Lisboa quer seguir Loures com atribuição do nome do Papa Francisco ao Parque Tejo

Carlos Moedas anunciou a intenção de designar o lado lisboeta do parque, que acolheu a Jornada Mundial da Juventude, com o mesmo nome que Loures deu ao espaço de 36,5 hectares que inaugurará em breve.

O presidente da Câmara Municipal de Lisboa pretende renomear o Parque Tejo, na margem direita do Rio Trancão, extremo oriental da capital, com o nome do Papa falecido nesta segunda-feira. Durante a missa de homenagem a Francisco, decorrida na Sé de Lisboa, Carlos Moedas anunciou a pretensão: “em nome dos lisboetas estou aqui para agradecer, e vou levar a reunião de câmara a proposta para que o Parque Tejo, onde ele esteve, seja o Parque Francisco, que tenha esse nome para honrar a sua memória e aqueles seis dias que, de certa forma, não deixaram Lisboa na mesma, deixaram uma Lisboa de esperança”.

A renomeação dos terrenos de Lisboa e Loures onde decorreu a missa campal que fechou a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) em agosto de 2023 já está decidida do lado de Loures há cerca de dois anos. A 31 de julho de 2023, numa visita ao local realizada pelo então primeiro-ministro, António Costa, na companhia de outros governantes e várias personalidades, entre as quais os autarcas Carlos Moedas e Ricardo Leão (presidente de Loures), já se via, nos terrenos do parque em território de Loures, uma placa com a inscrição “Futuro Parque Papa Francisco – Legado da Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023”.

Já em dezembro último, o presidente da câmara de Loures efetuou uma visita, acompanhado de jornalistas e responsáveis pela organização da JMJ, ao terreno de 36,5 hectares que será designado de Parque Papa Francisco. Devia ter sido inaugurado em fevereiro, mas ainda está em fase de finalização de obras.

A ser concretizada a intenção de Carlos Moedas de, em reunião de câmara, renomear o Parque Urbano do Tejo e do Trancão, o qual ocupa atualmente, em toda a extensão, 90 hectares, e assim formar um novo Parque Papa Francisco em Lisboa, o nome do Papa falecido nesta segunda-feira será atribuído a um território de mais de 100 hectares entre a freguesia lisboeta do Parque das Nações e a Bobadela, em Loures.

Parte deste território, entre a zona da antiga lixeira de Beirolas, a leste da Ponte Vasco da Gama, e Bobadela, foi alvo de uma reabilitação dinamizada com o evento que trouxe Francisco a Portugal em agosto de 2023. A obra incluiu uma ponte com 560 metros a unir as duas margens do Rio Trancão, a qual chegou a ser designada pela câmara de Lisboa de Ponte D. Manuel Clemente, posição revertida a pedido do homenageado após o surgimento de uma petição que reuniu mais de 17 mil assinaturas e invocava a laicidade do Estado e casos de pedofilia na Igreja como razão para contestar a atribuição deste nome.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Taxa Euribor sobe a três, seis e 12 meses

  • Lusa
  • 22 Abril 2025

Esta terça-feira, as taxas Euribor subiram em todos os prazos: a três meses para 2,191%, a seis meses para 2,173% e a 12 meses para 2,128%.

A taxa Euribor subiu esta terça-feira a três, a seis e a 12 meses face à última sessão, na passada quinta-feira. Com estas alterações, a taxa a três meses, que avançou para 2,191%, ficou acima da taxa a seis meses (2,173%) e da taxa a 12 meses (2,128%).

  • A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro de 2024 a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, subiu, ao ser fixada em 2,173%, mais 0,019 pontos.
  • No prazo de 12 meses, a taxa Euribor também avançou, ao ser fixada em 2,128%, mais 0,024 pontos do que na quinta-feira.
  • No mesmo sentido, a Euribor a três meses, que está abaixo de 2,5% desde 14 de março, subiu para 2,191%, mais 0,008 pontos.

Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a fevereiro indicam que a Euribor a seis meses representava 37,52% do stock de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que as Euribor a 12 e a três meses representavam 32,50% e 25,72%, respetivamente.

Em 17 de abril, na última reunião de política monetária, o Banco Central Europeu (BCE) desceu a taxa diretora em um quarto de ponto para 2,25%, como antecipado pelos mercados. A descida foi a sétima desde que o BCE iniciou este ciclo de cortes em junho de 2024.

Em termos mensais, a média da Euribor em março voltou a descer a três, a seis e a 12 meses, mas menos intensamente do que nos meses anteriores: desceu 0,083 pontos para 2,442% a três meses, 0,075 pontos para 2,385% a seis meses e 0,009 pontos para 2,398% a 12 meses.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da Zona Euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Pedro Nuno Santos é contra nova descida do IRC. “Temos de ter a capacidade de dizer não a apoios para todos”

O líder do PS defende uma política fiscal seletiva com benefícios dirigidos a setores estratégicos e rejeita a tese da AD de que uma redução do imposto vai colocar a economia a crescer.

O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, mantém o braço de ferro em relação à descida transversal do IRC, uma das bandeiras do programa eleitoral da AD, coligação que junta PSD e CDS, para as legislativas de 18 de maio. Se há um ano deixou passar a redução de um ponto percentual da taxa estatutária, que caiu de 21% para 20%, agora não será certo que volte a repetir a cedência, caso Luís Montenegro vença as eleições sem uma maioria confortável e precise da mão dos socialistas.

