“Portugal tem posição privilegiada para dar contributo positivo” para transição verde na Europa

"Portugal, do ponto de vista do que é a visão do Governo e estratégia, está em linha com os desafios e competitividade" a nível europeu, afirma o secretário de Estado da Economia, João Rui Ferreira.

O secretário de Estado da Economia, João Rui Ferreira, acredita que Portugal tem uma “posição privilegiada”, no âmbito europeu, para ajudar o Velho Continente no processo de transição energética e para uma economia mais verde, e sublinha a necessidade de reforçar o tecido industrial e promover a sua transformação e inovação.

“Ontem ficou claro no discurso da presidente da Comissão [Europeia] que metas e ambições não são negociáveis”, considera o secretário de Estado, que identifica na Bússola para a Competitividade “grandes pistas” para o caminho que se pretende. “Pode é haver uma dúvida na velocidade a que queremos fazer a aplicação”, considera.

O secretário de Estado falava na segunda conferência dedicada às conclusões do Relatório Draghi, organizada pelo ECO em parceria com a PwC, e que se debruçou sobre o tema Indústria Verde.

Independentemente do ritmo a que a Europa prossiga, vê boas perspetivas para o país. “Portugal, do ponto de vista do que é a visão do Governo e estratégia, está em linha com os desafios e competitividade” que têm sido anunciados e apresentado como objetivo, respetivamente, pelas entidades europeias. Olhando aos planos avançados, desde o Relatório Draghi até à Bússola para Competitividade, “Portugal tem uma posição privilegiada para dar um contributo positivo” ao movimento continental.

João Rui Ferreira entende que o ponto de partida de Portugal é interessante na medida em que tem uma grande penetração de energias renováveis e preços “competitivos” da eletricidade, assim como “boas reservas” de matérias-primas críticas, como o lítio. Do seu ponto de vista, para continuar o rumo já “traçado” de Portugal, é necessário reforçar o tecido industrial, aumentar a capacidade de transformação da indústria, aproximar empresas ao longo da cadeia e trazer mais valor para o país.

Estamos a trabalhar [o Governo] nessa reflexão de como podemos ser ainda mais eficientes mas também como podemos chegar às PME [pequenas e médias empresas] e ter esse efeito transformador em vários níveis“, indicou o responsável. Como exemplos de iniciativas já lançadas, apontou um programa, operacionalizado recentemente, de mil milhões de euros e uma nova linha de incentivos para a indústria ecológica. Linhas que têm muito foco na descarbonização da indústria.

Em paralelo, fechar o fosso da inovação é um tema que a Europa identifica como crítico, sublinhou o secretário de Estado, pelo que “Portugal deve e vai estar no pelotão da frente desta nova vaga tecnológica“. Neste campo, assinalou que o Governo tem apostado em acelerar todos os mecanismos relacionados com tecnologias emergentes, nomeadamente no âmbito dos fundos comunitários. Até porque um dos pontos nos quais a Europa está mais atrasada em relação às restantes potências económicas é o acesso a capital, explica, nomeadamente nas fases posteriores de capitalização e crescimento das startup.

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STCP passa a fiscalizar “estacionamento indevido” no Porto. Agentes terão “autoridade” para multar

Operadora arranca a 3 de fevereiro a fiscalização do estacionamento de veículos em faixas Bus e nas vias com paragens de transporte rodoviário e ferroviário na cidade Invicta.

A STCP – Sociedade de Transportes Coletivos do Porto vai passar a fiscalizar o estacionamento de veículos em faixas Bus e nas vias com paragens de transporte público rodoviário e ferroviário na cidade Invicta.

A fiscalização arranca a 3 de fevereiro e será feita por agentes STCP “devidamente credenciados” pela Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR). Vão circular em veículos identificados e “terão autoridade para emitir autos de contraordenação aos infratores”.

Em comunicado, a empresa liderada por Cristina Pimentel, que esta semana lançou um concurso de 13 milhões para comprar mais 30 autocarros elétricos, diz que esta equipa vai fiscalizar as áreas em que o estacionamento abusivo mais afeta a circulação de transporte público, em articulação com a Polícia Municipal.

