conhecidas, das mais variadas atividades e regiões, que, de alguma forma, beneficiam do turismo.

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Como é que o ‘cartel da banca’ chegou à prescrição?

Tribunais condenaram o ‘cartel da banca’, mas processo demorou tanto tempo a ser investigado e julgado que prescreveu há exatamente um ano. A cronologia do que se passou.

Foi há exatamente um ano, dia 11 de fevereiro de 2024, que o caso do ‘cartel da banca’ prescreveu, de acordo com a decisão do Tribunal da Relação de Lisboa conhecida esta segunda-feira. Os bancos foram condenados em duas instâncias (Tribunal da Concorrência e Tribunal da Justiça da União Europeia) pela prática concertada no mercado de crédito, lesando famílias e empresas, mas livraram-se de coimas no valor de 225 milhões de euros, porque, ao fim de quase 12 anos, as infrações já atingiram o prazo de prescrição e o processo vai ser arquivado.

O que se passou?

20 de dezembro de 2012

A Autoridade da Concorrência abre um inquérito para investigar uma denúncia (que partiu do Barclays) sobre a troca de informação entre vários bancos no que toca a preçários e quotas no mercado de crédito às famílias e empresas.

1 de março de 2013

Data em que cessaram as infrações cometidas pelos maiores bancos, incluindo a Caixa Geral de Depósitos, BCP, Santander e BPI, e iniciou o prazo para efeitos de contagem do tempo de prescrição. Para outros bancos o prazo iniciou-se mais cedo.

6 de março de 2013

Ainda em fase de inquérito, a Autoridade da Concorrência realiza diligências de busca em 25 instalações de 15 instituições bancárias, iniciativa que resultou na recolha e apreensão de documentos.

5 de junho de 2016

A Autoridade da Concorrência envia uma comunicação de acusações (nota de ilicitude) a 15 bancos por suspeita de prática concertada na forma de troca de informações comerciais sensíveis no que respeita à oferta de produtos de crédito, designadamente crédito à habitação, crédito ao consumo e crédito às empresas.

9 de setembro de 2019

Mais de quatro anos depois da acusação, e depois de ouvidos os bancos em relação à nota de ilicitude, a Autoridade da Concorrência decide condenar 14 bancos a coimas no valor de 225 milhões de euros por terem trocado informações sensíveis entre si sobre spreads e produção de crédito, num esquema anticoncorrencial que prejudicou famílias e empresas.

19 de março de 2020

A Organização Mundial de Saúde declara o Covid-19 como uma pandemia a 11 de março. Cerca de uma semana depois, foi decretada a suspensão da maior parte dos prazos processuais até ao fim da crise pandémica com efeitos a 9 de março.

28 de abril de 2022

O Tribunal da Concorrência, Regulação e Supervisão dá como provado que os bancos trocaram informação sensível sobre as condições comerciais de crédito, mas envia processo para o Tribunal da Justiça da União Europeia para esclarecer se o comportamento dos bancos restringiu a concorrência.

29 de julho de 2024

Dois anos depois, o Tribunal da Justiça da União Europeia decide a favor da Autoridade da Concorrência, considerando que para o funcionamento do mercado “em condições normais”, os bancos “têm de determinar de forma autónoma a política que tencionam seguir e têm de permanecer na incerteza quanto aos comportamentos futuros dos outros participantes”.

20 de setembro de 2024

O Tribunal da Concorrência, Regulação e Supervisão confirma a decisão de condenação da Autoridade da Concorrência, considerando que se tratou de uma infração “muito grave” ao eliminar a incerteza concorrencial num mercado largamente disseminado em Portugal, e criticando a ausência de sentido crítico dos bancos em relação à conduta que tiveram.

10 de fevereiro de 2025

O Tribunal da Relação de Lisboa dá razão aos bancos e anula sentença do Tribunal da Concorrência, considerando que os factos do caso do ‘cartel da banca’ prescreveram a 11 de fevereiro de 2024 (se contarmos com a suspensão dos prazos com as leis Covid-19, contabilizando-se 160 dias). A Relação de Lisboa determinou que se aplica a lei da concorrência de 2012 (e não de 2022), que prevê o prazo máximo de prescrição do procedimento contraordenacional de dez anos e seis meses.

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5 coisas que vão marcar o dia

  • ECO
  • 11 Fevereiro 2025

Em dia de audições à ministra do Trabalho, a Carlos Costa e ao presidente do Fundo de Resolução, os impactos das decisões dos EUA vão a Parlamento Europeu. O INE divulga dados da construção e serviços

No dia em que o ex-governador do Banco de Portugal (BdP), Carlos Costa, e o presidente do Fundo de Resolução vão ser ouvidos em Parlamento sobre o fim do mecanismo de capital contingente do Novobanco também a ministra do Trabalho responderá aos deputados acerca das substituições em cargos diretivos do Instituto de Segurança Social e pelas suas declarações sobre a atualização das pensões. No Parlamento Europeu é dia de avaliar os impactos da política externa dos Estados Unidos na União e calcular respostas caso sejam aplicadas as taxas aduaneiras prometidas pelo presidente americano aos produtos da UE. O INE divulga dados sobre o setor dos serviços e da construção.

Novobanco leva Carlos Costa e o presidente do Fundo de Resolução ao Parlamento

O ex-Governador do Banco de Portugal (BdP), Carlos Costa, e o presidente do Fundo de Resolução, Luís Máximo dos Santos, vão ser ouvidos no Parlamento sobre o fim do acordo de capitalização contingente celebrado que abre caminho para a venda do Novobanco . A audição vai decorrer na Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública no âmbito do requerimento apresentado pelo Grupo Parlamentar do Partido Socialista (PS). Para os socialistas, o acordo entre Fundo de Resolução e o Novobanco, que permitiu antecipar o encerramento do Acordo de Capitalização Contingente (CCA), que estava previsto para o final de 2025 representa “o sucesso das opções adotadas aquando da venda do Novobanco, em 2017, e desmente as previsões catastrofistas sobre a utilização do CCA e sobre a sustentabilidade do Novobanco”.

Qual a evolução dos salários nos setores dos serviços e da construção?

O Instituto Nacional de Estatística (INE) vai divulgar os índices de volume de negócios, emprego, remunerações e horas trabalhadas nos serviços referentes a dezembro do ano passado. Em novembro, o índice de volume de negócios nos serviços registou uma variação homóloga de 5,3% e um crescimento de 2,5% face ao mês anterior. Já os índices de emprego, remunerações e horas trabalhadas apresentaram variações homólogas de 3,2%, 9,7% e 0,5%, respetivamente. O órgão estatístico divulga ainda estatísticas da saúde referentes a 2024 nesta segunda-feira que se assinala o dia mundial do doente e também os índices de produção, emprego, remunerações na construção referentes a dezembro.

Ministra do Trabalho ouvida em Parlamento

A ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Maria do Rosário Palma Ramalho, será ouvida em Parlamento sobre as substituições em cargos diretivos do Instituto de Segurança Social a requerimento do Grupo Parlamentar do Chega e sobre as declarações proferidas relativamente à atualização do Indexante dos Apoios Sociais (IAS) e das pensões em 2025, a requerimento do Grupo Parlamentar do Partido Socialista.

Europa prepara resposta à ameaça de imposição de tarifas pelos EUA

A promessa do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor tarifas aduaneiras sobre as importações de produtos da União Europeia (UE) “muito em breve” estará sobre a mesa da sessão plenária do Parlamento Europeu nesta terça-feira. Os eurodeputados vão debater sobre as reações da UE caso a ameaça se materialize.

Eurodeputados refutam Europa a dois níveis

O Parlamento Europeu irá debater com a Comissão acerca da decisão dos EUA durante a administração do ex-presidente Joe Biden de restringir a exportação de circuitos integrados utilizados para modelos de inteligência artificial (IA) para determinados países da UE, entre eles Portugal. Numa pergunta à Comissão os eurodeputados afirmam que a decisão representa um “desafio significativo para o funcionamento do mercado único da UE”, visto que divide os Estados-membros em diferentes níveis e compromete a abordagem comum da UE em matéria de IA.