“Temos de ter a capacidade de dizer não. Há apoios para toda a gente e depois os apoios são pequenos e temos menos recursos que os nossos parceiros europeus”, defendeu esta terça-feira, numa intervenção durante a 9.ª edição da Fábrica 2030, uma conferência organizada pelo ECO no CCB em Lisboa.

O líder do PS prefere apostar numa política de apoios seletivos para determinados setores estratégicos para a economia portuguesa, assente em benefícios fiscais dirigidos a empresas que reinvistam os lucros em investigação e desenvolvimento e em aumentos salariais. E deu o exemplo da Holanda, “uma economia liberal até”, que “selecionou dez áreas tecnológicas”. “Grande parte do apoio público tem de seguir uma política seletiva. O país deve perceber onde tem vantagens. Devemos ter uma política de financiamento horizontal, mas o grosso do dinheiro público deve respeitar uma política seletiva”, defendeu.

Pedro Nuno Santos usou a agenda mobilizadora que juntou a CP e empresas do privado para construir um comboio para mostrar como “o Estado pode ser um parceiro económico e não um empecilho”. “O Estado não tem de ser um estorvo, mas pode ser um instrumento fundamental para o desenvolvimento económico. “Acredito que podemos ter um país mais rico, saibam os líder políticos fazer escolhas”, destacou.

Os bancos não vão baixar as taxas de juros às empresas, não vão aumentar os juros nos depósitos e só vão aumentar os salários dos trabalhadores se tiverem mesmo de aumentar.

Pedro Nuno Santos

Secretário-geral do PS

Ainda que tenha reconhecido que “não é irrelevante” que Portugal tenha uma das mais altas taxas estatuárias de IRC, o secretário-geral do PS salientou que o país não tem das taxas efetivas mais elevadas. “As empresas que conseguem reinvestir em investigação e desenvolvimento, em capitalização conseguem uma taxa efetiva muito mais baixa”, anotou.

Por outro lado, destacou que “0,2% das empresas são responsáveis por 40% da receita de IRC”. “Quando reduzimos o IRC, para onde vai? Estamos a falar da banca, e ainda bem que tem lucro, o setor da distribuição, o setor energético, que é onde estão concentrados grande parte dos lucros”, afirmou.

Para o líder do PS, não adianta baixar o imposto sobre a banca porque, depois, “os bancos não vão baixar as taxas de juros às empresas, não vão aumentar os juros nos depósitos e só vão aumentar os salários dos trabalhadores se tiverem mesmo de aumentar”.

Pedro Nuno Santos, Secretário-geral do PS, na conferência Fábrica 2030Hugo Amaral/ECO

Líder do PS acusa AD de “truque” nas projeções de crescimento

Para além disso, considera que “não é uma redução do IRC que vai pôr a economia a crescer de forma estonteante”, como defendem PSD e CDS. Os dois partidos projetam uma evolução do PIB que poderá avançar 3,2% no final da legislatura, suportada em grande medida na descida do imposto sobre as empresas, mas Pedro Nuno Santos tem outra visão.

Apesar de admitir que “uma taxa de crescimento 3% não é nada do outro mundo“, o líder do PS considera que, num “cenário mais realista”, e face às previsões de todas as instituições que estão a rever o crescimento em baixa”, a AD não está a ser séria com os portugueses. “A AD fez o mesmo que fez há um ano. Se querem ser enganados uma segunda vez, podem ser enganados”, atirou.

Não é uma redução do IRC que vai por a economia a crescer de forma estonteante.

Pedro Nuno Santos

Secretário-geral do PS

Pedro Nuno Santos considera que o programa eleitoral do PS é mais prudente ao prever uma taxa de crescimento de cerca de 2% até 2029. “Vamos construir o este programa assente nessa previsão e só dá para 1.750 milhões de euros” de medidas”, assinalou. “E o que faz a AD? Mete mais um ponto percentual para poder acrescentar mais medidas. É um truque”, criticou.

De lembrar que a AD estima gastar cerca de mil milhões de euros com a descida da taxa de IRC, de 20% para 17%, ao ritmo de um ponto percentual ao ano. Mais dois mil milhões com uma nova redução do IRS, o que dá uma fatura de três mil milhões de euros só com estas duas medidas. São mais 1.250 milhões de euros de despesa face ao pacote do PS.

“O IVA pesa mais em quem ganha menos do que em quem ganha mais”

Uma das bandeiras do programa eleitoral do PS passa por tornar permanente o IVA zero para um cabaz de bens alimentares essenciais, uma iniciativa que foi implementada, de forma temporária, entre abril e dezembro de 2023 pelo anterior Governo de António Costa para mitigar o impacto da inflação. O custo da medida, proposta agora pelos socialistas, deverá custar cerca de 500 milhões de euros, a fatia mais pesada dos 1.750 milhões de euros de despesa prevista no programa com que o partido concorre às eleições legislativas de 18 de maio.

A medida tem sido criticada por ser cega, uma vez que beneficia ricos e pobres, mas Pedro Nuno Santos defendeu que “o IVA pesa mais em quem ganha menos do que em quem ganha mais”. Quem tem mais dinheiro vai consumir mais arroz? A redução vai ter mais peso no trabalhador que ganha 1.000 euros do que aquele que ganha 10.000″, reforçou.

“Temos a obrigação de tentar aliviar o custo de vida das nossas famílias. E, quando temos de fazer escolhas, a nossa foi ajudar as nossas famílias a pagar menos nos bens essenciais”, sublinhou. Pedro Nuno Santos citou um estudo do Banco de Portugal (BdP) que concluiu que o IVA zero temporário em outubro de 2023 foi repercutido no preço final para defender as virtualidades da medida. “O BdP, no início da medida, disse que não ia ter repercussão e seis meses depois reconheceu que teve”, sublinhou.