“Para sancionar o estacionamento indevido, a fiscalização pode ser acionada através do alerta dado pelo motorista ao Centro de Controlo da STCP, pelo aviso do próprio Centro de Controlo aos agentes ou ainda pelas rondas diárias realizadas pelos fiscais”, descreve a empresa.

Aprovada pela Câmara Municipal do Porto, esta medida reforça as competências da STCP, além da exploração do serviço público de transporte de passageiros, com o objetivo de “reduzir as perturbações na circulação, aumentando a velocidade comercial e a regularidade do serviço, que têm um impacto direto na qualidade de vida dos passageiros”.

Na mesma nota, a empresa assinala que este reforço da fiscalização será “um passo decisivo” para melhorar a mobilidade na Invicta. “Ao assegurar a desobstrução das faixas Bus, das paragens de transporte público e de outras vias, não só facilita a fluidez do trânsito, como também aprimora a eficiência e o conforto para os passageiros”, destaca.

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Presidente do BPI defende continuidade de Centeno no Banco de Portugal. “Tem uma cabeça independente”

Mário Centeno "fez um grande trabalho" no Banco de Portugal, "é um grande agregador e tem uma cabeça independente", elogiou Oliveira e Costa, para quem a sua "continuidade seria algo positivo".

O presidente executivo do BPI defende a continuidade de Mário Centeno como governador do Banco de Portugal. “Fez um grande trabalho, é um grande agregador e tem uma cabeça independente“, afirmou João Pedro Oliveira e Costa.

Aprecio bastante o atual governador, quer em termos pessoais e profissionais“, começou por dizer o líder do BPI depois de questionado sobre se o Governo devia manter Mário Centeno à frente do supervisor bancário e cujo mandato termina em julho.

Segundo João Pedro Oliveira e Costa, Mário Centeno tem um “discurso mobilizador” e goza de “grande prestígio nacional” que beneficia o país. Elogiou a sua independência. “Foi bastante incisivo no tema dos depósitos e no tema do crédito à habitação”.

Tivemos a ganhar com Mário Centeno como governador. A sua continuidade seria algo positivo“, frisou ainda.

Ainda assim, “se não for Mário Centeno” o próximo governador do Banco de Portugal, “cá estaremos para receber outra pessoa”, acrescentou João Pedro Oliveira e Costa. “O Banco de Portugal tem perto de 130 anos e viveu com todo o tipo de pessoas, umas melhores e outras piores. Mas está lá, com uma estrutura forte, pesada. A estabilidade não é de uma pessoa”, comentou ainda sobre se uma mudança no regulador bancário poderia trazer alguma instabilidade.

Juros dos depósitos baixos? “Não somos um serviço público”

Questionado sobre a rapidez com que os bancos estão a baixar os juros dos depósitos em contraste com a lentidão que mostraram ao subir as taxas, João Pedro Oliveira e Costa disse que “é a lei da oferta e da procura a funcionar” e atirou: “Não somos um serviço público”.

“O tema dos depósitos é uma questão concorrencial. Quando sentimos maior pressão, nós aumentamos significativamente as taxas de depósitos. Quando sentimos que a pressão era menor, fomos ajustando os preços”, explicou.

“Nós crescemos nos depósitos no ano passado. Se fossemos pouco competitivos, as pessoas teriam procurado alternativas”, referiu.

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Papel da Ordem dos Advogados na revisão dos oficiosos foi “fundamental”, diz bastonária

Bastonária dos advogados fez dois comunicados em reação à portaria dos advogados oficiosos: um que publicou no site e outro enviado às redações: "a presença da OA neste processo foi fundamental".

A bastonária da Ordem dos Advogados (OA) considera que a revisão da tabela dos honorários dos advogados oficiosos “é um momento histórico e positivo para a advocacia, que, após mais de 20 anos de espera, consegue finalmente uma revisão daquela tabela, com um aumento global de cerca de 7 milhões de euros e aumento de vários processos superior a 20%, que representarão, necessariamente, um aumento do valor individualmente pago a cada profissional”. Em comunicado publicado no site da Ordem dos Advogados (ler aqui), Fernanda de Almeida Pinheiro sublinha que “esta tabela configura todo um novo paradigma pelo que deve ser analisada não processo a processo, mas de um ponto de vista global”.

