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As verdadeiras tendências e como as marcas as podem capitalizar, segundo o Publicis Groupe

"Ajudar na tomada de decisões de quanto e onde uma marca deve investir em função do que tem para oferecer" é o objetivo do estudo. Conheça os 10 fenómenos analisados e as recomendações para as marcas.

Quando olhamos para um fenómeno, toda a gente o reconhece. O ponto é que consoante ele é uma tendência, um hype ou um fenómeno normalizado, a forma com as marcas se têm de posicionar é diferente“. A ideia foi avançada por Patrícia Araújo, chief strategy officer do Grupo Publicis Portugal, à margem do evento de apresentação do estudo “Trend or Hype, onde foram dados a conhecer quais os fenómenos sociais que se verificaram ser verdadeiras tendências no contexto nacional.

No evento foi apresentada a primeira edição deste estudo em Portugal, que pretende distinguir entre aquilo que é apenas uma moda passageira do que é verdadeiramente uma tendência que veio para ficar. “Todos os novos desenvolvimentos a que assistimos trazem expectativas coletivas e partilhadas do que pode vir a ser diferente, que é o que define um hype. Mas quando a expectativa se concretiza e condiciona comportamentos, estamos perante uma tendência“, explicou Patrícia Araújo na apresentação.

Segundo a responsável, o estudo recorreu a um algoritmo que atribuiu um índice de relevância (de 0 a 100 pontos), sendo que para um fenómeno ser considerado como uma verdadeira tendência, este teria de obter uma pontuação superior a 50 e que a sociedade não só falasse como agisse em relação ao tema.

Um fenómeno ser considerado uma tendência significa que “já há comportamentos associados e que este pode ser um agente de mudança importante nos comportamentos sociais“, explicou depois Patrícia Araújo ao +M. As marcas devem assim, depois, tentar perceber se têm “espaço de crescimento, de relação e de conexão para chegar a esse grupo de pessoas ou consumidores”.

O que este estudo permite é “ajudar na tomada de decisões de quanto e onde uma marca deve investir em função do que tem para oferecer, daquilo que é a sua proposta de valor e de como esta pode ser relevante junto das pessoas“, disse a responsável.

No entanto é importante que uma marca não defenda junto dos seus consumidores algo sobre a qual “não tem propriedade” e que não pertença ao seu espaço, pois isso vai “soar estranho e a falso”, alerta a chief strategy officer do Grupo Publicis Portugal. “Qualquer marca é passível de se acionar em alguns destes fenómenos. Depois depende da proposta de valor de cada marca e dos seus objetivos“, acrescenta.

A primeira edição do estudo — que vai contar com uma edição por ano — centrou a sua investigação em 10 fenómenos principais: “orgulho low cost”, “diversidade é a norma”, “tecnologia: amigo ou inimigo”, “economia da atenção”, “senior power”, “economia yolo”, “sociedade dos extremos”, “bem-me-quer mal-me-quer”, “sociedade sem tempo” e “diluição do compromisso”, sendo que apenas dois foram considerados verdadeiras tendências: o “orgulho low cost” e o “tecnologia: amigo ou inimigo”.

Orgulho low cost

A “lowcostização” (51 pontos, segundo o algoritmo do estudo) continua a ser um fenómeno popular e uma tendência relevante, com os consumidores a apostarem na compra de produtos das marcas de distribuição e com isso a ser já um motivo de orgulho.

Segundo se refere no estudo, “quando os consumidores comparam produtos ou serviços, procuram o preço mais baixo, mas também o valor que receberão em troca“. Nesse sentido, “é fundamental reconhecer que a diferenciação raramente é alcançada apenas através do preço, e nunca é uma diferença sustentável; ela é conseguida construindo valor”, sendo que para isso as marcas precisam de combinar diversos fatores como inovação, emoção ou comunicação, para “inovar com produtos ou serviços únicos que as marcas brancas não consigam igualar”.

Além disso, as marcas devem “criar conexões emocionais com os consumidores, ou seja, tocar-lhes o coração. Construir em experiência de valor. E comunicar. O conteúdo e a mensagem desempenham um papel crucial na comunicação do valor da marca e na diferenciação em relação às marcas brancas, que na maior parte das vezes não têm presença publicitária normalizada“, acrescenta-se.

Diversidade é a norma

A diversidade (41 pontos) é uma trend que já passou, segundo o estudo, uma vez que conta com tomadas de ação mas que a discussão sobre o tema já não é tão intensa. Trata-se assim de um “fenómeno normalizado, que faz parte do dia-a-dia das pessoas, apesar de ser relativamente recente”. “Não se trata de o fenómeno não ser importante, mas sim de que este já está enraizado e integrado na rotina e deixou de ter um hype tão intenso como conceito geral”, especifica-se.

No caso deste fenómeno, a recomendação é dupla. Por um lado as marcas devem “voltar às origens”, encarando a diversidade como “uma questão social e dinâmica em constante evolução” e estando atentas “às novas formas de exclusão ou de inclusão que possam surgir, para garantir que continuam a acompanhar a evolução social”.

Além disso, “é crucial tratar o tema com naturalidade, sem dramatismos ou excessos. A diversidade, enquanto parte integrante da vida contemporânea, não precisa de ser amplificada de forma forçada. A sua normalização é, por si só, uma conquista, e agir em consonância com esta realidade será sempre bem visto”, lê-se no estudo.

Tecnologia: amigo ou inimigo

O algoritmo do estudo classifica este fenómeno efetivamente como uma trend (64 pontos) com um duplo sentido: “por um lado, as pessoas sentem-se ameaçadas, reconhecendo esta preocupação nas suas vidas, mas, por outro, são irresistivelmente fascinadas pelas possibilidades que a tecnologia oferece”.

As pessoas “não só participam ativamente nas discussões sobre o tema, abordando tanto as oportunidades como as ameaças associadas à tecnologia, como também estão a integrar cada vez mais a tecnologia nas suas rotinas diárias, através de assistentes virtuais, dispositivos inteligentes e, mais recentemente, ferramentas de inteligência artificial, que se estão a tornar rapidamente indispensáveis no quotidiano para muitos”.

O fenómeno é também impulsionado por uma “combinação de receio e curiosidade, onde o medo das potenciais consequências da tecnologia coexiste com a valorização das suas vantagens tangíveis, como a simplificação e a eficiência nas tarefas diárias”.

Segundo o estudo, a oportunidade para as marcas reside em “explorar e aproveitar os aspetos positivos da tecnologia”, enquanto facilitadora, empoderadora, simplificadora ou potenciadora.

“É essencial ajudar as pessoas a abraçar este potencial positivo, colmatando as lacunas existentes e promovendo uma abordagem mais inclusiva e humana no desenvolvimento tecnológico”, refere-se no estudo.