Pedro Nuno Santos, Secretário-geral do PS, na conferência Fábrica 2030Hugo Amaral/ECO

“Guerra comercial é a antecâmara de uma recessão”

Sobre o anúncio de tarifas por parte dos EUA sobre os produtos oriundos da União Europeia (UE), incluindo Portugal, o líder do PS defendeu que o país e a Europa têm de fazer “um grande esforço diplomático e de negociação para que não haja tarifas”.

“Sabemos muito bem o que acontece quanto corremos para uma medida protecionista”, afirmou Pedro Nuno Santos, aludindo ao impacto que tem nas empresas e nas famílias. “Devemos fazer tudo para evitar uma guerra comercial. E o esforço deve estar na negociação e na diplomacia”, insistiu.

Para Pedro Nuno Santos, “há uma incerteza no horizonte que é significativa” e “a guerra comercial é a antecâmara de uma recessão”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Fusão da Helvetia e Baloise será a segunda maior seguradora suíça

Se for aprovada pelos acionistas e supervisores, a nova entidade passará a gerir 21 mil milhões de euros em volumes de negócios. Empresas acreditam que trará redução de despesa e de postos de trabalho

A Helvetia e a Baloise (12,1 mil milhões de euros 9,2 mil milhões de euros de prémios emitidos em 2023, respetivamente) anunciaram a intenção de se fundir para criar uma nova seguradora e, se for aprovada, além de se tornar na segunda maior na Suíça com uma quota de mercado combinada de 20%, também será a maior empregadora do setor segurador do país.

Se a fusão das seguradoras suíças for aprovada, Fabian Rupprecht, CEO da Helvetia e Michael Müller, CEO da Baloise vão integrar o conselho executivo da nova gigante suíça.

Segundo avançaram em comunicado, os conselhos de administração das empresas propõe que a incorporação da Baloise na Helvetia crie a “Helvetia Baloise Holding Ltd”. A nova entidade terá um volume de negócios de 20 mil milhões de francos suíços (mais de 21 mil milhões de euros) nos oito países onde operará.

A fusão ainda está sujeita à aprovação dos acionistas da Helvetia e da Baloise, contando já com o apoio confirmado da maior acionista da Helvetia, que detém o 34,1% do capital social da empresa, Patria Genossenschaft. Os conselhos de administração vão propor aos seus acionistas a aprovação da fusão nas respetivas assembleias gerais extraordinárias, previstas para o dia 23 de maio de 2025.

Para além da aprovação dos acionistas, a operação está igualmente dependente das autorizações regulamentares e da concorrência. A conclusão da transação está prevista para o quarto trimestre deste ano.

“A Helvetia Baloise tornar-se-á no maior empregador do setor segurador na Suíça, com a maior proximidade possível dos clientes” afirma Fabian Rupprecht, CEO da Helvetia, citado no comunicado. Nesse sentido, as companhias acreditam que a fusão vai melhorar a proximidade com os clientes e os serviços prestados aos mesmos, através da expansão das capacidades das empresas e do alargamento das respetivas redes de distribuição.

Poupança em custos operacionais e redução de postos de trabalho

As seguradoras preveem economizar cerca de 350 milhões de francos suíços (cerca de 375 milhões de euros) por ano em custos operacionais, antes dos impostos e antes da partilha dos lucros com os clientes (como em produtos Plano Poupança Reforma, por exemplo). A maior disponibilidade de dinheiro em caixa (dinheiro disponível após pagas todas as despesas e investimentos necessários) deverá aumentar os dividendos a distribuir aos acionistas em 20% até ao ano fiscal de 2029, indicam as empresas.

Para atingir os objetivos de sinergias de custos, os custos totais da integração deverão rondar entre 500 a 600 milhões de francos suíços (entre 536 e 643 milhões de euros) nos próximos anos, a maior parte dos quais deverão ser investidos até 2028.

“A fusão confere maior peso nos nossos mercados e abre uma nova era, com oportunidades para proporcionar um crescimento focado e orientado para o retorno aos nossos acionistas”, afirma Michael Müller, CEO da Baloise.

Quanto aos postos de trabalho, as empresas admitem reduções decorrentes da fusão em países onde haja duplicação de funções. As reduções que decorreram neste âmbito “serão implementadas antes de 2029 e serão efetuadas por saídas voluntárias e reforma antecipada sempre que possível”, lê-se no comunicado.

A Helvetia e a Baloise decidiram unir-se através de uma fusão entre iguais, optando por uma estrutura de absorção “considerada a mais eficiente e neutra em termos fiscais”. Com esta operação, os acionistas da Baloise irão receber 1,0119 novas ações da Helvetia por cada ação da Baloise que possuíam. Esta relação de troca foi calculada com base nos preços médios ponderados pelo volume das ações das duas empresas nos 30 dias de negociação anteriores ao anúncio.

A incorporação da Baloise na Helvetia levará a criação de um conselho de administração composto por 14 membros, sete da Helvetia e os restantes sete da Baloise. O presidente será Thomas von Planta, presidente do Conselho de administração da Baloise e o vice-presidente Ivo Furrer, membro do conselho de administração da Helvetia. Os principais membros do conselho executivo serão o CEO Fabian Rupprecht, diretor-executivo da Helvetia; diretor-executivo adjunto e diretor de integração, Michael Müller, CEO da Baloise,; CFO, Matthias Henny da Baloise; e o CIO André Keller, da Helvetia.