Em causa a portaria relativa às novas regras para os advogados oficiosos. Mas que apenas entra em vigor no segundo semestre do ano, “após período de adaptação do sistema”, diz o MJ. O Governo atualiza honorários dos advogados oficiosos e revê regras do Sistema de Acesso ao Direito (SADT), aproveitando as conclusões do estudo do Grupo de Trabalho, criado para esse efeito.

A portaria define que os advogados oficiosos vão passar a ser pagos em função da complexidade e do tempo que se gasta com cada processo, a poder fazer mais atos nos tribunais – incluindo em casos de mediação, arbitragem e em conservatórias – a consulta jurídica passa a ter o valor de 48 euros e estes advogados serão pagos, no imediato, em caso de substituição de mandatário, evitando atrasos e problemas de partilha de honorários entre os advogados nomeados. A unidade de referência que permite o cálculo desses honorários também muda: passa de 25,5 euros para 28 euros.

“Não é ainda a tabela que a Advocacia queria e merecia (e a OA foi sempre bem clara nesse aspeto, junto do Ministério da Justiça), mas a presença da OA neste processo foi fundamental para garantir que se colocaria um fim à inação dos vários governos durante mais de 20 anos e se garantisse a introdução de vários pontos positivos, que irão certamente contribuir para uma maior dignificação”, diz ainda. O comunicado foi publicado na quarta-feira à noite.

Não é ainda a tabela que a advocacia queria e merecia (e a OA foi sempre bem clara nesse aspeto, junto do Ministério da Justiça), mas a presença da OA neste processo foi fundamental para garantir que se colocaria um fim à inação dos vários governos durante mais de 20 anos”, acrescentando que “a Ordem dos Advogados reitera o seu compromisso em continuar a colaborar com o Ministério da Justiça na prossecução de medidas que garantam aos advogados as condições necessárias para a defesa dos cidadãos”.

Fernanda de Almeida Pinheiro

Horas depois, através da agência de comunicação, a OA enviava um segundo comunicado – mais comedido – em que dizia reconhecer que “a revisão da tabela de honorários aplicável aos advogados inscritos no Sistema de Acesso ao Direito e aos Tribunais (SADT) como um primeiro passo positivo para a advocacia, ao iniciar a atualização dos honorários dos profissionais que garantem o acesso à justiça”. Chamando a si esta ‘conquista’, Fernanda de Almeida Pinheiro sublinhou que ” não é ainda a tabela que a advocacia queria e merecia (e a OA foi sempre bem clara nesse aspeto, junto do Ministério da Justiça), mas a presença da OA neste processo foi fundamental para garantir que se colocaria um fim à inação dos vários governos durante mais de 20 anos”, acrescentando que “a Ordem dos Advogados reitera o seu compromisso em continuar a colaborar com o Ministério da Justiça na prossecução de medidas que garantam aos advogados as condições necessárias para a defesa dos cidadãos”.

Porém, em entrevista ao ECO/Advocatus, Maria Clara Figueiredo, Secretária da Estado Adjunta e da Justiça sublinhou “deixamos claro que este processo não era, como não foi, uma negociação com a Ordem dos Advogados”.

“Sabíamos da pretensão da OA em ter a tabela revista. Reconhecemos essa necessidade logo desde o primeiro dia, o que nos levou a criar um grupo de trabalho que, sob minha orientação direta, não só reviu a tabela como foi mais longe e reviu todo o sistema de pagamento aos advogados oficiosos. Por isso, não entendemos a greve, nem a postura da OA enquanto fazíamos o trabalho técnico, que a OA bem sabia que estava a ser feito. No decurso dos trabalhos, ouvimos, naturalmente, a Ordem dos Advogados, bem como a Ordem dos Solicitadores e Agentes de Execução. Deixamos claro que este processo não era, como não foi, uma negociação com a Ordem dos Advogados”, disse Maria Clara Figueiredo.

