Portugal realiza leilão de dívida a um ano na próxima quarta-feira

  • Lusa
  • 11 Abril 2025

O montante indicativo da emissão de Bilhetes do Tesouro situa-se entre 1.000 milhões e 1.250 milhões de euros.

A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) vai realizar, na próxima quarta-feira, um leilão de Bilhetes do Tesouro (BT), com maturidade em março de 2026 e um montante até 1.250 milhões de euros.

Num comunicado, divulgado esta sexta-feira, o IGCP indica que “vai realizar no próximo dia 16 de abril pelas 10:30 um leilão da linha de BT com maturidade em 20 de março de 2026”. O montante indicativo situa-se entre 1.000 milhões e 1.250 milhões de euros, segundo a agência que gere a dívida pública.

No mais recente leilão deste tipo, em março, o IGCP colocou 1.223 milhões de euros em Bilhetes do Tesouro a 12 meses à taxa média de 2,227%, inferior à verificada em janeiro.

Segundo a página do IGCP na agência Bloomberg, em BT com vencimento em 20 de março de 2026 (um ano) foram colocados 1.223 milhões de euros, abaixo do montante máximo indicativo, à taxa média de 2,227% e a procura atingiu 3.030 milhões de euros, 2,48 vezes o montante colocado.

Em março, a agência adiantou que as necessidades de financiamento líquidas do Estado em 2025 mantêm-se em cerca de 18.000 milhões de euros, segundo a atualização do Programa de Financiamento da República Portuguesa para o segundo trimestre.

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PSD/CDS recua e baixa IRC para 17%. IRS desce dois mil milhões

A redução do IRC faseada é para continuar, apesar do braço de ferro com o PS. IRS baixa já este ano 500 milhões de euros, perfazendo dois mil milhões até final da legislatura.

A coligação PSD/CDS promete continuar com a trajetória de descida do IRC, de forma faseada, para chegar a uma taxa de 17%, no final da legislatura, em 2029, uma redução de três pontos face à atual, de 20%. Mas recua na meta inscrita no programa de há um ano, quando pretendia descer o imposto sobre as empresas até 15%, segundo o programa com que concorre às eleições legislativas de 18 de maio, divulgado esta sexta-feira. A fatura deverá ser menor. Se os partidos mantivessem a proposta inicial, o custo para o Estado seria de 1.500 milhões de euros em perda de receita.

Para as pequenas e médias empresas (PME), o objetivo é descer a taxa dos atuais 16% para 15%, quando anteriormente era defendido um recuo maior, para 12,5%, nos primeiros 50 mil euros de lucro tributável.

Para as legislativas de 2024, o PSD comprometia-se com uma redução do IRC em seis pontos percentuais ao longo da legislatura, entre 2025 e 2027, de 21% para 15%, e estimava um custo global para esta medida de 1.500 milhões de euros. No Orçamento do Estado de Estado para 2025 (OE2025), ainda conseguiu reduzir o imposto sobre as empresas em um ponto com o aval do PS, passando a taxa nominal de 21% para 20% do PIB.

Apesar da marcha trás na descida do IRC e de, no ano passado, a AD ter quantificado o impacto nas contas públicas (1.500 milhões de euros), desta vez o líder do PSD, Luís Montenegro, afastou um efeito negativo. “A pensar nas empresas que precisam de meios e liquidez para comprar novas máquinas, para investirem em tecnologia, em bons recursos humanos, em novas instalações, propomos, entre outras medidas, baixar o IRC para um nível que seja comportável na próxima legislatura até 17% e até 15% para as PME. O impacto financeiro que temos para esta medida não é negativo é positivo. É positivo com base naquilo que é a realidade da economia portuguesa”, defendeu durante a apresentação do programa eleitoral.

Montenegro usou o efeito positivo na economia da descida do imposto em dois pontos percentuais, em 2014, para justificar as contas. Um ano antes, com Pedro Passos Coelho ao leme da governação do país e António José Seguro na liderança dos socialistas, foi assinado um pacto para baixar o imposto sobre as empresas de 25% para 23%, em 2014, e para 21%, em 2015.

“Quando o PS ainda acreditava que a economia podia ser mais competitiva, fizemos um acordo com o PS e diminuímos em dois pontos percentuais a taxa e a receita desse ano aumentou. A taxa desceu e a receita aumentou”, defendeu.

De salientar, no entanto, que a diminuição da taxa normal, em 2014, de 25% para 23%, foi compensada pela introdução e posterior agravamento da derrama estadual, que varia entre 3% e 9%, quando o lucro tributável é superior a 1,5 milhões de euros, como recorda o Banco de Portugal (BdP). Para além disso, as autarquias podem decidir aplicar uma outra taxa, designada de derrama municipal, que pode chegar a 1,5%.

Ainda assim, e baseando-se na receita fiscal em IRC arrecadada em 2014, que subiu, o presidente social-democrata tentou fazer agora o paralelismo com a proposta de uma nova descida do IRC, de 20% para 19%. Este ano, já houve a redução de um ponto percentual, de 21% para 20%, mas o impacto só se vai sentir em 2026, na altura da liquidação do imposto.

Montenegro apontou ainda para a trajetória positiva na receita do imposto, que até superou as estimativas. “No ano passado, não houve descida da taxa, o Governo anterior não aprovou nenhuma descida, foi feita uma previsão de receita de oito mil milhões e o Governo enganou-se. Terminámos 2024 com uma receita de 10,2 mil milhões de euros. A receita foi superior em dois mil milhões e se a taxa tivesse diminuído um ou dois pontos o efeito em 2024 seria positivo”, argumentou.