O foco das marcas deve assim concentrar-se em mostrar a sua proposta de valor através de ferramentas de inteligência artificial. Ou seja, o foco de ser “menos sobre se utilizam ou não uma determinada ferramenta e mais se, ao incorporarem essa ferramenta, conseguem trazer benefícios concretos para o consumidor”, explicou Patrícia Araújo ao +M.

Patrícia Araújo, chief strategy officer do Grupo Publicis Portugal.

Economia da atenção

O fenómeno da economia da atenção (43 pontos) tem-se intensificado ao longo dos anos, tornando-se uma nova realidade e uma preocupação na sociedade moderna. Mas embora seja um tema recorrente nas conversas diárias, “ainda não se pode considerar uma tendência plenamente estabelecida, em parte devido à ausência de uma resposta coletiva significativa a este fenómeno”.

No entanto, apesar das diferenças na forma como este fenómeno é encarado, “há sinais de que, mais cedo ou mais tarde, poderá consolidar-se como uma tendência mais reconhecida, à medida que as discussões sobre o seu impacto se tornam mais comuns e que se começam a procurar formas de lidar com as suas consequências”, adianta-se no estudo.

Por agora, a confluência de expectativas — com pessoas a exigirem uma adaptação à sua alta intensidade de consumo e outras a desejarem evitar uma sobrecarga e concentrarem-se apenas no que consideram realmente importante — “exige das marcas uma flexibilidade sem precedentes, desafiando-as a criar abordagens híbridas e personalizadas, capazes de capturar a atenção tanto no imediato quanto em interações mais duradouras, oferecendo valor para consumidores de perfis e necessidades tão distintos“.

“É paradoxal que, num momento de atenção limitada e oportunidades reduzidas para captar a atenção, existam conteúdos com durações cada vez maiores (como acontece na indústria do cinema). Talvez seja o momento de perceber que, se o tempo é dinheiro, a qualidade do conteúdo é valor. A eficácia das marcas pode depender da sua capacidade de criar conteúdo que não apenas capture a atenção, mas também ofereça valor real e ressoe profundamente com o público em meio de um mar de estímulos“, refere-se no Trend or Hype.

Senior Power

Embora o senior power (25 pontos) — onde o comportamento dos seniores parece desafiar a ideia tradicional de reforma — tenha vindo a ganhar visibilidade e relevância nos últimos anos, o mesmo “ainda não se configura como uma tendência generalizada, mas sim como um fenómeno de nicho”, ou seja, apenas precisamente junto das pessoas mais velhas, na situação de reforma ou pré-reforma.

No entanto, embora este fenómeno seja restrito a um grupo etário específico, “é importante notar que o grupo sénior está a crescer na população portuguesa, que é uma das mais envelhecidas do mundo”, destaca-se no estudo, além de ser uma franja da população que dispõe de uma boa capacidade económica e tempo livre.

“Além disso, na era da diversidade, o conceito de idadismo começa a ganhar relevância entre este grupo, que se sente injustamente discriminado pela sociedade, pelas empresas e pelas marcas”, refere-se.

Neste contexto, o estudo sugere que “as marcas que conseguirem compreender e empatizar verdadeiramente com esta geração terão um acesso privilegiado a um público com poder de compra, desejo de viver intensamente e de se sentir incluído“. Assim, é importante que as marcas evitem cair em estereótipos e que se conectem “genuinamente” com este grupo de pessoas, não bastando para tal selecionar pessoas mais velhas nos castings.

Economia YOLO

Viver o momento sem pensar demasiado no futuro (YOLO – “you only live once“) tornou-se num fenómeno com grande presença nas conversas, mas com menor tradução em comportamentos reais.

“As pessoas falam muito sobre isso, mas a sua tradução a nível comportamental, não é tão evidente quanto parece, pelo menos de uma forma transversal”, refere-se no estudo, pelo que a preferência por “aproveitar enquanto se pode” parece ser mais uma expressão de desejo do que uma prática amplamente adotada, pelo que a economia YOLO (41 pontos) tem-se revelado “um hype que reflete mais uma forma de lidar com a frustração do que uma transformação real nos estilos de vida”.

Perante este cenário, as marcas têm uma “boa oportunidade” à sua disposição, estando bem posicionadas para “explorar o prazer imediato que caracteriza o fenómeno YOLO”. “Aproveitar esta mentalidade pode ser uma poderosa alavanca para se conectar com os consumidores, oferecendo-lhes experiências e produtos que ressoem com o seu desejo de viver intensamente o presente, transformando a incerteza em uma oportunidade de inovação e engagement“, refere-se no estudo.

Sociedade dos extremos

Longe de ser uma novidade ou algo em fase de hype, o fenómeno de uma sociedade de extremos (48 pontos) já se tornou parte integrante e normalizada da sociedade. “Não estamos mais a lidar com um fenómeno passageiro, mas sim com uma realidade que já não se pode ignorar. É algo que, com o tempo, se foi consolidando, e deixou de ser apenas um tema de debate para se transformar numa experiência diária, onde as escolhas e atitudes de cada indivíduo refletem esta divisão crescente”, refere-se no estudo.

Este posicionamento da sociedade afeta inclusive o modo de consumir, tendo os consumidores passado a ver as marcas como “reflexo das suas próprias identidades, alinhadas ou em oposição aos seus valores”. Já as marcas, por sua vez, “correm o risco, quer por ação ou por omissão, de ser entendidas e percecionas com base nas suas posturas e valores”.

“Quanto à tomada de posição, as marcas parecem ter uma ideia relativamente clara. Sem cair em extremismos, optam pela cautela: reconhecem o fenómeno e a sua relevância na sociedade, mas a curto-médio prazo, poucas tomam medidas concretas para integrá-lo nas suas estratégias”, avança-se no estudo.

Na verdade, “não tomar uma posição é, por si só, uma postura”, acrescenta-se, mas essa não tem de ser a única. “Estar de um lado ou do outro de qualquer divisão, ou até ser quem a identifica, expõe e trabalha para a atenuar são oportunidades claras para se tornarem relevantes para as pessoas. Adotar uma posição pode trazer relevância, empatia e uma conexão emocional com alguns… mas corre o risco de alienar ou ofender outros”, lê-se no Trend or Hype.

O dilema está lançado: não ter uma postura é, em si, uma postura. Ser explícito pode ofender, mas permanecer em silêncio também. Ter um posicionamento claro e atuar com consistência e autenticidade pode não servir para todos, mas assegura relações e conexões sólidas entre marcas e consumidores“, acrescenta-se.

Patrícia Araújo, chief strategy officer do Grupo Publicis Portugal.

Bem-me-quer, mal-me-quer

A tensão entre a autoaceitação e a aprovação social é um fenómeno que não passa despercebido, no entanto “o discurso social sobre a beleza da autoaceitação não tem sido acompanhado por ações concretas que o sustentem”.