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Universal McCann adota nova abordagem “Full Colour Media”. Quer acelerar eficácia das marcas na era da IA

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  • 30 Janeiro 2025

A nova abordagem "vai contribuir para que a IA se torne mais eficaz e evitar que a marca se torne insípida", afirma a agência do grupo IPG Mediabrands.

A Universal McCann (UM) apresenta uma nova abordagem e filosofia intitulada Full Colour Media, concebida para “revolucionar a forma como os profissionais de marketing constroem as marcas na era da inteligência artificial“.

“No contexto da inteligência artificial e dos desafios que traz para o nosso setor, Full Colour Media é uma abordagem estratégica de planeamento omnicanal que desbloqueia a intervenção humana e vai ajudar as marcas a contornarem o risco de se tornarem insípidas. É uma nova filosofia que vai tornar o marketing mais eficaz, com vantagens claras para o crescimento das marcas e dos nossos clientes“, diz Teresa Morgado, diretora-geral da UM, citada em comunicado.

Já Susan Kingston-Brown, global brand presidente da UM, refere que esta nova abordagem “combina facilmente a visibilidade do impacto dos meios de comunicação de qualidade com a vibração e a variabilidade de pontos de contacto mais pequenos e profundos, criando um conjunto de histórias nos media que contribuem para o crescimento da marca”.

Num mundo dominado por algoritmos, desafia os modelos lineares ultrapassados e de decisão para impulsionar a verdadeira ‘diferença’ e o crescimento da marca”, acrescenta.

Esta nova a abordagem da rede global de agências de meios do Grupo IPG Mediabrands “abraça um novo conjunto de comportamentos, estratégias e produtos em toda a rede global da UM, incluindo a construção de uma nova cultura de mudança orientada para o crescimento, em toda a organização”, refere-se em nota de imprensa.

A abordagem Full Colour Media é sustentada por uma investigação sobre a construção de marcas na era da IA, que culminou na teoria de marketing “Brand Patterns” e num “modelo proprietário para impulsionar o crescimento e a diferenciação das marcas”.

Este novo modelo permite “compreender aspetos complexos dos padrões de uma marca, como a sua singularidade, e o que a diferencia, permitindo elevá-la e distingui-la das demais”, sendo que esta “compreensão mais aprofundada” sobre o que diferencia uma marca “vai contribuir para que a IA se torne mais eficaz e evitar que a marca se torne insípida”.

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PGR admite “indícios de falsificação” nos despedimentos do Bloco de Esquerda

Procuradoria-Geral da República (PGR) abriu um inquérito para investigar o caso dos despedimentos que aconteceram no Bloco de Esquerda. Dois casos terão sido alvo de contratos-fantasma.

“Estivemos a estudar as questões. Pareceu-nos que era possível e que havia condições para, pelo menos, averiguar e depois daremos o despacho quando fizemos a investigação”, disse Amadeu Guerra. “Os indícios que também temos são de falsificação, mas isso não significa que que se venha provar. Portanto, o que vamos fazer é investigação, como fazemos em todas as situações.” As explicações são do Procurador-Geral da República, em declarações aos jornalistas, à margem da visita que realizou à comarca Porto Este, em Penafiel.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) abriu esta quinta-feira um inquérito para investigar o caso dos alegados despedimentos que aconteceram no Bloco de Esquerda (BE). Em concreto, para investigar o caso das trabalhadoras que foram despedidas após terem sido mães e em que dois casos terão sido alvo de contratos-fantasma, como avançou o Observador.

“Confirma-se a instauração de inquérito, o qual corre termos no DIAP de Lisboa“, confirmou a Procuradoria-Geral da República ao mesmo jornal. A notícia dos alegados despedimentos, ocorridos entre 2022 e 2024, tinha sido avançada pela revista Sábado.