O programa eleitoral da AD prevê ainda a eliminação, “de forma gradual, da progressividade da derrama estadual” e a visa ainda acabar com a derrama municipal.

“Quem vê isto a governar apenas para alguns, é quem não vê o que é governar uma empresa. Quando isto vem de alguém que se diz que viveu nas empresas… Fico com a sensação, não duvidando, que talvez tenha vivido nas empresas, mas talvez não tenha trabalhado nas empresas”, atirou Montenegro numa crítica ao líder do PS, Pedro Nuno Santos.

Redução do IRS já este ano em 500 milhões “é em cima do que já diminuiu”

A redução do IRS também é para aprofundar. O programa estabelece uma descida de dois mil milhões de euros em quatro anos, até ao 8.ºescalão, devendo baixar já este ano em 500 milhões de euros. E este alívio fiscal é um adicional face ao mecanismo de atualização dos escalões, em função da produtividade e inflação, que ficou inscrito na lei com o Orçamento do Estado para 2025 (OE2025), esclareceu o líder do PSD, Luís Montenegro, durante a apresentação do programa.

“Em 2025, vai diminuir mais 500 milhões de euros em cima daquilo que já diminuiu por força da atualização dos escalões do IRS no dobro da taxa de inflação”, afirmou. Já este ano, e à boleia do OE2025, os escalões foram atualizados em 4,6%, o que corresponde ao dobro da inflação prevista, e mantiveram-se os nove níveis de tributação. Isto significa que cada patamar de rendimento passou a cobrir uma faixa maior de rendimento. Nesse sentido, quem teve aumentos salariais até 4,6% não paga mais imposto.

Quanto ao IRS Jovem, que este ano foi alargado para 10 anos de isenção faseada do imposto, para trabalhadores até aos 35 anos de idade e independentemente da habilitações académicas, a coligação indica apenas que quer apenas “garantir a continuidade do IRS Jovem reduzido”. Ou seja, a medida é para manter nos quatro anos da legislatura.

O PS também deixou passar o aprofundamento do regime do IRS Jovem, que alargou a isenção faseada do imposto para 10 anos, dispensando a exigência de licenciatura. Mas a proposta original dos sociais-democratas era mais ambiciosa e estabelecia uma taxa máxima de 15% para os jovens, exceto os do último escalão, redação que teve logo o chumbo anunciado do PS, daí o recuo do Governo de Montenegro.

No programa eleitoral, a AD compromete-se a um novo aumento da consignação em sede de IRS para as instituições do setor social, de 1% para 1,5% até ao final da legislatura. Para este ano, o OE2025 já tinha aprovado uma duplicação da percentagem de imposto ao Estado que os contribuintes podem afetar a essas entidades.

É retomado novamente o objetivo de “criação de contas-poupança isenta de impostos, adotando um regime em que certo nível de contribuições dos trabalhadores e das suas entidades empregadoras sejam livres de IRS, salvo se e quando forem distribuídas, pagas ou, de qualquer forma, apropriadas pelos respetivos titulares”, de acordo com o programa eleitoral. Esta medida já tinha sido apresentada há um ano.

Apesar da “margem” advogada pelo ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento e cabeça de lista por Lisboa para avançar com novas descidas de impostos, o Conselho de Finanças Públicas (CFP) já veio alertar que não há folga para acomodar novas medidas, tendo em conta que projeta o regresso aos défices já a partir de 2026.

“Não há mesmo margem para fazer mais medidas de política sem medidas de compensação”, afirmou a presidente da CFP, Nazaré Costa Cabral, esta quinta-feira, durante a apresentação do relatório sobre as perspetivas económicas e orçamentais para 2025-2029.

“Está nas mãos dos decisores políticos as decisões que queiram tomar para uma eventual melhoria da situação”, disse, alertando que o país tem, assim, “menos margem orçamental para fazer face a uma inversão do ciclo económico”. Neste sentido, pediu prudência “daqui para a frente com as medidas que se anunciam”, nomeadamente no impacto orçamental.

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Cerca de 660 mil pessoas acompanharam o debate entre Pedro Nuno Santos e Rui Rocha

  • + M
  • 11 Abril 2025

Pedro Nuno Santos e Rui Rocha protagonizaram o terceiro debate mais visto da semana, com o pódio a ser liderado pelo confronto entre a líder do Bloco de Esquerda e o candidato do PS.

Ao quarto dia de debates, o frente a frente entre o líder do Partido Socialista (PS) e da Iniciativa Liberal, transmitido em direto na RTP1 e RTP3, foi acompanhado por 659,9 mil espectadores. Pedro Nuno Santos e Rui Rocha protagonizaram assim o terceiro debate mais visto da semana, com o pódio a ser liderado pelo confronto entre a líder do Bloco de Esquerda (BE) e o candidato do PS a primeiro-ministro, mostra a análise da Dentsu para o +M.

Esta quinta-feira foi também dia de frente a frente entre Mariana Mortágua (BE) e Inês Sousa Real, líder do PAN. Transmitido em direto na CNN Portugal e mais tarde na RTP3, o debate foi acompanhado na primeira por 87,7 mil pessoas, às quais se juntam mais 3,4 mil no canal de informação do operador público.

Veja aqui o calendário de todos os debates.

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AD promete subir complemento para idosos. “Nenhum pensionista terá rendimentos abaixo de 870 euros”

Subida do complemento solidário para idosos foi uma das bandeiras deste Governo e promete ser um dos temas fortes também desta campanha da AD. Admite-se também novo bónus aos pensionistas.

