Nortia torna-se acionista da Expertia Seguros

  • Servimedia
  • 27 Junho 2025

Juan Antonio Alcaraz, CEO da Nortia, junta-se ao Conselho de Administração.

A holding Nortia Capital adquire uma participação significativa na Expertia Seguros, no âmbito da sua estratégia de diversificação e reforço da sua posição no setor financeiro e segurador.
Com esta transação, a Nortia continua a investir em empresas com elevado potencial de crescimento em sectores-chave. Para além disso, o CEO da Nortia, Juan Antonio Alcaraz, junta-se ao Conselho de Administração da seguradora.

A entrada da Nortia na Expertia Seguros apoia a visão de futuro da Expertia e reforça a posição da seguradora no mercado espanhol, numa nova fase em que procura continuar a crescer num mercado em mudança.

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O dia em direto nos mercados e na economia – 27 de junho

  • ECO
  • 27 Junho 2025

Ao longo desta sexta-feira, 27 de junho, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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Baraka apresenta uma queixa contra o BBVA junto das autoridades bolsistas do Reino Unido, do México e da Turquia relativamente aos direitos de reversão da operação Madrid Nuevo Norte

  • Servimedia
  • 27 Junho 2025

Enviou cartas aos reguladores bolsistas para alertar e denunciar o conflito entre o seu grupo e o BBVA, cotado nas bolsas desses países.

O fundador do Grupo Baraka, Trinitario Casanova, e representante da Associação Sem Abuso, que reúne um milhar de famílias afetadas pelos direitos de reversão dos terrenos da operação Madrid Nuevo Norte, enviou várias cartas aos reguladores bolsistas de Londres (Inglaterra), Cidade do México (México) e Ancara (Turquia) para alertar e denunciar o conflito entre o seu grupo e o BBVA, cotado nas bolsas desses países, relativamente aos direitos de reversão dos terrenos onde será executado o projeto.

Nestas cartas, e tal como fez em fevereiro passado com a SEC (supervisor norte-americano), Baraka explica que pretende informar os reguladores do processo judicial aberto no Tribunal Superior de Justiça de Madrid “para reclamar os direitos de reversão correspondentes aos terrenos expropriados para a construção dos complexos ferroviários de Chamartín e Fuencarral, em Madrid, e que em 1994 foram expropriados para a construção dos complexos ferroviários de Chamartín e Fuencarral, em Madrid, e que em 1994 foram objeto de uma concessão administrativa para o seu desenvolvimento urbanístico na denominada “operação Chamartín” (hoje “Madrid Nuevo Norte”)“ e informar sobre ”a medida cautelar de averbamento preventivo da pretensão acordada no referido processo judicial sobre praticamente todos os imóveis que compõem a referida zona de “Madrid Nuevo Norte””.

O presidente do Grupo Baraka explica que o BBVA registou um aumento de cerca de mil milhões de euros depois de ter adquirido à ADIF, em dezembro passado, os terrenos ferroviários afetados pelo projeto. Apesar do processo judicial, sublinha, “não foi incluída qualquer provisão ou contingência, nem foi deixada qualquer nota ou menção em relação ao referido processo judicial e à medida cautelar acordada no âmbito do mesmo, que afeta precisamente os terrenos cuja aquisição em dezembro de 2024 levou à revisão em alta das ações do BBVA em mais de mil milhões de euros”.

Por último, a carta alerta os supervisores da bolsa para o facto de o BBVA “estar a violar gravemente as normas internacionais de contabilidade por não refletir nas suas demonstrações financeiras consolidadas a realidade da situação e a imagem verdadeira e apropriada do grupo”.

Para além das comunicações com as bolsas mundiais onde o BBVA está presente, o Trinitario Casanova escreveu também à CNMV (Comisión Nacional del Mercado de Valores) há meses, informando-a da omissão do BBVA e da carta enviada à SEC. A mesma comunicação foi enviada à EY, a empresa de auditoria do BBVA, avisando que a sua auditoria teria de fazer referência à decisão do TSJM.

O objetivo do empresário é assegurar que qualquer futuro comprador da participação do BBVA seja informado de que o recurso administrativo entre o Baraka e o BBVA continua por resolver e, por conseguinte, se comprar, está consciente do risco que corre. Assim, no caso hipotético de os direitos de reversão virem a ser reconhecidos, Casanova poderá exigir ao Crea Madrid Nuevo Norte, sejam quais forem os seus acionistas, a devolução do terreno ou uma indemnização, que estima em cerca de mil milhões de euros, de acordo com as cartas enviadas às autoridades de supervisão das bolsas de valores dos Estados Unidos, Inglaterra, México e Turquia.

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Inteligência Artificial já transforma milhares de consultas médicas em Espanha

  • Servimedia
  • 27 Junho 2025

A Quirónsalud realizou quase um milhão de consultas com a sua ferramenta de IA generativa Scribe, já utilizada por mais de 5.000 profissionais do Grupo.

A entrada da Inteligência Artificial (IA) nas práticas médicas já não é uma promessa para o futuro, mas uma realidade crescente. Enquanto vários sistemas de saúde públicos em Espanha começam a testar este tipo de solução nos centros de cuidados primários, alguns grupos hospitalares do setor privado já estão a consolidar a sua utilização em grande escala.