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Grupo de trabalho deixa alerta sobre alargamento do subsídio de desemprego dos trabalhadores domésticos

Grupo de trabalho criado pelo Governo anterior faz propostas para reforçar proteção social dos trabalhadores domésticos, como alargar o subsídio de desemprego. Mas avisa: impacto pode ser residual.

O grupo de trabalho criado pelo Governo anterior para analisar o regime de Segurança Social do trabalho doméstico desvaloriza um eventual alargamento do subsídio de desemprego a quem trabalha à hora nesse setor, avisando que, a ser aceite, essa medida pode ter “um impacto meramente residual“. Esta conclusão consta de um estudo que foi agora enviado pelo Ministério do Trabalho ao Parlamento, a pedido do Bloco de Esquerda.

Com vista a propor medidas de “reforço da proteção social dos trabalhadores domésticos” e simplificação dos procedimentos, o Governo de António Costa criou um grupo de trabalho, que devia ter apresentado um relatório no verão de 2023.

No requerimento feito ao Ministério do Trabalho, os bloquistas explicam que pediram esse estudo ao Executivo anterior, mas nunca o receberam. Já em janeiro, numa audição parlamentar, a ministra do Trabalho, Maria do Rosário Palma Ramalho, adiantou que tinha recebido o estudo, pelo que o ministério que lidera remeteu agora esse documento ao Parlamento.

Nesse estudo, são feitas cerca de dezena e meia de recomendações, entra as quais o alargamento da proteção social no desemprego aos trabalhadores em regime de trabalho à hora. Mas os especialistas deixam avisos.

Antes de mais, convém explicar que, no cenário atual, a proteção no desemprego apenas está disponível para os trabalhadores domésticos que exercem a sua atividade em regime de contrato de trabalho mensal a tempo completo e que descontem sobre a remuneração efetivamente recebida. Ou seja, hoje deixa-se de fora quem trabalha a tempo parcial e à hora.

O grupo de trabalho recomenda, então, o alargamento a esses indivíduos, mas avisa, desde logo, que há risco de a medida ter “um impacto meramente residual”.

Tendo em conta as características desta atividade, a forma de organização dos tempos de trabalho, a fragilidade das entidades empregadoras e as práticas instituídas, afigura-se difícil a efetivação e controlo do direito ao subsídio de desemprego aos trabalhadores domésticos em regime de trabalho hora.

Estudo do regime de Segurança Social do trabalho doméstico

“Numa análise mais particular, tendo em conta as características desta atividade, a forma de organização dos tempos de trabalho, a fragilidade das entidades empregadoras e as práticas instituídas, afigura-se difícil a efetivação e controlo do direito ao subsídio de desemprego aos trabalhadores domésticos em regime de trabalho hora“, sublinha o estudo, destacando, a título de exemplo, as situações de acumulação de rendimentos do trabalho com subsídio de desemprego parcial.

Assim, apesar de se reconhecer, numa “primeira observação”, que o alargamento da proteção no desemprego seria sinónimo de um reforço dos níveis de proteção social destes trabalhadores e de um tratamento igualitário em relação aos demais trabalhadores por conta de outrem, conclui-se que o impacto efetivo não seria considerável.

Bónus em IRS

Outra das recomendações do grupo de trabalho é a criação de uma dedução fiscal em sede de IRS das contribuições pagas pelo empregado aos trabalhadores domésticos, “através da comunicação oficiosa da Segurança Social à Autoridade Tributária”. De notar que o Orçamento do Estado para 2024 já veio introduzir algo nesse sentido: uma dedução até 200 euros em sede de IRS, correspondente a parte das retribuições pagas aos trabalhadores domésticos.

Ora, a criação de benefícios fiscais, salientam os especialistas, serviria dois objetivos. Por um lado, incentivaria os empregadores a inscreverem os trabalhadores do serviço doméstico na Segurança Social — combatendo-se a informalidade que ainda marca (e muito) este setor –, e, em consequência, a pagarem as contribuições respetivas.

Preconiza-se a criação de benefícios fiscais a atribuir às entidades empregadoras, destinados a incentivar e a promover a inscrição dos trabalhadores do serviço doméstico na Segurança Social.

Estudo do regime de Segurança Social do trabalho doméstico

E, por outro, serviria para atenuar o impacto do aumento das contribuições em consequência da base de incidência contributiva, que este grupo de trabalho recomenda, de modo a reforçar a proteção social dos trabalhadores domésticos.

No regime atual, o trabalhador pode escolher descontar sobre a remuneração real ou sobre a remuneração convencional, que estabelece um valor por hora com base no Indexante dos Apoios Sociais (IAS). Essa segunda opção origina “inevitavelmente remunerações de referência” na Segurança Social baixas, “com reflexos no valor das prestações”.

Por isso, o grupo de trabalho defende que a relação de segurança social deve ser “determinada com base na remuneração efetiva do trabalhador por cada relação de trabalho, em convergência com as regras aplicáveis no regime geral” ou, em alternativa, suportada em remunerações indexadas ao valor do salário mínimo (que é superior ao IAS: 870 euros contra 522,50 euros, este ano).

“Se passarmos para uma lógica de declaração de remunerações reais ou até mesmo por referência ao salário mínimo nacional, verificar-se-á um aumento do valor médio das prestações atribuídas, também pelo facto de passarem a ser declarados 14 meses de remuneração por base como base de incidência contributiva, no caso de se tratar de remuneração efetiva. Nas situações em que está legalmente prevista uma remuneração convencional, são declarados e considerados apenas 12 meses em cada ano”, detalha o estudo remetido ao Parlamento.

Essa medida aumentaria o valor das prestações garantidas aos trabalhadores, mas também as contribuições a pagar à Segurança Social, daí a necessidade de se criar o tal “bónus” em sede de IRS.

Reforçar a sensibilização

Outra das recomendações que constam do estudo enviada agora aos deputados é a criação de campanhas de sensibilização e informação junto da sociedade civil, “alertando para a importância de assegurar a formalização da prestação de atividade deste grupo profissional e, assim, garantir a sua proteção social em termos condignos”.

Além disso, ao nível dos procedimentos, propõe-se, nomeadamente, que seja obrigatória a comunicação e admissão do vínculo através da Segurança Social, à semelhança do que acontece com os trabalhadores por conta de outrem.

Outra das recomendações é a criação de uma conta corrente para os trabalhadores do serviço doméstico, “por forma a permitir o cálculo da obrigação contributiva por entidade empregadora“.

Importa notar que, no final de janeiro, o Ministério do Trabalho sinalizou, em declarações ao Público, que está a analisar a situação “com vista à eventual revisão” do regime de proteção social destes trabalhadores. Ou seja, com base neste estudo, poderão estar agora mudanças no horizonte.

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Jordi García Tabernero junta-se ao Conselho Diretivo do Círculo Ecuestre

  • Servimedia
  • 11 Fevereiro 2025

O Diretor Geral de Assuntos Públicos e Sustentabilidade da Naturgy junta-se à Direção do clube empresarial de Barcelona como membro, reforçando a sua estrutura.

O Círculo Ecuestre anunciou a incorporação de Jordi García Tabernero no seu Conselho Diretivo. A integração do diretor-geral de Assuntos Públicos e Sustentabilidade da Naturgy e vice-presidente da Fundação Naturgy nos órgãos do clube faz parte da estratégia de reforço e posicionamento da instituição empresarial.

A entrada de Tabernero ocorre meses depois da incorporação de Ramon Agenjo, Presidente do Barcelona Global; Jordi Morral, Diretor-Geral da Europastry e Presidente da APD Catalunya, e Isabel Perea, Audit Partner da Grant Thornton. O objetivo destes quatro novos membros é alargar o alcance do Círculo Equestre no mundo empresarial.