Este fenómeno (33 pontos) continua a ser um hype precisamente porque “expressa uma contradição não resolvida: as pessoas sentem-se divididas entre o desejo de autenticidade e a imposição de uma perfeição inatingível”, sendo este um fenómeno que permanece mais ao nível da conversa do que da prática.

Assim, hoje surge uma nova oportunidade para as marcas se conectarem com o consumidor, ajudando-o a defender as suas aspirações e a sentir-se bem consigo próprio. Nesta ótica, as marcas devem evitar estigmatizar, promover a ideia de que qualquer forma de ser é válida e valiosa e agir concretamente nesse sentido: as marcas “devem focar-se mais nas ações que realizam do que nas intenções que manifestam“, lê-se no estudo.

A sociedade sem tempo

A falta de tempo é uma tensão social de grande relevância e um tema “sobre o qual todos falam, mas do qual poucos sabem escapar”. É um fenómeno que domina as conversas mas, apesar da sua visibilidade, “ainda não desencadeou uma mobilização social significativa”.

Neste sentido, este fenómeno (52 pontos) é um hype que capta a atenção mediática e individual, mas que “não reflete uma transformação social consolidada”. “As pessoas procuram simplificar as suas vidas… mas uma sociedade que se mede pela produtividade tangível não facilita”, lê-se no estudo.

Neste sentido, “ser a primeira marca numa lista mental é uma forma clara de agregar valor, pois poupa tempo ao consumidor“. Além disso, “se o tempo é ouro, o tempo que uma pessoa dedica a uma marca é ainda mais valioso, seja ao visualizar a sua publicidade, seja ao escolhê-la na prateleira. Portanto, devemos assegurar que esse tempo seja bem aproveitado e de valor real”, aconselha-se no estudo.

As marcas que se empenharem em otimizar, conciliar e proporcionar mais tempo de lazer ou qualidade de vida terão uma vantagem significativa junto dos consumidores. Empresas como a Apple, Google ou Amazon, que incorporam a simplicidade de uso e a rapidez dos resultados como parte fundamental da sua proposta de valor, entendem bem esta necessidade”, acrescenta-se.

A diluição do compromisso

Numa altura em que as pessoas estão a redefinir o que significa comprometer-se, eliminando a rigidez associada ao conceito, o compromisso tornou-se mais flexível, mais fluído e mais adaptado às circunstâncias e às necessidades momentâneas, pelo que a diluição do compromisso é um fenómeno (26 pontos) com baixa relevância, mas ao qual é importante estar alerta.

Afinal, “se procuramos compromissos mais leves e abertos com as pessoas, porque haveríamos de ser diferentes na relação com as marcas?”, questiona-se no estudo, onde se refere que a “oferta esmagadora” de escolhas faz com que o comprometimento com uma única marca “pareça limitador”.

“Observamos que os consumidores não só mudam de marca com facilidade, como também as utilizam de forma simultânea, conforme as suas necessidades e desejos. Até o próprio ato de fazer compras mudou radicalmente. Já não existe o cliente fiel que faz todas as suas compras num único lugar”, lê-se.

“Neste cenário, o verdadeiro valor está na capacidade de se reinventar, emocionar e conquistar de dia para dia. A adaptação e inovação constantes permitirão que os consumidores continuem a escolher-nos, mesmo quando as opções são infinitas. O desafio não é apenas conquistar, mas manter o interesse aceso, cultivando uma relação intensa e duradoura“, acrescenta-se ainda.

Estudo pretende oferecer “lente diferenciada”

Num “contexto global saturado por informações incessantes e mudanças constantes”, o Trend or Hype procura assim “oferecer uma lente diferenciada para as marcas entenderem profundamente quais fenómenos sociais são sustentáveis a longo prazo e relevantes na sociedade, e quais são apenas modas passageiras, trazendo mais clareza para a tomada de decisões estratégicas”, refere-se em nota de imprensa.

O estudo, que já conta com duas edições em Espanha, foi agora apresentado pela primeira vez em Portugal, numa edição que contou com a parceria da Scopen.

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Habitação. Marvila e Foz são as freguesias mais caras de Lisboa e Porto

Maior acréscimo na mediana do preço da habitação em relação ao trimestre homólogo pertence em Lisboa ao Areeiro e no Porto à Campanhã.

Marvila é a freguesia de Lisboa com o preço por metro quadrado mediano mais elevado, fixando-se mesmo acima da mediana de Lisboa, enquanto Aldoar, Foz do Douro e Nevogilde é a freguesia do Porto com o preço mais alto, de acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgados esta quinta-feira.

No período de 12 meses de outubro de 2023 a setembro de 2024, entre as 24 freguesias de Lisboa, as freguesias de Marvila, Santo António, Estrela, Santa Maria e Areeiro foram as que registaram os preços medianos mais altos e superiores a 5.250 euros/m2:

  • Marvila (6.014 euros/m2)
  • Santo António (5.985 euros/m2)
  • Estrela (5.663 euros/m2)
  • Santa Maria Maior (5.350 euros/m2)
  • Areeiro (5.284 euros/m2)

O INE destaca que, excetuando Santo António (-1,6%), estas freguesias “registaram, simultaneamente, preços medianos acima do valor de Lisboa (4.252 eurs/m2) e taxas de variação, em relação ao período homólogo, superiores à verificada no município (2,4%)”.

O maior acréscimo na mediana do preço da habitação em relação ao trimestre homólogo (últimos 12 meses) foi registado na freguesia de Areeiro, com um aumento de 29,5%.

Por outro lado, Alcântara (4.151 euros/m2 e -4,1%), Carnide (4.032 euros/m2 e -5,5%), Ajuda (4.000 euros/m2 e -2,0%), Benfica (3.873 euros/m2 e 2,0%), Penha de França (3.577 euros/m2 e -0,3%) e Olivais (3.468 euros/m2 e -5,5%) registaram preços e taxas de variação homólogas inferiores a Lisboa.

Fonte: Instituto Nacional de Estatística

No Porto, destacaram-se, por apresentarem preços medianos acima do valor do Porto (2.940 euros/m2) e taxas de variação homóloga inferiores à observada no município (5,1%):

  • União de freguesias de Aldoar, Foz do Douro e Nevogilde (3.961 euros/m2 e 3,7%)
  • União de freguesias de Cedofeita, Santo Ildefonso, Sé, Miragaia, São Nicolau e Vitória (3.169 euros/m2 e -1,8%)
  • União de freguesias de Lordelo do Ouro e Massarelos (3.129 euros/m2 e 2,7%)

O INE assinala que a freguesia de Campanhã (2.924 €/m2) foi, de entre as freguesias do Porto, a que registou o maio aumento homólogo: 35,1%.

“Este aumento expressivo do preço mediano de habitação na freguesia de Campanhã resultou, sobretudo, da venda de alojamentos novos – que representou cerca de 54,6% das transações desta freguesia, valor que se tinha situado em 30,3% no trimestre homólogo – e cujo valor mediano foi de 3.315 euros/m2″, explica.