Um dos casos mais avançados é o de Quirónsalud, que lançou um projeto de integração de IA generativa na consulta médica sob o nome de Scribe no final de 2024. Em poucos meses, a ferramenta foi utilizada em quase um milhão de consultas médicas e conta com mais de 5.000 profissionais envolvidos na sua utilização regular em diferentes centros do grupo.

A ferramenta permite transcrever a conversa entre o médico e o doente em tempo real, identificar automaticamente os elementos clinicamente relevantes e gerar um relatório estruturado, sem que o médico tenha de interromper a consulta ou desviar a atenção para um ecrã ou teclado. O relatório é revisto e validado antes de ser incluído no registo médico.

Como explica a Dr.ª Cristina Caramés, diretora de cuidados e investigação do Quirónsalud, “os pacientes estão muito satisfeitos nos inquéritos de avaliação dos cuidados, nos quais refletem que as consultas decorrem num diálogo constante, com total atenção do médico ao seu caso e às suas apreensões, sem distrações tecnológicas”.

O sistema, para além de automatizar a parte documental, orienta o profissional durante a consulta, sugere aspetos clínicos a explorar e estrutura a entrevista para evitar omissões. Ao final da consulta, o paciente recebe um relatório claro, sem tecnicismos ou abreviações, o que melhora a compreensão do diagnóstico e do tratamento e reforça a continuidade do atendimento.

Para os profissionais, um dos benefícios mais destacados é a redução da carga burocrática, principalmente nas primeiras consultas, onde é necessário registar mais informação. Além disso, destacam melhorias na elaboração dos relatórios, que passam a ser mais úteis tanto para o paciente quanto para outros especialistas envolvidos no seu acompanhamento.

“O facto de podermos prestar toda a atenção ao doente durante a consulta sem que esta seja diluída por dispositivos tecnológicos, de podermos olhá-lo nos olhos e perceber o que ele precisa, é a nossa forma de colocar no centro o que é mais importante para nós: as pessoas”, afirma o Dr. Caramés.

NOVO MODELO DE CUIDADOS

Este novo modelo de atendimento, centrado na voz e apoiado pela tecnologia, representa um passo em frente na evolução da prática clínica. Os profissionais do grupo também destacam que a ferramenta lhes permite atender melhor não apenas ao que o paciente diz, mas como ele diz, analisando seu tom, emoções e preocupações.

A adoção de ferramentas semelhantes noutros países, como o Reino Unido, a Suécia e a Suíça, já mostrou resultados promissores. Nestes contextos, a utilização da IA nas consultas reduziu significativamente o tempo gasto em tarefas administrativas, aumentou a satisfação dos doentes e melhorou a precisão do acompanhamento clínico. Estes casos internacionais reforçam a viabilidade destes sistemas como parte do futuro próximo dos cuidados de saúde.

Da mesma forma, a experiência da Quirónsalud mostra como este tipo de solução pode contribuir para melhorar a qualidade dos cuidados, otimizar os tempos de consulta e reforçar a ligação entre o médico e o paciente. Um avanço que, segundo o Grupo, pode ser fundamental para enfrentar alguns dos desafios estruturais que a saúde enfrentará nos próximos anos.

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5 coisas que vão marcar o dia

Nesta sexta-feira, termina a reunião do Conselho Europeu e esperam-se protestos da Administração Local e trabalhadores de empresas municipais.

O Instituto Nacional de Estatística (INE) vai divulgar dados sobre a evolução das rendas a nível local, enquanto nos mercados é o dia em que a Navigator entra em ex-dividendo. Termina ainda a reunião do Conselho Europeu. Veja cinco coisas que poderão marcar esta sexta-feira.

Fim do Conselho Europeu

Termina nesta sexta-feira a reunião de chefes de Estado e de Governo dos Estados-membros da União Europeia (UE), presidida por António Costa, presidente do Conselho Europeu. A reunião começou nesta quinta-feira onde os líderes europeus comprometeram-se a financiar aumentos dos gastos com defesa alinhados com a nova meta da NATO. Na quinta-feira, o primeiro-ministro português afastou a hipótese de reprogramar o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) para ir ao encontro da nova ambição nesta área.

Onde sobem mais as rendas?

O Instituto Nacional de Estatística (INE) vai atualizar as estatísticas das rendas da habitação ao nível local referentes ao primeiro trimestre de 2025. No último trimestre de 2024, as rendas em Portugal continuaram a aumentar (9,3%), embora tenham desacelerado face à subida anual de 11% registada no trimestre anterior. O órgão de estatística vai divulgar ainda os resultados dos inquéritos de conjuntura às empresas e aos consumidores de junho, bem como dados das empresas portuguesas no âmbito do Dia Internacional das Micro, Pequenas e Médias Empresas, celebrado esta sexta-feira.

Ações da Navigator perdem direito ao dividendo

A partir desta sexta-feira, as ações da Navigator passam a ser negociadas sem direito ao dividendo. Isto significa que os investidores que adquirirem ações a partir desta data já não terão direito ao respetivo pagamento. Como é habitual nestas situações, o preço da ação deverá ajustar-se, refletindo aproximadamente o valor do dividendo, que neste caso é de 0,10545 euros por ação.

Administração Local em protesto

Está marcado um protesto nacional dos trabalhadores do setor administrativo e empresarial local público. O Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e Regional (STAL) convocou o protesto que começa no Largo de Camões às 10h30 e vai até ao Parlamento. A greve abrange trabalhadores da Administração Local, Câmaras e Juntas de Freguesia, bem como os trabalhadores de empresas municipais.