Jordi García Tabernero (Barcelona, 1964) é licenciado em Ciências da Informação pela Universidade de Barcelona, tem um PADE do IESE e um mestrado em Desenvolvimento da Gestão na Administração Pública pelo ESADE. Tabernero desempenhou diferentes responsabilidades no domínio da comunicação na administração pública regional e municipal, bem como em vários meios de comunicação.

Ingressou na Naturgy em 2004, ocupando diferentes cargos na área da Comunicação. Atualmente, é diretor-geral de Assuntos Públicos e Sustentabilidade da Naturgy e, desde abril de 2017, vice-presidente da Fundação Naturgy. Além disso, o executivo sénior de Barcelona é presidente do Comité de Comunicação da Associação Espanhola de Indústrias de Gás (Sedigas). Foi presidente da Associação de Gestores de Comunicação da Catalunha, desde a sua constituição em outubro de 2007 até março de 2016, e é presidente honorário da associação desde dezembro de 2017.

Nas palavras de Enrique Lacalle, Presidente do Círculo Ecuestre, “a incorporação de Jordi García Tabernero ao Conselho de Governadores do Clube, além da entrada de Ramon Agenjo e Jordi Morral em 2024, é muito positiva para a instituição. No Círculo Ecuestre, estamos convencidos de que a entrada de Jordi García Tabernero trará uma grande experiência e fomentará ligações de qualidade entre poderosos interessados e o Clube, para além de acrescentar experiência, liderança e prestígio ao conjunto dos membros”.

O executivo junta-se à Direção liderada pelo Presidente do Círculo Equestre, composta por quatro vice-presidentes: Juan Ignacio Marull (PwC), vice-presidente da área económica; Antonio Gámiz (Merlín Properties), vice-presidente da área social; Luis Conde (Seelinger y Conde), vice-presidente da área institucional e Mª Isabel Estany (Grupo Costa Este), vice-presidente da área cultural e 25 membros.

A lista inclui nomes proeminentes do setor económico e empresarial de Barcelona: Jordi García Tabernero (Naturgy), Isabel Perea (Grant Thornton), Ramón Agenjo (Barcelona Global), Jordi Morral (Europastry), Luis Badrinas (Barcelona Health Hub), José Maria Cardellach (Cardellach Asociados), Jordi Casas (Foment), Carlos Durán (Galería Senda), Ricardo Fernández-Deu (Advogado e jornalista), Guillermo Galofré (Talenta Gestión), Anna Gener (Savills), Tirso Gracia (Galibier Legal), Pere Guardiola (La Vanguardia), Alejandro Hernández-Puértolas (HIPartners), Sergi Loughney (Fundação La Caixa), Sergio Martínez (Hispano Suiza), Alberto Missé (Andbank), Juan Maria Nin (IESF), Silvia Parés (PwC), Daniel Puig (Puig), Aurora Sanz (Grant Thornton), Luis Sans (Santa Eulalia e Associació d’Amics del Passeig de Gràcia), Miguel Tarazón (Zeena), Helena Torras (Hans(wo)men Group) e Carlos Tusquets (Mediolanum).

O atual Conselho Diretivo do Círculo Ecuestre foi formado em outubro de 2023, após a eleição de Enrique Lacalle como presidente da entidade. O reconhecido empresário, com uma longa carreira profissional e uma marcada vocação de serviço à cidade de Barcelona, configurou um órgão inovador no qual incorporou vice-presidências nas principais áreas de interesse do clube e o dobro da representação feminina do que o governo anterior. Além disso, acrescentou à sua equipa um secretário: Ignacio Garmendia (Conservador do Registo Comercial), e um tesoureiro: Martín Navaz (Grupo PIB). E o diretor-geral David Galán.

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Barómetro ACEGE: Empresários querem melhor gestão da imigração

Todos os empresários inquiridos defendem que a gestão da imigração em Portugal tem de melhorar. E a larga maioria está contra a introdução de um travão nas reformas antecipadas.

Sem margem para dúvidas. Os empresários não estão satisfeitos com a forma como é feita a gestão da imigração em Portugal. De acordo com o último Barómetro ACEGE, 100% defendem que é necessária uma melhor gestão da imigração em Portugal.

Entre os 1.094 associados da ACEGE todos responderam a favor da “melhor gestão”. O Governo prometeu para as próximas semanas uma revisão “muito significativa” dos títulos de residência pedidos e emitidos pela Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA). O último relatório da AIMA, divulgado em setembro, revelava que a população estrangeira residente em Portugal aumentou 33,6% em 2023, em comparação com o ano anterior, totalizando 1.044.606 cidadãos com autorização de residência.

O Governo apresentou em junho do ano passado 41 medidas para garantir uma “imigração regulada”, integrada numa “integração humanista” e numa reorganização institucional, que começaram por extinguir o procedimento de Manifestações de Interesse e criar uma estrutura de missão para tentar resolver os 400 mil processos pendentes.

Neste momento estão a decorrer negociações entre o Executivo e as confederações patronais para agilizar a contratação de cidadãos estrangeiros com contrato de trabalho. Em cima da mesa está a criação de um novo canal de operacionalização, que não cria novas portas legais de entradas de imigrantes, mas que assegura maior celeridade de procedimentos e mais responsabilidade e regulação dos fluxos migratório.

São múltiplos os setores que clamam por mais emigrantes: desde a construção, com o reconhecimento de que a falta de mão de obra pode pôr em causa as obras do Plano de Recuperação e Resiliência; passando pelo turismo e pelas entidades do sistema científico. O peso e importância da mão-de-obra estrangeira na economia encontra tradução nos números divulgados a semana passada pelo Instituto Nacional de Estatística: o PIB cresceu 1,9% em 2024 – o dobro da média europeia – à boleia do turismo, imigração e menores custos energéticos.

“O crescimento está a ser impulsionado por alguns fatores comuns, tais como a natureza orientada para os serviços de ambas as economias, a expansão dos setores do turismo e os fortes fluxos migratórios líquidos”, que permitem crescimento populacional, sublinha a Oxford Economics, numa nota de análise, onde acrescenta estar mais otimista com as perspetivas de crescimento de longo de Portugal.

Os empresários estão, no entanto, menos confiantes em relação ao país face ao barómetro anterior, com 58% a afirmarem-se otimistas, contra 63% em dezembro.

A opinião dos empresários foi expressa na primeira semana de fevereiro já depois da tomada de posse de Donald Trump como Presidente dos Estados Unidos e anunciada a imposição de tarifas conta alguns países. Em detalhe, 57,84% estão moderadamente otimistas (eram 62,14% no anterior barómetro) e 4,9% francamente otimistas (vs 0,9%). Já 13,73% não está nem pessimista, nem otimista, uma descida face aos cerca de 15,53% da anterior consulta. Por outro lado, 17,88% indicam estar moderadamente pessimistas (vs 17,48%) e 5,88% estão francamente pessimistas, uma subida face aos 3,88% anteriores.

No entanto, o nível de confiança em relação ao futuro das respetivas empresas melhorou face ao mês anterior. Oito em cada dez empresários estão na globalidade otimistas — com 15,69% francamente otimistas e 66,67% moderadamente otimistas, uma subida face aos dados do barómetro anterior (9,71% e 57,28%, respetivamente). Já 8,82% estão moderadamente pessimistas, menos do que os 9,71% do barómetro anterior e 0% francamente pessimistas, uma descida face aos dados de dezembro (0,75%). O número de indecisos desceu substancialmente já que 8,82% não estão nem pessimistas, nem otimistas, uma descida vertiginosa face aos 22,33% da consulta anterior.