O programa eleitoral da AD prevê a subida do valor de referência do complemento solidário para idosos (CSI) para 870 euros, com o objetivo de garantir que nenhum pensionista receba menos do que esse valor por mês. A coligação admite também voltar a dar um bónus aos pensionistas, se a execução orçamental for favorável a isso. E garante que cumprirá a fórmula prevista na lei para a atualização das pensões.

“Continuar a valorizar as pensões. Aumentar o CSI para garantir que nenhum pensionista tem rendimento abaixo de 870 euros, e que há isenção total na compra de medicamentos. Programa de envelhecimento ativo”, lê-se no sumário executivo do programa, que foi apresentado esta sexta-feira. Para a legislatura seguinte, é detalhado, a intenção é alinhar o valor de referência do CSI com o salário mínimo nacional.

O CSI serve, como o nome indica, para complementar os outros rendimentos do beneficiário (como as pensões), ou seja, o valor a receber é igual à diferença entre os rendimentos atuais e o valor de referência.

O reforço desta prestação foi uma das grandes bandeiras do Governo atual, que puxou o valor de referência de 550 euros para 600 euros em junho do ano passado, e para 630 euros em janeiro deste ano. A meta prevista no programa do Executivo era subir para 820 euros até 2028.

Por outro lado, o Executivo de Luís Montenegro decidiu retirar do cálculo do complemento os rendimentos dos filhos. Até junho do ano passado, os rendimentos dos filhos eram considerados, em alguns casos, para o apuramento do CSI, mesmo que os idosos não recebessem qualquer valor dos descendentes. Tal significava que alguns reformados viam vedado o acesso à prestação. Com a mudança referida, aumentou o número de idosos a receber esta prestação.

De acordo com os dados de fevereiro, existiam quase 212 mil idosos a receber o CSI, mais 52,4% do que no mesmo mês de 2024 (altura em que as referidas mudanças ainda não tinham sido feitas). Já o valor médio da prestação mensal foi de 204,67 euros no segundo mês deste ano, mais 9,2% do que no período homólogo.

Pode vir aí novo bónus para os pensionistas?

No programa apresentado esta sexta-feira, a AD admite também repetir o suplemento extraordinário atribuído aos pensionistas, caso haja margem orçamental para tal.

“Na medida em que a execução orçamental do ano permita, assume-se o compromisso de atribuir um suplemento extraordinário às pensões e reformas, em moldes semelhantes ao realizado em outubro de 2024″, lê-se no documento que foi apresentado por Luís Montenegro. Em causa está um bónus de 100 a 200 euros que foi atribuído aos reformados que recebem até 1.527,78 euros euros por mês.

Outra das medidas que consta do programa eleitoral é o compromisso de que as regras de atualização das pensões serão cumpridas. A lei prevê que as reformas sejam atualizadas em janeiro, com base na inflação e no crescimento económico.

Raras foram, porém, as vezes em que tal foi cumprido na íntegra. Durante vários anos, o Governo do PS acrescentou um aumento extraordinário à subida resultante dessa fórmula. Já em janeiro de 2023 fez o inverso: numa altura em que a inflação estava em níveis recorde, avançou com atualizações mais baixas do que o que resultaria da lei, dando em troca, primeiro, um suplemento de meia pensão e, depois, um aumento extra para garantir que os reformados não veriam o seu futuro prejudicado.

Essas medidas geraram duras críticas, daí que a AD faça questão de se comprometer explicitamente com aquilo que já está na lei há vários anos.

(Notícia atualizada às 18h11)

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PSD propõe salário mínimo de 1.100 euros brutos

Salário mínimo está em 870 euros e atual Governo previa subi-lo para 1.020 euros até 2028. Coligação do PSD e CDS propõe que a retribuição mínima aumente para 1.100 euros.

Caso vença as eleições marcadas para maio, a AD – Coligação PSD/CDS quer subir o salário mínimo nacional para 1.100 euros por mês brutos, de acordo com o programa eleitoral, a que o ECO teve acesso. Atualmente, a retribuição mínima garantida está fixada em 870 euros e o Governo tinha já fechado o compromisso na Concertação Social de a aumentar para 1.020 euros até 2028.

Por outro lado, a AD propõe aumentar o salário médio para dois mil euros. Tal corresponde também a uma revisão face ao previsto no entendimento assinado com os parceiros sociais em outubro. Nessa altura, o Governo apontava para um salário médio de 1.890 euros em 2028.

Trabalhar tem de compensar. Vamos continuar a aumentar o salário mínimo — com a meta de 1.100 euros — e o salário médio para 2.000 euros”, lê-se no sumário executivo a que o ECO teve acesso. Esta é uma das “20 medidas emblemáticas” destacadas pelo PSD e pelo CDS.

Há uma década que o salário mínimo nacional não tem parado de aumentar, sendo que, quando Luís Montenegro chegou ao poder, na primavera do último ano, estava em 820 euros.

Já em outubro, o Governo assinou um acordo na Concertação Social que reviu em alta os objetivos para a retribuição mínima, puxando-a para 870 euros em janeiro deste ano.

O compromisso era de que, nos demais anos da legislatura, haveria aumentos anuais de 50 euros, o que colocaria a retribuição mínima garantida em 1.020 euros em 2028. A legislatura foi, contudo, interrompida e haverá eleições em maio, pelo que esta sexta-feira a coligação do PSD e do CDS apresentaram o seu programa, do qual constam as metas já referidas.