Onde está Portugal no ranking do poder de compra?

O Eurostat vai divulgar dados sobre o Produto Interno Bruto (PIB) e o emprego nos países na UE, ajustados pela paridade do poder de compra – forma de comprar a riqueza produzida pelos países, ajustando as diferenças nos níveis de preços. Em 2023, Portugal ocupou o 5.º lugar entre os países da Zona Euro com a menor paridade de poder de compra entre os trabalhadores que auferem a retribuição mínima garantida.

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Mafra quer ser estação intermédia de mercadorias num investimento acima dos 100 milhões de euros

Presidente da autarquia pretende atrair pelo menos 100 milhões de investimento privado para um território atravessado pela renovada linha do Oeste e duas autoestradas.

Hugo Moreira Luís, presidente da Câmara Municipal de Mafra, pretende aproveitar a localização do seu concelho às portas de Lisboa e o atravessamento pela renovada linha do Oeste para criar um parque empresarial e um hub logístico numa área a rondar os 100 hectares

O presidente da Câmara de Mafra tem em vista a criação de um hub logístico e parque empresarial que aproveite infraestruturas ferroviárias e rodoviárias renovadas, apostando na captação de empresas exportadoras. Ciente da inexistência dos latifúndios de outras paragens, Hugo Luís acredita, ainda assim, ser possível reunir vontades e terrenos para criar uma área de 100 hectares, usando para tal de uma estratégia similar à da Parque Expo, que requalificou e dinamizou o desenvolvimento pela agregação de parcelas.

“O município de Mafra tem que ser o indutor do desenvolvimento, um dinamizador do desenvolvimento e não deixar unicamente na perspetiva dos privados todas as intenções e as realizações”, defende o autarca.

O investimento, superior a 100 milhões de euros, assenta “maioritariamente em capitais privados”, diz Hugo Luís ao ECO/Local Online. Entre os chamarizes que o autarca acredita ter para os investidores está, à cabeça, a proposta de um hub logístico com ligação rápida entre a indústria da zona de Leiria e o porto de Lisboa, aproveitando a renovada linha ferroviária do Oeste.

Adicionalmente, sintetiza, Mafra reúne condições como a população jovem – dos cerca de 100 mil habitantes, 35% tem menos de 30 anos, assegura –, a incubadora ligada ao mar, a única reserva mundial de surf na Europa (Ericeira), uma distância de cerca de 25 quilómetros até ao porto de Lisboa, valores agrícolas como o limão, e uma forte presença na logística de transporte.

O objetivo é instalar empresas industriais e tecnológicas com vocação exportadora. Para isso, não basta ir procurar empresas nos concelhos de Sintra ou de Torres Vedras.

Hugo Luís

Presidente da Câmara Municipal de Mafra

“O objetivo é instalar empresas industriais e tecnológicas com vocação exportadora. Para isso, não basta ir procurar empresas nos concelhos de Sintra ou de Torres Vedras”, assinalou o autarca ao ECO/Local Online, à margem da conferência Outlook Mafra, organizada pelo ECO e decorrida nesta quinta-feira.

Com os olhos no mapa, onde a A8 e a A21 surgem a atravessar o concelho, o presidente da Câmara de Mafra assinalou um território na ordem dos 100 hectares onde pretende instalar uma área de acolhimento empresarial que permita captar empresas com vocação exportadora, mas hoje ausentes do concelho. Adicionalmente, já existem manifestações de interesse de outras que, estando em Mafra, necessitam de espaço para crescer. Entre os exemplos disponibilizados pelo autarca estão a Movimar (indústria de mobiliário de cozinha), Cubotónic (metalomecânica atualmente presente na Venda do Pinheiro) e a Despomar, especialista em surf e detentora de mais de 20 pontos de venda no país.

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IA tornou-se num “caso demasiado sério” que precisa de “regulação própria”

A IA na contabilidade e auditoria acelerou nos últimos anos, sendo necessário, dizem os especialistas, criar uma regulação própria e garantir que não substitui as competências destes profissionais.

A Inteligência Artificial é “fundamental” para o processo de transição das áreas de contabilidade e auditoria, automatizando tarefas repetitivas e permitindo que estes profissionais se foquem mais na estratégia das empresas. Mas, alertam os especialistas, esta tecnologia tornou-se num “caso demasiado sério” e é preciso que haja regulação própria.

“O empresário precisa de um copiloto que pode ser o contabilista”, começou por dizer Valter Pinho, general manager SAF-T da Sovos, na conferência “A Política Fiscal como Agente de Transformação da Economia” para marcar o lançamento do EContas, a nova marca de informação do ECO, num painel sobre a IA na contabilidade.

Para que o contabilista possa ser um parceiro estratégico das empresas deve contar com esta tecnologia para automatizar tarefas repetitivas e, assim, conseguir focar-se mais em responder às necessidades estratégicas dos clientes e ajudar na tomada de decisão. “Se a simplificação for injetada nas empresas, para a automação dos processos que não criam valor, o mercado muda completamente. A utilização de IA é fundamental neste processo de transição”, refere, notando que a “automação não está suficiente madura”.