Empresários contra travão nas reformas antecipadas

A sustentabilidade da Segurança Social voltou a estar na ordem do dia. A ministra do Trabalho e da Segurança Social está a preparar um conjunto de medidas neste âmbito, que passam nomeadamente pela limitação do acesso à reforma antecipada. Medidas essas que já foram notificadas à Comissão Europeia. Os especialistas há muito que o vêm defendendo. Maria do Rosário Palma Ramalho já anunciou a criação de um novo grupo de trabalho sobre esse tema. Será estudada, além da questão das reformas antecipadas, a taxa contributiva da Segurança Social.

Os empresários defendem que as reformas antecipadas não devem ser travadas. Segundo o barómetro, 50% opõem-se à ideia. Já 44,12% concordam com a medida. Em Portugal é possível antecipar a reforma a partir 60 anos de idade e 40 de descontos. Mas há regime específicos que permitem a reforma aos 57 anos se for desempregado de longa duração — ou seja, estar desempregado desde os 52 anos – mas é necessário ter 22 anos de contribuições.

Os economistas ouvidos pela Lusa, não descartam a necessidade de fazer ajustes ao regime, mas consideram que devem ser evitadas alterações drásticas. De acordo com dados de 2023 citados pela Lusa, a Segurança Social atribuiu nesse ano 102.435 novas pensões de velhice, 21.769 das quais eram pensões antecipadas e destas, 40%, ou seja, cerca de 9039, foram atribuídas após desemprego de longa duração.

Empresários aplaudem mudanças na lei dos solos

Entre as polémicas que marcaram o arranque do ano estiveram também as alterações à lei dos solos. Em causa está a possibilidade de reclassificar terrenos rurais como urbanos para a construção de habitações. O Governo aprovou a lei no final de 2024, mas o Parlamento avocou a mesma e forçou a sua discussão em plenário, tentando travar a entrada em vigor da legislação. O PS avançou com um conjunto de propostas de alteração que o Governo aceitou acolher na especialidade e o diploma entrou mesmo em vigor.

A larga maioria dos empresários inquiridos concorda com a alteração da lei dos solos (59,8% contra 25,49% que se opõem à mesma). Mas há ainda uma percentagem significativa que não sabe ou não responde à questão.

As propostas de alteração do PS baixaram à comissão de Economia onde vão ser discutidas. Em cima da mesa estão várias alterações. Mas a mais significativa é que desapareça da lei a expressão “preços moderados” e seja substituída pelo conceito de preços controlados ou de arrendamento acessível. Todos os especialistas ouvidos pelo ECO são unânimes em reconhecer que a solução proposta pelo PS é a “mais eficiente na contenção dos preços da habitação”, porque tem em conta os custos dos promotores e os rendimentos dos cidadãos.

Além disso, o PS quer que seja introduzida uma camada adicional de fiscalização da decisão de alterar a utilização dos solos. A passagem de um solo rústico a urbano é decidia pelo autarca da região em causa, mas também pela assembleia municipal. Um passo que o Executivo considera ser garante de independência na decisão. Mas o PS tem por objetivo introduzir “mais um nível de avaliação e escrutínio, com parecer da CCDR nos projetos em solo que não seja exclusivamente público”. E eliminar a possibilidade de a mudança ser “fundamentada num parecer técnico de uma entidade contratada com competência técnica” e ser assegurada apenas com um parecer técnico dos serviços municipais.

Neste barómetro os empresários elegeram Luís Montenegro como a figura de 2024 e a melhoria do nível de vida face a redução das taxas juro e aumento das condições sociais como o acontecimento marcante de 2024.

Nota: O Barómetro é uma iniciativa mensal realizada em colaboração com o Jornal ECO, Rádio Renascença e Netsonda, e tem como objetivo saber a opinião dos Associados da ACEGE sobre temas da atualidade, não sendo por isso uma sondagem de opinião. Foi enviado por email a 1.094 associados da ACEGE, através de uma plataforma da Netsonda, e esteve aberto ao longo da primeira semana de fevereiro, tendo respondido 103 pessoas.

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Barómetro ACEGE: Exportadoras devem procurar alternativas aos EUA com as tarifas de Trump

Maioria dos empresários dá nota positiva ao acordo UE/Mercosul, um acordo assinado no início de dezembro de 2024. Mas apenas a parte política. Acordo vai impor regras, objetivos e monitorização.

O Presidente norte-americano ameaçou impor tarifas de 25% às importações de alumínio e aço. Este é o mais recente capítulo da guerra comercial que se iniciou com a chegada de Donald Trump à Casa Branca. A Comissão Europeia garante que vai responder às “medidas injustificadas” dos EUA. Os empresários consideram que o caminho é procurar mercados alternativos.

De acordo com o último Barómetro ACEGE, 87,25% dos inquiridos defendem que as empresas exportadoras devem procurar alternativas aos EUA face às ameaças de Trump. Já 10,78% consideram que não é necessário diversificar mercados e 1,96% não sabe ou não responde.

México, Canadá e China foram os primeiros alvos de Trump. Mas um dia depois de ter assinado a ordem executiva para a aplicação de taxas aduaneiras de 25% aos produtos provenientes do Canadá e do México e de 10% da China, o Chefe de Estado norte-americano recuou e suspendeu a ordem por 30 dias depois de México e Canadá terem concordado em tomar medidas para reforçar a segurança das suas fronteiras e combater o tráfico de droga.

A Comissão recusa “responder a anúncios gerais sem mais pormenores ou esclarecimentos escritos” e prefere sublinhar que “as tarifas colocariam em causa o espírito de cooperação que há muito define as relações transatlânticas”. “Como aliados de longa data, a UE e os EUA construíram uma forte parceria económica baseada em valores partilhados, confiança mútua e cooperação”, acrescentou o porta-voz da Comissão Olof Gill.

Confiança não é a palavra escolhida pelos associados da ACEGE relativamente à escolha de multimilionários para a Administração de Trump. Elon Musk, CEO da Tesla e do SpaceX, é o homem mais rico do mundo, com uma fortuna estimada em 450 mil milhões de dólares; Jared Isaacman, CEO da Shift4 Payments tem uma fortuna estimada de três mil milhões de dólares, a mesma de Linda McMahon. Scott Bessent e Chris Wright são outros nomes que integram o núcleo duro da Administração Trump.

A maioria (54,9%) dos que responderam ao barómetro, na primeira semana de fevereiro, considera que os multimilionários podem ser uma ameaça à democracia nos EUA. Em contrapartida 40,2% são de opinião contrária.

Ainda na frente comercial, a maioria dos empresários (54,9%) dá nota positiva ao acordo UE/Mercosul, um acordo assinado no início de dezembro do ano passado. Mas apenas a parte política. Este acordo começou a ser negociado em 1999, é o maior acordo comercial mundial, equivale a 25% da economia global e a 780 milhões de pessoas, ou seja, 190% da população mundial.

O acordo “vai impor regras, objetivos, uma monitorização, que é necessária, tem cláusulas para os direitos sociais, cláusulas de salvaguarda e também quotas e limites”, frisou o ministro da Agricultura, em entrevista ao ECO dos Fundos, o podcast quinzenal do ECO sobre fundos europeus no final de janeiro. José Manuel Fernandes considera que o acordo UE-Mercosul “é muito positivo” para Portugal.

Nota: O Barómetro é uma iniciativa mensal realizada em colaboração com o Jornal ECO, Rádio Renascença e Netsonda, e tem como objetivo saber a opinião dos Associados da ACEGE sobre temas da atualidade, não sendo por isso uma sondagem de opinião. Foi enviado por email a 1.094 associados da ACEGE, através de uma plataforma da Netsonda, e esteve aberto ao longo da primeira semana de fevereiro, tendo respondido 103 pessoas.

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Lucros anuais do PSI terão batido quarto recorde seguido em 2024

A Navigator é a primeira da bolsa de Lisboa a apresentar as contas do ano passado, no dia 13, seguindo-se outras três cotadas na semana seguinte. Nove das 15 cotadas do PSI revelam contas este mês.