Em comparação, o PS, cujo programa eleitoral foi conhecido este fim de semana, aponta o salário mínimo nacional para 1.110 euros até 2029. Ou seja, a meta dos socialistas é superior em dez euros brutos à apresentada pela AD.

AD quer reduzir taxa de desemprego jovem

AD assume como meta baixar o desemprego jovem.Lusa

O mercado de trabalho tem dado provas de estabilidade, mas nem tudo vai bem. A própria ministra do Trabalho, Maria da Palma Ramalho, reconheceu que os níveis atuais de desemprego jovem são “inadmissíveis”, considerando-o uma entorse que precisa de ser resolvida.

Não surpreende, portanto, que no capítulo dedicado ao trabalho, o programa eleitoral da AD identifique como meta reduzir a taxa de desemprego jovem, “de modo a aproximar-se da média da União Europeia“.

Outra das metas, na área laboral, é a redução da taxa de pobreza entre os trabalhadores e a população em geral, bem como reduzir a população com contratos a termo e aumentar a percentagem de população em idade ativa a participar em atividades de educação e formação, “como instrumento fundamental para aumentar a produtividade na economia portuguesa”.

AD insiste no suplemento remunerativo solidário

Aliança Democrática apresenta o seu programa económico tendo em vista as eleições legislativas de 11 de março - 24JAN24
Aliança Democrática apresenta o seu programa económico tendo em vista as eleições legislativas de 11 de março.Hugo Amaral/ECO

No programa apresentado esta sexta-feira, PSD e CDS recuperam uma das medidas que tinham prometido nas últimas eleições legislativas e que constava do programa do atual Governo: a criação de um suplemento remunerativo solidário, que venha substituir “um conjunto alargado de apoios sociais, sem perdas para ninguém“.

“Hoje, quem tenha rendimentos baixos vê-lhe retirados diversos apoios sociais de forma repentina, caso ultrapasse em um euro determinados níveis de rendimento. Na transição entre escalões ocorre uma substancial perda de apoios, ou até mesmo a sua retirada total, o que resulta numa barreira efetiva a que estes trabalhadores procurem aumentar os seus rendimentos do trabalho ou se valorizem profissionalmente“, salienta a coligação.

A ideia é, portanto, criar um sistema de subsídios, que possibilite a acumulação de rendimentos do trabalho com RSI, pensão social, ou outros apoios sociais dirigidos a situações sociais limite, “que atenue o empobrecimento dos trabalhadores empregados e incentive a sua participação ativa no mercado de trabalho“.

Assim, a AD propõe simplificar o sistema de apoios sociais, o que permitirá ter conhecimento dos apoios sociais efetivamente atribuídos. E, quando houver um aumento do rendimento do trabalho, seria pago um suplemento para garantir que o agregado não perde rendimento (por ter perdido o acesso a certos apoios), explica a coligação.

Requalificação de portugueses com mais de 50 anos

Requalificação de desempregados com mais de 50 anos é uma das medidas do programa da AD.EPA/RALF HIRSCHBERGER

Outra das promessas da AD para o mercado de trabalho é continuar o processo de convergência dos direitos à proteção social dos trabalhadores independentes, cuidadores informais e ainda novas formas de emprego com regime dos trabalhadores por conta de outrem, no que diz respeito à proteção no desemprego, doença, parentalidade ou reforma.

Prevê também uma série de medidas no âmbito da formação, como a articulação dessas ações apoios à contratação de jovens, de modo a premiar o esforço dos jovens que se qualifiquem por via de dupla certificação.

Outra medida proposta é a criação de programas de upskilling e reskilling (qualificação e requalificação) específicos para trabalhadores desempregados com mais de 50 anos, “consoante as necessidades de mercado identificadas, incluindo a possibilidade de mudança de carreira”.

(Notícia atualizada às 18h17)

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Caso Spinumviva. “Não podemos ir para eleições com tanta incerteza sobre as condições” de Montenegro, diz PS

O porta-voz da candidatura do PS sublinhou que o país precisa de estabilidade e para ter essa estabilidade precisa de um líder de Governo que se "apresente em condições de garantir que pode governar".

O porta-voz da candidatura do Partido Socialista (PS) às eleições legislativas, Marcos Perestrello, apelou a que Luís Montenegro preste os esclarecimentos necessários sobre as polémicas que envolvem a sua empresa familiar e admite que quanto mais cedo o fizer “melhor”.

“Julgo que nós não podemos ir para eleições, ou não deveríamos ir, com tanta incerteza sobre as condições que o primeiro-ministro terá para, na eventualidade de vencer eleições, poder formar um governo estável, um governo que dure”, referiu Perestrello em declarações à RTP3.

O porta-voz da candidatura do PS sublinhou que o país precisa de estabilidade e para ter essa estabilidade precisa de um líder de Governo que se “apresente em condições de garantir que pode governar a legislatura”.

“Nestas condições, por mais que o primeiro-ministro queira e tenha essa convicção, as eleições não vão limpar estes problemas. Estes problemas continuarão”, acrescenta.

Marcos Perestrello admite assim que gostava que Montenegro aliviasse a pressão que há sobre a população em torno de um conjunto de dúvidas que subsistem sobre as suas ligações, atividade profissional e política, e que “teima” em não esclarecer e que a “cada semana que passa se vão acumulando por força de novos dados que vão sendo revelados”.

“O primeiro-ministro tem insistido em não mostrar os documentos, em não prestar os esclarecimentos que lhe são pedidos. Gostaria que nos debates fosse capaz de pôr um ponto final a esta novela que todas as semanas traz pelo menos um novo episódio“, disse.