É preciso, porém, estar atento aos desafios que esta tecnologia representa, tanto para a contabilidade como para a auditoria. “Tornou-se num caso demasiado sério. Precisa de uma regulação própria, de um governance próprio e é esse o desafio para os contabilistas e para os auditores”, afirmou Hugo Salgueiro, CEO da DFK, no mesmo painel.

Nesse sentido, a DFK vai criar “um centro de excelência de serviços partilhados de auditoria com IA que terá as suas regras de governance próprias”, anunciou o CEO da empresa, defendendo que as competências dos auditores não podem ser substituídas pela IA.

Para o responsável, é necessário implementar “mecanismos muito robustos para mitigar os riscos que possam advir” da introdução de IA nos processos de auditoria, notando que esta tecnologia torna ainda mais relevante o papel dos auditores e contabilistas na verificação e revisão das contas, porque “a contabilidade é um ato de responsabilidade e de verdade”.

Subsídios para implementar IA nas empresas

O gestor defendeu ainda a criação de “apoios para a implementação de tecnologias de IA” nas empresas, uma vez que se trata de um investimento avultado. “Sentimos que não existem apoios específicos para esse investimento. Conseguimos alocar algumas verbas do PRR, mas tem de haver um trabalho conjunto com os vários players do mercado, os auditores, os contabilistas e o Governo no sentido de criar um ecossistemas para incentivar a utilização destas ferramentas, se não perdemos a competividade do mercado e depois ficamos de fora do comboio”.

Já Valter Pinho diz que, mais do que subsídios, é preciso haver uma simplificação do reporte fiscal. “Em vez de estar a pedir subsídios, o que eu pedia aos governantes e reguladores é que simplifiquem a função fiscal e o meu processo de reporte fiscal“, afirmou, pedindo, por exemplo, que “havendo um problema na entrega do IVA, que se saiba rapidamente como resolver”.

“Vejo mais isto no cenário de baixo do que de cima. Os subsídios põem as pessoas gordas e depois têm problemas”, referiu o general manager SAF-T da Sovos, apelando a que haja “simplificação e automação” dos processos.

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Pina Martins lança nova empresa Growth Ignition com ex-Google

Empresa já tem 10 clientes interessados em potenciar vendas via Amazon, bem como na área de AI Marketing Automation para geração de reuniões comerciais. Querem faturar 2 milhões de euros em 2026.

Da esquerda para a direita, Nuno Pimenta (CEO) e Miguel Pina Martins (chairman)na Growth Ignition.

Ajudar as empresas portuguesas a entrar e vender na Amazon” e a tirar partido da inteligência artificial (IA) para gerar leads de negócio é o objetivo da Growth Ignition, o novo projeto de Miguel Pina Martins (chairman) e do ex-Google Portugal, Nuno Pimenta (CEO).

A experiência da Science4You, do qual Pina Martins é fundador e atual chairman, na Amazon, marketplace onde “é a empresa portuguesa com mais vendas”, foi o gatilho para o arranque deste novo projeto do empreendedor.

Objetivo? Ajudar as empresas nacionais a acelerar o seu negócio digital, usando o gigante norte-americano como canal de vendas para fazer chegar os seus produtos a um público mais alargado. Mas não só. A Growth Ignition tem ainda um braço B2B, que tira partido da IA para apoiar as equipas de vendas das empresas a gerar leads de negócio, através da agregação de informação de redes sociais como LinkedIn ou da lista de contactos, detetando oportunidades de negócio.

Estamos neste momento já a trabalhar com 10 clientes (começámos em março) em diferentes setores. Por um lado, temos alguns retalhistas e fabricantes que estão a explorar o potencial de crescimento internacional via Amazon e, por outro lado, a trabalhar com uma multiplicidade de clientes na área de AI Marketing Automation para geração de reuniões comerciais”, adianta Miguel Pina Martins, ao ECO.

“Os resultados estão a ser extremamente positivos. Na Amazon, alguns dos nossos clientes chegaram perto da dezena de milhares de euros de vendas no primeiro mês e com tudo alinhado para chegarmos a 250.000 euros em dezembro. Na área de AI Marketing Automation, no primeiro mês, agendámos mais de 100 reuniões comerciais, a maior parte delas internacionais”, adianta o gestor.

“A nossa abordagem é a de uma profunda relação com os nossos clientes e em que os sócios estão muito envolvidos e por isso queremos crescer de forma sustentada, garantindo sempre esse acompanhamento”, diz o gestor.

Objetivos de negócio

Ao nível de metas de negócio, o objetivo atingir no final deste 500 mil euros de faturação e dois milhões de euros em 2026, ano em que apontam ter em carteira “30-40 clientes”.

A empresa arranca com capitais próprios dos dois empresários. “Feita a prova de conceito, mais tarde, eventualmente, poderemos ir ao mercado levantar capital”, admite Pina Martins.

O payback do investimento está previsto para meio do próximo ano mas continuamos a fazer investimentos significativos em tecnologia e por isso este prazo poder-se-á alargar. Estamos a construir uma empresa para o longo prazo e por isso não estamos obcecados com o payback, mas sim com a criação de um serviço de excelência para os nossos clientes”, diz o empreendedor, sem revelar o montante de capital investido no projeto.

A empresa está a reforçar a equipa. “Estamos neste momento à procura de perfis muito diferentes: um head of operations, um head of Amazon e um head of AI Lead Gen. Por outro lado, também estamos à procura de perfis um pouco mais juniores (customer success manager)”, descreve.