A Navigator inaugura a época de divulgação de resultados anuais na bolsa lisboeta. Num momento em que a earnings season segue em velocidade cruzeiro nos EUA e na Europa, a papeleira apresenta no próximo dia 13 de fevereiro os números de 2024, que poderá marcar um novo recorde nos resultados do PSI, acima dos 5,5 mil milhões de euros.

“Estamos moderadamente otimistas para a earning season que aí vem. Acreditamos que a maioria das empresas portuguesas vai apresentar bons resultados e isso perspetiva também mais uma boa época de dividendos que é sempre bem vista pelos investidores”, realça Pedro Barata, gestor de ações da GNB.

As 15 empresas cotadas no índice PSI deverão ter fechado o ano com lucros de 5,5 mil milhões de euros, acima dos 5,4 mil milhões de euros registados em 2023, segundo o consenso de estimativas compilado pela Reuters. A confirmar-se trata-se do quarto ano de recordes nos resultados do índice de referência da bolsa lisboeta e o segundo ano em que as empresas da bolsa ganharam mais de cinco mil milhões de euros.

Pedro Oliveira, trader da sala de mercados do Banco Carregosa, acrescenta que “tendo por base os números apresentados pela grande maioria das cotadas norte-americanas e também algumas empresas europeias nestas últimas duas semanas diríamos que as expectativas são positivas para a maioria das cotadas do PSI“.

A papeleira é a primeira a mostrar as contas do último ano, com as previsões compiladas pelos analistas da Reuters a anteciparem que a empresa, que fechou os primeiros nove meses do ano com um crescimento de 20% nos lucros para 241,4 milhões de euros, tenha encerrado 2024 com um resultado líquido de 309,38, 12,5% acima do valor reportado um ano antes.

Depois da Navigator será a vez da Galp, no dia 17 de fevereiro, e da Corticeira Amorim e Semapa, nos dias 20 e 21 deste mês, revelarem contas. A petrolífera, que ganhou 890 milhões de euros até setembro, deverá fechar pelo segundo ano com lucros acima dos mil milhões de euros. Os analistas estimam que a empresa tenha aumentado o resultado líquido, no último ano, em cerca de 62 milhões de euros, para 1.064 milhões. Já nos casos da empresa de cortiça e da Semapa, as estimativas apontam para uma contração dos lucros em 2024.

A terceira semana de fevereiro promete ser a mais agitada desta earnings season, com cinco cotadas do PSI a divulgaram resultados nos dias 26 e 27 de fevereiro (ver tabela abaixo), incluindo três pesos pesados da bolsa. Além do BCP, cujos lucros deverão manter a evolução positiva dos últimos anos, com o consenso de analistas a apontar para um crescimento (modesto) dos lucros para 879,05 milhões de euros face aos 856 milhões reportados em 2023, também o grupo EDP mostra os números da atividade em 2024.

Se os resultados da EDP Renováveis, que baixaram para metade nos primeiros nove meses do ano, deverão ter fechado o período com uma quebra face a 2023, no caso da EDP, as estimativas apontam para um aumento dos lucros de 278 milhões de euros, ou 29%, para 1.230 milhões de euros, com a elétrica a ser mais uma vez a maior contribuidora para os lucros do PSI, seguida pela Galp.

Já a Jerónimo Martins, que apresenta os resultados anuais no dia 19 de março, deverá ter fechado 2024 com números inferiores aos 756 milhões reportados em 2023. A retalhista, que lucrou 440 milhões nos primeiros nove meses do ano, menos 21% que no período homólogo, deverá ter encerrado 2024 com um lucro próximo dos 637 milhões.

Ações com potencial para subir

O gestor da GNB nota que, a confirmarem-se os bons números, “o mercado reagirá positivamente, mas é importante termos sempre em atenção que a direcionalidade do nosso mercado tenderá sempre a ser impactada pelo sentimento dos mercados internacionais”.

Pedro Barata refere ainda que “os principais riscos para a atividade das empresas portuguesas reside, nesta altura, no impacto que as medidas da nova administração americana terão nas trocas comerciais entre países impactando a economia global e dificultando imenso o acerto de quaisquer previsões que se possam querer fazer sobre o futuro”.

“Os analistas estão de facto otimistas para 2025 mas reconhecem que haverá desafios”, concorda Pedro Oliveira. O trader destaca que, “para 2025 é estimado que o índice PSI valorize cerca de dois dígitos percentuais até ao final do ano, no entanto a gestão da dívida será um fator crucial visto que grande parte das empresas terá muitos milhões de euros em obrigações e empréstimos que vencem entre 2025 e 2026″.

“A capacidade das empresas em gerir eficientemente esta dívida e continuar a inovar e crescer será determinante para manter esta evolução positiva em 2025”, remata Pedro Oliveira.

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Galp e farmacêutica Eli Lilly são as maiores exportadoras para os EUA. Fábrica de armas estreia-se no ‘top 10’

Exportações portuguesas para os Estados Unidos subiram 1,5% em 2024 para 5,3 mil milhões de euros, com o país a manter-se o principal destino das vendas para fora da União Europeia.

A Petrogal, empresa detida pela Galp, destronou a farmacêutica Eli Lilly e, em 2024, liderou o ranking das 10 principais empresas exportadoras em Portugal para os Estados Unidos. Os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) cedidos ao ECO revelam ainda que existe uma estreia neste ‘top’ face ao ano anterior: a Browning Viana, detida pelo grupo belga FN Herstal, fabricante de armas e artigos de desporto.

As exportações portuguesas para os Estados Unidos subiram 1,5% em 2024, face a 2023, para cerca de 5,3 mil milhões de euros, mantendo-se como o principal destino fora da União Europeia e o quarto na globalidade dos países, com um peso de 6,7%.

Em 2024, entre as principais empresas em Portugal que venderam bens aos Estados Unidos mantiveram-se três farmacêuticas: a americana Eli Lilly Export, a Hikma Farmacêutica e a portuguesa Hovione Farmacêutica. A presença no ‘top 10’ não é novidade, mas a ordem alterou-se ligeiramente face a 2023.

A Eli Lilly, conhecida pelos medicamentos para a diabetes, não tem uma fábrica de produção em Portugal, mas é atualmente uma das principais exportadoras no país porque importa matéria-prima e, através de um acordo com uma empresa local, transforma em território nacional o produto, que posteriormente é exportado como produto acabado, enquanto a Hikma conta atualmente com quatro fábricas no país.

Em terceiro lugar no ranking está a Continental Mabor (pneus), mantendo o mesmo lugar do ano passado. Na lista incluem-se ainda a Repsol, a Amorim Cork e a General Electric Renewable, bem como as estreantes Navigator e Browning Viana. Como o ECO conta aqui, fundada em 1973 e detida pela belga FN Herstal, a Browning Viana (situada no Alto Minho) é uma das maiores fabricantes mundiais de armas de caça e desporto.

Principais empresas exportadoras para os Estados Unidos, em 2024:

  1. Petrogal (2º lugar em 2023)
  2. Eli Lilly (1º lugar em 2023)
  3. Continental Mabor (3º lugar em 2023)
  4. Hikma (5º lugar em 2023)
  5. Hovione (4º lugar em 2023)
  6. Repsol (6º lugar em 2023)
  7. Amorim Cork (9º lugar em 2023)
  8. The Navigator Company
  9. Browning Viana
  10. General Electric Renewable (7º lugar em 2023)

De fora, ficaram a Altice Labs, que ocupou o oitavo lugar em 2023, e a Metalogalva, que ficou em 10º lugar anteriormente.

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Mais de metade das exportações portuguesas estão concentradas em 3 países. Maior excedente comercial é com os EUA

Espanha, Alemanha e França continuam a ser os principais clientes externos de Portugal. País tem posição excedentária com os Estados Unidos, que são o principal destino extra-União Europeia.