As freguesias de Bonfim (2.800 euros/m2 e 9,2%) e Ramalde (2.757 euros/m2 e 8,7%) registaram, de outubro de 2023 a setembro de 2024, um preço mediano inferior ao do Porto, mas uma taxa de variação homóloga superior.

Já Paranhos (2.773 euros/m2 e 1,7%) foi a única freguesia do concelho do Porto a apresentar, no mesmo período, um preço mediano e uma taxa de variação homóloga inferiores às do município.

Fonte: Instituto Nacional de Estatística

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“Não discutimos quando parar” descida de juros, diz Lagarde

A presidente do BCE mostrou-se confiante que a inflação vai descer para o target de 2% este ano e disse que as taxas de juro não estão "nem perto" de um nível neutral.

A presidente do Banco Central Europeu, que esta quinta-feira cortou os juros para 2,75%, garantiu que a decisão de descer as taxas em 25 pontos base foi “unânime”, um corte mais agressivo de 50 pontos não esteve em cima da mesa e não se falou ainda sobre quando parar o movimento de descida de juros. Christine Lagarde, que apontou ainda riscos para a economia, reiterou que o banco central não se compromete com uma política de cortes, mas disse que as taxas não estão “nem perto” de um nível considerado neutral.

“Neste momento ainda estamos em território restritivo. Não discutimos sobre quando temos que parar” o movimento de descida de juros e é prematura esta discussão, garantiu a presidente Lagarde, na conferência de imprensa que decorreu após a instituição ter anunciado o quinto corte de juros.

A presidente do BCE adiantou que o processo de desinflação continua a bom ritmo, antecipando que a taxa de inflação se mantenha, a curto prazo, em torno dos níveis atuais – subiu para 2,4% no final de 2024 –, mas vai recuar até alcançar a meta de 2% nos próximos meses.

“Estamos confiantes que vamos atingir o nosso target para a inflação em 2025″, assegurou Lagarde. Apesar das expectativas que o índice de preços recue para os níveis desejados pelo BCE, a responsável reiterou que as próximas decisões vão ser decididas em função dos dados económicos, realçando que, até ao encontro de março, vai haver mais duas leituras sobre a inflação.

Quanto à altura para parar a descida de juros, Lagarde considerou prematuro sequer falar sobre este cenário. “Continuamos restritivos. Não estamos em território de uma taxa neutral, nem perto disso“, atirou, questionada sobre o futuro.

Quanto à que poderá ser a taxa neutra, Lagarde voltou a destacar que é difícil estipular qual o intervalo que indica essa taxa neutra, sendo que as últimas projeções apontam para uma taxa neutra entre 1,75% e 2,5%. Ainda assim, a responsável adiantou que será divulgado para a semana um estudo sobre o caminho da taxa neutral, onde serão dadas algumas indicações

Economia enfrenta riscos, mas “há uma recuperação”

A recuperação da economia é uma das preocupações do BCE, que identifica riscos para a economia. Apesar dos “ventos contrários” apontados pela autoridade monetária, que incluem questões geopolíticas e a possibilidade de novas tarifas com impacto nas exportações da região, Lagarde é perentória: “Há uma recuperação”.

A presidente do BCE adiantou que a economia da região subiu de níveis muito baixos em 2023, “para quase duplicar o crescimento em 2024. É certamente uma recuperação”. Olhando para o futuro, Lagarde nota que há “boas razões” para acreditar que o consumo vai recuperar e suportar crescimento na região.

Sobre a possibilidade de novas tarifas a chegarem dos EUA, Lagarde diz que é cedo para avaliar o impacto concreto destas medidas, mas terá um “impacto global negativo”.

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Dos chatbots a robôs humanoides: líderes da Meta, Tesla e Microsoft falam de IA para cativar investidores

Mark Zuckerberg, Elon Musk e Satya Nadella traçaram as suas visões sobre o futuro da inteligência artificial (IA) nas apresentações de resultados trimestrais desta semana. Saiba o que disseram.

Mark Zuckerberg, Elon Musk e Satya Nadella

Chatbots engenheiros e robôs humanoides foram algumas das inovações mencionadas esta quarta-feira nas apresentações de resultados de Meta, Tesla e Microsoft, à medida que a Inteligência Artificial (IA) continua no topo das preocupações dos investidores. Sobretudo nesta semana, em que uma startup chinesa relativamente obscura abalou toda a narrativa sobre os custos elevados da IA que vinha sendo veiculada até aqui.

No começo de uma chamada telefónica com analistas, Mark Zuckerberg, fundador e CEO da Meta Platforms, mostrou-se bastante entusiasmado com as perspetivas para 2025, afirmando que “será um ano realmente em grande” para a IA. O gestor espera que os assistentes inteligentes alcancem este ano, pela primeira vez, mil milhões de pessoas, dizendo-se focado em colocar o Meta AI, o assistente de IA da Meta, na “liderança” desta tendência.

O Meta AI é a alternativa da Meta ao ChatGPT, geralmente visto como o mais avançado do mercado, que foi lançado em novembro de 2022 pela OpenAI e que realiza tarefas a pedido dos utilizadores. Mas, ao contrário do ChatGPT, o Meta AI ainda não está disponível em Portugal.

“O Meta AI já é usado por mais pessoas do que qualquer outro assistente e quando um serviço atinge esse nível de escala, normalmente desenvolve uma vantagem duradoura a longo prazo”, disse Mark Zuckerberg, que este ano promoveu várias mudanças de fundo nas suas plataformas — Facebook, Instagram, Threads e WhatsApp — para as alinhar com as ambições do novo Governo norte-americano, liderado por Donald Trump.

[Estamos a] investir agressivamente em iniciativas que usem estes avanços de IA para aumentar o crescimento das receitas.

Mark Zuckerberg

CEO da Meta Platforms

O CEO e inventor do Facebook disse ainda acreditar que, no futuro, não existirá apenas uma grande plataforma de IA usada por todos, mas sim várias em simultâneo. E mostrou-se esperançoso de que os modelos Llama da Meta, que se diferenciam dos da OpenAI por serem abertos — permitindo que qualquer programador desenvolva as suas próprias aplicações a partir dessa tecnologia — se tornem nos “mais avançados e amplamente usados” em todo o mundo.

Mas numa altura em que os mercados se mostram mais sensíveis aos avultados investimentos necessários para as estratégias de IA destas empresas, Mark Zuckerberg apresentou aos analistas a ideia de desenvolver este ano uma espécie de “engenheiro IA” capaz de programar e de resolver problemas dentro do próprio grupo. “Este será um marco profundo”, disse, ressalvando que “qualquer que seja a empresa que desenvolva isso primeiro” terá “uma vantagem significativa” na corrida global da IA, permitindo ainda gerar novas eficiências na própria companhia.