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Afinal, Filipe Santos Costa também recebeu indemnização da Aicep

Aicep fez provisão de 286.886,52 euros em indemnizações ao conselho de administração de Filipe Santos Costa que foi afastado por Pedro Reis. A este montante somam-se os 62 mil euros a pagar a Arroja.

O anterior ministro da Economia, Pedro Reis, decidiu afastar o então presidente da Aicep, Filipe Santos Costa, e nomeou o economista Ricardo Arroja para o seu lugar. A decisão foi catalogada de “política” pelo Partido Socialista e classificada de polémica por ter sido tomada um dia antes de o responsável assumir um ano de mandato, facto que automaticamente o impedia de receber uma indemnização. No entanto, apesar dos paralelismos que têm sido feitos com a saída de Ricardo Arroja, afinal, Filipe Santos Costa também recebeu uma indemnização — de 20 mil euros.

Por incompetência do Governo, na execução tardia da sua intenção de exonerar, em 2024, o conselho de administração da Aicep, efetivamente um dia antes de completar um ano de mandato, os membros do mesmo acabaram por ficar, por obrigação das responsabilidades de gestores públicos, mais do que um ano em funções. Consequentemente, houve lugar a indemnizações legalmente devidas que foram suportadas pela Aicep em junho de 2025″, confirmou ao ECO Filipe Santos Costa.

O ex-responsável assumiu a presidência da Aicep a 5 de junho de 2023, sucedendo ao Luís Castro Henriques, que assegurou dois mandatos consecutivos à frente do organismo público que promove a globalização da economia portuguesa. A escolha do então ministro da Economia, António Costa Silva, foi conhecida ainda em dezembro de 2022, enquanto decorria o segundo mandato de Castro Henriques. O responsável acabou mesmo por se manter em funções até ao verão seguinte porque teve de apresentar o plano de contas.

Filipe Santos Costa era desde julho de 2018 o presidente executivo da Aicep Global Parques e conhecia bem os cantos da agência, até porque tinha sido, durante três anos, delegado da Aicep em São Francisco e antes em Xangai (de 2011 a 30 de junho de 2015). Tinha também experiência em fundos europeus, já que entre 2009 e 2011 fora o encarregado da Estrutura de Missão para a Gestão dos Fundos Comunitários (EMGFC) no Ministério da Administração Interna (MAI). Uma experiência útil tendo em conta que a Aicep é um organismo intermédio dos fundos europeus e estes são um chamariz para atrair investidores estrangeiros.

Mas o Governo de António Costa caiu e as eleições determinaram a vitória de Luís Montenegro. O novo ministro da Economia, Pedro Reis, decidiu afastar Filipe Santos Costa. Uma decisão que justificou por “uma questão de confiança e quando muito uma questão de opção”, disse no Parlamento. Filipe Santos Costa não chegou a completar um ano à frente da Aicep. O comunicado do Ministério da Economia a anunciar a escolha de Ricardo Arroja é de 3 de junho de 2024, o despacho de nomeação em Diário da República é de 4 de junho, mas, de facto, Ricardo Arroja só iniciou funções a 6 de junho, por aguardar parecer da Cresap.

Assim, fiou no cargo mais de um ano e passou a ter direito a uma indemnização de acordo com as regras do estatuto do gestor público. Quando os gestores são afastados um ano depois de exercerem funções, automaticamente têm direito a uma indemnização correspondente ao vencimento de base até ao final do mandato. Mas há um limite: 12 meses. “Desde que conte, pelo menos, 12 meses seguidos de exercício de funções, o gestor público tem direito a uma indemnização correspondente ao vencimento de base que auferiria até ao final do respetivo mandato, com o limite de 12 meses”, lê-se no estatuto do gestor público.

Ora, Filipe Santos Costa tinha um vencimento exatamente igual ao de Ricardo Arroja mas recebeu uma indemnização de 20.677,75 euros em junho deste ano, avançou o próprio ao ECO. A diferença face aos 62.683,92 euros que Ricardo Arroja vai receber prende-se com o facto de Filipe Santos Costa ser funcionário da Aicep, ainda que em licença sem vencimento desde o ano passado, e por isso ter apenas direito ao diferencial entre o vencimento como gestor e o vencimento do lugar de origem à data da cessação de funções.

Mas não foi o único. Tendo em conta que todo o conselho de administração foi afastado, a Aicep foi feita uma provisão de 286.886,52 euros para pagar indemnizações. O relatório e contas de 2024 tem uma linha na qual se lê que “houve lugar à constituição de provisão para eventuais indemnizações a membros da anterior Comissão Executiva”. Provisões que vieram a ser usadas, mas não integralmente, porque só dois membros do Conselho receberam o valor da indemnização na íntegra e dois não tiveram direito porque os lugares de origem no setor público ao qual regressaram representavam salários mais elevados.

Em entrevista ao Expresso, Filipe Santos Costa disse que o seu afastamento ditou a “primeira vez que” houve “uma politização do mandato da Aicep”. E a politização prosseguiu com Augusto Santos Silva a fazer paralelismos entre o caso Arroja e Santos Costa, acusando o Governo de ter dois pesos e duas medidas por o primeiro ter tido direito a indemnização e o segundo não. Mas, afinal, ambos tiveram.