A sede da nova seguradora será em Basileia, mas a atual sede da Helvetia em St. Gallen “continuará a ser uma localização importante”, lê-se no comunicado. O novo logótipo seguirá o desenho do logótipo da Baloise.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Farmacêutica Roche ‘cede’ às ameaças de Trump com investimento de 43 mil milhões nos EUA

  • Lusa
  • 22 Abril 2025

Estados Unidos da América são um mercado-chave para a indústria farmacêutica, representando mais de metade das vendas da divisão farmacêutica da Roche, líder mundial em oncologia.

O grupo farmacêutico suíço Roche anunciou esta terça-feira que irá investir 43 mil milhões de euros (50 mil milhões de dólares) nos próximos cinco anos em fábricas de medicamentos e diagnósticos nos EUA, após as ameaças tarifárias da administração Trump.

Os Estados Unidos da América são um mercado-chave para a indústria farmacêutica, representando mais de metade das vendas da divisão farmacêutica da Roche, líder mundial em oncologia.

A rival suíça da Roche, Novartis, também anunciou há dez dias que planeia investir 20 mil milhões de euros (23 mil milhões de dólares) nos Estados Unidos em cinco anos.

Num comunicado de imprensa, a Roche explica que os 43 mil milhões de euros vão ser utilizados para reforçar a sua capacidade de produção nos Estados Unidos da América, mais especificamente nos estados do Kentucky, Indiana, Nova Jersey, Oregon e Califórnia.

A Roche já tem 13 fábricas nos Estados Unidos e 15 centros de investigação e desenvolvimento, empregando 25 mil pessoas.

Segundo o grupo farmacêutico, este investimento irá criar 12 mil postos de trabalho, incluindo cerca de 6.500 na construção e 1.000 postos de trabalho nas fábricas.

Em 2024, a divisão da empresa da Roche nos EUA terá gerado um volume de negócios de quase 26,5 mil milhões de euros (24,8 mil milhões de francos suíços), representando 53,7% das vendas mundiais da divisão, de acordo com a farmacêutica.

Nas primeiras negociações, as ações da Roche perderam 1,68% para 251,30 francos suíços (269,70 euros).

As vendas da sua divisão de diagnóstico, que inclui testes de rastreio do cancro, bem como testes para a Covid-19 e a diabetes, atingiram 4,6 mil milhões de euros (4,3 mil milhões de francos suíços) na América do Norte, representando quase 30,3% das vendas da divisão.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Dinheiro aplicado em Certificados de Aforro ultrapassa 36 mil milhões pela primeira vez

As famílias aplicaram em termos líquidos mais de 726 milhões de euros em Certificados de Aforro em março. Neste mês, o 'stock' total bateu um novo recorde, acima dos 36 mil milhões de euros.

As subscrições de Certificados de Aforro continuam a aquecer. Em março, as famílias portuguesas aplicaram mais de 726 milhões de euros neste instrumento de poupança, em termos líquidos, elevando o stock total para um novo recorde de 36.481,37 milhões de euros, mostram os últimos dados do Banco de Portugal (ver gráfico).

Foi o sexto mês consecutivo de crescimento do stock de Certificados, que tem estado a bater sucessivos recordes, depois de, em janeiro, o dinheiro aplicado ter superado a fasquia dos 35 mil milhões de euros. A tendência representa ainda uma clara inversão face ao recuo do stock que se foi verificando ao longo de boa parte do ano passado.

Certificados de Aforro, stock total:

Fonte: Banco de Portugal

Os 726,32 milhões de euros subscritos em Certificados de Aforro em março representam mais do que os 630,66 milhões que foram aplicados em fevereiro. Em termos percentuais, o stock aumentou cerca de 2% entre estes dois meses, e mais de 7% face ao mesmo mês de 2024.

No acumulado, o montante das aplicações em Certificados de Aforro já ‘engordou’ quase 1.740 milhões de euros desde o início deste ano. Em 2024, no mesmo período — isto é, entre janeiro e abril — o stock encolheu mais de 63 milhões de euros, à luz da perda de rendibilidade.

Olhando para os Certificados do Tesouro, um instrumento de poupança em dívida pública com características diferentes, o stock total caiu pelo 41.º mês consecutivo, para 9.291,38 milhões de euros — longe do último máximo, acima dos 17.865 milhões de euros, registado em outubro de 2021.

(Notícia atualizada pela última vez às 11h52)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Empresa de Gaia ‘dispara’ tecnologia de proteção balística no Brasil

Detida pela Sonae Capital Industrials e fundada por investigadores da Universidade do Minho, Beyond Composite assina acordo com Protecta para fornecer a tecnologia de proteção balística Compactshield.

Um mês depois de se juntar à carteira de participações da Sonae Capital Industrials, a portuguesa Beyond Composite assinou um acordo de parceria com a Protecta para a disponibilização da sua tecnologia de proteção balística Compactshield no Brasil, com a possibilidade de vir a abordar outros mercados da América Latina.

No âmbito deste acordo, a empresa gaiense especializada em materiais compósitos vai fornecer a sua tecnologia de proteção balística para aplicação em plataformas terrestres (veículos militares), aéreas (helicópteros e drones) e marítimas (lanchas e navios). Prevê igualmente a proteção pessoal dos soldados, através do desenvolvimento de placas para coletes balísticos, capacetes e escudos.