O partido liderado por Mariana Mortágua negou ter despedido as cinco trabalhadoras por terem sido recentemente mães, tendo apresentado queixa à Entidade de Regulação da Comunicação Social. Segundo o BE, devido aos resultados das eleições legislativas de 2022, perdeu metade da subvenção mensal que recebia e decidiu reduziu a “cerca de metade a sua rede de sedes e a sua estrutura profissional, em aproximadamente 30 pessoas”

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Lagarde explica 4º corte seguido dos juros do BCE. Acompanhe aqui

A presidente do Banco Central Europeu vai falar sobre o racional por trás do novo corte nas de juro e os próximos passos na política monetária.

O controlo da inflação e os estímulos à fraca economia da Zona Euro vão ser dois dos temas principais a abordar por Christine Lagarde na conferência de imprensa em Frankfurt após o Banco Central Europeu ter anunciado um novo corte de 25 pontos base nas taxas de juro.

Acompanhe aqui o evento.

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Startup de marketing digital Leadzai reestrutura negócio e corta 25% dos trabalhadores

A adtech, que integrou o primeiro lote de startups do Scaling Up da Unicorn Factory Lisboa, justifica a redução da equipa com a necessidade de se posicionar "de forma mais competitiva".

A Leadzai, startup que atua no mercado da publicidade online, avançou para uma reestruturação que levou à redução de 17 postos de trabalho, um corte de 25% na equipa que passou a ter 51 pessoas, confirmou o ECO junto da empresa. “Posicionar a Leadzai de forma mais competitiva no mercado” e a perda de um parceiro “com o qual tinham feito investimento significativo” justificam esta reorganização da adtech que integrou o arranque do programa Scaling Up da Unicorn Factory Lisboa.

“Nos últimos dois anos, o mercado da inteligência artificial e da publicidade digital tem evoluído, e consequentemente alterado comportamentos a um ritmo muito superior do que nos anos anteriores. É nossa função tentar antecipar essas alterações e tendências, e posicionar a Leadzai da forma mais competitiva no mercado. Esta reorganização deve-se a essa procura constante pelo posicionamento certo“, justifica João Aroso, fundador e CEO da Leadzai, ao ECO.

A perda de um parceiro com o qual fizeram um “investimento significativo” também impactou decisão. “Efetivamente, existiu um parceiro com o qual terminamos uma relação no final do ano e, que apesar de não ter sido em 2024 uma grande parte das nossas receitas, foi um parceiro com o qual fizemos um investimento significativo e que tínhamos planeado obter o retorno desse investimento de 2025 em diante”, explica o fundador da adtech. “Infelizmente o parceiro, fruto desta dinâmica de mercado, decidiu fazer uma aquisição estratégica de uma outra empresa que acabou por incompatibilizar de alguma forma o plano que tínhamos”, sintetiza.

Reestruturação com impacto na equipa

O contexto determinou uma reestruturação, com redução de pessoal. “Terminámos a relação com 17 colaboradores, embora este número não corresponda diretamente a 17 postos de trabalho efetivos. Atualmente, passamos a ser 51″, precisa o gestor. Um corte de 25% na equipa.

O responsável destaca que, no processo, os trabalhadores foram tratados “todos por igual, independentemente do vínculo contratual“, diz. “Acreditamos que a relação com os colaboradores deve sobrepor-se ao formalismo que, por vezes, poderia permitir à empresa cortar custos de uma forma menos humana”, acrescenta.

Enquanto fundador, é uma altura particularmente difícil porque todas estas pessoas apostaram no meu sonho. São pessoas que contrataria novamente se voltasse atrás no tempo.

João Aroso

Fundador e CEO da Leadzai

Nesse sentido, a Leadzai fez um “acordo com uma empresa especializada na recolocação de talento no mercado“, tendo ainda reforçado “parceria com a empresa de saúde mental com quem trabalhamos há dois anos, que estará disponível tanto para apoiar os colaboradores que saem como para os que ficam”, descreve.

“Sabemos que a vulnerabilidade financeira é apenas um dos ângulos de um momento como este, e que a vulnerabilidade emocional pode ser igualmente desafiante ou até mais. O nosso compromisso é garantir que todos, independentemente da sua situação, tenham acesso ao suporte necessário para atravessar esta fase da melhor forma possível”, justifica.