O afastamento de Ricardo Arroja, que o Executivo justificou com a vontade deimprimir uma nova dinâmica aos serviços, aproveitando os seus melhores recursos e mobilizando as equipas existentes”, também parece estar a gerar polémica já que o economista classifica a decisão do novo ministro da Economia e da Coesão “errada”.

Em comunicado à Lusa, o gestor relata foi convocado para uma reunião com o ministro Castro Almeida. “No encontro, que se realizou na sexta-feira, dia 20/06/2025, no qual compareceu também o senhor secretário de Estado da Economia (engenheiro João Rui Ferreira), o ministro comunicou-me a sua vontade de ter à frente da AICEP (…) um perfil diferente do meu”, prossegue. “Após reflexão pessoal e familiar, concluí que não me caberia assumir o ónus dessa vontade”, explicou Ricardo Arroja.

Ricardo Arroja recorda que teve “oportunidade de alertar” numa entrevista ao ECO em novembro do ano passado que “‘é preciso que os concursos que saem a público venham dotados de todas as ferramentas para análise das respetivas candidaturas'”.

Mas “‘infelizmente, nem sempre acontece. É importante que os políticos também tenham noção disto, não só a nossa tutela direta, mas também a tutela que tem a seu cargo a AD&C”, disse na altura na entrevista que cita no comunicado.

“Trata-se de uma crítica que, à data presente, mantém-se válida, num ano em que a pressão política para agilizar apoios é elevada, mas em que na prática, na ausência de instrumentos de trabalho, são inviáveis maiores níveis de serviço”, aponta.

“Resta acrescentar que a superintendência dos fundos europeus estava, e está, sob tutela da pasta da Coesão, pasta que o Ministro Castro Almeida já tutelava antes e que agora acumula com a Economia”, constata.

Nota: Valor da indemnização de Filipe Santos Costa corrigido tendo em conta o diferencial calculado com base no seu salário na Aicep.

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Não gaste logo o ‘bónus’ do IRS. Pode fazer-lhe falta em 2026

Governo propôs redução das taxas de IRS e tabelas de retenção deverão ser ajustadas já este ano. Mas, atenção, o acerto de contas dos contribuintes com o Estado só se fará nos reembolsos de 2026.

Os salários líquidos mensais deverão subir a partir de setembro, uma vez que as tabelas de retenção na fonte deverão ser ajustadas em resultado da redução das taxas de IRS proposta esta semana pelo Governo.

Significa isto que os portugueses deverão ficar com mais dinheiro na carteira nos próximos meses, com os descontos mensais a estarem mais próximos do imposto efetivo a pagar. A contrapartida volta a ser a que se verificou este ano, isto é, pode haver uma redução do reembolso em meados de 2026 (relativo aos rendimentos deste ano), alertam os fiscalistas ouvidos pelo ECO.

Menos de um mês após ter tomado posse, o Governo apresentou no Parlamento uma proposta para a redução das taxas de IRS de 0,5 pontos percentuais entre o primeiro e o terceiro escalões, 0,6 pontos percentuais entre o quarto e o sexto, e 0,4 pontos para o sétimo e oitavo escalões.

 

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, explicou que a intenção é que a proposta seja discutida já na próxima semana, sendo que, segundo noticiou o Correio da Manhã, o objetivo do Governo é que esse alívio fiscal seja sentido já nos salários de setembro (com retroativos a janeiro).

Ou seja, o Executivo pretende replicar o modelo pelo qual optou em 2024, conforme já tinha sinalizado ao ECO o ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, na campanha eleitoral para a ida às urnas de 18 de maio. “O objetivo é descer as taxas até ao 8.º escalão de rendimentos e refletir isso imediatamente na retenção na fonte“, revelou, na altura, o governante, em entrevista.

Com esse ajuste da retenção na fonte, os trabalhadores e os pensionistas portugueses poderão contar com salários e pensões líquidos mais expressivos a partir de setembro. Em contrapartida, o reembolso que vier a ser apurado na primavera de 2026, no acerto de contas anual com o Fisco, poderá ser menor.

Há que ter esta perceção: a retenção na fonte não é o pagamento devido. É um adiantamento e pode haver divergências.

Jaime Esteves

Fiscalista

Em declarações ao ECO, o fiscalista Jaime Esteves alerta que a retenção na fonte não é o pagamento do imposto devido. É apenas um adiantamento, sendo que só na primavera do ano seguinte a Autoridade Tributária (AT) calcula o imposto efetivamente a pagar.

Assim, adiantar menos ao Estado significa, por isso, ter menos a receber no ajuste de contas, daí o alerta relativo à baixa da retenção na fonte prevista para os últimos quatro meses deste ano. Não é que os contribuintes venham a sair prejudicados. Há é um adiantamento menor do imposto, logo há menos a receber de reembolso.

Jaime Esteves assinala, além disso, que pode haver variações também em função das “condições em concreto de cada família“. Por exemplo, a baixa da retenção na fonte que está a ser preparada para setembro (que vai incluir retroativos, isto é, vai procurar devolver a retenção feita em excesso nos primeiros meses deste ano face às novas taxas efetivas) poderá ser excessiva no caso de um contribuinte que não tenha trabalhado no primeiro semestre deste ano e que encontre, entretanto, um emprego.