“Esta parceria é um reconhecimento do trabalho de investigação e desenvolvimento realizado pela equipa da Beyond Composite, que nos permitiu criar uma tecnologia inovadora de proteção de pessoas e bens. A Protecta vai abrir-nos as portas o mercado brasileiro, levando a nossa solução de defesa e proteção Compactshield a um número crescente de pessoas e bens”, refere o CEO Fernando Cunha, citado em comunicado.

Com sede em Canelas, no concelho de Vila Nova de Gaia, a Beyond Composite foi fundada por investigadores da Universidade do Minho e no último exercício as exportações equivaleram a cerca de 90% do volume de negócios. Conta atualmente com mais de 20 trabalhadores e integra uma equipa de investigação e desenvolvimento (I&D) composta por “profissionais altamente qualificados”.

Apresentada como uma “referência em engenharia e materiais de alta performance”, conjuga materiais sustentáveis, como a madeira e seus derivados, a polímeros de alto desempenho. Além da área da defesa, com materiais de proteção para pessoas e bens, a empresa desenvolve também soluções para aplicações na mobilidade, como componentes para autocarros e comboios.

Além desta participação maioritária (62,48%) na Beyond Composite, o portefólio da Sonae Capital Industrials – detida a 100% pela Efanor, holding da família de Belmiro de Azevedo – integra ainda a Adira, a Surforma, a Capwatt e a Tafisa Canadá.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Nomura compra unidades de gestão de ativos do Macquarie nos EUA e na Europa por 1,8 mil milhões de dólares

  • Joana Abrantes Gomes
  • 22 Abril 2025

Maior banco de investimento japonês espera concluir negócio até ao final do ano. Nomura diz ser a sua maior aquisição de sempre.

O Nomura, o maior banco de investimento do Japão, vai adquirir as unidades de gestão de ativos públicos do Macquarie Group nos Estados Unidos e na Europa por 1,8 mil milhões de dólares (cerca de 1.565 milhões de euros), avança a Reuters. O negócio representa a expansão mais ambiciosa da corretora japonesa no estrangeiro desde a compra falhada dos ativos do Lehman Brothers.

O banco japonês vai assumir a gestão dos ativos cotados em bolsa, bem como as equipas de investimento e as plataformas operacionais relacionadas com as empresas do Macquarie Group. A atual equipa de gestão irá manter-se.

Este negócio, que o Nomura diz ser a sua maior aquisição de sempre, surge numa altura em que as empresas japonesas enfrentam uma redução do mercado interno e procuram cada vez mais oportunidades de crescimento no estrangeiro.

“Atualmente, o mercado está muito instável, mas o principal fator do nosso plano a médio e longo prazo é dispor de uma plataforma de gestão de investimentos sólida“, declarou o CEO do banco japonês, Kentaro Okuda, em conferência de imprensa, citado pela Reuters. “Esta transação foi objeto de um processo de diligência prévia muito prudente e deverá ser duradoura face à volatilidade do mercado”, acrescenta.

Espera-se que o negócio esteja concluído até o final de 2025, sendo liquidado inteiramente em dinheiro, sem nenhum financiamento diretamente relacionado com a transação planeada, disse ainda Okuda.

Os investimentos anteriores do Nomura incluem a compra, em 2019, do banco de investimento boutique Greentech Capital Advisors, e a aquisição de uma participação de 41% na empresa de gestão de investimentos American Century Investments, por mais de mil milhões de dólares, em 2016.

Após a conclusão desta operação, os ativos totais do Nomura sob gestão da sua franquia devem aumentar dos atuais 590 mil milhões de dólares, para cerca de 770 mil milhões de dólares.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Padrão dos Descobrimentos reabre na sexta-feira após reabilitação

  • Lusa
  • 22 Abril 2025

Presente há 65 anos junto ao Tejo, o Padrão dos Descobrimentos, em Lisboa, vai reabrir ao público na sexta-feira, depois de ter estado fechado durante quatro meses para obras de reabilitação.

O Padrão dos Descobrimentos, em Lisboa, vai reabrir ao público na sexta-feira, depois de ter estado fechado durante quatro meses para obras de reabilitação, anunciou aquele espaço gerido pela empresa municipal EGEAC.

De acordo com um comunicado divulgado nesta terça-feira, “os trabalhos tiveram como objetivo melhorar as condições de visita, o acolhimento e a qualidade das instalações disponibilizadas ao público, nomeadamente com a remodelação das instalações sanitárias e sua adaptação para pessoas com mobilidade reduzida”. Ao mesmo tempo, “foi feita a reabilitação dos tetos acústicos da sala de exposições”..

No dia 11 de dezembro do ano passado, a EGEAC anunciou o encerramento previsto por três meses do Padrão, para uma empreitada de cerca de 150 mil euros.

Em fevereiro de 2021, o Fórum Cidadania LX apresentou um requerimento para a classificação do Padrão dos Descobrimentos, o que só veio a ter sequência em junho do ano seguinte quando o Departamento dos Bens Culturais da Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) propôs a classificação do edifício, a par da calçada envolvente.

O Padrão dos Descobrimentos estava já incluído na Zona Especial de Proteção (ZEP) do Mosteiro dos Jerónimos e na ZEP do Museu de Arte Popular. Situado à beira Tejo, o Padrão dos Descobrimentos foi desenhado pelo arquiteto Cottinelli Telmo e pelo escultor Leopoldo de Almeida para ser mostrado na Exposição do Mundo Português, que se realizou em 1940, tendo por objetivo ser “uma construção efémera” e não permanente, pelo que foi demolido em 1943.