O processo está “praticamente concluído”, tendo sido encontradas “soluções individuais para várias pessoas”.

“Enquanto fundador, é uma altura particularmente difícil porque todas estas pessoas apostaram no meu sonho. São pessoas que contrataria novamente se voltasse atrás no tempo. Enquanto CEO tenho de garantir que posiciono a Leadzai da forma mais competitiva para garantir o futuro dos 51 que são hoje colaboradores”, diz.

João Aroso, fundador e CEO da Leadzai

Atuando na área da publicidade online, ajudando micro e pequenas empresas a angariar clientes através do marketing digital, “em Portugal o negócio está maduro e estável em termos de crescimento”, representando o mercado externo “praticamente 80%” das receitas.

“O mercado americano é, de longe, o maior do mundo na nossa área. O investimento em crescimento através de canais digitais por parte das micro e pequenas empresas americanas não tem paralelo. Continuaremos a apostar em mercados maduros e de escala“, adianta João Aroso, quando questionado sobre qual a aposta estratégica para o futuro.

Até ao momento, a adtech já levantou cerca de 10 milhões no mercado.

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BCE corta novamente juros em 25 pontos base. Taxa de depósitos baixa para 2,75%

O banco central liderado por Christine Lagarde anunciou a quarta descida seguida no custo do euro, numa altura em que o foco já passou do controlo da inflação para o crescimento da economia.

O Conselho do Banco Central Europeu (BCE) voltou esta quinta-feira a cortar as taxas de referência em 25 pontos base, numa decisão que era antecipada pelos investidores e analistas e fundamentada pelos “ventos contrários” que economia da Zona Euro enfrenta. Trata-se da quarta vez consecutiva que a autoridade da política monetária corta as taxa de juro.

Com esta decisão, anunciada pelo Conselho do BCE em Frankfurt, na Alemanha, a taxa de juro da facilidade permanente de depósito baixa para 2,75%, alcançando o valor mais baixo desde fevereiro de 2023.

“Em particular, a decisão de baixar a taxa da facilidade permanente de depósito – a taxa através da qual o Conselho do BCE orienta a orientação da política monetária – baseia-se na sua avaliação actualizada das perspetivas para a inflação, da dinâmica da inflação subjacente e da força da transmissão da política monetária“, referiu o BCE em comunicado.

A taxa de juro aplicável às operações principais de refinanciamento e a taxa de juro da facilidade permanente de cedência marginal de liquidez fixam-se em 2.90% e 3.15%, respetivamente. As novas taxas entrarão em vigor a 5 de fevereiro.

A instituição liderada por Christine Lagarde adiantou que o processo de desinflação “está no bom caminho”, com a inflação a evoluir, em geral, de acordo com as projeções dos especialistas do BCE e deverá regressar ao objetivo de médio prazo de 2% fixado pelo Conselho no decurso do corrente ano.

“A maioria das medidas da inflação subjacente sugere que a inflação se fixará em torno do objetivo numa base sustentada”, referiu, explicando que a inflação interna permanece elevada, sobretudo porque os salários e os preços em determinados sectores ainda estão a ajustar-se ao anterior aumento da inflação com um atraso substancial.

Notou, contudo, que o crescimento dos salários está a moderar, como esperado, e os lucros estão a amortecer parcialmente o impacto na inflação.

Os recentes cortes nas taxas de juro estão a tornar gradualmente os novos empréstimos menos onerosos para as empresas e as famílias, acrescentou BCE, antes de concluir embora a economia continue “a enfrentar ventos contrários” o aumento dos rendimentos reais e o desvanecimento gradual dos efeitos da política monetária restritiva “deverão apoiar uma retoma da procura ao longo do tempo”.

(notícia atualizada às 13h24 com mais informação )

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Quase metade dos jovens qualificados admite mudar de emprego em 2025

Falta de oportunidades de formação e procura de melhor equilíbrio entre vida pessoal e profissional levam quase metade dos jovens a admitirem mudar de emprego durante este ano.