Uma vez que esse trabalhador não esteve empregado no arranque do ano não descontou pelas tabelas ainda em vigor, logo, em teoria, não deveria ter direito a retroativos (uma vez que não há imposto retido em excesso).

A lei prevê que o contribuinte pode pedir à entidade empregadora uma taxa de retenção na fonte maior.

Jaime Esteves

Fiscalista

As tabelas de retenção na fonte são, porém, “calculadas assumindo que se trabalha o ano todo”, pelo que esse trabalhador vai sentir, na mesma, o efeito retroativo, o que significa que em 2026 poderá ter um reembolso menor ou até mesmo uma fatura a pagar.

“Há sempre que ter esta cautela“, salienta Jaime Esteves. O fiscalista acrescenta que o inverso também pode acontecer: um contribuinte que tenha trabalhado até aqui e retido pelas tabelas em vigor, se ficar sem emprego não vai sentir o efeito retroativo incluído nas novas tabelas. Logo, em 2026, o seu reembolso poderá ser mais expressivo.

Jaime Esteves realça, além disso, que a lei prevê que o contribuinte pode sempre pedir ao empregador para fazer uma retenção maior do que a obrigatória, o que pode gerar algum efeito de “poupança”, uma vez que essas verbas são, depois, devolvidas só no acerto de contas.

Já o fiscalista José Pedroso de Melo assinala que tudo irá depender do desenho das tabelas de retenção escolhido pelo Governo, com a certeza de que quanto maior a aproximação ao imposto efetivo, menor o reembolso.

No limite, indica, o Executivo poderia optar por não ajustar as tabelas de retenção na fonte, o que significaria reembolsos mais expressivos para os portugueses na próxima primavera.

De resto, é de notar que as alterações ao IRS propostas pelo Governo carecem ainda de “luz verde” do Parlamento, pelo que não é certo que contornos terão efetivamente, tendo em conta que o PSD e o CDS-PP não têm maioria absoluta e a oposição (Chega e PS) têm preferido focar a redução do IRS nos rendimentos mais baixos.

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Draycott e família Soares dos Santos vão modernizar a Verescence e produzir mais frascos de luxo

Duplicar produção nos EUA, substituir fornos a gás por híbridos e instalar tecnologia para melhorar linhas de montagem são os objetivos para a empresa de frascos luxuosos comprada por 490 milhões.

A Draycott, que realizou recentemente o maior investimento de sempre de uma private equity portuguesa, já tem um plano de desenvolvimento da empresa que acabou de comprar por 490 milhões de euros, a francesa Verescence. Reforçar nos Estados Unidos e investir na sustentabilidade e digitalização das fábricas de vidro serão as apostas nos próximos anos de forma a produzir mais e melhores frascos para cremes e perfumes luxuosos.

Em conjunto com a holding da família Soares dos Santos, com quem investiu e vai partilhar a liderança da fabricante de embalagens de vidro, a Draycott vai substituir os fornos a gás por híbridos e instalar sistemas tecnológicos, com base em inteligência artificial, para aumentar a produtividade das linhas de montagem.

“Os fornos a gás são altamente poluentes hoje em dia. A ideia é passar a híbridos com motores a eletricidade mais potentes e investir em vidro mais reciclado. Melhorar as fábricas com uma estratégia de descarbonização e investir em tecnologia”, disse ao ECO o sócio fundador da private equity, João Coelho Borges.

“E investir muito na decoração, os acabamentos especiais que fazemos ao vidro para que fiquem com um aspeto mais premium. É um valor acrescentado e vertical de crescimento para continuarmos a ganhar quota de mercado entre as marcas de luxo”, acrescentou o investidor, referindo-se a clientes como Chanel, Hermès, L’Oréal ou LVMH, grupo ao qual pertence a Louis Vuitton, Dior e Givenchy.

O objetivo da Draycott e da Movendo Capital é manter o crescimento anual da Verescence, em linha com o mercado onde se insere, e rentabilizar mais a empresa. “Acabámos de fechar a operação. Só agora a concluímos, financeiramente falando, e iniciámos a nova etapa: sermos co-donos desta empresa em parceria com a família Soares Santos e tentar desenvolvê-la no seu potencial máximo. Opera num setor que cresce normalmente 4% a 7% ao ano, portanto há crescimento de receita entre preço e volume”, afirma João Coelho Borges.

Fábrica dos EUA a reluzir. Mercado americano vai duplicar

Os investidores portugueses preveem duplicar a operação da Verescence dos Estados Unidos nos próximos três a quatro anos. Atualmente, o mercado norte-americano representa cerca de 10% do negócio e gera receitas de quase 50 milhões de euros, mas como existe produção local – portanto, está livre das tarifas – é expectável que cresça.

“Estamos a investir na operação dos Estados Unidos para ganhar um pouco mais de quota de mercado. Achamos que a fábrica tem capacidade para dobrar a capacidade produtiva, a sua utilização efetiva. Somos o único player da indústria, no segmento premium, com produção direta nos Estados Unidos. As tarifas, a acontecerem, são capazes de nos beneficiar”, refere João Coelho Borges, esclarecendo que, na Europa, as duas fábricas em França e perto de Madrid são suficientes para o grupo.