“Estamos a planear financiar tudo isto e ao mesmo tempo investir agressivamente em iniciativas que usem estes avanços de IA para aumentar o crescimento das receitas. E elaborámos um plano que, espero eu, irá acelerar o ritmo destas iniciativas nos próximos anos. É para aí que vai grande parte do nosso crescimento no número de trabalhadores. E o quão bem executarmos isso também determinará o nosso desempenho financeiro ao longo dos próximos anos”, disse Mark Zuckerberg.

A Meta apresentou um lucro por ação de 8,02 dólares no quarto trimestre, acima dos 6,77 dólares esperados pelos analistas, com a receita a bater também as expectativas, nos 48,39 mil milhões de dólares, contra os 47,04 mil milhões esperados.

Mark Zuckerberg, fundador e CEO da Meta, na tomada de posse de Donald Trump como Presidente dos EUAEPA/SHAWN THEW / POOL

A fabricante automóvel Tesla, que apesar disso é avaliada pelos investidores como uma empresa tecnológica, apresentou igualmente os resultados do quarto trimestre esta quinta-feira, mas o lucro por ação de 73 cêntimos de dólar ficou aquém dos 76 esperados, assim como as receitas, que se cifraram nos 25,71 mil milhões de dólares, contra 27,26 mil milhões antecipados pelos analistas.

Ao apresentar estes resultados esta quarta-feira, Elon Musk, outro homem próximo do novo Presidente dos EUA, também não esqueceu a IA como forma de cativar a atenção dos investidores: “Realizámos investimentos críticos em 2024 em fábricas, IA e robótica que darão imensos frutos no futuro. Imensos. Numa escala que, de facto, é difícil de compreender”, indicou, sem especificar.

Prevendo um futuro “ridiculamente bom” para a Tesla nos próximos dois anos, Elon Musk começou por focar-se na tecnologia da condução totalmente autónoma dos veículos da Tesla: “Muito pouca gente entende o valor da condução automóvel totalmente autónoma e da nossa capacidade de monetizar a frota”, apontou. “As pessoas têm dito, bom, o Elon está sempre a gritar que vem aí o lobo.’ Mas eu digo-vos, há mesmo um maldito lobo desta vez, e vocês vão poder conduzi-lo. Na verdade, ele é que poderá conduzir-vos a vocês. É um lobo totalmente autónomo”, brincou.

O controverso gestor garantiu que esta tecnologia — apelidada Tesla Autonomy — irá continuar a melhorar com o tempo e que, apesar de já “funcionar muito bem nos EUA”, irá, eventualmente, “funcionar igualmente bem em qualquer outro sítio”.

Elon Musk, CEO da TeslaLusa

Enquanto isso, segundo Elon Musk, a Tesla continuará a investir em infraestrutura de treino no Texas, numa altura em que está a desenvolver o Optimus, um “robô humanoide”, que também é conhecido por Tesla Bot.

Lembrando que o nível de complexidade de treinar um robô de fisionomia parecida à de um humano é muito mais complexo do que treinar um carro a conduzir-se a si próprio, o patrão da Tesla questionou: “Quantas funções diferentes existem para um robô humanoide em comparação com um carro? Um robô humanoide tem provavelmente mil vezes mais usos e coisas complexas do que um carro.”

Dito isto, Elon Musk avançou a intenção de produzir 10.000 unidades do Optimus este ano para, logo depois, reconhecer que a meta “provavelmente” não será atingida. “Mas iremos conseguir fabricar alguns milhares? Sim, eu acho que iremos. Irão esses alguns milhares fazer coisas úteis até ao fim deste ano? Sim, eu estou confiante de que eles irão fazer coisas úteis”, rematou o homem mais rico do mundo.

Optimus é um robô humanoide que está a ser desenvolvido pela TeslaTesla

A Microsoft, maior investidor da OpenAI e a segunda empresa mais valiosa do mundo, completa o trio das tecnológicas que apresentaram resultados esta quarta-feira.

A companhia apresentou um lucro por ação de 3,23 dólares relativo ao segundo trimestre do ano fiscal, superando a estimativa de 3,11. As receitas de 69,63 mil milhões de dólares ficaram também acima da estimativa, que apontava para 68,78 mil milhões, mas o crescimento da unidade Azure, que abrange os serviços de computação na cloud, e que beneficia do crescimento da IA, desiludiu os investidores.

Na apresentação dos resultados, Satya Nadella, chairman e CEO da Microsoft, sinalizou que “os negócios estão a começar a migrar de provas de conceito para implementações em toda a empresa para desbloquear o total retorno do investimento em IA”, destacando que o volume de negócios da Microsoft com IA ultrapassou os 13 mil milhões de dólares numa base anual, o que representa um crescimento de 175% face ao período homólogo.

Satya Nadella, chairman e CEO da MicrosoftEPA/GIAN EHRENZELLER

Tratando-se de uma das cotadas que mais tem investido em IA, o CEO tentou tranquilizar os receios dos investidores provocados esta semana pelo surgimento da DeepSeek, a startup chinesa de IA que terá desenvolvido dois modelos próprios com um custo várias ordens de grandeza inferior ao que se achava ser possível. “Nós próprios temos visto ganhos de eficiência significativos no treino e na inferência há já vários anos”, apontou.

O gestor continuou a sua tese: “À medida que a IA se torna mais eficiente e acessível, iremos assistir a um aumento exponencial da procura.” E acrescentou: “Os nossos data centers, redes, bastidores e processadores estão a trabalhar em conjunto enquanto sistema completo para conduzir a novas eficiências que alimentem as necessidades de cloud de hoje e as da próxima geração de IA.”

Os negócios estão a começar a migrar de provas de conceito para implementações em toda a empresa para desbloquear o total retorno do investimento em IA.

Satya Nadella

CEO da Microsoft

Apesar de alguma volatilidade inicial após a apresentação dos resultados, as declarações destes CEO deram algum ânimo às ações esta quarta-feira, após o fecho dos mercados. Mas nem todas mantiveram essa tendência. Já esta quinta-feira, a Meta subia 4,32% após a abertura das bolsas em Wall Street, para 706,58 dólares, enquanto a Tesla somava 2,38%, para 398,36 dólares. Já as ações da Microsoft, pelo contrário, caíam 5,11%, para 419,58 dólares.

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“Portugal tem posição privilegiada para dar contributo positivo” para transição verde na Europa

"Portugal, do ponto de vista do que é a visão do Governo e estratégia, está em linha com os desafios e competitividade" a nível europeu, afirma o secretário de Estado da Economia, João Rui Ferreira.

O secretário de Estado da Economia, João Rui Ferreira, acredita que Portugal tem uma “posição privilegiada”, no âmbito europeu, para ajudar o Velho Continente no processo de transição energética e para uma economia mais verde, e sublinha a necessidade de reforçar o tecido industrial e promover a sua transformação e inovação.