Quase metade dos jovens portugueses qualificados e com experiência no mercado de trabalho está disposta a mudar de emprego este ano, de acordo um novo relatório da empresa de recursos humanos Gi Group Holding. O descontentamento face à falta de progressão na carreira e de oportunidades de formação, assim como a procura de condições de trabalho que privilegiem o bem-estar, explicam esta abertura, que também sido sentida entre os jovens de outros países.

“Cerca de 45% dos jovens portugueses com formação superior e experiência profissional considera mudar de emprego em 2025. Os resultados mostram uma tendência crescente de mobilidade no mercado de trabalho“, lê-se no relatório divulgado esta quinta-feira, que tem por base as respostas de mais de três mil jovens graduados (dos 24 aos 40 anos) de 12 países (incluindo Portugal).

Entre os fatores que mais pesam nas decisões dos jovens portugueses estão as condições de trabalho que proporcionam um “equilíbrio sólido” entre a vida profissional e pessoal (70% dos inquiridos consideram esse equilíbrio essencial), mas também as oportunidades de formação contínua (que foram destacadas por 71% dos inquiridos). Os jovens valorizam, segundo mostram os dados, a “possibilidade de adquirirem novas competências e crescerem profissionalmente”.

Por outro lado, 68% dos inquiridos revelaram apreciar as soluções de trabalho híbridas. Um dado pertinente tendo em conta que, lá fora, várias multinacionais têm imposto o regresso ao modelo 100% presencial aos seus trabalhadores.

Entre os vários países estudados é uniforme a valorização da formação contínua, mas Portugal lidera no que diz respeito ao foco dos jovens no equilíbrio entre vida pessoal e profissional.

Já quando questionados sobre o método de procura de emprego, 56% dos entrevistados referiram o envio de CV’s em resposta a anúncios de emprego, sendo este “um dos métodos mais comuns para procurar trabalho”. Além disso, 39% dos portugueses utilizam o LinkedIn para procurar emprego, colocando-o como a quarta opção mais popular.

“Entre os canais mais eficazes para encontrar emprego, o word-of-mouth [passa-a-palavra] destaca-se em Portugal, com uma taxa de conversão de 42%, uma das mais altas na Europa. Este método é especialmente eficaz em todos os países europeus analisados, refletindo o papel importante das redes pessoais de contatos, como amigos e familiares, no apoio à procura de trabalho”, remata a Gi Group Holding.

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“Situação está fora de controlo”. Parlamento Europeu já tem equipa para responder à crise da habitação

A nova comissão especial terá um mandato de um ano e além de apresentar propostas legislativas, ajudará Bruxelas a elaborar e executar o Plano de Habitação Acessível e a Estratégia de Habitação da UE.

A comissão especial para responder à crise da habitação (HOUS) no Parlamento Europeu já está a trabalhar e promete entregar propostas, análises e ajudar a Comissão Europeia na elaboração de um Plano de Habitação Acessível e a Estratégia de Habitação da União Europeia (UE), que servirá para impulsionar a construção de novas casas no bloco.

A situação no mercado da habitação está fora de controlo. Temos dados preocupantes sobre o acesso à habitação. Existem muitos europeus a usar quase metade do salário para pagar as suas casas, sejam prestações ou renda”, declarou Irene Tinagli, recém-eleita presidente da HOUS, esta quinta-feira, durante uma conferência de imprensa.

De acordo com a responsável italiana, embora o “fenómeno varie de país para país”, “o problema é comum a todos” e exige, por isso, uma resposta das instituições europeias. “Esta comissão é o primeiro passo para perceber o que é que aconteceu nos últimos anos e o que podemos fazer para ajudar as famílias. O direito a habitação é uma necessidade básica”, declarou a presidente da comissão.

Por ser uma comissão especial, a equipa da qual fazem Sebastião Bugalho, eurodeputado eleito pela Aliança Democrática, e Isilda Gomes, eleita pelo PS — estará operacional apenas durante um ano. Mas promete entregar durante esse período um “relatório com análises, ideias e propostas para dar resposta a um problema que afeta milhões de cidadãos”, garantiu Tinagli.