As exportações portuguesas continuam a ter como principal destino Espanha, Alemanha e França, países que concentram mais de metade da venda de bens portugueses ao exterior. Em 2024, o quadro manteve-se e traduziu-se em vendas de 40 mil milhões de euros, enquanto os Estados Unidos consolidaram o lugar no ranking como o principal cliente extra-comunitário.

Os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgados na segunda-feira revelam que as exportações portuguesas cresceram 2,5% no ano passado, após uma queda de 1,4% em 2023. No entanto, quando descontando as transações com vista a, ou na sequência de, trabalhos por encomenda (sem transferência de propriedade), o aumento foi menor: 1,7%.

Do bolo global, Espanha, Alemanha e França continuaram a ser os principais clientes externos e, no seu conjunto, concentraram 50,5% das exportações nacionais, mais um ponto percentual do que em 2023. Entre estes, a vizinha Espanha continua a ser de longe o principal recetor de bens portugueses, com um peso de 26% em 2024, mais 0,3 pontos do que em 2023. As vendas para este país subiram 3,5%, impulsionadas principalmente por produtos alimentares e bebidas e fornecimentos industriais.

Nota: Se está a aceder através das apps, carregue aqui para abrir o gráfico.

No entanto, em 2024, foi a Alemanha que deu o maior gás ao crescimento, com uma subida de 17,8%, refletindo sobretudo os aumentos nos fornecimentos industriais, material de transporte e máquinas e aparelhos. No ranking dos principais clientes, roubou o lugar a França e subiu ao segundo principal destino com uma peso de 12,3%, mais 1,6 pontos do que em 2023.

Por outro lado, os Estados Unidos mantiveram-se como principal destino fora da União Europeia e o quarto lugar na globalidade dos países, com um peso de 6,7%, mas menos 0,1 pontos do que em 2023. As vendas de bens portugueses a terras de ‘Uncle Sam’ subiram 1,5% para cerca de 5,3 mil milhões de euros.

O INE destaca que os Estados Unidos foram o segundo maior mercado em termos de valor de transações sem transferência de propriedade, representando 18,6% do total das exportações com destino aos Estados Unidos, apenas ultrapassado pela Alemanha.

Em termos absolutos, destacam-se também os aumentos de 62,1% nas exportações para Gibraltar, de 15,5% para Marrocos e de 4,7% para Itália. Por outro lado, o maior decréscimo foi registado nas transações com França (-4,5%), maioritariamente material de transporte e máquinas e aparelhos, tendo recuado para terceiro principal cliente dos bens nacionais, com um peso de 12,2%, uma diminuição de 0,9 pontos face ao ano anterior.

O INE realça ainda que se verificaram igualmente “decréscimos significativos” nas exportações para a Turquia (-26,8%), maioritariamente material de transporte, Angola (-18,4%), principalmente máquinas e aparelhos e a China (-20,2%), essencialmente fornecimentos industriais.

Não são um destino, mas também entram nas contas. As exportações para “abastecimento e provisões de bordo” caíram 10,84% em 2024 face a 2023, para 1,8 milhões de euros, e 19,72% aquém do máximo alcançado em 2022: dois mil milhões de euros. No entanto, continuam no ‘top 10’. Esta fatura engloba todos os bens comprados em Portugal para abastecer os cruzeiros e os aviões, onde se destacam os combustíveis, que agregam mais de 90% da fatura, mas também pela parafernália de bens alimentares, bebidas e outros artigos para consumo dos passageiros de cruzeiros e aviões.

Excedente com os EUA é o mais elevado

O excedente comercial de Portugal com os Estados Unidos passou a ser o mais elevado do país em 2024, no valor de 2.903 milhões de euros, refletindo uma diminuição de 83 milhões de euros, seguido pelo com o Reino Unido (2.406 milhões de euros) e com França (1.947 milhões de euros).

Por outro lado, o maior défice comercial do país verificou-se com Espanha, no valor de 14.826 milhões de euros, seguido pelo com a China (-4.509 milhões de euros) e com os Países Baixos (-2.590 milhões de euros).

Na globalidade, o défice da balança comercial de bens aumentou 78 milhões de euros face ao ano anterior, atingindo 27.887 milhões de euros, sendo França o país que mais contribuiu para este agravamento, com uma diminuição do seu excedente em 881 milhões de euros. Em sentido contrário, o INE realça a diminuição do défice com a Alemanha, em 1.280 milhões de euros, passando de terceiro para quinto maior défice.

Num artigo publicado em dezembro do ano passado, o Banco de Portugal (BdP) recomendou que o Governo reforce o apoio às empresas portuguesas na procura de novos mercados para as exportações nacionais e promova o investimento direto estrangeiro após a eleição de Donald Trump como Presidente dos Estados Unidos.

Os economistas consideram que, para manter o bom desempenho das exportações nacionais registado nos últimos anos, “é importante reforçar o apoio às empresas na procura de novos mercados, promover o investimento direto estrangeiro e continuar a flexibilizar a alocação de recursos na economia“.

“Para tal, sobressai a importância do capital humano como fonte de inovação e facilitador da mobilidade dos trabalhadores entre setores”, apontam.

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Tarifas de Trump ‘ceifam’ produtores de milho em Portugal

Guerra comercial entre EUA, México e China já está a provocar “instabilidade e volatilidade” nos mercados. Aumenta a pressão para Portugal reforçar autoaprovisionamento no milho, que é de apenas 25%.

A imposição de tarifas aduaneiras por parte da nova administração americana, liderada por Donald Trump, é uma nova ameaça para o negócio dos produtores de milho em Portugal, que falam num “fator potenciador de enorme instabilidade e volatilidade nos mercados mundiais de commodities agrícolas” e que reforça a urgência de “implementar todos os mecanismos que possam contribuir para o reforço do grau de autoaprovisionamento” do país.

Portugal tem um grau de autoaprovisionamento em milho de cerca de 25%, o que coloca o país entre os Estados-membros da União Europeia mais desprotegidos – só os Países Baixos, Chipre e Malta têm uma percentagem inferior. E igualmente “face à situação geopolítica que se vive em certas latitudes, algumas das quais na fronteira do espaço europeu”, como é o caso da guerra na Ucrânia, o presidente da Associação Nacional dos Produtores de Milho e Sorgo (ANPROMIS) alerta que é “extremamente perigosa esta excessiva exposição face ao exterior”.

Em declarações ao ECO, Jorge Neves dá o exemplo do México, que é o maior importador de milho a nível mundial e que até agora supria a totalidade das suas necessidades dos EUA, podendo esta guerra tarifária entre ambos levar os mexicanos a deslocar as aquisições para o Brasil. “Esta possível alteração radical de compras criará necessariamente um excesso de procura que, numa primeira fase, afetará todos os clientes já habituais do Brasil, entre os quais Portugal e Espanha”, detalha.

Estas violentas alterações dos fluxos comerciais trarão, inevitavelmente, instabilidade e volatilidade aos mercados no curto prazo.

Jorge Neves

Presidente da Associação Nacional dos Produtores de Milho e Sorgo

Situação idêntica deverá acontecer com a subida das tarifas aduaneiras impostas à China pelo republicano que sucedeu a Joe Biden na Casa Branca. Agravado pelo facto de a gigante economia asiática ser a maior importadora mundial de soja. Atento a estas movimentações, o porta-voz do setor descreve que “neste momento, como precaução e reação a decisões unilaterais dos EUA, a China já desviou importantes aquisições de soja para o Brasil”.

“Estas violentas alterações dos fluxos comerciais trarão, inevitavelmente, instabilidade e volatilidade aos mercados no curto prazo (…). É tudo o que qualquer produtor agrícola, incluindo os produtores de milho portugueses, não necessita”, resume o líder da ANPROMIS, que esta terça-feira organiza na Figueira da Foz o 12.º Colóquio Nacional do Milho, em que é aguardada a participação de perto de 600 agricultores e técnicos de todo o país.