O Expresso revelou esta sexta-feira mais dados sobre a polémica que envolve o primeiro-ministro. A família Barros Rodrigues, que detém uma gasolineira em Braga responsável pelo pico de faturação da Spinumviva em 2022 e por cerca de metade da faturação enquanto Montenegro liderava a empresa, doou 30.500 euros ao PSD desde 2018.

A esmagadora maioria dos donativos, porém, foi feita desde 2021, sendo que 14.500 euros foram entregues em apenas dois anos, desde que Luís Montenegro anunciou a sua candidatura à liderança dos sociais-democratas. Só João Rodrigues, vereador da Câmara Municipal de Braga desde 2017 e agora candidato à presidência do município, fez quatro donativos nos seis anos em análise: em 2018 no valor de 2 mil euros, em 2019 e 2021 de 1.500 euros e no verão de 2022 de 2.500 euros.

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Francesa Génération abre escritório em Coimbra e cria 200 empregos

Depois de Lisboa e Leiria, Génération Portugal abre mais um escritório no país. Até ao final do ano deverá funcionar num espaço no Estádio Municipal de Coimbra e criar 200 empregos.

Génération Portugal abre escritório em Coimbra e cria 200 empregos11 abril, 2025

A sucursal da francesa Génération em Portugal, corretora especializada na gestão de produtos de saúde e previdência, vai abrir um escritório no Estádio Municipal Cidade de Coimbra, onde vai “criar 200 empregos até ao final deste ano”, no âmbito da sua estratégia de crescimento em Portugal. O anúncio foi feito esta sexta-feira pelo autarca José Manuel Silva que contratualizou com a empresa a permanência de 30 anos naquele espaço.

A Génération Portugal deverá começar a atividade entre outubro e novembro deste ano, segundo José Manuel Silva que destaca o facto de a escolha desta “grande empresa internacional” ter recaído nesta cidade do Centro do país. “A escolha de Coimbra atesta, através de uma empresa externa, a qualidade de vida e de recursos humanos de Coimbra”, assinalou.

A escolha de Coimbra atesta, através de uma empresa externa, a qualidade de vida e de recursos humanos de Coimbra.

José Manuel Silva

Presidente da Câmara Municipal de Coimbra

Durante a assinatura do contrato com a empresa francesa, para se instalar durante 30 anos no Estádio Municipal Cidade de Coimbra, o diretor-geral da sucursal em Portugal, Richad Jiva Lila, explicou que a escolha desta localidade se insere no âmbito da estratégia de crescimento da empresa no País, onde já tem escritórios em Lisboa, com 300 colaboradores, e em Leiria, com mais 200.

“Ficamos firmemente convencidos do potencial desta cidade. Temos o apoio, a nível local, o que nos permitiu estar confortáveis na decisão de vir para Coimbra”, afirmou o diretor-geral da Génération Portugal, citado num comunicado do município.

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Conclusão do novo hospital em Évora derrapa para final de 2026 ou início de 2027

  • Lusa
  • 11 Abril 2025

A ministra da Saúde admitiu que a empreitada “já derrapou um bocadinho, mas vai conseguir-se”. A conclusão já teve várias datas anunciadas, entre as quais o final de 2023 ou início de 2024.

O prazo previsto para a conclusão das obras de construção do novo Hospital Central do Alentejo, em Évora, derrapou para final de 2026 ou início de 2027, revelou esta sexta-feira a ministra da Saúde, Ana Paula Martins.

Em declarações aos jornalistas em Évora, a governante admitiu que a empreitada “já derrapou um bocadinho, mas vai conseguir-se”, indicando que a data agora prevista para a conclusão das obras é “final de 2026 ou início de 2027”.

A conclusão já teve várias datas anunciadas, como final de 2023 ou início de 2024, final de 2024, fevereiro de 2025, no Governo do PS, e, a mais recente, era o primeiro semestre de 2026, com o Governo da Aliança Democrática (PSD/CDS-PP). Falando após uma reunião com a administração da Unidade Local de Saúde do Alentejo Central (ULSAC), Ana Paula Martins referiu que a tutela tem vindo a “criar condições para que as decisões que precisam de ser tomadas se tomem” em relação à empreitada.

“É verdade que houve algumas dificuldades”, pois “estas grandes obras têm sempre dificuldades, mas estamos, em conjunto, também com o apoio do conselho de administração [ULSAC], a ultrapassá-las”, salientou. A ministra da Saúde agradeceu aos dirigentes desta unidade local de saúde, que estão demissionários, “a grande disponibilidade” que têm tido para se manterem “em funções até haver um novo conselho de administração (CA)”.

“O Governo está em gestão e, nesta altura, não era fácil estar a fazer esta transmissão e, por isso, este conselho de administração teve a enorme generosidade de se manter e de continuar o processo”, acrescentou. No final de fevereiro passado, o conselho de administração da ULSAC demitiu-se em bloco e invocou divergências com o Governo em relação à responsabilidade de construção do novo hospital, entre outras razões não especificadas.

O hospital, que envolvia inicialmente um investimento de 200 milhões de euros, deverá ter 360 camas em quartos individuais – podem ser aumentadas até 487 –, 11 blocos operatórios, cinco postos de pré-operatório e 43 postos de recobro, entre outras valências.

Em março deste ano, o Governo anunciou um reforço de 32 milhões de euros para a empreitada do novo Hospital Central do Alentejo, que se destina “a revisões de preços e a trabalhos complementares” da obra, tendo o contrato sido prorrogado até final deste ano.