“Ontem ficou claro no discurso da presidente da Comissão [Europeia] que metas e ambições não são negociáveis”, considera o secretário de Estado, que identifica na Bússola para a Competitividade “grandes pistas” para o caminho que se pretende. “Pode é haver uma dúvida na velocidade a que queremos fazer a aplicação”, considera.

O secretário de Estado falava na segunda conferência dedicada às conclusões do Relatório Draghi, organizada pelo ECO em parceria com a PwC, e que se debruçou sobre o tema Indústria Verde.

Independentemente do ritmo a que a Europa prossiga, vê boas perspetivas para o país. “Portugal, do ponto de vista do que é a visão do Governo e estratégia, está em linha com os desafios e competitividade” que têm sido anunciados e apresentado como objetivo, respetivamente, pelas entidades europeias. Olhando aos planos avançados, desde o Relatório Draghi até à Bússola para Competitividade, “Portugal tem uma posição privilegiada para dar um contributo positivo” ao movimento continental.

João Rui Ferreira entende que o ponto de partida de Portugal é interessante na medida em que tem uma grande penetração de energias renováveis e preços “competitivos” da eletricidade, assim como “boas reservas” de matérias-primas críticas, como o lítio. Do seu ponto de vista, para continuar o rumo já “traçado” de Portugal, é necessário reforçar o tecido industrial, aumentar a capacidade de transformação da indústria, aproximar empresas ao longo da cadeia e trazer mais valor para o país.

Estamos a trabalhar [o Governo] nessa reflexão de como podemos ser ainda mais eficientes mas também como podemos chegar às PME [pequenas e médias empresas] e ter esse efeito transformador em vários níveis“, indicou o responsável. Como exemplos de iniciativas já lançadas, apontou um programa, operacionalizado recentemente, de mil milhões de euros e uma nova linha de incentivos para a indústria ecológica. Linhas que têm muito foco na descarbonização da indústria.

Em paralelo, fechar o fosso da inovação é um tema que a Europa identifica como crítico, sublinhou o secretário de Estado, pelo que “Portugal deve e vai estar no pelotão da frente desta nova vaga tecnológica“. Neste campo, assinalou que o Governo tem apostado em acelerar todos os mecanismos relacionados com tecnologias emergentes, nomeadamente no âmbito dos fundos comunitários. Até porque um dos pontos nos quais a Europa está mais atrasada em relação às restantes potências económicas é o acesso a capital, explica, nomeadamente nas fases posteriores de capitalização e crescimento das startup.

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STCP passa a fiscalizar “estacionamento indevido” no Porto. Agentes terão “autoridade” para multar

Operadora arranca a 3 de fevereiro a fiscalização do estacionamento de veículos em faixas Bus e nas vias com paragens de transporte rodoviário e ferroviário na cidade Invicta.

A STCP – Sociedade de Transportes Coletivos do Porto vai passar a fiscalizar o estacionamento de veículos em faixas Bus e nas vias com paragens de transporte público rodoviário e ferroviário na cidade Invicta.

A fiscalização arranca a 3 de fevereiro e será feita por agentes STCP “devidamente credenciados” pela Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR). Vão circular em veículos identificados e “terão autoridade para emitir autos de contraordenação aos infratores”.

Em comunicado, a empresa liderada por Cristina Pimentel, que esta semana lançou um concurso de 13 milhões para comprar mais 30 autocarros elétricos, diz que esta equipa vai fiscalizar as áreas em que o estacionamento abusivo mais afeta a circulação de transporte público, em articulação com a Polícia Municipal.

“Para sancionar o estacionamento indevido, a fiscalização pode ser acionada através do alerta dado pelo motorista ao Centro de Controlo da STCP, pelo aviso do próprio Centro de Controlo aos agentes ou ainda pelas rondas diárias realizadas pelos fiscais”, descreve a empresa.

Aprovada pela Câmara Municipal do Porto, esta medida reforça as competências da STCP, além da exploração do serviço público de transporte de passageiros, com o objetivo de “reduzir as perturbações na circulação, aumentando a velocidade comercial e a regularidade do serviço, que têm um impacto direto na qualidade de vida dos passageiros”.

Na mesma nota, a empresa assinala que este reforço da fiscalização será “um passo decisivo” para melhorar a mobilidade na Invicta. “Ao assegurar a desobstrução das faixas Bus, das paragens de transporte público e de outras vias, não só facilita a fluidez do trânsito, como também aprimora a eficiência e o conforto para os passageiros”, destaca.

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Presidente do BPI defende continuidade de Centeno no Banco de Portugal. “Tem uma cabeça independente”

Mário Centeno "fez um grande trabalho" no Banco de Portugal, "é um grande agregador e tem uma cabeça independente", elogiou Oliveira e Costa, para quem a sua "continuidade seria algo positivo".

O presidente executivo do BPI defende a continuidade de Mário Centeno como governador do Banco de Portugal. “Fez um grande trabalho, é um grande agregador e tem uma cabeça independente“, afirmou João Pedro Oliveira e Costa.

Aprecio bastante o atual governador, quer em termos pessoais e profissionais“, começou por dizer o líder do BPI depois de questionado sobre se o Governo devia manter Mário Centeno à frente do supervisor bancário e cujo mandato termina em julho.

Segundo João Pedro Oliveira e Costa, Mário Centeno tem um “discurso mobilizador” e goza de “grande prestígio nacional” que beneficia o país. Elogiou a sua independência. “Foi bastante incisivo no tema dos depósitos e no tema do crédito à habitação”.

Tivemos a ganhar com Mário Centeno como governador. A sua continuidade seria algo positivo“, frisou ainda.

Ainda assim, “se não for Mário Centeno” o próximo governador do Banco de Portugal, “cá estaremos para receber outra pessoa”, acrescentou João Pedro Oliveira e Costa. “O Banco de Portugal tem perto de 130 anos e viveu com todo o tipo de pessoas, umas melhores e outras piores. Mas está lá, com uma estrutura forte, pesada. A estabilidade não é de uma pessoa”, comentou ainda sobre se uma mudança no regulador bancário poderia trazer alguma instabilidade.

Juros dos depósitos baixos? “Não somos um serviço público”

Questionado sobre a rapidez com que os bancos estão a baixar os juros dos depósitos em contraste com a lentidão que mostraram ao subir as taxas, João Pedro Oliveira e Costa disse que “é a lei da oferta e da procura a funcionar” e atirou: “Não somos um serviço público”.

“O tema dos depósitos é uma questão concorrencial. Quando sentimos maior pressão, nós aumentamos significativamente as taxas de depósitos. Quando sentimos que a pressão era menor, fomos ajustando os preços”, explicou.

“Nós crescemos nos depósitos no ano passado. Se fossemos pouco competitivos, as pessoas teriam procurado alternativas”, referiu.

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Papel da Ordem dos Advogados na revisão dos oficiosos foi “fundamental”, diz bastonária

Bastonária dos advogados fez dois comunicados em reação à portaria dos advogados oficiosos: um que publicou no site e outro enviado às redações: "a presença da OA neste processo foi fundamental".