Jorge Neves, presidente da ANPROMIS – Associação Nacional dos Produtores de Milho e Sorgo

Segundo dados do Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas (IFAP), em 2024, a área de milho declarada em Portugal voltou a cair 4,7%, para os 100.125 hectares. Uma regressão pressionada pela redução do preço desta commodity no mercado mundial, pela diminuição do nível das ajudas comunitárias, pelos prejuízos causados pela sobrepopulação de javalis – transversal em todo o país, mas com maior impacto económico nas pequenas explorações do Norte e Centro – e pela migração para as culturas permanentes como o olival e o amendoal, “mais remuneradoras face ao investimento”, sobretudo no Ribatejo e no Alentejo.

No que toca ao volume de produção, a estimativa das 11 organizações de produtores associadas da ANPROMIS aponta para cerca de 282 mil toneladas de milho na última campanha, abaixo das 309 mil toneladas comercializadas em 2023. Além da menor área semeada, Jorge Neves atribui esta descida às quebras de produtividade relacionadas com um “ano climático pouco favorável” e à “crescente redução das substâncias ativas que se encontram à disposição dos produtores europeus” e que fazem com que algumas pragas e doenças, como a cigarrinha do milho e o alfinete, “penalizem seriamente certas regiões”.

“+Cereais” mexe no rendimento dos produtores?

Portugal conta atualmente com cerca de 48.500 produtores de milho, sobretudo explorações familiares que passam de geração em geração. Na região Norte predominam áreas de menor dimensão e maioritariamente especializadas na produção de milho para silagem, que constitui a base da alimentação das vacas das explorações leiteiras – e que é também o foco da atividade nos 13 mil hectares nos Açores.

Já na Beira Litoral, no Ribatejo e no Alentejo, onde a dimensão média é superior, as explorações destinam-se sobretudo à produção de milho grão para alimentação humana e animal.

A produção de milho em Portugal está distribuída pouco por todo o país e, segundo dados facultados pela ANPROMIS, é “destacadamente” a principal cultura arvense, ocupando quase 40% da área nacional dedicada a estas culturas, que incluem os cereais, as oleaginosas, o arroz ou as leguminosas para grão. Os três distritos continentais com maior área de milho são Santarém, Braga e Porto. Já em termos concelhios, o pódio é ocupado por Barcelos, Vila do Conde e Golegã.

“É importante sobretudo que não haja um decréscimo das áreas de produção e, para isso, muito contribuirá a forma como o Governo também olhar para esta cultura definindo o quão importante é para a economia e soberania alimentar do país. É fundamental reduzir a dependência de mercados externos e da instabilidade geopolítica”, insiste o responsável do setor, que está a colaborar no desenvolvimento da estratégia “+Cereais” com o Gabinete de Planeamento, Políticas e Administração Geral (GPP), tutelado pelos Ministérios da Agricultura e da Coesão Territorial.

Esse plano, que será “conhecido em breve”, incluirá medidas para “melhorar o rendimento dos produtores nacionais, sob pena da nossa exposição face ao exterior aumentar ainda mais”. “Aumentar o valor dos pagamentos ligados para o milho grão e para o milho silagem constitui um passo fulcral, pois vai permitir que o Governo dê um claro sinal da importância que esta cultura tem para o nosso país, tanto do ponto de vista do nosso autoaprovisionamento em cereais, como também na ocupação do nosso território”, completa Jorge Neves.

Na exportação, os produtores portugueses têm apenas um “limitado número de negócios com Espanha” no segmento do milho para a alimentação humana (gritz).

Por outro lado, se a fileira do milho está a enfrentar “desafios significativos” como a volatilidade dos preços, a incerteza climática, a pressão por práticas agrícolas mais ecológicas ou a já referida saída de substâncias ativas “determinantes” para a competitividade técnica e económica, os produtores nacionais asseguram estar a “incorporar cada vez mais inovações tecnológicas e práticas de sustentabilidade que a tornam mais competitiva”. De acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), a produtividade por hectare mais do que duplicou desde 2005.

Questionado sobre a capacidade exportadora dos produtores portugueses, o presidente da ANPROMIS reconhece que apenas existe um “limitado número de negócios com Espanha” no milho para a alimentação humana (gritz). Precisamente um segmento de “produtos com mais qualidade e para novos mercados” que Jorge Neves destaca como tendo maior potencial para os produtores nacionais em resposta à “conjuntura atual [que] exige cada vez mais uma adaptação constante”.

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“Seguros ajustados às empresas começam a ser difíceis de conseguir em Portugal”

Luiza Teodoro, CEO da Verlingue, a quinta maior corretora de seguros em Portugal, considera que a internacionalização da sua empresa pode ultrapassar dificuldades em colocar riscos em Portugal.

Luiza Teodoro, CEO da Verlingue Portugal: “Embora a empresa seja internacional, a autonomia é total e local”.Luís Francisco Ribeiro/ECO

A corretora portuguesa da francesa Verlingue está em mudança acelerada após três anos de preparação para transformar a adquirida corretora Luso-Atlantica. Esta construiu em 20 anos uma carteira empresarial sólida que lhe conferiu a quinta posição entre maiores corretoras a operar em Portugal com um volume de negócios de 16,7 milhões de euros em 2023. Em julho do ano passado, a família francesa Verlingue contratou Luiza Teodoro, gestora que passou pela Mundial Confiança, pela Tranquilidade e pela MetLife onde integrou o Comité de Gestão Ibérico como responsável pela gestão e liderança do canal de agentes e corretores no mercado ibérico. No final do seu primeiro semestre como CEO da Verlingue Portugal, deu entrevista a ECOseguros.

Como foi a passagem de uma seguradora para uma corretora?

Tranquila, sem direito a férias, mas tranquila. Foram muitos anos na indústria seguradora e obviamente, há um vasto conhecimento de todo o mercado e das pessoas que são os decisores das seguradoras, de todos os processos, das formas de análise. Facilita a transição, sem dúvida.

Significa conhecer os processos de decisão, saber o que se pode exigir…

E o que é exequível ou não, saber qual será o esforço do outro lado. É diferente para quem está na indústria e muitas pessoas pensam que jamais mudariam para o lado da distribuição. Se bem que na verdade o corretor não é um distribuidor puro, porque representa o cliente, aquilo que eu procurei neste projeto foi ter mais autonomia e, portanto, uma liderança plena.

Maior flexibilidade?

Eu vinha duma gestão com responsabilidade exclusiva de uma equipa comercial de distribuição e hoje tenho uma responsabilidade de âmbito global. Posso definir e implementar toda a visão estratégica e controlar o momento da execução. A liberdade na tomada de decisão e a rapidez na implementação é uma coisa fundamental. O time to market na seguradora na qual eu trabalhava, dependia de um processo de decisão muito centralizado. Embora a Verlingue seja internacional, a autonomia é total e local.

Há grandes diferenças portanto…

Grandes diferenças. Desde logo, a proximidade com o cliente final. Passei de uma realidade em que o primeiro cliente da seguradora é o corretor ou um mediador, para uma realidade em que o meu cliente é o final. Essa proximidade com o cliente final é bastante enriquecedora e permite ter uma visão muito mais ampla do mercado e perceber efetivamente quais são as necessidades reais do cliente. É colocar em prática toda a consciencialização e formação didática que eu fazia com os mediadores e os brokers. Agora estou eu a poder implementar, a passar à ação. Por outro lado, é ter acesso a um portefólio bastante diversificado e vasto de produtos de diferentes seguradoras, domésticas e internacionais. Isso dá a possibilidade de construir soluções que melhor se adaptam às reais necessidades do cliente, as soluções personalizadas.

Até 2023 a Verlingue acabava por trabalhar com seguradoras nacionais quase na proporção das suas quotas de mercado. É o preço determinante para esse caminho?