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Rita Nabeiro sucede a Pires de Lima na presidência do BCSD Portugal

A CEO da Adega Mayor foi esta sexta-feira eleita presidente do Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável e quer reafirmar políticas de diversidade, equidade e inclusão.

A empresária Rita Nabeiro, administradora do grupo Nabeiro e CEO da Adega Mayor, é a nova líder do BCSD Portugal – Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável, sucedendo no cargo de presidente ao CEO da Brisa e ex-ministro da Economia, António Pires de Lima.

A organização empresarial ligada à sustentabilidade elegeu esta sexta-feira os novos órgãos sociais para o triénio 2025-2028 e a lista vencedora foi a de Rita Nabeiro – que iniciou a carreira na Delta Cafés e depois criou a empresa de vinhos e enoturismo Adega Mayor – chamada “Por uma nova Natureza Empresarial – Liderar a Transformação”.

Além de estar na administração do grupo Nabeiro, fundado pelo avô, Rita Nabeiro lidera as áreas de Sustentabilidade e Propósito, e de Pessoas, Cultura e Desenvolvimento na empresa e, desde 2023, preside a Associação Coração Delta.

“A convergência das crises climática, social, económica e geopolítica está a transformar profundamente o papel das empresas na sociedade. Exige-se liderança, compromisso e coragem. Precisamos de uma sociedade civil mobilizada e de uma comunidade empresarial unida, consciente do seu impacto e determinada a ser parte da solução”, defende Rita Nabeiro, quando questionada sobre os principais desafios do seu mandato.

A CEO da Adega Mayor considera que o BCSD Portugal “tem um contributo considerável a dar nesta jornada” e destaca as conquistas das organizações em termos de sustentabilidade: “Se o greenwashing era uma preocupação, começamos a enfrentar o fenómeno do greenhushing – o receio de se comunicar ações sustentáveis por medo de críticas ou escrutínio provenientes, em grande parte e como sabemos, da nova administração norte-americana“.

“Continua, por isso, a ser essencial reafirmar a sustentabilidade como motor de inovação, coesão social e progresso económico”, diz a empresária portuguesa, que recebeu o Prémio Mulher Empreendedora da ANJE – Associação Nacional de Jovens Empresários e foi convidada pela Presidência da República para integrar o “Grupo de Reflexão sobre o Futuro de Portugal”, entre 2018 e 2022.

Na sua perspetiva, é preocupante o retrocesso nas políticas DEI – Diversidade, Equidade e Inclusão, que se tem assistido com a pressão da maior economia do mundo perante as empresas, inclusive portuguesas, e até as universidades. Logo, é necessário reafirmar estas iniciativas, “que foram construídas com esforço e sentido de justiça, não sejam desvalorizadas, postas em causa ou desmanteladas”, de acordo com o comunicado do BCSD.

"O verdadeiro progresso só se alcança quando a prosperidade económica caminha lado a lado com a justiça social e o respeito pelos limites do planeta”

Rita Nabeiro

Presidente do BCSD

O programa da nova direção do BCSD Portugal tem três eixos estratégicos: Capacitação e Conhecimento para a Transformação, Influência Estratégica e Compromisso com o Futuro e Inovação e Colaboração para um Impacto Positivo.

“Pretende ainda reforçar o papel institucional do BCSD Portugal como uma voz de referência na sustentabilidade corporativa, mais próxima dos associados, promovendo a partilha ativa de conhecimento e criando pontes entre empresas. Um parceiro de excelência na definição de políticas públicas e na promoção da inovação, que aposta numa comunicação mais estratégica e mobilizadora, que ajude a tornar a complexidade da sustentabilidade acessível, clara e inspiradora para todos os públicos”, assinala a recém-eleita presidente.

Saiba quem são os dirigentes da BCSD até 2028

Direção

  • Presidente: Rita Nabeiro (administradora executiva do Grupo Nabeiro e CEO da Adega Mayor)
  • Vice-presidente: António Pires de Lima (presidente da comissão executiva da Brisa)
  • Vice-presidente: Jorge de Melo (CEO da Sovena)
  • Vice-presidente: João Günther Amaral (administrador da Sonae)
  • Vice-presidente: João Lé (administrador executivo The Navigator Company)
  • Vice-presidente: Madalena Cascais Tomé (CEO da SIBS)
  • Vice-presidente: Joaquim Cabaço (presidente do conselho de administração executivo Trivalor)
  • Vice-presidente: Rui Teixeira (CFO da EDP)
  • Vice-presidente: António Miguel (diretor geral da Maze)

Mesa da Assembleia Geral

  • Presidente: Jorge Magalhães Correia (presidente do conselho de administração da Fidelidade)
  • Secretário: Bruno Ferreira (managing partner da PLMJ)
  • Secretário: Joana Rodrigues Pinto (assessora jurídica da HyChem)

Conselho Fiscal

  • Presidente: Pedro Cruz (partner na KPMG)
  • Vogal: Cristina Rodrigues (diretora-geral da Capgemini Portugal)
  • Vogal: Filipa Carmona (diretora adjunta de Sustentabilidade na CGD)

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Venda de livros aumentou 5,5% no primeiro trimestre

  • Lusa
  • 11 Abril 2025

O setor de editores e livreiros teve um encaixe financeiro de 45,22 milhões de euros (45.224.489), mais 7% face aos primeiros três meses do ano passado.

Mais de três milhões de livros foram vendidos em Portugal no primeiro trimestre do ano, um aumento de 5,5% face ao mesmo período de 2024, que se traduz numa média de venda diária de 35 mil livros. Segundo a Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL), entre janeiro e março deste ano foram vendidos perto de 3,12 milhões de livros (3.123.067), o que equivale a uma média de 34.700 livros vendidos por dia, mais 5,5% do que no período homólogo do ano passado.