“A ideia de reconstruir o padrão esteve presente desde que se inicia a desmontagem dos edifícios da Exposição e se planeia o novo arranjo urbanístico da zona, ideia bem acolhida pelo ministro [das Obras Públicas] Duarte Pacheco e que conta com a resistência de Cottinelli Telmo; o projeto vem a ser esquecido após a morte do ministro [em 1943]”, pode ler-se na entrada sobre o Padrão na página da DGPC.

Em 1960, por ocasião da comemoração dos 500 anos da morte do Infante D. Henrique, o Padrão dos Descobrimentos foi reconstruído em betão e cantaria de pedra rosal de Leiria, e as esculturas em cantaria de calcário de Sintra.

O monumento estará aberto todos os dias das 10 às 19 horas

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

+M

Os desafios que apelam à tomada de decisão das empresas, segundo a LLYC

  • + M
  • 22 Abril 2025

A afirmação da IA, o retrocesso nas políticas de diversidade e sustentabilidade, a desinformação ou a fragmentação geopolítica são alguns dos desafios a que as empresas devem estar atentas.

Num mundo em constante mudança e em que surgem novos protagonistas políticos — nomeadamente nos Estados Unidos e na Europa — começam a dar-se profundas alterações nas políticas comerciais, novas formas de interagir com a tecnologia e transformações demográficas drásticas.

Perante este cenário, os decisores não podem ignorar as mudanças em desenvolvimento, até porque as mesmas “têm impacto em todas as atividades e atitudes humanas”, desde o consumo, às relações laborais, ideias políticas ou valores fundamentais.

Neste contexto, a LLYC elaborou o relatório “Liderar, Decidir com Ousadia”, um documento que pretende funcionar como “guia das realidades que devem ser tidas em conta por todos aqueles cujo trabalho consiste em tomar decisões, desde o CEO de uma empresa até aos responsáveis pelos departamentos de finanças, marketing ou talento”.

Este estudo a consultora identificou nove “realidades incontornáveis” e analisou como estas podem ser geridas de forma estratégica para mitigar riscos e capitalizar oportunidades. A afirmação da IA, o retrocesso nos valores e políticas de diversidade e sustentabilidade, o crescimento da desinformação, em que “cada um estará na rede social onde pode consumir opiniões como a sua e ignorar as outras”, ou a fragmentação geopolítica são assim alguns dos desafios que moldam o futuro das empresas e aos quais as mesmas devem prestar atenção, nomeadamente para a tomada de decisão.

1. Um ciclo de mudança permanente

A mudança permanente e, desta vez, pode ser “mais radical”, começa por alertar a LLYC, observando que se acabou de experienciar um “super ciclo eleitoral”, com eleições em vários países como EUA ou Reino Unido — onde os cidadãos exigiram uma “mudança radical” — e com governos de outros países a ser forçados a formar novas coligações e a acolher novos atores políticos como aconteceu na Índia, França ou África do Sul.

“Mas a mudança política não é a única mudança. Faz parte de um processo tecnológico, cultural e económico mais vasto que engloba praticamente tudo. Isso irá criar uma grande instabilidade, mas também, possivelmente, algumas oportunidades. Fala-se sempre de mudança. Mas, desta vez, é provável que seja mais radical”, refere a empresa.

2. Afirmação da IA

Com a inteligência artificial a afirmar-se e a tentar-se perceber a dimensão do seu impacto, começa um “momento chave” para se saber o que se pode esperar do avanço da IA, numa altura em que cresce a concorrência “cada vez mais feroz entre empresas e modelos de IA”. A inteligência artificial afeta o bem-estar das pessoas, a gestão de talento, a deteção de grandes padrões e a automatização dos processos, tendo assim um “enorme impacto nas empresas”.

“A IA não é uma moda, é a base da próxima revolução industrial e as empresas que a adotarem no seu modelo vão liderar a próxima década”, diz Miguel Lucas, diretor global de inovação da LLYC.

“A ousadia e a antecipação serão fundamentais. As empresas que adotarem a IA de forma proativa e estratégica serão as que irão liderar na próxima década. Não se trata apenas de tecnologia, mas de reinventar modelos de negócio, otimizar recursos e, acima de tudo, antecipar-se às necessidades do mercado. A IA não é uma moda; é a base da próxima revolução industrial. E aqueles que não embarcarem estarão simplesmente fora do jogo”, acrescenta.

3. Recuo nos valores

O novo clima político — desde logo com a alteração de Governo nos EUA — veio ditar que muitas empresas estejam a abandonar os modelos DEI (Diversidade, Equidade e Inclusão) e ESG (Ambiente, Sustentabilidade e Governação), pelo que a LLYC antecipa um cenário provável de conflito com a visão europeia e as suas regulamentações.

No entanto, “enquanto os clientes, os colaboradores, os fornecedores, os acionistas e a sociedade em geral continuarem a ser pluralistas, defender a pluralidade é uma mais-valia. Enquanto os recursos forem escassos ou o clima continuar a aquecer, ser sustentável é uma estratégia vencedora. O modelo DEI e o modelo ESG não foram apenas uma moda, mas uma demonstração de orgulho e uma boa aposta a longo prazo”, refere a LLYC.

“É possível avançar, mesmo neste ambiente tão difícil, mas isso exige uma abordagem muito mais ponderada, baseada numa análise abrangente do ambiente e dos cenários possíveis. A narrativa resultante deve ser promovida aos mais altos níveis da organização e é importante que seja interiorizada pelas equipas de liderança das empresas”, aconselha Luisa García, partner & global CEO of corporate affairs.