A bastonária da Ordem dos Advogados (OA) considera que a revisão da tabela dos honorários dos advogados oficiosos “é um momento histórico e positivo para a advocacia, que, após mais de 20 anos de espera, consegue finalmente uma revisão daquela tabela, com um aumento global de cerca de 7 milhões de euros e aumento de vários processos superior a 20%, que representarão, necessariamente, um aumento do valor individualmente pago a cada profissional”. Em comunicado publicado no site da Ordem dos Advogados (ler aqui), Fernanda de Almeida Pinheiro sublinha que “esta tabela configura todo um novo paradigma pelo que deve ser analisada não processo a processo, mas de um ponto de vista global”.

Em causa a portaria relativa às novas regras para os advogados oficiosos. Mas que apenas entra em vigor no segundo semestre do ano, “após período de adaptação do sistema”, diz o MJ. O Governo atualiza honorários dos advogados oficiosos e revê regras do Sistema de Acesso ao Direito (SADT), aproveitando as conclusões do estudo do Grupo de Trabalho, criado para esse efeito.

A portaria define que os advogados oficiosos vão passar a ser pagos em função da complexidade e do tempo que se gasta com cada processo, a poder fazer mais atos nos tribunais – incluindo em casos de mediação, arbitragem e em conservatórias – a consulta jurídica passa a ter o valor de 48 euros e estes advogados serão pagos, no imediato, em caso de substituição de mandatário, evitando atrasos e problemas de partilha de honorários entre os advogados nomeados. A unidade de referência que permite o cálculo desses honorários também muda: passa de 25,5 euros para 28 euros.

“Não é ainda a tabela que a Advocacia queria e merecia (e a OA foi sempre bem clara nesse aspeto, junto do Ministério da Justiça), mas a presença da OA neste processo foi fundamental para garantir que se colocaria um fim à inação dos vários governos durante mais de 20 anos e se garantisse a introdução de vários pontos positivos, que irão certamente contribuir para uma maior dignificação”, diz ainda. O comunicado foi publicado na quarta-feira à noite.

Não é ainda a tabela que a advocacia queria e merecia (e a OA foi sempre bem clara nesse aspeto, junto do Ministério da Justiça), mas a presença da OA neste processo foi fundamental para garantir que se colocaria um fim à inação dos vários governos durante mais de 20 anos”, acrescentando que “a Ordem dos Advogados reitera o seu compromisso em continuar a colaborar com o Ministério da Justiça na prossecução de medidas que garantam aos advogados as condições necessárias para a defesa dos cidadãos”.

Fernanda de Almeida Pinheiro

Horas depois, através da agência de comunicação, a OA enviava um segundo comunicado – mais comedido – em que dizia reconhecer que “a revisão da tabela de honorários aplicável aos advogados inscritos no Sistema de Acesso ao Direito e aos Tribunais (SADT) como um primeiro passo positivo para a advocacia, ao iniciar a atualização dos honorários dos profissionais que garantem o acesso à justiça”. Chamando a si esta ‘conquista’, Fernanda de Almeida Pinheiro sublinhou que ” não é ainda a tabela que a advocacia queria e merecia (e a OA foi sempre bem clara nesse aspeto, junto do Ministério da Justiça), mas a presença da OA neste processo foi fundamental para garantir que se colocaria um fim à inação dos vários governos durante mais de 20 anos”, acrescentando que “a Ordem dos Advogados reitera o seu compromisso em continuar a colaborar com o Ministério da Justiça na prossecução de medidas que garantam aos advogados as condições necessárias para a defesa dos cidadãos”.

Porém, em entrevista ao ECO/Advocatus, Maria Clara Figueiredo, Secretária da Estado Adjunta e da Justiça sublinhou “deixamos claro que este processo não era, como não foi, uma negociação com a Ordem dos Advogados”.

“Sabíamos da pretensão da OA em ter a tabela revista. Reconhecemos essa necessidade logo desde o primeiro dia, o que nos levou a criar um grupo de trabalho que, sob minha orientação direta, não só reviu a tabela como foi mais longe e reviu todo o sistema de pagamento aos advogados oficiosos. Por isso, não entendemos a greve, nem a postura da OA enquanto fazíamos o trabalho técnico, que a OA bem sabia que estava a ser feito. No decurso dos trabalhos, ouvimos, naturalmente, a Ordem dos Advogados, bem como a Ordem dos Solicitadores e Agentes de Execução. Deixamos claro que este processo não era, como não foi, uma negociação com a Ordem dos Advogados”, disse Maria Clara Figueiredo.

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Universal McCann adota nova abordagem “Full Colour Media”. Quer acelerar eficácia das marcas na era da IA

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  • 30 Janeiro 2025

A nova abordagem "vai contribuir para que a IA se torne mais eficaz e evitar que a marca se torne insípida", afirma a agência do grupo IPG Mediabrands.

A Universal McCann (UM) apresenta uma nova abordagem e filosofia intitulada Full Colour Media, concebida para “revolucionar a forma como os profissionais de marketing constroem as marcas na era da inteligência artificial“.

“No contexto da inteligência artificial e dos desafios que traz para o nosso setor, Full Colour Media é uma abordagem estratégica de planeamento omnicanal que desbloqueia a intervenção humana e vai ajudar as marcas a contornarem o risco de se tornarem insípidas. É uma nova filosofia que vai tornar o marketing mais eficaz, com vantagens claras para o crescimento das marcas e dos nossos clientes“, diz Teresa Morgado, diretora-geral da UM, citada em comunicado.

Já Susan Kingston-Brown, global brand presidente da UM, refere que esta nova abordagem “combina facilmente a visibilidade do impacto dos meios de comunicação de qualidade com a vibração e a variabilidade de pontos de contacto mais pequenos e profundos, criando um conjunto de histórias nos media que contribuem para o crescimento da marca”.

Num mundo dominado por algoritmos, desafia os modelos lineares ultrapassados e de decisão para impulsionar a verdadeira ‘diferença’ e o crescimento da marca”, acrescenta.

Esta nova a abordagem da rede global de agências de meios do Grupo IPG Mediabrands “abraça um novo conjunto de comportamentos, estratégias e produtos em toda a rede global da UM, incluindo a construção de uma nova cultura de mudança orientada para o crescimento, em toda a organização”, refere-se em nota de imprensa.

A abordagem Full Colour Media é sustentada por uma investigação sobre a construção de marcas na era da IA, que culminou na teoria de marketing “Brand Patterns” e num “modelo proprietário para impulsionar o crescimento e a diferenciação das marcas”.

Este novo modelo permite “compreender aspetos complexos dos padrões de uma marca, como a sua singularidade, e o que a diferencia, permitindo elevá-la e distingui-la das demais”, sendo que esta “compreensão mais aprofundada” sobre o que diferencia uma marca “vai contribuir para que a IA se torne mais eficaz e evitar que a marca se torne insípida”.