Estas unidades de venda – registadas apesar do aumento do preço médio do livro de 1,5% para os 14,48 euros – traduziram-se num encaixe financeiro de 45,22 milhões de euros (45.224.489), mais 7% face aos primeiros três meses do ano passado, de acordo com os dados disponibilizados à APEL pela Gfk, entidade independente que faz auditoria e contagem das vendas de livros ao longo do ano.

Neste mesmo período foram postos à venda 2.853 novos livros. Apesar de estes dados revelarem um ligeiro aumento face ao ano passado, o aumento de vendas e de encaixe financeiro no primeiro trimestre de 2024 face ao mesmo período de 2023 foi mais significativo, ainda por cima atendendo a que o aumento do preço médio dos livros, na altura, também foi mais elevado.

Quanto aos pontos de venda, 70,1% dos livros vendidos no primeiro trimestre deste ano foram escoados por livrarias, enquanto 29,9% foram vendidos por hipermercados. Isto reflete-se igualmente nos valores das vendas, já que 79,4% do total arrecadado no mercado livreiro foram repartidos pelas livrarias e 20,6% ficaram com os hipermercados.

Por categoria, o género mais procurado foi a literatura infantojuvenil, com o maior número de unidades vendidas – 35,6% do total -, a um preço médio de 11,05 euros, que contribuem com 27,2% para o encaixe financeiro total, abaixo da receita das vendas de ficção e não-ficção.

Em segundo lugar, em termos de unidades vendidas, está a ficção, com um peso de 31,3% do mercado, a um preço médio de 16,78 euros por livro, conseguindo um valor correspondente a 36,2% do total das vendas. Os livros de não-ficção, que representam 29,6% das unidades vendidas neste período, a um preço médio de 17,39 euros, obtêm 35,5% do valor total de vendas.

O género menos representativo – campanhas e exclusivos – contribuiu com 3,5% em número de unidades vendidas, 1,1% do valor final apurado, tendo o preço médio destas publicações rondado os 4,38 euros. No primeiro trimestre de 2024, foram vendidos 2,9 milhões de livros, para um valor global do mercado, nesse período, de 42,26 milhões de euros.

O ano de 2024 fechou com o quarto trimestre a registar vendas de mais de 4,5 milhões de livros (4.524.157), o que representou um encaixe financeiro superior a 68 milhões de euros (68.367.732), com o preço médio do livro a alcançar os 15,11 euros. Estes números mostram que nos últimos três meses de 2024, os valores de venda foram bastante superiores aos contabilizados no mesmo período de 2023, com aumentos de 8,2% no número de livros vendidos, de 5,9% no valor financeiro angariado e de 2,1% no preço médio do livro.

De acordo com dados divulgados em fevereiro pela APEL, em 2024 o mercado livreiro cresceu 9%, para um total de quase 14 milhões de unidades vendidas, mantendo a tendência de crescimento desde a pandemia, impulsionado principalmente pela venda de livros de ficção entre os mais jovens, influenciados pelas redes sociais.

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Manuel Pinho diz que mentiria se admitisse corrupção e anuncia recursos

  • Lusa
  • 11 Abril 2025

Manuel Pinho defendeu que mentiria se reconhecesse ter sido corrupto e anunciou que vai recorrer da confirmação pelo Tribunal da Relação de Lisboa da sua condenação a 10 anos de prisão.

O ex-ministro Manuel Pinho defendeu esta sexta-feira que mentiria se reconhecesse ter sido corrupto e anunciou que vai recorrer da confirmação pelo Tribunal da Relação de Lisboa da sua condenação a 10 anos de prisão.

“Nunca reconhecerei ter cometido qualquer crime de corrupção, porque se o fizesse estaria a mentir. A verdade é filha do tempo e não da autoridade, como disse Galileu quando foi condenado pelo Tribunal do Santo Ofício com base num erro”, afirmou, numa declaração remetida à Lusa, o titular da pasta da Economia entre 2005 e 2009.

Falando numa “decisão política” dos juízes desembargadores que só pode surpreender “a pequeníssima parte dos portugueses que ainda confia na justiça”, Manuel Pinho acrescentou que vai recorrer do acórdão proferido esta sexta-feira, quase dez meses depois da decisão do Tribunal Central Criminal de Lisboa.

“Irei apresentar os recursos a que tenho direito, nomeadamente junto dos tribunais internacionais pela forma como há mais de uma década sou tratado pela justiça portuguesa, e tenho confiança que me será dada razão”, sublinhou o arguido, de 70 anos.

Na base da contestação está o facto de ter sido investigado “durante mais de 13 anos” e de ter sido “mantido em prisão domiciliária durante mais de três anos com base em mentiras”.

O advogado do antigo governante, Ricardo Sá Fernandes, precisou, numa nota, que a nível interno a defesa vai interpor recurso para o Supremo Tribunal de Justiça, uma vez, alega, que o seu cliente foi condenado “com base em meras presunções”, tendo os juízes desembargadores recusado “valorar a que justificaria a sua absolvição”.

Em causa está o alegado recebimento por Manuel Pinho com recurso a offshores de cerca de 4,9 milhões de euros, incluindo uma mensalidade de cerca de 15 mil euros enquanto integrou o Governo, para favorecer os interesses do Banco Espírito Santo (BES), do qual fora alto quadro.