4. Inação é o pior inimigo

Quando se quer que o sucesso perdure, o pior inimigo é a inação, defende a LLYC, que dá como exemplo a transição da fotografia analógica para a digital: as empresas dedicadas à primeira tiveram tanto sucesso que muitas tiveram dificuldade em “desaprender”, inovar e mudar o seu modelo. “Atualmente, sem nos darmos conta, muitos de nós podemos estar a cometer o grande erro da inação”, alerta a agência.

“Não se trata de tomar decisões sem rumo, mas de transformar a incerteza em vantagem competitiva. As empresas que desafiam as suas próprias certezas não só reagem melhor à mudança, como também a antecipam e a moldam a seu favor”, diz Luis Miguel Peña, partner and Europe CEO.

5. Desinformação

A desinformação já não se trata apenas de um “incómodo ocasional” mas antes do “novo ecossistema”, numa altura em que a Meta eliminou os controlos sobre os conteúdos, Elon Musk alterou o algoritmo do X e surgem novas redes sociais como a Bluesky ou a Rednote. “A fragmentação vai aumentar: cada um estará na rede social onde pode consumir opiniões como a sua e ignorar as outras”, vaticina a LLYC.

A desinformação, as falsas narrativas e a fragmentação ideológica vão assim dominar uma grande parte da conversa pública. “Neste contexto, os valores da empresa são suscetíveis de serem atacados ou manipulados em proveito próprio, sem que uma resposta formal ou a identificação da verdade seja uma resposta eficaz. É necessário refletir cuidadosamente sobre a forma de enfrentar a situação”, aconselha.

“Neste cenário, a criatividade e a inovação são mais cruciais do que nunca. Não basta que a informação seja precisa: as mensagens devem ligar-se aos públicos-alvo de forma emotiva, utilizando formatos dinâmicos, narrativas envolventes e estratégias que aproveitem a combinação de dados, tecnologia e segmentação inteligente”, refere Jorge López Zafra, partner & Europe corporate affairs general director da LLYC.

“Por último, a criação de conteúdos próprios é a única forma de se posicionarem como fonte primária de informação fiável. As empresas que conseguirem integrar estratégia, criatividade e tecnologia na sua gestão da desinformação serão as que não só protegerão a sua reputação, mas também reforçarão a sua liderança num ambiente em que a perceção é tão determinante como a realidade”, acrescenta.

6. Mudanças na regulamentação

Num mundo onde a regulamentação está a mudar cada vez mais rápido, “sentar-se à mesa onde são tomadas as decisões regulamentares tornar-se-á cada vez mais importante”. Da mesma forma que as entidades reguladoras “estão cada vez mais conscientes de que precisam de conhecer a experiência dos agentes económicos”, estes sabem também “cada vez melhor como se devem organizar para serem ouvidos de forma transparente”.

“Perante este cenário, não basta ter uma agenda para defender os interesses da empresa e, ao mesmo tempo, contribuir positivamente para as políticas públicas. São necessários dados para estabelecer uma ligação com o sentimento do eleitorado que julgará legisladores e governadores. E é necessária uma elevada capacidade de comunicação para conjugar interesses contraditórios em questões de enorme complexidade. Inovação e criatividade, também aplicadas aos assuntos públicos”, diz Iván Pino, partner & Latam corporate affairs general director.

7. Tecnologia

As pessoas têm uma relação cada vez mais ambígua com a tecnologia, com cerca de 90% da população dos países ricos a utilizar a internet diariamente, mas com a confiança neste meio a continuar a diminuir. “A nossa relação com as redes sociais e o mundo digital é hoje um pouco mais conflituosa do que no passado recente e não devemos considerar os cidadãos como adictos acríticos no lado digital da vida”, refere a LLYC.

Esta relação ambivalente “obriga as empresas a repensar as suas estratégias”, entende Anne Davie, north latam marketing solutions general director. “A reação contra a sobreexposição digital pode afetar a eficácia do marketing e a confiança nas plataformas, pelo que as marcas devem equilibrar a personalização e a privacidade para se manterem relevantes”, aconselha.

8. Geração Z está a redefinir a atualidade

A Geração Z está a torna-se maioritária no mercado de trabalho, definindo cada vez mais o consumo e as condições de trabalho. Quer mais sustentabilidade, mostra uma maior preocupação com o clima e a diversidade e não considera que a carreira seja a prioridade da vida, querendo mais flexibilidade. E, ao mesmo tempo que isto acontece, a população está a envelhecer, recorda a agência.

“A chave está na escuta ativa e na orientação para uma compreensão profunda dos insights: o que os move, o que os inspira, quem os influencia, sobre o que conversam e em que espaços? Só saindo dos nossos próprios sapatos e colocando-nos no lugar dos outros é que poderemos tomar decisões que sejam verdadeiramente relevantes, diferenciadoras e autênticas”, afirma Gemma Gutiérrez, Europe marketing solutions general director.

9. Risco da bipolaridade

Indo contra a ideia que se começou a cimentar na década de 1990, de que o mundo se tornaria cada vez mais globalizado e interligado, surge agora o risco da fragmentação e, mais concretamente, da bipolaridade. A perspetiva da LLYC é que os Estados Unidos e a China liderem dois blocos globais e que o resto do mundo terá de escolher entre pertencer a um ou a outro. “As cadeias logísticas, as estratégias de exportação e importação, os investimentos no estrangeiro e os padrões de consumo serão profundamente afetados por esta situação”, preconiza a agência.