Somos o único player da indústria, no segmento premium, com produção direta nos Estados Unidos. As tarifas, a acontecerem, são capazes de nos beneficiar

João Coelho Borges

Sócio fundador da Draycott

Enquanto fornecedor de marcas de gama alta, a Verescence pretende também – com as recém-chegadas verbas e conhecimentos da nova cogestão de Portugal – dar resposta às suas necessidades de design premium e, simultaneamente, ter frascos mais amigos do ambiente. É um desafio para a indústria, mas o sócio fundador da Draycott garante ao ECO que é possível casar estes dois mundos.

Com a tendência de sustentabilidade os vidros têm ficado mais leves e mais frágeis e também com mais percentagem de vidro reciclado. Portanto, decorar a embalagem e dar-lhe um aspeto mais premium é uma forma de compensar a estratégia de sustentabilidade que leva a uma menor qualidade percebida do produto, mas acima de tudo de tentar posicionar as marcas nesse segmento onde a Verescence se situa de longa data”, explica.

Basta prestar atenção às prateleiras das grandes insígnias da beleza para perceber que as embalagens das fragrâncias, séruns e cremes deixaram de ser apenas um recipiente para os guardar, mas quase uma peça decorativa para ser reutilizada ou ganhar nova vida – o que, por vezes, até é um desafio adicional para transportar nas carteiras ou necessaires. Daí a importância de utilizar o capital também para a estética.

“Acompanhar a tendência de designs cada vez mais inovadores e diferenciadores por parte das marcas, dar-lhes as ferramentas de poder trabalhar o vidro com a apresentação e o design que eles querem: cada vez mais sofisticado e elaborado”, assinala o sócio fundador da Draycott, em declarações à margem do evento de M&A organizado pela Cuatrecasas e Bain.

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Prestação da casa cai até 135 euros em julho antes de BCE fazer pausa nos juros

BCE prepara-se para fazer uma pausa nos cortes das taxas de juro no próximo mês. Antes disso, a prestação da casa volta a cair, renovando mínimos de mais de dois anos e meio. Faça aqui as contas.

A prestação da casa vai voltar a cair no próximo mês. As descidas podem ir até aos 135 euros, de acordo com os cálculos feitos pelo ECO com base num empréstimo de 150 mil euros a 30 anos. Isto acontece quando o Banco Central Europeu (BCE) se prepara para fazer uma pausa nos cortes das taxas de juro. O que significa que os encargos com o crédito à habitação vão continuar a descer, mas não por muito mais tempo.

De resto, amontoam-se os sinais de que a descida da prestação da casa está cada vez mais perto do fim. Vemos isso no comportamento das Euribor, os indexantes usados nos contratos de empréstimo com taxa variável. O ritmo de recuo destas taxas tem vindo a desacelerar. Aliás, a média mensal da Euribor a 12 meses terá subido novamente em junho, o que, a confirmar-se (ainda falta saber os valores desta sexta e da próxima segunda-feira para termos o valor final da média mensal), seria a primeira subida em mais de um ano.

Euribor começam a estabilizar em torno dos 2%

Fonte: Refinitiv

Nos tempos mais próximos, ainda assim, as famílias poderão contar com mais alívios na prestação da casa – depois do forte alívio que sentiram no último ano e meio. É o que vai acontecer aos contratos de empréstimo à habitação cujas condições forem revistas em julho.

Para um empréstimo de 150 mil euros a 30 anos e com um spread de 1%, as contas para julho são as seguintes:

  • Euribor a três meses: a prestação que vai pagar nos próximos três meses irá descer para 636 euros, menos 32 euros (-5%) relativamente à prestação que pagava desde abril;
  • Euribor a seis meses: a prestação que vai pagar nos próximos seis meses rondará os 636 euros, uma descida de 56 euros (-7%) em relação à prestação que pagava desde janeiro;
  • Euribor a 12 meses: a prestação que vai pagar nos próximos 12 meses irá cair para 639 euros, menos 134 euros (-17%) face à prestação que pagou no último ano.

Para o ajudar a calcular a prestação do seu crédito à habitação, o ECO preparou um simulador. Faça as contas para o seu caso e, se o seu contrato for revisto agora, saiba quanto irá pagar a menos.

Tenho um crédito à habitação no valor de euros, contratualizado por um prazo de anos, indexado à Euribor a 12 meses (que há um ano estava nos % ), com um spread de %. A prestação da casa que pago atualmente é de 308 euros, mas caso a Euribor a 12 meses passe para %, a prestação passa para 432 euros. (Mude os campos sublinhados para descobrir os números mais próximos da sua previsão.)

Nota: Se está a aceder através das apps, carregue aqui para ver o simulador.

BCE pausa em julho após turbulência passageira

Determinante para o alívio dos encargos com a casa tem sido o BCE. Desde o verão passado que o banco central tem vindo a baixar os juros oficiais perante o desanuviar das pressões inflacionistas. Desde junho de 2024 já efetuou oito cortes, o último dos quais foi anunciado no início deste mês, reduzindo a taxa da facilidade de depósito para 2%.

Os mercados estão a antecipar mais um corte até final do ano. Mas não esperam que isso aconteça na reunião do conselho de governadores marcada para o próximo dia 24 de julho. Este encontro deverá marcar uma pausa na trajetória de descida iniciada há um ano e uma nova redução das taxas só surgirá depois do verão.

A recente volatilidade nos preços do petróleo devido à escalada das tensões no Médio Oriente poderia ter baralhado as contas do banco central liderado por Christine Lagarde. Mas o susto foi passageiro.

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