Além da condenação de Manuel Pinho a 10 anos de prisão por corrupção passiva, branqueamento de capitais e fraude fiscal, o Tribunal da Relação de Lisboa confirmou ainda a pena de seis anos e três meses de prisão para o ex-banqueiro Ricardo Salgado, de 80 anos e doente de Alzheimer, por corrupção ativa e branqueamento de capitais.

Segundo o acórdão, a que a Lusa teve acesso, os juízes desembargadores mantiveram ainda a suspensão da pena de quatro anos e oito meses aplicada à mulher de Manuel Pinho, Alexandra Pinho, por branqueamento de capitais e fraude fiscal.

“Tudo o que recebi do BES e dos seus acionistas em 2005-13 resulta de contratos feitos por advogados numa altura em que nem um génio podia antever uma mudança ao nível do Governo. […] Não favoreci o BES, pelo contrário tomei importantes decisões contra os seus interesses em diversas situações”, insistiu hoje o ex-ministro.

Contactado pela Lusa, o advogado de Ricardo Salgado, Francisco Proença de Carvalho, disse não querer comentar a decisão desta sexta-feira.

Embora as decisões executivas sob suspeita neste processo não envolvam a EDP, o caso resultou da investigação às chamadas rendas excessivas da elétrica, cuja acusação foi deduzida em outubro de 2024 pelo Ministério Público, incluindo contra Manuel Pinho.

O antigo ministro está em prisão domiciliária desde dezembro de 2021 e os restantes arguidos em liberdade.

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Portugal em condições de pedir o sétimo pedido de pagamento do PRR a Bruxelas este mês

O Governo vai voltar a alterar as regras do PRR para acelerar a execução: pareceres obrigatório são entregues em 15 dias ou projetos estão tacitamente aprovados.

O Governo esta pronto para entregar este mês de abril o sétimo pedido de pagamento do Plano de Recuperação e Resiliência, anunciou o ministro Adjunto e da Coesão esta sexta-feira, no dia em que Bruxelas deu luz verde à reprogramação da bazuca, “sem grandes alterações”.

Ainda não é possível saber quais as 27 metas e marcos associados a este sétimo cheque, porque os detalhes da reprogramação ainda não são conhecidos. A componente de subvenções é mais pesada do que a de empréstimo, apurou o ECO. E, tecnicamente, o carregamento do sétimo pedido de pagamento só pode ser submetido depois de aprovado o sexto pedido de pagamento.

Em virtude da reprogramação são os nono e décimo pedidos de desembolsos que têm implícito o maior número de metas e marcos e por isso, Manuel Castro Almeida, num evento dedicado ao PRR, sublinhou que o que Portugal tem pela frente é tanto quanto aquilo que já foi feito.

“É a subida da Senhora da Graça que ainda temos para fazer”, corroborou o presidente da estrutura de missão Recuperar Portugal, numa analogia com a célebre etapa da volta a Portugal em bicicleta. Fernando Alfaiate sublinhou que a Comissão Europeia vai retomar agora a análise do sexto pedido de pagamento que ficou suspenso até ser concluído o exercício de reprogramação da bazuca, aprovado sem grandes alterações. “Não se registaram grandes alterações face à proposta nacional”, disse Alfaiate. Corroborando o que o ministro já tinha dito ao ECO dos Fundos.

O sexto pedido que foi entregue sem todas as metas e marcos cumpridas, mas que agora caíram com a reprogramação e que passou a ter “duas metas e marcos que foi possível antecipar”, disse Alfaiate. Quando o desembolso estiver concluído Portugal passará a ter 47% das metas e marcos concluídos.

“A verificação de gestão e controlo do sétimo pedido de pagamento está a decorrer”, sublinhou Fernando Alfaiate, revelando que a submissão do oitavo pedido de pagamento deverá ocorrer no outono deste ano. Pelas regras europeias, os Estados-membros apenas podem submeter dois pedidos de pagamento por ano.

O exercício de reprogramação traduziu-se na retirada de 1.517 milhões de euros em investimentos cuja execução era impossível de garantir em tempo útil e a substituição por outros de igual valor, sobretudo na área da saúde e da educação. Na reprogramação não foi possível tocar nas reformas com que Portugal se comprometeu e que, se não cumprir nas datas previstas, penalizam fortemente os desembolsos. “Passamos de 463 para 438 metas e marcos fruto da eliminação da carga administrativa”, explicou Fernando Alfaiate.

Pareceres obrigatórios tacitamente aprovados ao fim de 15 dias

Castro Almeida garante que Portugal já não está atrasado na execução dos fundos, mas anunciou mais uma medida para acelerar a execução: pareceres obrigatórios são entregues em 15 dias ou os projetos estão tacitamente aprovados.

“Na próxima semana vamos adotar uma medida para acelerar os pareceres”, disse o ministro Adjunto e da Coesão. “Quem gere fundos europeus queixa-se de estar sempre à espera de pareceres. Com as novas orientações as autoridades de gestão podem dispensar os pareceres caso sejam facultativos e no caso dos obrigatórios vamos fazer cumprir a lei: se o parecer não for entregue no prazo de 15 dias presume-se o deferimento tácito”, explicou.

Para justificar que o PRR já não está atrasado, o ministro recorreu a vários indicadores como o número de marcos e metas cumpridos, que colocam Portugal em quinto lugar entre os 27 Estados-membros; o nível dos reembolsos, onde Portugal ocupa a sétima posição, o número de pagamentos apresentados a Bruxelas, onde o país está em segundo lugar, à semelhança do que acontece com os pedidos de pagamento já recebidos.

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