Além do relatório, a comissão está encarregue de fazer um levantamento das necessidades em matéria de habitação em cada Estado-membro e uma análise das políticas de habitação existentes na UE, assim como ajudar a Comissão Europeia na execução do plano para a criação de habitação a preços acessíveis e a estratégia europeia para impulsionar a construção no bloco europeu.

Esta comissão surge dias depois de o Eurostat ter divulgado dados que dão conta que os preços da habitação na União Europeia continuam a subir, com Portugal a destacar-se entre os países com as maiores subidas.

No terceiro trimestre do ano, os preços das casas em Portugal subiram 3,7% face ao trimestre anterior. Trata-se da segunda maior subida entre os países da União Europeia. Em termos homólogos, os preços aceleraram 9,8%, acima dos aumentos de 7,8% e 7% registados nos dois trimestres anteriores. Desde 2010, Portugal é um dos países onde os preços mais que duplicaram: dispararam 113%.

No panorama da UE, os preços da habitação aumentaram, no terceiro trimestre do ano que terminou: 2,6% na Zona Euro e 3,8% na UE, em comparação com o mesmo trimestre do ano anterior. Estas subidas superam os aumentos de 1,4% e 3,0% na Zona Euro e na UE, respetivamente, registados no segundo trimestre.

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Vítor Escária é arguido em caso de violação de segredo de Estado

  • ADVOCATUS
  • 30 Janeiro 2025

O Ministério Público interrogou na manhã desta quinta-feira Vítor Escária no âmbito da investigação que foi aberta à alegada violação de segredo de Estado e de segredo fiscal.

O Ministério Público interrogou na manhã desta quinta-feira Vítor Escária no âmbito da investigação que foi aberta à alegada violação de segredo de Estado e de segredo fiscal, avançou a CNN Portugal. Que diz ainda que o ex-chefe de gabinete de António Costa é agora arguido também nesse inquérito.

Em causa suspeitas de violação de segredo de Estado depois de ter sido encontrada uma pen drive, em novembro de 2023, nas buscas à residência oficial do então primeiro-ministro, António Costa, num cofre no gabinete de Vítor Escária, então chefe de gabinete de Costa. Essa pen drive contém alegadamente nomes e outros dados pessoais de centenas de agentes dos SIS e SIED, Polícia Judiciária e quadros das Finanças. Porém, essa pen já estaria no gabinete de Escária antes de este ter começado a função de chefe de gabinete de Costa.

Em maio, o ex-primeiro ministro António Costa foi ouvido pelo DCIAP mas na qualidade de “declarante” e não de arguido. A equipa do Ministério Público que está com a Operação Influencer, atualmente liderada pela procuradora Rita Madeira, decidiu ceder ao pedido feito por António Costa para ser ouvido no processo em que o antigo chefe de governo socialista foi identificado como suspeito de crime de prevaricação. A audição demorou cerca de uma hora e meia e não foi perguntado nada que não seja já público ao ex-líder socialista. Nem tão pouco foi referida a palavra ‘prevaricação’, o crime de que alegadamente Costa é suspeito.

António Costa é suspeito do crime de prevaricação devido a uma lei alegadamente negociada entre João Tiago Silveira e João Galamba para beneficiar Start Campus. Segundo o Ministério Público, o ex primeiro-ministro é suspeito da alegada prática do crime de prevaricação devido à aprovação do novo Regime Jurídico de Urbanização e Edificação no Conselho de Ministros do dia 19 de outubro de 2023.

Em abril do ano passado, o Supremo Tribunal de Justiça decidiu entregar a investigação ao DCIAP. Ou seja, o processo de António Costa passou para a primeira instância, igual a qualquer cidadão, perdendo o foro especial de primeiro-ministro. Mas estará a ser investigado de forma autónoma às restantes investigações que envolvem Vítor Escária, Diogo Lacerda de Machado e Rui de Oliveira Neves.

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