Nem sempre o preço é a variável determinante. Eu diria que o preço é uma variável à qual os clientes são sensíveis quando estamos a falar de produtos obrigatórios, que têm uma legislação por detrás e que são todos iguais. Claramente, nesses casos, há alguma razão para ser escolhida uma seguradora nacional. A Verlingue entrou em Portugal por aquisição da Luso Atlântica em 2020 e muitos clientes já têm uma relação de 20 anos com a corretora. Por outro lado assistimos, nos últimos anos, a uma grande concentração do lado das seguradoras e, estando nós a operar numa área de negócio muito orientada para o Corporate, a verdade é que assistimos hoje a poucas seguradoras com um verdadeiro apetite para esta tipologia de riscos taylor made dirigida a empresas.

É difícil colocar riscos mais complexos nas seguradoras nacionais?

As seguradoras querem diversificar o seu portfólio de risco e implementar e procurar soluções que são muito mais standard. A solução taylor made, mais adequada para o cliente corporate, começa a ser mais difícil de colocar. Pode haver justificações relacionadas com a resiliência financeira, mas creio que o principal é uma questão de apetite de risco e isso leva-nos, obviamente, a procurar soluções alternativas que sejam diferenciadoras ou inovadoras. E já estamos a fazê-lo, não só porque é uma estratégia em Portugal para os próximos anos, mas também porque temos hoje acesso hoje a outros mercados por estarmos inseridos num grupo europeu.

Quais os riscos a colocar fora de Portugal?

Os riscos mais complexos, com capitais mais elevados. Por vezes, não temos em Portugal seguradoras com apetite para esse tipo de risco.

Qual o perfil dos clientes da Verlingue?

Grandes empresas. A nossa previsão de fecho de 2024 é superior a 160 milhões de euros de prémios cobrados. Os nossos clientes top 25, que são grupos económicos e clientes individuais, representam mais de 50% da nossa carteira. Com esse dado é fácil perceber o peso dos nossos clientes.

E os ramos mais ativos?

A saúde, porque essa é uma área de especialidade, e é importante saber que 30% do nosso negócio é de employee benefits. Mais concretamente em saúde, porque vida representa apenas 2%. Para além de saúde temos um peso muito grande em tudo o que é P&C (propriedade e acidentes), que representa 26% também do nosso negócio, enquanto em automóvel só temos um peso de 12%. Queremos continuar a dar cartas nessas áreas que já nos distinguem e vamos desenvolver a área de vida, porque sentimos que há uma grande oportunidade.

Como será o desenvolvimento de negócios da Verlingue?

2024 foi o ano zero do nosso grande plano estratégico Better Future 28. Teremos pela frente quatro anos com objetivos de crescimento acentuados, não só crescimento orgânico, mas de eventuais fusões ou aquisições.

Há ideias de alvos concretos?

Há, mas não vou desvendar, apenas digo que prefiro um perfil de distribuidoras que façam um bom match connosco.

Qual o perfil dessas possíveis aquisições? Complementar? Com particulares a reforçar a carteira?

Reforçar a nossa área Corporate, onde somos fortes, mas também Vida ou área de Private que estamos a implementar e pode vir a ser reforçada. Não é nosso objetivo estratégico sermos distribuidores em todos os canais. É manter a nossa génese de proximidade na relação com esta tipologia de cliente, mas tirar partido disso para os clientes terem acesso a melhor informação e as melhores soluções que estão disponíveis no mercado, não só do ponto de vista da empresa, mas também dos seus colaboradores e dos próprios decisores. Há também uma área estratégica no nosso desenvolvimento que será Affinities. Temos clientes muito relevantes por eles próprios, mas queremos estudar soluções que permitam chegar de forma rápida e simples aos clientes dos nossos clientes aproveitando aquilo o que as tecnologias têm hoje para nos oferecer.

Nessas aquisições interessam mediadores ou corretores?

Não é relevante se é corretor ou mediador ou a sua dimensão. Para nós é relevante a qualidade e o talento.

Pode explicar um conceito a Verlingue de prémios reais e prémios potenciais. Qual a diferença?

É o protection gap dos nossos clientes. É a diferença entre aquilo que está seguro, por cada indivíduo ou empresa e o que está disponível para aquisição, o valor necessário para assegurar uma verdadeira proteção para cobrir perdas potenciais.

Isso significa analisar cada cliente exaustivamente…

O objetivo é esse. É uma lacuna que existe no mercado, há muita falta de acesso a soluções, e também de informação por falta de literacia em seguros. É muito importante conhecer as reais necessidades do cliente para personalizar a solução que é apresentada. Isso faz-se conhecendo bem todos os detalhes da empresa em concreto, o setor de atividade em que opera não é suficiente. As empresas podem ter a mesma atividade e atuarem de formas diferentes, o que conduz a que o risco associado a cada situação seja distinto. Há uma fase de pré-venda e essa fase exige um grande trabalho de análise, de grande proximidade com o cliente, de quase absorver tudo do seu negócio.

Explicar tudo ao corretor melhora o seguro?

Sim, porque há riscos que podem ser mitigados. O nosso trabalho também é ajudar os clientes na mitigação desse risco. Daí ser útil acompanhar a jornada do cliente e não apenas o antes e o depois. É fundamental podermos antecipar. O segredo está na antecipação e, por um lado implementar medidas corretivas que permitam reduzir a sinistralidade e, simultaneamente, medidas que permitam antecipar as situações antes de acontecerem.

Nesta altura as seguradoras começam a ter problemas em aceitar certos riscos, os relacionados com ESG, não só por causa da reputação, mas pelos próprios riscos financeiros. O corretor pode levar as dores da seguradora para o cliente? Consegue-se educar a seguradora e o cliente nesse sentido da sustentabilidade?

Nós somos uma corretora, que representa o cliente. Esse é um trabalho que não é apenas interno de um corretor, ou de um cliente, ou de uma seguradora, estamos todos no mesmo barco, é uma responsabilidade partilhada. Não conseguimos influenciar de forma direta o comportamento ou as decisões dos nossos fornecedores, seguradoras e dos nossos clientes. Podemos partilhar os nossos exemplos e tentar contribuir de uma forma correta para que todos nós termos o mesmo tipo de atuação ou de comportamento.

Nos relatórios fazem recomendações concretas às empresas clientes?

Enviamos sugestões. Quando enviamos algum relatório de que cobre uma análise de consultoria e análise de risco do cliente, existem uma série de sugestões.

Também relacionadas com sustentabilidade?

Obviamente também relacionadas com esta preocupação com a sustentabilidade e ambiente. Há seguradoras que estrategicamente já estão acessíveis e esse tipo de ações, há outras que não, e nós não podemos controlar as decisões estratégicas das seguradoras. Podemos decidir com que seguradoras trabalhamos com base nesses critérios, pode ser um caminho, mas neste momento seria arriscado.

O que está a acontecer na Verlingue?

Reestruturarmos a equipa para dar destaque àquelas que são as áreas de especialização que nos caracterizam e reforçá-las. Entretanto, temos hoje uma área técnica que conta com todas as especialidades: crédito e caução, Vida, Saúde, Engenharias, Consultoria, Análise de Risco, Sinistros, riscos Complexos, Contratação Pública, plataforma de automóvel, Plataforma de saúde. Todas são áreas que ajudam os comerciais a identificar as melhores soluções a negociar com as seguradoras e a fazer placement. Nas áreas comerciais, o foco é a gestão dos nossos clientes em carteira e, portanto, é fundamental ter as equipas próximas junto dos clientes, de forma, a garantir que acompanhamos toda a jornada do cliente a que estamos presentes e conseguimos identificar a cada momento quais são os gaps as necessidades de cobertura adicionais e, simultaneamente, criar novo negócio. Nós queremos crescer por alavanca dos nossos clientes em carteira, mas também por aquisição de novos.

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