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PGR admite “indícios de falsificação” nos despedimentos do Bloco de Esquerda

Procuradoria-Geral da República (PGR) abriu um inquérito para investigar o caso dos despedimentos que aconteceram no Bloco de Esquerda. Dois casos terão sido alvo de contratos-fantasma.

“Estivemos a estudar as questões. Pareceu-nos que era possível e que havia condições para, pelo menos, averiguar e depois daremos o despacho quando fizemos a investigação”, disse Amadeu Guerra. “Os indícios que também temos são de falsificação, mas isso não significa que que se venha provar. Portanto, o que vamos fazer é investigação, como fazemos em todas as situações.” As explicações são do Procurador-Geral da República, em declarações aos jornalistas, à margem da visita que realizou à comarca Porto Este, em Penafiel.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) abriu esta quinta-feira um inquérito para investigar o caso dos alegados despedimentos que aconteceram no Bloco de Esquerda (BE). Em concreto, para investigar o caso das trabalhadoras que foram despedidas após terem sido mães e em que dois casos terão sido alvo de contratos-fantasma, como avançou o Observador.

“Confirma-se a instauração de inquérito, o qual corre termos no DIAP de Lisboa“, confirmou a Procuradoria-Geral da República ao mesmo jornal. A notícia dos alegados despedimentos, ocorridos entre 2022 e 2024, tinha sido avançada pela revista Sábado.

O partido liderado por Mariana Mortágua negou ter despedido as cinco trabalhadoras por terem sido recentemente mães, tendo apresentado queixa à Entidade de Regulação da Comunicação Social. Segundo o BE, devido aos resultados das eleições legislativas de 2022, perdeu metade da subvenção mensal que recebia e decidiu reduziu a “cerca de metade a sua rede de sedes e a sua estrutura profissional, em aproximadamente 30 pessoas”

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Lagarde explica 4º corte seguido dos juros do BCE. Acompanhe aqui

A presidente do Banco Central Europeu vai falar sobre o racional por trás do novo corte nas de juro e os próximos passos na política monetária.

O controlo da inflação e os estímulos à fraca economia da Zona Euro vão ser dois dos temas principais a abordar por Christine Lagarde na conferência de imprensa em Frankfurt após o Banco Central Europeu ter anunciado um novo corte de 25 pontos base nas taxas de juro.

Acompanhe aqui o evento.

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Startup de marketing digital Leadzai reestrutura negócio e corta 25% dos trabalhadores

A adtech, que integrou o primeiro lote de startups do Scaling Up da Unicorn Factory Lisboa, justifica a redução da equipa com a necessidade de se posicionar "de forma mais competitiva".

A Leadzai, startup que atua no mercado da publicidade online, avançou para uma reestruturação que levou à redução de 17 postos de trabalho, um corte de 25% na equipa que passou a ter 51 pessoas, confirmou o ECO junto da empresa. “Posicionar a Leadzai de forma mais competitiva no mercado” e a perda de um parceiro “com o qual tinham feito investimento significativo” justificam esta reorganização da adtech que integrou o arranque do programa Scaling Up da Unicorn Factory Lisboa.

“Nos últimos dois anos, o mercado da inteligência artificial e da publicidade digital tem evoluído, e consequentemente alterado comportamentos a um ritmo muito superior do que nos anos anteriores. É nossa função tentar antecipar essas alterações e tendências, e posicionar a Leadzai da forma mais competitiva no mercado. Esta reorganização deve-se a essa procura constante pelo posicionamento certo“, justifica João Aroso, fundador e CEO da Leadzai, ao ECO.

A perda de um parceiro com o qual fizeram um “investimento significativo” também impactou decisão. “Efetivamente, existiu um parceiro com o qual terminamos uma relação no final do ano e, que apesar de não ter sido em 2024 uma grande parte das nossas receitas, foi um parceiro com o qual fizemos um investimento significativo e que tínhamos planeado obter o retorno desse investimento de 2025 em diante”, explica o fundador da adtech. “Infelizmente o parceiro, fruto desta dinâmica de mercado, decidiu fazer uma aquisição estratégica de uma outra empresa que acabou por incompatibilizar de alguma forma o plano que tínhamos”, sintetiza.

Reestruturação com impacto na equipa

O contexto determinou uma reestruturação, com redução de pessoal. “Terminámos a relação com 17 colaboradores, embora este número não corresponda diretamente a 17 postos de trabalho efetivos. Atualmente, passamos a ser 51″, precisa o gestor. Um corte de 25% na equipa.

O responsável destaca que, no processo, os trabalhadores foram tratados “todos por igual, independentemente do vínculo contratual“, diz. “Acreditamos que a relação com os colaboradores deve sobrepor-se ao formalismo que, por vezes, poderia permitir à empresa cortar custos de uma forma menos humana”, acrescenta.

Enquanto fundador, é uma altura particularmente difícil porque todas estas pessoas apostaram no meu sonho. São pessoas que contrataria novamente se voltasse atrás no tempo.

João Aroso

Fundador e CEO da Leadzai

Nesse sentido, a Leadzai fez um “acordo com uma empresa especializada na recolocação de talento no mercado“, tendo ainda reforçado “parceria com a empresa de saúde mental com quem trabalhamos há dois anos, que estará disponível tanto para apoiar os colaboradores que saem como para os que ficam”, descreve.

“Sabemos que a vulnerabilidade financeira é apenas um dos ângulos de um momento como este, e que a vulnerabilidade emocional pode ser igualmente desafiante ou até mais. O nosso compromisso é garantir que todos, independentemente da sua situação, tenham acesso ao suporte necessário para atravessar esta fase da melhor forma possível”, justifica.

O processo está “praticamente concluído”, tendo sido encontradas “soluções individuais para várias pessoas”.

“Enquanto fundador, é uma altura particularmente difícil porque todas estas pessoas apostaram no meu sonho. São pessoas que contrataria novamente se voltasse atrás no tempo. Enquanto CEO tenho de garantir que posiciono a Leadzai da forma mais competitiva para garantir o futuro dos 51 que são hoje colaboradores”, diz.

João Aroso, fundador e CEO da Leadzai

Atuando na área da publicidade online, ajudando micro e pequenas empresas a angariar clientes através do marketing digital, “em Portugal o negócio está maduro e estável em termos de crescimento”, representando o mercado externo “praticamente 80%” das receitas.

“O mercado americano é, de longe, o maior do mundo na nossa área. O investimento em crescimento através de canais digitais por parte das micro e pequenas empresas americanas não tem paralelo. Continuaremos a apostar em mercados maduros e de escala“, adianta João Aroso, quando questionado sobre qual a aposta estratégica para o futuro.

Até ao momento, a adtech já levantou cerca de 10 milhões no mercado.

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