“O mundo não está a recuar para o isolacionismo, mas está a avançar para uma ordem mais complexa e fragmentada. Para navegar nesta nova era de bioglobalização, as empresas têm de priorizar a agilidade, a diversificação e a previsão estratégica. Aquelas que se adaptarem com sucesso a este cenário em evolução encontrarão oportunidades no meio dos desafios, enquanto as que se agarrarem a pressupostos desatualizados poderão ter dificuldades em competir”, explica Mike Houston, U.S. CEO.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Portugal teve o quinto maior excedente da Zona Euro em 2024

Em 2024, todos os países do euro - exceto Irlanda, Chipre, Grécia, Luxemburgo e Portugal - registaram um défice. Portugal também registou progressos na redução da dívida pública face ao PIB.

Portugal apresentou um brilharete na Zona Euro nas contas públicas de 2024. Entre os países da moeda única, não foi apenas o quinto país com o maior excedente orçamental, como foi o quinto com a maior redução do rácio da dívida pública face ao ano anterior, de acordo com dados divulgados esta terça-feira pelo Eurostat.

Em 2024, todos os países do euro — exceto a Irlanda e Chipre (ambos 4,3%), Grécia (1,3%), Luxemburgo (1%) e Portugal (0,7%) — registaram défices orçamentais. Os mais elevados foram registados na Roménia (-9,3%), Polónia (-6,6%), França (-5,8%) e Eslováquia (-5,3%). Na União Europeia (UE) como um todo, 12 Estados-Membros apresentaram défices iguais ou superiores a 3% do PIB.

Na média da Zona Euro, o défice orçamental recuou de 3,5% em 2023 para 3,1% em 2024, enquanto na média da UE caiu de 3,5% para 3,2%. No final do ano passado, a despesa pública nos países do euro era equivalente a 49,6% do PIB e a receita pública a 46,5%, tendo ambos os rácios subido face a 2023.

Portugal também registou progressos na redução da dívida pública face ao PIB. No final de 2024, os rácios mais baixos foram registados na Estónia (23,6%), Luxemburgo (26,3%), (31,1%) e Lituânia (38,2%), enquanto os mais elevados foram registados na Grécia (153,6%), Itália (135,3%), França (113,0%), Bélgica (104,7%) e Espanha (101,8%).

No entanto, no quarto trimestre de 2024, Portugal foi o quinto país da moeda única com a maior diminuição face ao final do ano passado (-2,8 pontos percentuais). Com reduções mais elevadas estiveram a Grécia (-10,3 pp.), Chipre (-8,6 pp.), Croácia (-4,3 pp.) e Espanha (-3,3 pp.), enquanto os maiores aumentos se verificaram na Polónia (5,7 pp.) e Finlândia (4,5 pp.).

Fonte: Eurostat

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Uber acusada de inscrever assinantes no Uber One sem o consentimento destes

  • Lusa
  • 22 Abril 2025

FTC acusa a empresa nos EUA de ter inscrito consumidores no programa de subscrição Uber One sem o consentimento destes e de tornar muito difícil cancelar a assinatura, exigindo 12 ações diferentes.

A Agência de Proteção do Consumidor dos EUA (FTC, na sigla em inglês) interpôs uma ação judicial contra a Uber, alegando que a empresa inscreveu consumidores no seu programa de subscrição sem o seu consentimento. A FTC acusa ainda a Uber de tornar muito difícil para os clientes cancelarem o serviço personalizado, noticiou a AP.

Nos EUA, os membros do Uber One, que também está disponível em Portugal, pagam 9,99 dólares por mês ou 96 dólares por ano por uma variedade de serviços, incluindo entregas gratuitas de comida Uber Eats e cashback quando fazem viagens de Uber.

No processo, a FTC disse que vários clientes se queixaram de que a Uber os inscreveu no Uber One sem a sua permissão ou lhes cobrou pelo serviço antes do fim do período de teste gratuito.

Em pelo menos um caso, uma pessoa foi cobrada em 9,99 dólares por mês, mesmo sem ter uma conta Uber, pode ler-se no processo.

A FTC disse que a Uber também tornou extremamente difícil para os assinantes cancelarem o Uber One. A agência disse que a Uber exige que os clientes realizem pelo menos 12 ações diferentes em pelo menos sete ecrãs para cancelar o serviço.

O cancelamento torna-se ainda mais difícil para os consumidores dentro de 48 horas da data da fatura, exigindo que naveguem até 23 ecrãs e ainda contactem o serviço de apoio ao cliente, apontou a FTC.

“Os norte-americanos estão cansados de receber assinaturas indesejadas que parecem impossíveis de cancelar”, sublinhou o presidente da FTC, Andrew N. Ferguson, que lidera o regulador desde janeiro, depois de ter sido escolhido pelo Presidente Donald Trump.

Em comunicado, a Uber disse estar desapontada por a FTC ter decidido avançar com o processo. A Uber disse que o seu processo de inscrição e cancelamento é claro, simples e legal.

“A Uber não regista nem cobra aos consumidores sem o seu consentimento, e os cancelamentos podem agora ser feitos a qualquer momento na aplicação e demoram, para a maioria das pessoas, 20 segundos ou menos“, frisou a Uber.

A Uber disse que, a dado momento, exigiu que os clientes contactassem um representante de serviço se quisessem cancelar no prazo de 48 horas após um período de faturação, mas já não é assim.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.